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sábado, 3 de julho de 2010

Contraponto 2647 - "O retrato de uma mostruosidade"

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03/07/2010

O retrato de uma mostruosidade


Tijolaço - 03/07/2010

Brizola Neto

Em janeiro deste ano, a BBC divulgou uma matéria onde o governo israelense admitia que dois de seus oficiais a punição disciplinar por terem autorizado a utilização de fósforo branco no bombardeio de um bairro residencial na cidade de Gaza, há um ano. É evidente que os dois oficiais só usaram armas porque as tinham, embora o fósforo branco seja um armamento proibido pelas leis internacionais, a começar pela Convenção de Genebra.

Os Estados Unidos admitiram, em 2005, ter usado armas deste tipo, mas rejeitaram a acusação de o tenham feito sobre civis.

A substância voltou a ser usada para bombardear o bairro de Tel El Hawa, no dia 15 de janeiro de 2009, durante a ofensiva israelense à Faixa de Gaza.

Ontem, o importante jornal médico The Lancet, da Inglaterra, fundado em 1823, publicou um artigo científico sobre os ferimentos provocados pelas vítimas do fósforo branco na ofensiva israelense. As imagens são muito fortes e eu não quis estampá-las no blog, para que pessoas se vejam abrupta e inesperadamente frende a imagens monstruosas.

Mas são imagens verdadeiras, e também não posso deixar que as pessoas não vejam a realidade chocante do que faz este tipo de arma, porque o horror ao que elas produzem é a melhor forma de bani-las.

Por favor, só clique na imagem deste post, que mostra o lançamento de projéteis com fósforo branco sobre Gaza – a foto é do site da BBC - se desejarem, voluntariamente, ver o que esse tipo de arma causa sobre o ser humano.

É muito feio e repugnante, eu aviso a todos.

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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Contraponto 2531- "Sob pressão internacional, Israel reduz bloqueio a Gaza"

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18/06/2010

Sob pressão internacional, Israel reduz bloqueio a Gaza

Portal Vermelho - 18 de Junho de 2010 - 10h51

Pressionado, o governo israelense decidiu reduzir o bloqueio à Faixa de Gaza, facilitando a entrada de bens de uso civil e de materiais para projetos civis nesse território palestino, anunciou nesta quinta-feira o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O Hamas, no entanto, classificou a manobra israelense como "propaganda midiática" e pede a abertura de todas as entradas para anular de forma completa o bloqueio.
A decisão foi adotada sob forte pressão internacional, que aumentou depois da onda de indignação causada pelo violento ataque israelense, em 31 de maio, contra uma frota humanitária que levava ajuda para a Gaza e no qual morreram nove cidadãos turcos.

Gaza, onde 80% de seus 1,5 milhão de habitantes dependem da ajuda internacional para viver, está submetida a um férreo bloqueio imposto por Israel desde 2007, quando o Hamas tomou o poder do encrave das mãos da Autoridade Palestina de Mahmud Abbas.

O gabinete de segurança israelense, integrado pela metade dos membros do governo, decidiu ao final de dois dias de discussões "liberalizar o sistema mediante o qual os bens de uso entram em Gaza e amplie o fluxo de materiais para projetos civis que sejam realizados sob supervisão internacional", indica o comunicado do gabinete.

Mas Israel "manterá os atuais procedimentos de segurança para impedir a entrada de armas e material militar", acrescenta o texto. O comunicado se abstém de especificar quais serão as medidas concretas e se limita a assinalar que o gabinete de segurança manterá novas reuniões no próximo dias. Netanyahu já havia advertido que Israel manterá o bloqueio marítimo de Gaza.

"Manobra para confundir opinião mundial"

O Hamas, por sua vez, rejeitou o anúncio sobre a flexibilização de seu bloqueio e exigiu seu levantamento total. "Rejeitamos a decisão sionista, que constitui uma tentativa de se esquivar da decisão internacional de um levantamento completo do bloqueio da Faixa de Gaza", declarou Ismail Radwan, dirigente do Hamas, que também denunciou uma "tentativa de atenuar a pressão internacional para poder continuar com o sítio a Gaza".

"A decisão de aumentar a variedade e a quantidade de produtos é uma tentativa de embelezar, legitimar e prolongar o bloqueio. Israel está confundindo a opinião mundial, ao fingir que vai aliviar o bloqueio. Essa decisão, para nós, não tem nenhum valor", declarou o porta-voz do hamas, Sami Abu Zuhri.

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) informaram na segunda-feira que haviam recebido indicações de que Israel iria suavizar o bloqueio, o que classificaram de inaceitável, dizendo-se dispostos a ajudar a implantar um mecanismo de controle de entrada de mercadorias no território palestino.

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio (formado pelos Estados Unidos, a UE, Rússia e ONU), informou nessa região ter obtido um acordo de princípio por parte israelense para suavizar o bloqueio.

Segundo a imprensa israelense, as novas medidas incluem a elaboração de uma lista negra de 120 produtos ou materiais que terão o acesso vedado a Gaza por serem utilizados com fins militares. Israel autorizou na quarta a entrada em Gaza de oito caminhões com talheres e outros utensílios de cozinha, pela primeira vez desde 2006.

Um dirigente para assuntos de fronteira da Autoridade Palestina, Raed Fatuh, indicou que atualmente existem 140 produtos com a entrada permitida em Gaza. Segundo a organização israelense de defesa dos direitos humanos Gisha, antes de 2007 Israel autorizava a entrada de mais de 4.000 produtos.

Com agências
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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Contraponto 2392 - Artigo de um Escritor Israelense Exemplar

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02/06/2010

Artigo de um Escritor Israelense Exemplar

Naufrago da Utopia - Quarta- feira, 02/06/2010


Falcões comandam Israel, mas as pombas não estão extintas, felizmente. Ainda existem herdeiros das melhores tradições do povo judeu, como o professor de literatura hebraica Amós Oz, um dos fundadores do movimento Paz Agora.
É dele uma das mais certeiras análises do novo episódio bestial protagonizado por Israel, A frota de Gaza e os limites da força, cujos principais trechos reproduzimos abaixo:

"Por 2.000 anos, os judeus só conheciam a força da força em forma das chibatadas que lhes eram aplicadas. Há algumas décadas, porém, nos tornamos capazes de também exercer a força. Seu poder, no entanto, nos embriagou incontáveis vezes. Incontáveis vezes imaginamos que é possível resolver todo grande problema que encontramos por meio da força.

"Como diz um provérbio, para o homem que carrega um grande martelo, todo problema tem jeito de prego.

"...desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel sofre de uma fixação pela força militar. O lema é: aquilo que não pode ser realizado pela força pode ser realizado por uma força ainda maior.

"O cerco de Israel à faixa de Gaza é um dos fétidos produtos dessa visão. Origina-se da errônea suposição de que o Hamas pode ser derrotado pela força das armas, ou, em termos mais gerais, que o problema palestino pode ser esmagado em lugar de resolvido.

"Mas o Hamas (...) é uma ideia. Uma ideia desesperada e fanática nascida da desolação e da frustração de muitos palestinos.

"E ideia alguma jamais foi derrotada pela força nem por bloqueios, nem por bombardeios, nem soterrada sob as esteiras dos tanques de guerra ou atacada por forças especiais da Marinha. Para derrotar uma ideia é preciso oferecer uma ideia melhor, mais atraente e mais aceitável.

"A única maneira de remover o Hamas é que Israel chegue rapidamente a um acordo com os palestinos para o estabelecimento de um Estado independente na Cisjordânia e na faixa de Gaza, tais como definidas pelas fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Oriental.

"Cada tentativa de usar a força não para fins preventivos, ou de autodefesa, e sim como forma de esmagar problemas e esmagar ideias conduzirá a novos desastres, como aquele que causamos para nós mesmos em águas internacionais, no alto-mar, ao largo das costas de Gaza".

Postado por Celso Lungaretti às 9:31 AM 0 comentários
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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Contraponto 1060 - "Um ano do massacre de Gaza"


28/12/2009

Um ano do massacre de Gaza
Carta Maior - 28/12/2009

Emir Sader*

Há um ano, Israel começava um dos mais bárbaros massacres contemporâneos. Ingressou, com todo seu poder de fogo, em uma região já cercada, que não dava possibilidade de fuga à sua população. O Exército que, há décadas, mais recursos recebe da maior potência bélica da história da humanidade, os EUA, descarregava todo seu poderio sobre uma população indefesa, acusada de colocar em risco, com pífios foguetes domésticos (a tal ponto, que Israel não conseguiu descobrir nenhuma das supostas bases de lançamento, nem lugares de sua fabricação) que não tinham provocado nenhuma vitima no seu território. Israel utilizou inclusive armas proibidas, como fósforo branco, sobre a população palestina, encerrada na área mais densamente povoada do mundo.

Os ataques, que não encontraram nenhuma resistência militar, apenas moral, duraram 22 dias, chegando a provocar 225 mortos em um único dia. 1450 palestinos morreram, dos quais 439 menores de 16 anos e 127 mulheres. 4100 edifícios foram destruídos e outros 1 mil foram danificados. A missão de investigação da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas caracterizou os ataques como “crimes de guerra” e “crimes contra a humanidade”.

Foram destruídas milhares de casas, comércios, além de plantações, hospitais, escolas, universidades, clínicas – tudo que os tanques israelenses encontravam pela frente. Gaza se transformou numa terra arrasada. Quem a visitou depois daqueles terríveis 22 dias, relata que nada tinha ficado de pé, como conseqüência da orientação do Exército israelense, de que “ninguém é inocente em Gaza”.

Um ano depois da agressão, os corredores de entrada para Gaza continuam fechados, nada foi reconstruído, caminhões com alimentos e remédios apodrecem no deserto, às portas de Gaza, enquanto todo tipo de doença afeta a população, indefesa, diante do brutal cerco israelense e a impotência cúmplice da comunidade internacional. Dos 4 bilhões, 481 milhões de dólares arrecadados por mais de 70 países em conferência realizada em março no Egito, para a reconstrução, nada chegou a Gaza, fazendo com que a paisagem seja a mesma – ou pior, sobretudo pelas doenças – de quando os israelenses, impotentes para derrotar a resistência civil dos palestinos, se retiraram de Gaza.

O Egito colabora com esse cerco criminoso, ao deixar fechado o corredor a que tem acesso e ao construir agora um muro que tenta impedir a precária circulação por túneis clandestinos, por onde os palestinos fazem chegar os alimentos mínimos para impedir que morra de fome a população de Gaza. O relator especial da ONU para os territórios palestinos, Richard Falk, conclamou a que todos os países do mundo coloquem em prática sanções econômicas e de outra ordem contra Israel, pelas responsabilidades deste país no massacre e no cerco que mantêm contra Gaza.

Os 700 mil habitantes de Gaza desapareceram dos noticiários internacionais, assim que as tropas israelenses se retiraram. O governo de Israel busca desviar a atenção sobre a ocupação dos territórios palestinos e o cerco a Gaza, aumentando ainda mais a instalação de assentamentos judeus em pleno coração das cidades e dos campos da Cisjordânia, de onde saem regularmente jovens judeus, protegidos por tropas israelenses, para atacar casas, comércios, queimar plantações centenárias de azeitonas das indefesas famílias palestinas.

Israel se tornou um país odioso, racista, agente de um novo holocausto – segundo as palavras do próprio Jimmy Carter -, acobertado e armado pela maior potência militar da história, os EUA, que promove a guerra e pretende ser agente de negociações de paz. Nem sequer consegue deter a instalação de novos assentamentos – se é que pretende detê-los. Israel, um país que detêm, confessadamente, armamentos nucleares, ocupa territórios de outro país, impedindo que ele exerça os mesmos direitos que Israel goza, por resoluções das próprias Nações Unidas, tornando-se um Estado pária da legalidade internacional.

A posição do governo brasileiro de que somente incorporando outros governos – não comprometidos com os genocídios cometidos por Israel, que na semana passada assassinou mais 6 palestinos e continua suas detenções arbitrárias, como a de Jamal Juma, dirigente do movimento Stop the Wall – é que o processo de paz pode abrir horizontes reais de cumprimento das decisões da ONU, que garante a Palestina os mesmos direitos que os israelenses gozam há mais de 60 anos – o direito de ter um Estado palestino, soberano, com fronteiras delimitadas, com direito de regresso dos imigrantes, é a posição correta, que deve ser apoiada e incentivada por todos os desejam um mundo de paz, solidariedade e fraternidade e não o mundo das “guerras infinitas” de Bush, que Israel continua a colocar em prática, um ano depois do massacre de Gaza, contra os palestinos.

*Emir Sader , sociólogo e cientísta político
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