domingo, 30 de dezembro de 2012

Contraponto 10.110 - Da Carta Maior

 

30/12/2012

 

RENTISTAS UIVAM LÁ, A MATILHA LATE AQUI  

 

  As aplicações do' Sloane Robinson', um dos dez maiores fundos hedge do mundo e dos mais antigos de Londres, vão fechar o ano com saldo de US$ 2,5 bilhões. Em 2008, o fundo especulativo acumulava ativos de US$ 15 bilhões. O 'Sloane' esfarela. Sua rentabilidade despencou 17% no ano passado; afundará mais 2%  em 2012.



Não é um caso isolado.



Rentistas de todo o mundo sofrem os reveses  da implosão  neoliberal agravada pelo fim da farra nos países emergentes-- Brasil entre eles.

 

 Sua passagem pelo país incluía ganhos triplos: na arbitragem dos juros (maiores aqui, remunerando captações a um custo menor lá fora); na diferença cambial entre a data de ingresso e a da saída, uma vez que o próprio tsunami especulativo forçava a valorização do Real, garantindo conversões vantajosas para o dólar na despedida; e, finamente, na jogatina 'rapidinha' nas bolsas, sem nem dispor de ações próprias, alugando carteiras junto a bancos. 

 

A obstrução da pista principal do circuito, a dos juros, derrubados a fórceps pelo governo Dilma, melou o resto do passeio, prejudicado ainda pela queda nos mercados acionários.

 

 É desse pano de fundo que soam os vagidos em inglês contra o governo Dilma, ecoados de gargantas midiáticas profundamente comprometidas com as finanças desreguladas.



Como acontece quando as matrizes entram  no cio numa matilha, os uivos locais elevaram seus decibéis na última 4ª-feira. Coube  à 'Folha' cravar o latido mais alto da praça, em editorial em que pede 'reforma geral nas prioridades nacionais'. 

 

(Carta Maior; Sábado,29/12/2012)

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