sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Contraponto 17.838 - "Levy e Lula apoiam proposta de acordo com empresas da Lava Jato"

.

02/10/2015

 

Levy e Lula apoiam proposta de acordo com empresas da Lava Jato


Jornal GGN - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda Joaquim Levy incentivam a proposta de um acordo de adesão que permite que as empresas envolvidas na Operação Lava Jato ressarçam os recursos discutidos em ações de indenização. A ideia é de que as empresas paguem a União e a Petrobras com participações nas Sociedades de Propósito Específico (SPE), montadas para os projetos de infraestrutura.

A proposta não dependeria de nenhuma mudança na lei, podendo ser aplicada por decreto por decreto presidencial, e foi originada a partir do parecer de três advogados. Ela permite que se resolva a questão econômica das ações de indenização sem retirar os processos de responsabilização criminal.


Do Valor


A proposta de um acordo de adesão que permita às empreiteiras envolvidas na Operação Lava ­Jato ressarcir os recursos discutidos em ações de indenização ganhou ímpeto. Abraçada no nascedouro pelo ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ideia de que as empresas ressarçam a União e a Petrobras com as participações nas Sociedades de Propósito Específico (SPE) montadas para os projetos de infraestrutura conta com opiniões favoráveis de reconhecidos especialistas em economia e direito e com o aval público do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. 

A proposta não depende de nenhuma mudança legislativa: poderá ser aplicada por decreto presidencial. Foi originada a partir de parecer de três advogados de São Paulo e possibilita resolver a questão econômica envolvida nas ações de indenização, sem retirar ou suspender os processos para responsabilização criminal.

O parecer deve ser editado em livro em cerca de 15 dias, com comentário de Levy, do ex­-ministro da Fazenda Delfim Netto, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo e dos juristas Modesto Carvalhosa e Heleno Taveira Torres. Lula é citado pelos autores, como "um dos primeiros e principais entusiastas do plano". O ex­presidente teve acesso ao parecer antes do próprio ministro da Fazenda.

No texto que assina no livro, Levy conta que recebeu no segundo trimestre de 2015 o parecer de autoria dos advogados Walfrido Jorge Warde Jr., Gilberto Bercovici e José Francisco Siqueira Neto. O trabalho, conta, chegou às suas mãos por Torres, que incentivou os advogados a colocar a ideia no papel.

No livro, Levy considera que o aspecto mais inovador da proposta é permitir uma forma de pagamento que permita, além do ressarcimento das partes lesadas, a abertura de mercado não só de ativos, mas de contratos de construção de infraestrutura.


.

Contraponto 17.837 - "Reforma: Wagner na Casa Civil e Aldo na Defesa"

 .

02/10/2015

 

Reforma: Wagner na Casa Civil e Aldo na Defesa


Dilma anunciou cortes de ministérios, cargos comissionados e gastos de custeio.

 
Conversa Afiada - publicado 02/10/2015
 
 
dilma
Dilma: "continuamos implementando políticas fundamentais para nossa população" (Imagem: Reprodução/NBr)


Saiu no G1:


Dilma anuncia redução de 39 para 31 pastas na reforma ministerial

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (2) a reforma ministerial do governo, com redução de 8 das 39 pastas.

O PMDB aumentou a participação no ministério, de seis para sete pastas. O partido com mais ministérios continua sendo o PT (nove). O PTB tem duas. Ficaram com um ministério PSD, PDT, PCdoB, PRB e PP. Oito ministros não são filiados a partidos.

(...)

“Queria dizer aos senhores que todos os países, todas as nações que atingiram desenvolvimento construíram estados modernos. Esses estados modernos eram ágeis, eficientes, baseados no profissionalismo, na meritocracia e adequados ao processo de desenvolvimento que cada país estava criando. Nós também temos que ter esse objetivo”, disse.

A presidente anunciou que vai extinguir oito ministérios, que serão fundidos em pastas comandadas por apenas um ministro. “Nós estamos começando por reduzir oito ministérios. Vamos integrar pesca a agricultura. Vamos também extinguir a Secretaria de Assuntos Estratégicos e as atribuições que remanescerem serão integradas ao Ministério do Planejamento.  A Secretaria-Geral será extinta e transformada em Secretaria de Governo. O Gabinete de Segurança Institucional manteremos em gabinete militar ligado diretamente à Presidência da República. Também integrará a Secretaria de Governo a Secretaria de Micro e Pequena Empresa e Secretaria de Relações Institucionais”, anunciou.

(...)

Medidas anunciadas:

- Criação da Comissão Permanente da Reforma do Estado
- Extinção de oito ministérios
- Extinção de 3 mil cargos comissionados
- Eliminação de 30 secretarias ligadas a ministérios
- Redução de 10% nos salários dos ministros
- Corte de 30% nos gastos de custeio
- Imposição de limite de gastos com telefone, passagens e diários em ministérios.

(...)

Novos ministros:

- Casa Civil: Jaques Wagner
- Ciência e Tecnologia: Celso Pansera
- Comunicações: André Figueiredo
- Defesa: Aldo Rebelo
- Educação: Aloizio Mercadante
- Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos: Nilma Lino Gomes
- Portos: Helder Barbalho
- Saúde: Marcelo Castro
- Secretaria de Governo: Ricardo Berzoini
- Trabalho e Previdência: Miguel Rossetto

(...)

.

Contraponto 17.836 - "Novo ministro da Saúde quer a volta da CPMF"

.

02/10/2015 

 

Novo ministro da Saúde quer a volta da CPMF 


Marcelo Castro propõe que imposto incida sobre operações de débito e crédito


Conversa Afiada - publicado 02/10/2015
 .
cpmf interna.jpg
 

Em O Globo:

Novo ministro da Saúde quer ampliar taxação da CPMF


Marcelo Castro propõe que imposto incida sobre operações de débito e crédito


BRASÍLIA — O novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, quer dobrar a arrecadação da CPMF sem aumentar a alíquota de 0,2% proposta pelo governo. Ele propõe que o imposto incida não só sobre as operações de débito, mas também de crédito. E para conquistar apoios no Congresso, a receita seria dividida com estados e municípios.

Didático, ele explicou sua proposta logo após ser anunciado pela presidente Dilma Rousseff para o cargo, nesta sexta-feira:

— João dá um cheque a Pedro de R$ 1000. Com 0,2% corresponde a R$ 2. Então saem da conta de João R$ 1002 reais - R$ 1000 do cheque e R$ 2 da CPMF. Entram na conta de Pedro R$ 998 reais: R$ 1000 do cheque com desconto de R$ 2 da CPMF. João continua pagando R$ 2 e Pedro, que não pagava nada, passa a pagar R$ 2. Ninguém se incomoda porque a alíquota continua baixa e o governo arrecada o dobro.

(...)
.

Contraponto 17.835 - "Mercado celebra fim da crise política. Prematuro?"

SÃO PAULO - O Ibovespa consolida uma expressiva alta nesta sexta-feira (2), após o corte de 8 ministérios e de 10% no salário dos ministros. Com isso, o nosso índice se descola das bolsas internacionais, que caem após o Relatório de Emprego dos Estados Unidos mostrar que a maior economia do mundo não está se recuperando como era esperado. Por aqui, a produção industrial de agosto mostrou um recuo de 9%, ante expectativas de 9,5% de retração na comparação anual.

Às 12h05 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira sobe 1,23%, a 45.870 pontos. Já o dólar comercial cai 0,60% a R$ 3,9785 na venda, enquanto o dólar futuro para novembro tem leve baixa 1,05%, a R$ 4,005. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 tem queda de 14 pontos-base, a 15,62%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 cai 20 pbs a 15,44%.

Foram divulgados quatro indicadores importantes, que constituem o relatório de emprego dos Estados Unidos. Os nonfarm payrolls (pesquisa realizada em cerca de 375 mil empresas que produz um índice que mostra o número de empregos gerados na economia, excetuando-se agricultura e pecuária) mostraram a criação de 142 mil novas vagas em setembro, ante 201 mil esperadas e 173 mil que foram geradas em agosto. O desemprego se manteve em 5,1%. Por fim, o ganho por horas trabalhadas ficou estável ante projeções de alta de 0,2%.

Com isso, no pré-market, o Ibovespa Futuro outubro subia até às 9h30, quando o dado de emprego nos EUA saiu, e depois despencou 1,50% em meio a preocupações com a economia americana, que se sobrepuseram a um possível otimismo pela possibilidade agora mais distante do Federal Reserve elevar os juros nas próximas duas reuniões do Fomc (Federal Open Market Committee) de 2015. Agora já há investidores imaginando que não haverá alta de juros por lá até março.

Reforma ministerial A presidente Dilma Rousseff anunciou a reforma ministerial nesta manhã, com o corte de oito ministérios e a  criação da comissão permanente da reforma do Estado. Foi extinguido o Ministério dos Assuntos Estratégicos eforam criados o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Ela ainda disse que 30 secretarias serão extintas em vários ministérios e haverá a redução de 20% nos gastos de custeio e a definição de metas de eficiência. Dilma diz que haverá um corte de 10% na remuneração de ministros. Ela anuncia a revisão de contratos de prestação de serviço, buscando tornar o governo mais eficientes.

Dilma começou o seu anúncio afirmando que "todos os países que atingiram o desenvolvimento construíram estados modernos: ágeis, eficientes, baseados no profissionalismo e na meritocracia."  "Nós também temos de ter esse objetivo. O Estado brasileiro deve assumir uma dupla função: parceria com a iniciativa privada; e assegurar os direitos de todos os cidadãos e cidadãs", destacou. A ação do Estado, afirmou, não pode ser empecilho ao investimento, mas suporte para a atuação do setor privado e também para o cidadão. A    presidente Dilma disse que é absolutamente necessário que o Estado seja democrático, aberto e transparente à sociedade.

Destaques da Bolsa Entre os destaques do pregão, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 8,66, +3,46%; PETR4, R$ 7,19, +2,42%) viram para alta, acompanhando as cotações do petróleo. O barril do WTI (West Texas Intermediate) tem alta de 0,83% a US$ 45,12, enquanto o barril do Brent para dezembro registra ganhos de 0,10% a US$ 48,43. Depois de provocar a queda das bolsas internacionais no último pregão, o petróleo sobe hoje em meio a bombardeios russos contra o grupo terrorista Estado Islâmico na Síria, o que eleva a tensão no Oriente Médio. O investidor Jim Rogers, co-fundador do Quantum Fund, disse que o fato de petróleo vir resistindo a cair abaixo de US$ 45, mesmo com notícias econômicas ruins, é sinal de que uma alta dos preços está perto.

Entre as altas, as educacionais Kroton (KROT3, R$ 8,00, +3,49%) sobe e Estácio (ESTC3, R$ 14,72, +1,80%) registra ganhos. No radar das companhias, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro será trocado por Aloizio Mercadante.

Já os papéis da Vale (VALE3, R$ 17,34, +0,70%; VALE5, R$ 14,05, +0,93%) viram para alta mesmo depois do minério de ferro spot com entrega no porto de Qingdao desabar 5,17%, a US$ 53,14.
Cenário externo

Os mercados de todo o mundo operam em baixa, depois de subirem antes da divulgação do relatório de emprego dos EUA. Os índices futuros norte-americanos registram leve alta, enquanto as bolsas europeias tinham ganhos acima de 1%.

Entre os dados europeus, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu 0,8% em agosto ante julho, registrando a maior queda mensal desde janeiro, segundo dados publicados hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. No confronto anual, o PPI do bloco recuou 2,6% em agosto. Ambas as quedas foram mais intensas do que o previsto. Analistas consultados pela Dow Jones Newswires estimavam recuo mensal de 0,6% e diminuição anual de 2,4%

.

Contraponto 17.834 - "Dados macroeconômicos mostram que a crise não é econômica, é política"

.

02/10/2015

 

Dados macroeconômicos mostram que a crise não é econômica, é política

 


reservas 2015


por  Eduardo Guimarães


A situação cambial e a relação entre a dívida externa brasileira e o PIB do país em 2015 escancaram a superioridade dos governos Lula e Dilma sobre o governo FHC e desmontam a falácia de que o país esteja atravessando hoje uma crise pior do que há 13 anos.
Nesta quinta-feira (1/10), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgou que as exportações brasileiras superaram as importações em US$ 2,944 bilhões em setembro. E que, com isso, a balança comercial teve o melhor mês de setembro desde 2011, quando somou US$ 3,074 bilhões.

Mais: no saldo acumulado de janeiro a setembro, a exportações superam as importações em US$ 10,246 bilhões, o maior valor para o período desde 2012, quando foi de US$ 15,695 bilhões.
Os dados recentes, aliados ao montante de reservas cambiais que o país tem, geram uma situação de tranquilidade. O Brasil, hoje, dispõe de um “colchão cambial” de 370 bilhões de dólares, que, combinado com forte redução do peso da dívida externa ao longo dos governos Lula e Dilma, desestimulam ataques especulativos contra a nossa economia.

Para começar a entender a diferença de situação da economia sob Dilma Rousseff e sob Fernando Henrique Cardoso, há que começar pelo nível de reservas cambiais que o país tinha há 12 anos e o que tem hoje.

Abaixo, dados do Banco Central sob a situação das reservas cambiais deixadas por FHC e as que o país tem hoje.

saldo de 2002

reservas 2003


saldo de 2015

reservas 2015

A nova situação das reservas de divisas do país desestimula ataques especulativos. Mas o que é um ataque especulativo? Basicamente, é uma tentativa do mercado de elevar o valor da moeda americana ante o real através de forte aumento de compradores.

Sem reservas, o país não pode oferecer ao mercado a quantidade de dólares que está requerendo e, assim, a busca pela moeda aumenta geometricamente, de modo que a lei da oferta e da procura faz o preço do dólar disparar.

Sem reservas, o país não tem como dar garantia de que quem colocar dinheiro no país consiga tirar. Desse modo, o país passa a ter dificuldades para importar – fornecedores do exterior passam a só aceitar pagamentos antecipados – e não consegue financiar suas exportações.
É um círculo vicioso.

Além disso, outro fator contribui para a credibilidade e a solidez econômica do país: o peso da dívida externa sobre a economia.

No gráfico abaixo, o leitor pode conferir a evolução do PIB e a importância de nossa economia no cenário internacional. Em 1995, quando FHC assumiu a Presidência, o Brasil era a 8ª economia do mundo; em 2002, quando deixou o governo, era a 13ª. Hoje, é a 7ª.


pib 2002 2014


A dívida externa brasileira cresceu ao longo dos últimos doze anos e tanto porque a economia como um todo cresceu, mas essa dívida cresceu muito menos nesse período, enquanto o país construía seu “colchão cambial”.

Segundo dados do Banco Central, o país tinha uma dívida externa bruta de US$ 235 bilhões ao fim do governo FHC e, hoje, tem uma dívida de US$ 714 bilhões. Porém, por estranho que pareça, a dívida externa, hoje, pesa muito menos do que a de 12 anos e pouco atrás.

O problema é que o valor nominal da dívida e do dólar permite à grande mídia enganar o público ao divulgar que os US$ 235 bi de dívida em 2002 pesam tanto quanto os US$ 714 bi de hoje e que o dólar a 4 reais de hoje equivale ao de 3,99 reais de 2002.

O economista Alexandre Cabral, da NeoValue Investimentos, fez um cálculo de quanto seriam hoje os 3.99 reais que custavam um dólar em 2002 e concluiu que, se for considerado o IGP-M (índice de inflação calculado pela FGV) e o CPI (índice de preços norte-americano), o valor nominal do dólar hoje teria que ser equivalente a R$ 7,46 para ser igual ao de 12 anos e tanto atrás.

Usando os parâmetros desse economista, fica interessante fazer um cálculo sobre a solidez da economia brasileira hoje em relação à situação de 2002.


conclusão

Como se vê, a dívida externa legada por FHC batia em 118,03% do PIB enquanto que, hoje, e só após as recentes altas do dólar, ela subiu a meros 51,74% do PIB. Ou seja, é como se você ganhasse R$ 1.000,00 reais e devesse R$ 1.180,30 em 2002 e, hoje, ganhasse R$ 1.000,00 mas devesse R$ 510,74.
Some-se a tudo isso a notícia sobre o avanço das exportações e à volta do acumulo de reservas possibilitado pela balança comercial positiva e o que se obtém é que não há maiores motivos para a economia brasileira não voltar a avançar.

O problema, basicamente, é uma crise de confiança por conta da situação política. Se o país equilibrar receita e despesa e puser fim a delírios golpistas, nossa economia tende a retomar o ritmo em breve, com efeitos positivos inevitáveis sobre nível de emprego e valor dos salários.

Trocando em miúdos: se pararem de sabotar o Brasil, tudo se ajeita.

__________________

Comentários


Edu, as Reservas Internacionais são 370.600 bilhões de dólares de não milhões.
  • Tirei o gráfico do site do Bacen. Está escrito em mil milhões, ou seja, bilhões
    ________________________  
    ,

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Contraponto 17.833 - "Juristas, políticos e ministros do STF discutiram afastamento de Eduardo Cunha"

.

01/10/2015

Juristas, políticos e ministros do STF discutiram afastamento de Eduardo Cunha






Por Hylda Cavalcanti

Da Rede Brasil Atual

Parlamentares articulam junto a magistrados afastamento de Eduardo Cunha


As notícias de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e familiares possuem contas na Suíça reforçaram o movimento por uma saída jurídica para afastar o parlamentar do cargo. Ontem (30), seis parlamentares, juristas e magistrados aposentados, mas ainda com grande influência no Judiciário, tiveram um encontro reservado com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para falar sobre o assunto. Dias antes, integrantes do mesmo grupo se reuniram com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O objetivo dos dois movimentos foi pedir a Janot, para que quando for oferecer a denúncia contra Cunha ao STF, inclua no seu parecer a sugestão de que, ao virar réu, ele seja afastado da presidência da Casa. E ao STF, que apoie o parecer e tome providências imediatas quanto a isso.

A informação – confirmada por dois senadores, um deputado e um magistrado – é de que não houve uma resposta de Janot no sentido de fazer a inclusão desta sugestão no seu texto. Ao mesmo tempo, o procurador-geral, conhecido pelo estilo discreto, ficou de analisar a situação de Cunha e esta possibilidade. O mesmo aconteceu com os ministros do STF, que apesar de destacarem que possuem opiniões pessoais nesse sentido, consideram o entendimento do colegiado do tribunal sobre a questão uma missão “não impossível, mas complicada”, como um deles chegou a dizer.

A questão é polêmica porque envolve bem mais do que o fortalecimento das instituições republicanas. Além de ser público nos corredores da mais alta Corte do país que existem interpretações distintas entre os ministros sobre o assunto, o principal melindre a ser enfrentado pelo tribunal, no caso, será abrir mais um confronto entre Legislativo e Judiciário. O grupo que articula esta saída do presidente da Câmara, tão logo ele seja indiciado, toma como base o artigo 86 da Constituição Federal, com o argumento de que Eduardo Cunha, hoje, é o terceiro na linha de sucessão à Presidência da República, depois de Dilma Rousseff e Michel Temer.

E o artigo 86, no seu parágrafo 1º, inciso 1º, define que o presidente da República “ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal”. Esses parlamentares e juristas entendem que tal artigo se aplica diretamente a todos os que estão na linha sucessória. Mas a tese precisa ser aprovada pelo colegiado do Supremo, uma vez que Cunha nunca chegou a assumir a Presidência da República.

Por isso, se a ideia for apresentada como sugestão, no parecer de Janot, é um forte reforço no sentido de pressionar "implícita e democraticamente" o STF, como contou um senador ouvido pela RBA.

Para o mestre em direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil Luiz Flávio Gomes, as notícias das contas na Suíça configuram mais um dos passos no caminho da condenação do deputado. O primeiro, citado por Gomes, foi a referência a Cunha feita em delação premiada pelo lobista Júlio Camargo (de que teria pago US$ 5 milhões em propina ao deputado). Os outros são: a confirmação da validade da delação, por meio de provas materiais – o que está sendo averiguado a partir das últimas notícias –, o oferecimento da denúncia ao STF pela PGR e a perda do cargo de presidente da Câmara, durante a condução do processo.

Depois, na avaliação do jurista, viria o julgamento, no qual ele tem direito à ampla defesa e ao contraditório e, se condenado, a cassação do cargo de deputado federal e encaminhamento para cumprir sua pena em algum presídio. “Ele tem o direito de defesa, obviamente, mas a cada dia surgem mais provas que o incriminam”, afirmou Flávio Gomes.

De acordo com o professor, “em nenhum país do mundo menos corrupto a presidência da Câmara dos Deputados seria ocupada por alguém acusado de ter recebido U$ 5 milhões de dólares de propina”.

“A cultura desses países é totalmente distinta da permissividade que vigora nos países plutocratas, oligarcas e cleptocratas como o Brasil (onde está difundida a ideia e a ideologia de que os privilegiados estão acima da lei)”, destacou, em artigo sobre o tema publicado em julho passado.

Luiz Flávio Gomes acrescentou ainda à RBA, que a prisão de Eduardo Cunha só poderá ocorrer se todas as acusações ficarem provadas e depois de condenação criminal com trânsito em julgado. “Antes disso, tem de haver uma acusação formal (denúncia) do Ministério Público. A denúncia deve ser oficialmente recebida pelo pleno do STF, porque enquanto os deputados e senadores são julgados pelas turmas do tribunal, os presidentes do Senado ou da Câmara só podem ser julgados pelo total dos 11 ministros que compõem a Corte”, explicou.

Apoio minguado

Independentemente dessa questão, a situação do presidente da Câmara e sua relação entre os colegas parece se modificar em proporções aritméticas. Ontem, durante a manobra que fez para evitar a votação dos vetos presidenciais, ele foi chamado por deputados e senadores de “chantagista”, “manipulador” e “arbitrário”. E na reunião dos líderes, realizada no Senado, segundo conversas reservadas, chegou a ser citado como “bandido” em diversas ocasiões.

Cunha também vê minguar o apoio dos políticos que sempre ajudou a eleger. O seu principal pupilo, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), dá cada vez mais sinais de ligação com o Palácio do Planalto. Sem falar que, do grupo de aproximadamente 150 deputados que ele se gabava de comandar no início do ano, quando concorria ao cargo (foi eleito com um total de 267 votos), aproximadamente 50 compareceram à sua festa de aniversário, realizada num restaurante localizado no Lago Sul – bairro nobre de Brasília – na terça-feira (29).

A festa foi animada, com música, muitas palmas e beija-mãos ao "cacique". Mas, embora tenha demonstrado ter muita gente, apresentou um número bem menor que o da chamada “bancada” do peemedebista, conforme contaram parlamentares que lá estiveram. Ao seu estilo, no entanto, Cunha evita dar sinais de abatimento, mesmo tendo cancelado uma viagem oficial que faria hoje (1º) para a Itália. Tem se recusado a falar sobre o caso das contas – disse que iria aguardar a denúncia ser comprovada e só após isso, seu advogado se pronunciaria a respeito – e demonstrado um ar de ironia fina para todas as acusações dos colegas, feitas nos últimos dias.

Hoje, parlamentares de cinco partidos, incluindo a própria legenda de Eduardo Cunha – o PMDB, ao lado do PT, Psol, PSB e Rede – apresentaram na Câmara requerimento em que solicitam informações sobre as investigações referentes às contas bancárias na Suíça em nome dele e de familiares. O requerimento também será apresentado à PGR e, caso Cunha não se manifeste até a próxima semana, será encaminhado ao Conselho de Ética da Casa, pedindo formalmente seus dados bancários e fiscais.

"Todos querem esta resposta. É um dever do presidente da Câmara se explicar ao plenário. O Ministério Público da Suíça, que desde abril investiga as contas que seriam de Eduardo Cunha e seus familiares, não é leviano de inventar história", afirmou o líder do Psol, Chico Alencar (RJ), ao divulgar o documento.

Leia a reportagem completa aqui.

.

Contraponto 17.832 - "Bloqueio das contas de Cunha chega a R$ 20 milhões"

.

01/10/2015

 

Bloqueio das contas de Cunha chega a R$ 20 milhões

CUNHACINCO


Por  


Errei.

Disse, no post anterior, que nas próximas horas se saberia de mais detalhes sobre as quatro contas de Eduardo Cunha (e também da mulher e de uma das filhas) bloqueadas na Suíça.

Foram apenas minutos, até que o Estadão divulgasse que os valores somavam US$ 5 milhões, ou 20 milhões de reais.

Segundo o jornal, “Cunha havia criado uma estrutura para tentar esconder seu nome da conta e a renda movimentada era muito superior ao que o peemedebista havia declarado como salário”.

Muito superior? Equivale a mais de dez vezes o que ganha, nos quatro anos de mandato (e com 13º somado).

É preciso, agora, saber que empresas em paraísos fiscais abriram as contas em que ele e a família aparecem como beneficiários e rastrear as entradas de recursos que receberam, aqui e lá fora.

Porque estes US$ 5 milhões são só a ponta do iceberg que  afundou o festivo Titanic de Cunha.

.

Contraponto 17.831 - "QUANDO RECONDUZIU JANOT AO COMANDO DA PGR, DILMA SELOU DESTINO DE CUNHA "

 

01/10/2015

 

QUANDO RECONDUZIU JANOT AO COMANDO DA PGR, DILMA SELOU DESTINO DE CUNHA 

 

Blog do Mello - quinta-feira, 1 de outubro de 2015




O atual presidente da Câmara (tomara que esta seja a última vez que eu escreva isso), Eduardo Cunha, pode esbravejar e ameaçar à vontade. Quanto mais ele chia e esperneia, mais fica preso à teia.

Com o envio pela Suíça da investigação criminal aberta contra ele naquele país em abril deste ano, a Procuradoria-Geral da República poderá investigar Eduardo Cunha e processá-lo por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Esse pode ter sido o último ato, antes do desenlace fatal contra Cunha.

Ele anteviu isso, quando o PGR Janot o citou pela primeira vez. Ainda em março deste ano, Cunha acusou o golpe em sua conta no Twitter:
"Sabemos exatamente o jogo político que aconteceu e não dá para ficar calado sem denunciar a politização e aparelhamento da PGR", escreveu. "O PGR só será reconduzido se for da vontade do Executivo", continuou.
Desse dia em diante, Eduardo Cunha trabalhou incansavelmente para que a presidenta Dilma não reconduzisse Janot à presidência da Procuradoria Geral da República.

A presidenta pode ter cedido a várias chantagens de Cunha, mas não cedeu à única que poderia mantê-lo vivo. Reconduzindo Janot, a presidenta deu um xeque-mate em Cunha.

Se o PGR Janot já tinha motivos institucionais para investigar Cunha, com as agressões vindas do presidente da Câmara, a questão passou a ser também pessoal. Para azar de Eduardo Cunha.

Agora, quando até a mídia tão amiga já o abandona, após usá-lo como cunha (significado militar: Força de combate ou invasão que se introduz em campo inimigo) para tentar derrubar o governo, o deputado se aproxima do final de qualquer mosca apanhada na teia. 

Nada agradável para a mosca. Para deleite da aranha.
.

Contraponto 17.830 - "Lindbergh Farias: Num gesto de desespero, Eduardo Cunha está chantageando o Brasil"

.

01/10/2015 

 

Lindbergh Farias: Num gesto de desespero, Eduardo Cunha está chantageando o Brasil

  https://www.facebook.com/lindbergh.farias/videos/1067989816545646/


Do Viomundo - publicado em 01 de outubro de 2015 às 12:19


Lindbergh Farias: “Eduardo Cunha está chantageando o Brasil


Clique abaixo para ver o vídeo
Pronunciamento do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em 30 de setembro de 2015


Eu subo à tribuna hoje porque nós estamos surpresos com o que está acontecendo no dia de hoje aqui no Congresso Nacional. Esse Presidente da Câmara, Deputado Eduardo Cunha, passou de todos os limites.

O que ele está fazendo aqui é uma chantagem com o País, no dia em que estava marcada uma sessão do Congresso Nacional. Tentou fazer chantagem com a Presidenta. A Presidenta não cedeu e vetou o financiamento empresarial de campanha.

Mas eu quero chamar a atenção dos senhores: ele está fazendo chantagem com esta Casa, com o Senado Federal, dizendo que, se o Senado não votar no dia de hoje a PEC, ele não coloca para votar os vetos. Haverá sessão da Câmara, impedindo a instalação da sessão do Congresso Nacional.

Olha, é um ato de desespero, é o último esperneio. E eu fico vendo, Senadora Vanessa, que, na discussão do financiamento empresarial, dizíamos: “puxa, o fim do financiamento empresarial vai deixar as eleições mais justas, um candidato sem tantos recursos terá mais condições de competir com outro candidato”. Pensávamos também na questão das Bancadas, porque infelizmente existe isso no Parlamento; algumas Bancadas ligadas diretamente a alguns interesses empresariais.

Mas eu vejo que a decisão do Supremo Tribunal Federal, de dizer que o financiamento empresarial é inconstitucional, vai alterar muito mais profundamente o funcionamento do Parlamento do que nós imaginávamos, porque vejam bem: havia algumas Lideranças Parlamentares cujo poder vinha de quê? Defendiam lobbies empresariais e, essas Lideranças, no período das campanhas eleitorais, arrumavam contribuições empresariais para um conjunto de Parlamentares.

É aí que estava o poder dessas Lideranças.

Por isso, eu vejo esse gesto do Deputado Eduardo Cunha, Presidente da Câmara dos Deputados, que está chantageando o País nessa discussão do financiamento empresarial, como um gesto de desespero, porque ele sabe que sua força política vinha, claramente, desta possibilidade de ajudar algumas campanhas de Parlamentares através desse financiamento.

Ora, isso tudo era para ser ilegal há muito tempo, mas ele fazia isso dentro da legalidade.

O problema é que, a partir de agora, ele não pode segurar sua Base aliada dessa forma. A partir de agora é ilegal! Então, não tem isso de um presidente de uma Câmara dos Deputados, utilizando-se de suas relações com as empresas, financiar metade da Câmara dos Deputados, porque era esse o processo que estava acontecendo.

Então, veja, creio que a decisão do Supremo vai ter um efeito muito maior do que imaginávamos. Sempre pensávamos, de início, na campanha eleitoral, mas, não, o fim do financiamento empresarial pode modificar a forma de funcionamento deste Parlamento para não ficarmos reféns dos lobbies empresariais.

Eu espero que o Senado Federal e o Presidente do Senado, Renan Calheiros, que fez boas declarações no dia de hoje – que caprichos não podem estar acima dos interesses nacionais – não poderiam, de forma alguma, se curvar a uma chantagem barata dessas. Ele deu duas alternativas: ou votam a PEC no dia de hoje, ou se coloca o veto da decisão da Presidente da República para ser apreciado nesta sessão do Congresso. Isso é antirregimental! Tem um prazo de 30 dias…

Então, Sr. Presidente, eu subo a esta tribuna aqui como Senador da República indignado com o que a gente está enfrentando no dia de hoje. É uma vergonha para o Brasil, o País parar, o Congresso parar por uma chantagem barata desse Presidente da Câmara dos Deputados!

Aqui, no Senado, na votação do projeto, nós ganhamos; houve 36 votos a favor do fim do financiamento empresarial e só 31 votos contra, que vale dizer o seguinte: até quando houver a votação da PEC, que vai acontecer algum dia – não vai ser hoje, como quer Eduardo Cunha –, na verdade, eles tinham que sair de 31 para 49 votos. A PEC tem quórum qualificado. Eles precisariam de 49 Senadores para aprovar o financiamento empresarial na Constituição. Eu duvido muito que haja mudança de 18 Senadores, foram só 31 naquele momento.

Eu espero que o Brasil entenda o que está acontecendo no dia de hoje.

É um gesto de desespero do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, porque tinha uma forma de atuar na hora de exercer a sua liderança parlamentar, que era de distribuir doações empresariais em época de campanhas para um conjunto de Parlamentares, o que não podia ser legalizado, mas era. E de uma hora para outra, para susto e desespero deles, aquilo que era feito é ilegal agora. Esse gesto de hoje, volto a dizer, é um gesto que demonstra desespero.

Leia também:
Lindbergh Farias: Juros comem 8% do PIB!
.

Contraponto 17.829 - "Sibá Machado: FHC ajudou a Globo Filmes, Serra defende multinacionais do petróleo, mas isso a mídia não enxerga"

 

01/10/2015 

 

Sibá Machado: FHC ajudou a Globo Filmes, Serra defende multinacionais do petróleo, mas isso a mídia não enxerga


Do Viomundo - publicado em 01 de outubro de 2015 às 14:56


Captura de Tela 2015-10-01 às 14.46.02



Sibá defende atuação de Lula em prol de empresas nacionais e critica hipocrisia da mídia

Quarta, 30 Setembro 2015 22:44

do site do PT na Câmara

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), criticou hoje o jornal O Globo por tentar criminalizar o trabalho que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez em dois mandatos em defesa do aumento das exportações de bens e serviços de empresas brasileiras no mercado externo. “É lamentável o papel a que se presta o jornal, que atua como instrumento político e ideológico para tentar interditar eventual candidatura de Lula à Presidência da República em 2018”, disse o líder.

Sibá lembrou que desde que assumiu o primeiro mandato, em 2003, Lula colocou-se como “caixeiro-viajante” do Brasil para aumentar a presença de empresas do País no mercado externo. “Essa postura, adotada por outros governantes, tanto do Brasil como de outros países, é o que se espera de um chefe de Estado”, afirmou Sibá.

O resultado foi palpável: a diplomacia presidencial contribuiu para aumentar as exportações brasileiras de produtos e serviços, que passaram de US$ 50 bilhões para quase US$ 200 bilhões, e isso resultou na criação de milhões de novos empregos no Brasil, acrescentou Sibá. Em seus dois mandados, o ex-presidente chefiou 84 delegações de empresários brasileiros em viagens por todos os continentes.

Ignorância – O líder petista criticou também a Polícia Federal por ter feito o vazamento de informações sobre investigações no âmbito da Lava-Jato, com o conteúdo de e-mails trocados entre autoridades do governo e dirigentes de empresas. “A PF, bem como a imprensa brasileira, precisa informar-se sobre práticas legítimas de Estado antes de vazar informações com intuito também político e ideológico”, criticou Sibá.

O parlamentar lembrou que mandatários de outros países, como Estados Unidos, Alemanha, França e Inglaterra, atuam na defesa de suas empresas. “Portanto, o que Lula fez, bem como seus antecessores, não foi ilegítimo nem ilegal. Pelo contrário, estava em sintonia com os interesses nacionais”, defendeu.

O líder citou nota do Instituto Lula na qual há críticas à mídia: “Só uma imprensa cega de preconceito e partidarismo poderia tentar criminalizar um ex-presidente por ter trabalhado por seu país e seu povo”, diz o texto.

O deputado observou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez gestões em favor das Organizações Globo. Ou lobby, como diria o jornal O Globo. Em abril de 1998, conforme matéria da Folha de S. Paulo, Fernando Henrique foi à Espanha, com intuito de explorar um novo nicho na diplomacia de negócios: unir as indústrias cinematográficas dos dois países. Coincidentemente, um mês antes, em março de 1998, foi inaugurada a Globo Filmes, novo braço das Organizações Globo na área de audiovisual.

“Foi apenas uma coincidência a ida de FHC à Espanha um mês depois da criação da Globo Filmes? Se foi ou não, não vem ao caso, pois é legitimo qualquer presidente defender a expansão de atividades de empresas do País no mercado externo. O que não é tolerável é a hipocrisia da mídia, com a tentativa de se criminalizar Lula e PT”, comentou o petista.

Para Sibá, seria criminoso fazer o inverso, defender o interesse de empresas estrangeiras. “Aliás, o senador José Serra (PSDB-SP) defende multinacionais do petróleo (quer mudar as regras de exploração do pré-sal para favorecê-las) e é tratado como herói por parte da mídia. Isso, sim, é errado. E mostra que setores da mídia não estão preocupados nem com a verdade e tampouco com os interesses nacionais”, concluiu o líder.

Leia também:
Instituto Lula ao JN e Estadão: O ex-presidente fez tudo dentro da lei e a favor do Brasil 
.

Contraponto 17.828 - "Aécio no lado errado da História. De novo!"


 .

01/10/2015 

 

Aécio no lado errado da História. De novo!






Edilson Rodrigues: <p>Senador Aécio Neves (PSDB-MG) concede entrevista. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado</p>
Paulo Moreira Leite  
 

Aécio Neves e demais lideranças conservadoras do Congresso perderam uma ótima oportunidade para tomar uma decisão que interessa ao país, faz bem ao povo e até poderia contribuir para melhorar biografias marcadas por demonstrações frequentes de falta de compromisso com as regras da democracia, como se vê no esforço permanente para encaminhar um projeto de impeachment de Dilma Rousseff sem apoio em fatos ou provas. 

Estou falando da decisão de  questionar a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o financiamento de campanha. Não estamos tratando de matéria secundária, diga-se. Mas da principal porta de entrada da corrupção em nosso sistema político, onde o dinheiro das empresas permite alugar o poder de Estado às costas da vontade do eleitorado. Por uma conjunção astral que ocorre poucas vezes no céu político de um país, os brasileiros conseguiram livrar-se, quem sabe de uma vez por todas, de uma praga que tantos males causou ao regime democrático, tantos desvios trouxe ao uso racional do dinheiro público. Aécio anunciou, ontem, a disposição de tentar revogar a mudança.

O resultado mais visível que essa atitude pode produzir é confirmar um comportamento hipócrita, de quem adora cobrar respeito a lei – quando se trata de acusar adversários – mas se recusa a aceitar uma deliberação legítima da mais alta corte da justiça brasileira, quando o resultado final não  lhe convém.

Para um partido que transformou as denúncias da  Lava Jato – todas baseadas em dinheiro de empreiteiras com interesses na Petrobras – em troféu eleitoral, essa atitude é mais do que risível. Mostra uma preocupante, quem sabe incurável, dependência dos partidos de oposição diante das verbas do setor privado.

"Estamos na hora da verdade," afirmou Gilberto Carvalho, em  entrevista ao programa Espaço Público, ontem a noite. Ministro do governo Lula-Dilma entre 2003 e 2015, hoje presidente do Conselho Nacional do SESI, Gilberto Carvalho é um desses fundadores do PT com autoridade para falar do assunto. Nunca deixou de cobrar autocrítica do partido quando seus dirigentes se envolveram em práticas condenáveis. Para Gilberto Carvalho, "esse debate vai mostrar quem quer enfrentar a corrupção e quem faz demagogia para tirar proveito político."

Como você há de recordar, há duas semanas o STF definiu, por 8 votos a 3, que as contribuições de empresas privadas são inconstitucionais. Embora houvesse uma maioria nítida a favor da proibição, desde o início, não foi uma decisão fácil. O debate ficou paralisado um ano e cinco meses,  graças a um escandaloso pedido de vistas de Gilmar Mendes. Enquanto isso ocorria no STF, Eduardo Cunha fazia sua parte na Câmara, mobilizando uma maioria formada com volumosas contribuições de empresas para restaurar aquilo que o Supremo pretendia – já tinha votos para isso -- eliminar. Se a ideia era criar um impasse, como é fácil supor, deu errado. Após longa espera, o STF seguiu a votação, definiu a proibição por larga margem e Dilma anunciou o veto.

A decisão do STF poderia ser questionável caso os ministros tivessem exorbitado de seu papel. Isso teria acontecido se, por exemplo, eles tivessem formulado leis específicas para campanhas eleitorais – tarefa que escapa ao Judiciário, pois é uma atribuição específica do Legislativo.

Debatendo uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que chegou ao STF em 2011, os ministros limitaram-se a examinar se as leis ordinárias que até hoje autorizavam as contribuições de empresas privadas são compatíveis com a Constituição de 1988. A partir de uma discussão que produziu votos de alta qualidade, capazes de ir a essência de questões sobre a distinção ontológica entre empresas e cidadãos, e também entre o princípio essencial que define o princípio democrático de  1 homem  = 1 voto, como ressaltou o presidente Ricardo Lewandowski, a conclusão é que elas são incompatíveis com princípios constitucionais que punem o abuso de poder econômico.

Os ministros definiram um princípio, sem atravessar uma fronteira, sempre perigosa, de se transformar em legisladores. Agiram com o mesmo método exibido em outros momentos, como em  deliberações sobre células tronco embrionárias e sobre cotas raciais. Imagina-se que irão agir da mesma forma quando chegarem a uma conclusão sobre a liberação ou proibição de drogas.

Seu horizonte consiste em definir o que é direito constitucional, o que não é. No caso das contribuições de campanha, concluiu-se que auxiliar candidatos, inclusive com dinheiro, é uma prerrogativa de quem exerce o direito de votar -- coisa que faz parte das atividades de seres humanos, mas não faz parte das atribuições de uma empresa, que sequer são dotados de consciência humana para tanto.

Apoiada na deliberação da mais alta corte do país, o veto de Dilma Rousseff não foi uma decisão isolada. O mesmo projeto que Câmara aprovou tinha sido examinado e reprovado, uma semana antes, pelo Senado, a partir de uma emenda de Vanessa Grazziottin (PC do B-AM).

Apoiada por 70% da população brasileira, conforme o Datafolha, a proibição das contribuições de pessoas jurídicas se apoia na convicção de que  elas não passam de uma rasteira compra de favores.
Esse apoio massivo a decisão que o STF tomou reflete a consciência da maioria dos brasileiros sobre o poder nefasto do dinheiro na definição de uma eleição. A grande lição dos sucessivos escândalos de corrupção -- que atingem todos os partidos, em todos as esferas do Estado – mostra que não vivemos um sistema no qual o dinheiro está a serviço do voto, ajudando a pagar despesas e custos de campanhas eleitorais de toda ordem. Isso até seria normal. Criou-se um sistema onde o voto pode ser colocado a serviço do dinheiro, o que é inaceitável.

Este é o debate – e cada um tem a chance de escolher o lado em que pretende ficar.

.

Contraponto 17.827 - "Por que Eduardo Cunha não faz como Romário e vai para a Suíça provar que não são suas as contas? Por Paulo Nogueira"

.
01/10/2015

 

Por que Eduardo Cunha não faz como Romário e vai para a Suíça provar que não são suas as contas? Por Paulo Nogueira


.
O casal não poderá mexer nas contas suíças
 O casal não poderá mexer nas contas suíças
Paulo NogueiraPor que Eduardo Cunha não faz como Romário e vai para a Suíça provar que não são suas as contas que lhe são atribuídas?

ADVERTISEMENT
Bem, porque não dá. Simplesmente não dá.

Não que houvesse dúvidas, mas Cunha reforçou as certezas ao dizer, numa coletiva na noite de ontem, que se recusava a falar sobre elas.

Faltou colar um carimbo na testa: culpado.

As contas foram bloqueadas pelas autoridades suíças, e tudo indica que elas representam, enfim, o Waterloo de um homem que imaginou que podia tudo.

Como toda tragédia, o episódio se presta a piadas.

Por exemplo: por que Cunha não faz na Suíça o que tem feito costumeiramente no Brasil, manobrar nos bastidores para mudar uma decisão?

Ele fez isso, no Congresso, mais de uma vez. E agora, praticamente com a tornozeleira nos pés, trama para desfazer uma decisão conjunta do Planalto e do STF para por fim ao financiamento privado de campanhas.

A gambiarra seria uma PEC que, como por mágica, permitiria a continuação da fonte original de corrupção no país – o dinheiro que as empresas colocam em seus candidatos.

Eduardo Campos simboliza isso. Sem esse dinheiro ele não seria nada.

O financiamento privado é a forma como a plutocracia toma a democracia.

O caso das contas na Suíça serve também para uma conclusão pouco engraçada.

É uma vergonha para a mídia, para Moro, para a PF e para Janot que o golpe fatal em Cunha tenha vindo dos suíços.  Sinal do despudor da imprensa, um colunista da Veja escreveu que espera que Cunha derrube Dilma antes de ser preso.

Já virou clichê perguntar: e se fosse alguém do PT? Por isso, fujo dessa questão cuja resposta é óbvia.

Uma sociedade não pode levar a sério uma cruzada anticorrupção quando caminha livre um político do naipe e da ficha corrida de Eduardo Cunha.

Romário, com sua viagem à Suíça, criou um padrão de conduta para reagir a assassinatos de caráter como o que sofreu da Veja.

Mas isso é para inocentes, e não para Cunha.



(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Sobre o Autor
Paulo Nogueira. Jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
.

Contraponto 17.826 - Rafael Patto:"Dilma, uma mulher honrada, que colocou a sua competência, a sua incrível história de vida e, acima de tudo, a sua saúde à disposição do povo brasileiro. "

.
01/10/2015
 

"Dilma, uma mulher honrada, que colocou a sua competência, a sua incrível história de vida e, acima de tudo, a sua saúde à disposição do povo brasileiro. "

 

Resultado de imagem para dilma rousseff 

Do Facebook - 01/09/2015
Rafael Patto

Uma rapidinha sobre a personagem Dilma Bolada: que se dane.

Eu não costumo atirar pedras naqueles que, em algum momento de suas vidas, se decidem por outros caminhos. Quer sair, saia. O que eu não tolero é a falação pelos cotovelos para justificar uma dissidência (como aconteceu com a heloísa helena, na época da criação do psol).

Duas defecções recentes do PT foram marcadas pelo mesmo mimimi. Alessandro Molon, daqui do Rio, em quem me orgulho de NÃO ter votado, preferiu se desfiliar do partido e seguir sua vida noutra legenda. Até aí tudo bem. Mas a legenda escolhida e a conversinha fiada que ele descascou para "explicar" sua opção só poderiam mesmo satisfazer aos leitores de "O Globo", que, óbvio, lhe deu página inteira para falar de seu "rompimento"... Igualmente, a dondoca dos Jardins Paulistanos, dona Marta Suplicy, usou o showzinho de sua chegada ao pmdb (ao pmdb, meu deus do céu!!! pmdb de cunha e calheiros...) para falar que o "doutor Michel" (dotô Michel, minha gente!!!!) iria "reunificar o Brasil". Eu fiquei até com a impressão de que a dona Marta tinha tomado aquele mesmo remedinho que a Vanusa tomou no dia em que ela reinventou o nosso Hino Nacional.

Aí eu me pergunto: será que alguém honestamente interessado no amadurecimento político do nosso país se comoveu com aquelas palavras, sorrisos e aplausos, tão performáticos? Ou tudo aquilo não terá passado de movimento friamente calculado para fornecer material para os "hooligans" fascistas anti-petê, anti-Dilma, anti-Lula, anti-tudo-o-que-taí-não-importa-o-que-coloquem-no-lugar???

O momento é de decantação. E mesmo discordando aqui ou ali, eu torço para que a Dilma consiga superar os entraves que têm se colocado, não no caminho dela, mas no caminho do Brasil. Eu a apoio e defendo porque CONFIO nela, uma mulher honrada, que colocou a sua competência, a sua incrível história de vida e, acima de tudo, a sua saúde à disposição do povo brasileiro. Isso eu valorizo demais.

.

Contraponto 17.825 - "Janot confirma: Cunha tem contas secretas na Suíça"

"As informações do MP da Suíça relatam contas bancárias em nome de Cunha e familiares. As investigações lá iniciaram em abril deste ano e houve bloqueio de valores", diz a nota do MP.
Com a denúncia, Cunha, que já foi citado por cinco delatores da Operação Lava Jato, perde as condições de se manter à frente da Câmara.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA PGR:

“O Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil, nesta quarta-feira, 30 de setembro, os autos da investigação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A transferência da investigação criminal foi feita por meio da autoridade central dos dois países (Ministério da Justiça) e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aceitou a transferência feita pelo MP suíço.

As informações do MP da Suíça relatam contas bancárias em nome de Cunha e familiares. As investigações lá iniciaram em abril deste ano e houve bloqueio de valores.

Os autos serão recebidos pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) e posteriormente serão remetidos à PGR.

Por ser brasileiro nato, Eduardo Cunha não pode ser extraditado para a Suíça. O instituto da transferência de processo é um procedimento de cooperação internacional, em que se assegura a continuidade da investigação ou processo ao se verificar a jurisdição mais adequada para a persecução penal.

Com a transferência do processo, o estado suíço renuncia a sua jurisdição para a causa, que passa a ser do Brasil e de competência do Supremo Tribunal Federal, em virtude da prerrogativa de foro do presidente da Câmara. Este é o primeiro processo a ser transferido para o STF a pedido da Procuradoria-Geral da República e o segundo da Operação Lava Jato. A primeira transferência de investigação foi a de Nestor Cerveró para Curitiba.”


Leia, ainda, reportagem da Agência Brasil a respeito:

Suíça envia ao Brasil investigação sobre suposta conta de Eduardo Cunha
 
André Richter – Repórter da Agência Brasil
 
O Ministério Público da Suíça encontrou contas bancárias em nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de parentes dele naquele país. A informação foi confirmada hoje (30) pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com a identificação das contas, o Ministério Público da Suíça remeteu para a PGR a investigação aberta contra Cunha, que passará a ser investigado no Brasil por suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção e suposto recebimento de propina no âmbito da Operação Lava Jato. "As informações do MP da Suíça relatam contas bancárias em nome de Cunha e familiares. As investigações lá iniciaram-se em abril deste ano, e houve bloqueio de valores", informa a procuradoria.

A quantia bloqueada não foi divulgada. De acordo com a procuradoria, a transferência da investigação para o Brasil, por meio de acordo de cooperação, vai permitir a efetividade das apurações, sendo que Cunha, como brasileiro, não pode ser extraditado para outro país.

Mais cedo, após tomar conhecimento da transferência da investigação para o Brasil, Eduardo Cunha disse que não comentaria o caso. O advogado Antonio Fernando Souza, que representa o parlamentar, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu as ligações.

Na denúncia apresentada ao Supremo no mês passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que Cunha recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a contratação, em 2006 e 2007, de dois navios-sonda pela Petrobras com o estaleiro Samsung Heavy Industries. O negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está preso há nove meses em Curitiba. Após a análise das acusações pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no STF, caberá ao plenário do tribunal decidir se abre ação penal contra o presidente da Câmara.


.