sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Contraponto 4837 - "O caso Assange e a infinita hipocrisia do imperialismo dos EUA"

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25/02/2011


O caso Assange e a infinita hipocrisia do imperialismo dos EUA


Do Vermelho - 24 de Fevereiro de 2011 - 16h08

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, site que expôs as vísceras imundas da diplomacia estadunidense, corre o risco de ser extraditado pela Justiça britânica para a Suécia. Dali, ele pode ser enviado aos Estados Unidos, cujo governo supostamente democrático liderado por Barack Obama tem a intenção de condená-lo por espionagem, o que pode resultar até em pena de morte.
A acusação que pesa sobre Assange não pode ser considerada séria. O homem é suspeito de manter relações sexuais sem usar camisinha, o que é considerado crime na Suécia, país hoje governado por uma coligação de direita, fiel aliada do império.

Pretexto

O fundador do WikiLeaks, perseguido como um grande meliante internacional (colocaram até a Interpol no seu encalço), sustenta que é inocente e classifica as acusações de mero pretexto para atingir o polêmico site que criou.

O processo “é uma injustiça”, conforme Assange. “Nunca pude apresentar a minha versão da história", disse em entrevista coletiva. Seu assessor jurídico, o professor da Universidade de Harvard Alan Dershowitz, denunciou a hipocrisia daqueles que, neste momento, exigem liberdade de imprensa “em países como o Egito e Irã. Portanto, teremos de deixar claro que não podem medir com dois pesos e duas medidas e limitar o uso dos novos meios quando afetam aos interesses dos EUA”.

As correspondências reveladas pelo site criaram grandes constrangimentos para os EUA, pois mostram que a diplomacia imperial não tem nada a ver com a retórica da Casa Branca em defesa da “democracia” e dos “direitos humanos”.

Assange e o WikiLeaks prestam um grande serviço à democracia e aos povos na medida em que contribuem para escancarar as verdadeiras razões que orientam a política imperialista. Os fatos revelados têm mais força que os argumentos dos críticos para desmascarar o império. Daí o ódio da Casa Branca.

Espionagem ou jornalismo?

Aquilo que o WikiLeaks faz não tem nada a ver com espionagem. É só bom jornalismo. Os segredos revelados não ameaçam a integridade física de ninguém, mas têm a virtude de expor a infinita hipocrisia dos chefões do imperialismo e seus lacaios pelo mundo, que infelizmente não são poucos.

O que se nota, por parte do governo sueco e dos EUA, é um atentado à liberdade de imprensa e ao jornalismo que merece ser considerado sério ou ético. O silêncio cúmplice da mídia capitalista e das entidades patronais (como a Sociedade Interamericana de Imprensa – SIP) diante desta ofensiva antidemocrática é emblemático.
Conspiração do silêncio

Os fatos desta novela reacionária são noticiados secamente por esta mídia, que se julga a referência do bom jornalismo. Evitam-se maiores comentários. O tema não frequenta os editoriais, embora seja possível fisgar argumentos a favor das justificativas esgrimidas por Washington, sugerindo que a opinião pública não tem o direito de ser informada sobre o verdadeiro caráter da diplomacia imperialista e deve confiar cegamente na retórica enganadora da Casa Branca, que simula a defesa dos direitos humanos, da democracia e da liberdade de imprensa.

O ex-presidente Lula criticou com razão a conduta desses meios de comunicação, que no Brasil constituem monopólio de quatro ou cinco famílias capitalistas (Marinho, Frias, Civita e Mesquita). “Não vi um ato em defesa do fundador do WikiLeaks”, disse, enquanto ainda estava à frente Presidência da República, numa referência irônica à mídia hegemônica. Pois é. Imaginem se o sueco fosse caçado não pela CIA, Interpol ou Barack Obama, mas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A conversa seria outra.

Da Redação
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Um comentário :

  1. PROPOSTA PARA CRIAÇÃO DO INSTITUTO DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU.
    Descentralizar poder, com manejo estratégico situacional, significa constantemente realizar:
    Balanço de gestão politica (avaliação das demandas politicas, qualidade da democracia…), com sistematicidade (realidade compartimentada, visão global e situacional).
    Balanço de intercâmbio (eficácia das ações, métodos e amplitude – fruição, reflexão, produção), com espaços para elaboração de projetos e formação de nucleos de experimentação de novos modelos dimensionais.
    Balanço econômico (formas compensatórias, habilidades tecnopoliticas e planejamento nas condições vigentes).

    INTERNACIONAL
    BBC
    Chanceler britânico pede entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU
    No primeiro discurso de um chanceler britânico dedicado inteiramente à América
    Latina em 200 anos, o ministro William Hague defendeu nesta terça-feira a
    entrada do Brasil no Conselho de Segurança (CS) da ONU e o fim da “negligência”
    nas relações entre a Grã-Bretanha e os países latino-americanos
    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/11/101109_hague_americalatina_pai.shtml

    Universidade Federal do Rio de Janeiro
    A Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ realiza sua aula inaugural sobre “Mídia e violência” nos dias 26 e 27 de março das 9 às 18 horas. …
    http://www.ufrj.br/detalha_noticia.php?codnoticia=7210 – Em cache
    MINHA TESE DE CONCLUSÃO DO REFERIDO SEMINÁRIO:
    A mudança histórica na apreensão da midia na relação entre pobreza e crime, os efeitos sociais da narrativa do crime frente a abordagem dos grandes grupos de comunicação que criam alienação social através da banalização e simplificação da violência, deixando de levar em conta os fatores estruturais e do conjunto, fixando-se em um objeto ou fato e não abrangendo o todo, apenas considerando a relação da audiência com o criminoso, a vitima e o estado, gerando informações parciais com condescendencia da sociedade diante da impunidade e de justiçamentos, desconhecendo quase sempre a situação que envolve o conflito, gera o medo como fator de alimentação da própria violência.

    Humanizar a comunicação da violência é colocar-se na situação de um residente de favela, a criminalização da pobreza, transformando o pobre em ameaça social ou como um pobre conformado (honesto, feliz e alienado) é uma bipolaridade esquizo, que precisa de ajustamento através de uma midia coletiva, ordenadora, com impacto junto ao conjunto da sociedade. A falta de política de prevenção ao incentivo a violência pela utilização da rebeldia da juventude, instigada através de mensagens subliminares, deve ser passível de investigação ( apuração da noticia, formas de narração de um fato, modos de relação com as fontes e recursos utilizados), os erros da midia e as formas de reparação deveriam levar em conta os interesses corporativos (financeiros, politicos, internacionais, de marketing ou publicitários).

    A midia que está surgindo através da internet, vai romper com o ciclo de uma sociedade tangida como gado, a inventividade e a capacidade de articulação das comunidades facilita a inserção no território urbano e a troca de experiências e vivências, abrindo diálogo através de novas bases tecnológicas e afetivas do ponto de vista da inclusão subjetiva e da produção de novos discursos, signos, moda… A utilidade das imagens sobre violência na midia atual sustenta a indústria do medo e suas explorações políticas, econômicas, psicológicas e sociais – precisamos da visão de dentro da favela, dando margem a novas midias para novos sujeitos do discurso, a inclusão da vivência através de políticas comunitárias como forma de expressar os sentimentos de exclusão social ou de gênero, leva a novas políticas editoriais, como sendo uma forma de cobertura anti-violência, que tenha na produção da comunidade o equlibrio que faltava contra os abusos da grande midia.

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