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26/02/2019
‘Pitbull’ sobre idosos, deficientes e lavradores funciona?
Do Tijolaço · 26/02/2019
POR FERNANDO BRITO
A ser verdade o que a Folha de hoje estampa e se reproduz aí em cima, Jair Bolsonaro comete um duplo erro de estratégia.
Coloca como seu porta-voz, na prática, Carlos Bolsonaro, um sujeito do qual nove entre dez parlamentares querem distância, especialmente depois do caso Gustavo Bebianno.
Para quem precisa do voto de 60% da Câmara, um movimento de alta estupidez.
A segunda tolice é chamar para si a defesa de medidas impopulares e, em muitos casos, tão indefensáveis que ele próprio, Bolsonaro, jamais as defendeu. Ao contrário, vociferou contra elas.
Por enquanto, ainda é, para muitos, a “reforma do Paulo Guedes”, dos economistas tecnocratas que não têm problemas – em alguns casos, têm até orgulho – em maltratar pessoas vulneráveis, como é o caso de trabalhadores rurais, pensionistas e dos que vão ter de trabalhar vários anos a mais, desde agora, para terem seu benefício, mesmo modesto.
Com o discurso do “mata o velho” vindo diretamente da matilha bolsonarista, açulada por “Carluxo” passa a ser dele, direta e pessoalmente, como aliás é, do ponto-de-vista da responsabilidade. E com um agravante: trata-se de alguém que tem, há quase 20 anos, um único emprego (e garantido): o de filho eleito.
De quebra, arranja uma situação que vai colocar numa saia justa a mídia pró-reforma, para a qual fazer coro explícito com o símbolo da ferocidade bolsonarista será um imenso desgaste.
Quando se põe um ‘pitbull’ a liderar a matilha não pode se esperar que todos os latidos sejam no mesmo diapasão.
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