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sábado, 22 de outubro de 2011

Contraponto 6561 - "Mais de 100 mil mortos depois, Obama confirma retirada total de tropas do Iraque"

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22/10/2011

Mais de 100 mil mortos depois, Obama confirma retirada total de tropas do Iraque


Opera Mundi - 21/10/2011

O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (21/10) que os Estados Unidos vão cumprir a promessa de retirar sua tropas do Iraque até o fim do ano. A invasão norte-americana ao Iraque, que derrubou o regime de Saddam Hussein, teve início em 20 de março de 2003 e, segundo documento diplomático dos EUA divulgado pelo Wikileaks, matou ao menos 109 mil pessoas, 63% civis.

"Como prometido, o restante de nossas tropas no Iraque voltará para casa até o final do ano. Após quase nove anos, a guerra da América no Iraque estará acabada", disse Obama a jornalistas. Com a decisão, apenas cerca 150 soldados deverão permanecer no Iraque a partir do ano que vem, com a tarefa de proteger a embaixada dos EUA.

Leia mais:

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Em agosto de 2008 Obama anunciou a saída do Iraque, sendo que a primeira etapa seria a retirada da missão de combate norte-americana, cerca de 90 mil soldados, em 31 de agosto. Segundo a Casa Branca, em setembro estariam no país 146 mil soldados norte-americanos em campo, responsáveis por treinar os cerca de 665 mil soldados e policiais iraquianos para conduzir operações contraterrorismo e proporcionar segurança temporária e controle.

Entre janeiro de 2004 e agosto de 2008, período mais sangrento da guerra, 77 mil iraquianos morreram. Os números sobre esse período foram divulgados discretamente no site do Comando Central americano no final de julho, mas chegaram à mídia somente no ano passado.

Segundo o Wikileaks, documentos "mostram que o conflito causou 285 mil vítimas, entre elas ao menos 109 mil mortos" entre 2003 e o fim de 2009, segundo as mesmas fontes. Dentre os mortos, 63% eram civis. O banco de dados público Iraq Body Count aponta que o número de civis mortos desde 2003 varia de 98.252 e 107.235.

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PITACO DO ContrapontoPIG.

... e pensar que a guerra do Iraque foi justificada com mentiras deslavadas como a participação do Iraque no atentado das Torres Gemeas e a existência de "armas químicas de extermínio" naquele país.

A hipocrisia total e a sede americana incontrolável por petroleo, foram responsáveis pela morte de algumas centenas de milhares de vidas, pela destruição do país e pela pilhagem de suas riquezas.

Próximo episódio da novela "não vale a pena ver de novo": Líbia..
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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Contraponto 5651 - "Gastos em conflitos já superam 2ª Guerra Mundial"

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O projeto Cost of War (www.costsofwar.org), de especialistas da Universidade Brown, de Rhode Island, Estados Unidos, divulgou seu estudo sobre a “guerra ao terror” americana no Iraque, Afeganistão e Paquistão.

Em termos financeiros, de 3,7 trilhões a 4,4 trilhões de dólares, o dobro do PIB brasileiro e mais que a Segunda Guerra Mundial (4,1 trilhões em moeda de hoje).

Em termos humanos, 224 mil a 258 mil mortos (dos quais ao menos 137 mil civis), 620 mil soldados feridos e 7,8 milhões de refugiados. O relatório completo lista ainda custos políticos, sociais e ambientais. A Al-Qaeda gastou entre 400 mil e 500 mil dólares e matou 2.995 no atentado de 11 de setembro. Para cada uma de suas vítimas, os EUA fizeram pelo menos 73 e para cada dólar do inimigo, gastaram cerca de 10 milhões.

*Antonio Luiz M.C.Costa é editor de internacional de CartaCapital e também escreve sobre ciência e ficção científica.

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PITACO DO ContrapontoPIG.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o líder da Líbia, Muamar Kadafi, nesta segunda-feira.

Pergunta: Será que o Tribunal não se enganou e mandou prender o presidente errado.

O Bush pai, o Clinton, o Bush filho e o Obama não mereciam um mandadozinho também?

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domingo, 8 de agosto de 2010

Contraponto 2970 - "É o petróleo, estúpido!"

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08/08/2010

É o petróleo, estúpido!


Carta Maior - 07/08/2010

Um dos principais motivos pelos quais o Iraque ainda continua a ser visto como Zona de Guerra pode ser encontrados nas dezenas de contratos de longo prazo para exploração dos campos de petróleo por empresas estrangeiras (cerca de 60% das reservas). Tudo isso reforça a necessidade de maior segurança em um país que ainda está lutando para formar um governo após as disputadas eleições de março. Incapaz de impor uma solução militar e, muito menos, transformar o país em um modelo dos valores ocidentais a ser difundido para região, como se previa no início da guerra, os EUA tentam evitar uma retirada humilhante ao estilo Vietnã. O artigo é de Reginaldo Nasser.

Reginaldo Nasser *

No dia 02/08/2010, exatamente 20 anos após a invasão iraquiana do Kuwait, que motivou a 1ª guerra no Golfo em 1991 e o início do envolvimento direto dos EUA no Oriente Médio, o presidente Barack Obama anunciou que, tal como já estava planejado desde sua campanha eleitoral, os EUA deverão decretar o final das operações de combate no Iraque até 31 de agosto de 2010. Mas é difícil acreditar que o envolvimento militar dos EUA no Iraque vai acabar. A previsão é que haverá uma redução do número de soldados americanos de 90 para 50 mil "não-combatentes" até 2011. Mas o que significa exatamente não-combatentes?

Trata-se muito mais de uma distinção política do que militar. Essas tropas deverão orientar operações de luta contra o terrorismo, proteger os civis, treinar, assessorar e supervisionar Forças de Segurança iraquianas ainda extremamente dependentes dos EUA. É também um exercício de semântica, pois o que atualmente é denominado operações de combate será chamado de "operações de estabilidade." Aliás, não se pode perder de vista o fato de que o número de empresas de segurança tem aumento nos últimos anos (ver A privatização da segurança e a democracia nos EUA Data:25/07/2010).

Aliás, alguns trechos do discurso de Obama deixam clara essa posição alertando para o fato de que redução de tropas “não significa uma redução do compromisso dos EUA com o Iraque”, mas sim uma mudança na natureza do compromisso.

O ex-oficial do Exército EUA e agora professor de relações internacionais da Boston University, Bacevich, observa que Obama esta sendo dominado por aquilo que denominou "consenso de Washington", uma associação entre a segurança nacional e ação internacional por meio de uma política de guerra permanente ao redor do mundo. Uma característica-chave dessa guerra travada em todos os domínios (militar, intelectual, política e cultural) é que fiascos da política externa não podem ser permitidos pois provocam questionamentos sobre o sentido da política EUA. os líderes do establishment de segurança nacional trabalham com afinco, fazendo-nos acreditar que quaisquer eventuais erros nas guerras devem ser reconhecidos como erros de execução, e nada mais. Não se pode permitir que ocorram outras “síndromes do Vietnã” que inibiriam o apoio da opinião pública norte-americana para novas eventuais guerras. (Irã, por exemplo).

Provavelmente, um dos principais motivos pelos quais o Iraque ainda continua a ser visto como Zona de Guerra pode ser encontrados nas dezenas de contratos de longo prazo para exploração dos campos de petróleo por empresas estrangeiras (cerca de 60% das reservas). Tudo isso reforça a necessidade de maior segurança em um país que ainda está lutando para formar um governo após as disputadas eleições de março.
Incapaz de impor uma solução militar, e muito menos transformar o país em um modelo dos valores ocidentais a ser difundido para região, como se previa no início da guerra, os EUA tentam evitar uma retirada humilhante ao estilo Vietnã. Para isso nada mais conveniente do que criar uma nova forma de regime de protetorado para manter seu domínio sobre o país e a região.

Ensaia-se um novo tipo de ocupação econômica após essa “retirada”. No início deste ano, o FMI aprovou um empréstimo de US$ 3,6 bilhões para o Iraque, vinculado a um conjunto rigoroso de condições, incluindo uma ampla campanha de privatização e uma redução significativa nos gastos públicos.(Grifo do Contraponto PIG)

Walter Mead, um intelectual conservador, fez uma observação extremamente pertinente sobre o poder econômico qualificando-o como um sticky power (poder pegajoso), que não se baseia nem na coação militar (hard power), nem na identificação de valores (soft power); mas num conjunto de instituições e práticas econômicas que têm a capacidade de atrair outros Estados para a órbita de influência norte-americana. Esse poder está fundamentado sobre dois pilares, sistema monetário internacional e livre comércio, que propicia aos países construir instituições que dão confiança aos investidores estrangeiros, em concorrência com as propostas de investimentos estatal para o desenvolvimento de suas economias.

Um outro intelectual conservador norte-americano, Niall Ferguson, escreveu um artigo em 2008, respaldando uma análise de John McCain: se os EUA se retirarem do Iraque, o Oriente Médio vai explodir após algum tempo e o barril de petróleo poderá atingir cifras astronômicas. E aí o que fazemos?
Após a invasão em 2003 esperava-se uma rápida recuperação da produção de petróleo no Iraque, mas levou seis anos para voltar aos níveis de 2001 (2,5 milhões de barris por dia). Os contratos de perfuração revelam o começo de um longo esforço por parte das maiores empresas de petróleo do mundo para transformar o Iraque no maior rival da Arábia Saudita. Há estimativas de que mais de US$ 50 bilhões serão necessários para reparar e ampliar a infra-estrutura do petróleo.

Uma recente análise realizada por consultorias na área de energia diz que o plano para aumentar a produção é "extremamente ambicioso" e previu um aumento de pouco menos de 2 milhões de barris de petróleo por dia até 2015, o suficiente para produzir um impacto enorme no mercado mundial de petróleo. O Iraque tem estado ausente da OPEP durante 30 anos devido às guerras e sanções e não se sabe qual será a definição do novo governo que vai se formar. Ao mesmo tempo, os novos “nacionalistas” iraquianos, em ascensão, embora entendam que é necessário nesse momento um forte investimento estrangeiro, estão cada vez mais receosos de que essa forte presença estrangeira impeça o desenvolvimento dos programas sociais e outros setores cruciais da economia. Novas lutas estão por vir.


Reginaldo Nasser *. Professor de Relações Internacionais da PUC-SP
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Contraponto 2951 - "Enquanto isso, no Iraque…"

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06/08/2010

Enquanto isso, no Iraque…


Viomundo - 5 de agosto de 2010 às 12:08

Da página A20 da Folha, em 05.08.2010

por Luiz Carlos Azenha

Nas últimas semanas, os jornalões brasileiros se esgoelaram em defesa de Álvaro Uribe — ou dos pontos-de-vista de Álvaro Uribe — e da democracia no Irã. Registre-se que o Irã tem, pelos padrões ocidentais, mais democracia que o Egito ou a Arábia Saudita.

Ora, então por que a mídia não fala em democracia no Egito, nem na Arábia Saudita?

Talvez porque isso não esteja na agenda de Washington?

Hillary Clinton assumiu o Departamento de Estado e decidiu transformar o tratamento das mulheres como cidadãs de segunda classe em ponto-chave da política externa dos Estados Unidos.

Justíssimo, como também é justíssimo lutar pela abolição de práticas medievais, bárbaras e repugnantes como o apedrejamento de mulheres. Ou o uso da cadeira elétrica… Ou a pena de morte para menores de idade. Ou a pena de morte para incapacitados mentais. Ou a pena de morte…

Justíssimo, igualmente, lutar pela não exploração da mão-de-obra feminina nas maquiladoras do México, da Guatemala, de El Salvador…

O problema da política externa dos Estados Unidos, como se vê, é sua hipocrisia.

Ela aplica dois pesos e duas medidas. Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a condenação internacional.

No que a nossa mídia, por força de sua subordinação intelectual ou financeira a Washington, aplaude.

No Irã, o sofrimento humano. No Iraque, o sofrimento… canino (cão americano, traumatizado pela experiência de guerra).

Aqui você assina a petição da Avaaz contra a prática da lapidação no Irã (eu, Azenha, já assinei).

Clique aqui para ler (em espanhol) sobre a campanha da Anistia Internacional para acabar com a lapidação no Irã.

Clique aqui para ler (em espanhol) sobre a campanha da Anistia Internacional para acabar com a pena de morte.

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