06/08/2010
Viomundo - 5 de agosto de 2010 às 12:08
Da página A20 da Folha, em 05.08.2010
por Luiz Carlos Azenha
Nas últimas semanas, os jornalões brasileiros se esgoelaram em defesa de Álvaro Uribe — ou dos pontos-de-vista de Álvaro Uribe — e da democracia no Irã. Registre-se que o Irã tem, pelos padrões ocidentais, mais democracia que o Egito ou a Arábia Saudita.
Ora, então por que a mídia não fala em democracia no Egito, nem na Arábia Saudita?
Talvez porque isso não esteja na agenda de Washington?
Hillary Clinton assumiu o Departamento de Estado e decidiu transformar o tratamento das mulheres como cidadãs de segunda classe em ponto-chave da política externa dos Estados Unidos.
Justíssimo, como também é justíssimo lutar pela abolição de práticas medievais, bárbaras e repugnantes como o apedrejamento de mulheres. Ou o uso da cadeira elétrica… Ou a pena de morte para menores de idade. Ou a pena de morte para incapacitados mentais. Ou a pena de morte…
Justíssimo, igualmente, lutar pela não exploração da mão-de-obra feminina nas maquiladoras do México, da Guatemala, de El Salvador…
O problema da política externa dos Estados Unidos, como se vê, é sua hipocrisia.
Ela aplica dois pesos e duas medidas. Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a condenação internacional.
No que a nossa mídia, por força de sua subordinação intelectual ou financeira a Washington, aplaude.
No Irã, o sofrimento humano. No Iraque, o sofrimento… canino (cão americano, traumatizado pela experiência de guerra).
Aqui você assina a petição da Avaaz contra a prática da lapidação no Irã (eu, Azenha, já assinei).
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