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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Contraponto 5969 - "Clarice Copetti 'presa' pelo Jornal Nacional: Foi mais que um erro"


11/08/2011

Clarice Copetti 'presa' pelo Jornal Nacional: Foi mais que um erro

Do Viomundo - 10/08/11 | 21:54

‘Foi mais que erro’, diz ex-diretora da Caixa ‘presa’ pelo Jornal Nacional

Felipe Prestes, do Sul 21

Às 18h10min desta terça-feira (9), Clarice Coppetti estava chegando em casa, após passar a tarde preparando uma palestra, quando recebeu a ligação de um parente desesperado. Ficou sem entender nada quando o familiar quis saber sobre sua prisão, uma vez que se encontrava em plena liberdade. Minutos mais tarde se inteirou de tudo. Por volta das 17h, uma chamada para o Jornal Nacional, da Rede Globo, anunciara a prisão da ex-vice-presidente de TI da Caixa pela Polícia Federal, que investigava irregularidades no Ministério do Turismo. A esta altura, jornalistas já telefonavam freneticamente, querendo saber sobre seu suposto envolvimento no caso de corrupção.

“Um veículo de comunicação me colocou como ré, me julgou, fazendo o papel do Judiciário, e me prendeu, fazendo o papel do Executivo. Ou seja, assumiu as funções do Estado brasileiro sem sequer procurar se informar sobre quem eu era, se eu tinha algo a ver com o Ministério do Turismo”, desabafa Coppetti, gaúcha de Ijuí, em entrevista ao Sul21.

Após assistir uma gravação da chamada, a ex-diretora da Caixa ligou para diversas instituições do governo e para a Rede Globo, tentando saber de onde partia a informação. Conversou com editores do Jornal Nacional e, segundo conta, nem eles souberam explicar como haviam anunciado a falsa prisão. “Disseram que foi um erro gravíssimo e que não sabiam a origem. Disse a eles que não queria apenas o esclarecimento do fato no jornal, mas uma retratação”, afirma.

O pedido foi atendido. Durante o JN, a Rede Globo pediu desculpas a Coppetti. Entretanto, ninguém explicou ainda como a informação errada chegou até os editores do jornal. “Até agora não tem nenhum explicação sobre como meu nome apareceu lá”, diz Clarice, que ainda analisa uma eventual medida judicial contra a emissora.

A ex-diretora da Caixa lembra que a Rede Globo anunciou nesta semana um código de ética. “Foi muito mais do que um erro, uma coisa gravíssima para uma instituição que acaba de lançar seu código de ética e de conduta de seus profissionais. A primeira coisa que qualquer veículo de comunicação tem que fazer é contatar o outro lado. Eu fui avisada por meus familiares”, reclama Clarice. “A gravidade é um veículo que tem à sua disposição tecnologia, pessoas, não ter feito esta checagem. A sensação que eu fiquei foi que eles queriam dar essa notícia”. Ela afirma que ainda não sabe se vai tomar alguma medida judicial contra a emissora, porque ainda está analisando o que, de fato, ocorreu.

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Contraponto 4374 - "O que acontece com o JN?"

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05/01/2011

O que acontece com o JN?

Do Direto da Redação - Publicado em 05/01/2011

Leila Cordeiro*

Leio na coluna “Outro Canal”, na Folha de SP de hoje:

O "Jornal Nacional" fechou 2010 com a pior audiência de sua história,segundo pesquisa do Ibope.O noticiário do horário nobre da Globo registrou em 2000 média de 39,2 pontos. Já em 2010, a média foi de 29,8 pontos, uma queda de 24% de audiência em relação a 2000: perdendo um de cada quatro telespectadores.

Não sou dona da verdade e nem tenho a pretensão de sê-lo. Mas tenho certa experiência em TV, como repórter e jornalista, e acho que posso meter a colher nesse assunto. Depois dessa informação, surpreendente para a maioria das pessoas, a pergunta é inevitável: por que um telejornal que teoricamente deveria ter uma audiência estabilizada num patamar superior, devido à sua longa permanência no ar e à indiscutível hegemonia da emissora, estaria com seus índices em curva descendente?

O JN foi sempre uma referência no telejornalismo, não pelo seu conteúdo duvidoso e ligado a interesses que não são o da maioria da população brasileira, mas pelo fato de ser exibido pela emissora de maior audiência, uma preferência que vem desde os tempos de sua criação, nos primórdios da ditadura militar no país.

Certamente, alguma coisa mudou nos hábitos e sobretudo no amadurecimento político dos telespectadores. Hoje o antigo telespectador hipnotizado pela telinha da TV do jornalismo global, dispõe de outras fontes de informação muito mais independentes.

A Internet e a concorrência de outros canais, embora não muito superiores ao que a Globo oferece, chegaram para a ajudar o cidadão a entender de forma plural o que acontece em seu país. E nessa enxurrada de novas tendências, o JN assim como outros programas da emissora foram perdendo público.

A notícia precisa de uma análise, como nos canais a cabo da TV americana. Não de comentaristas que só dizem o que interessa ao patrão, mas de profissionais realmente competentes, bem informados e, principalmente, imparciais. Só assim a informação ganha uma abordagem verdadeira que ajuda o telespectador a entender os fatos, mesmo que ele discorde da opinião do comentarista.

Além disso, o JN ficou chato de assistir pelo seu formato careta. Os apresentadores, que lêem apenas as “cabeças” das notícias, estão caricatos e fingindo uma naturalidade que não existe. Ler uma palavra e olhar rapidamente para o parceiro ao lado fingindo que está conversando não convence. É uma falsa naturalidade, uma falsa interação. E a notícia até perde força nesses casos.

Um detalhe que pode não parecer importante, mas com o telespectador cada vez mais amadurecido e com acesso a outras mídias, inclusive internacionais, fica difícil mantê-lo eternamente amestrado.

Esse quadro de telejornalismo robótico e manietado vai perdurar no Brasil enquando não se corrigir a política de distribuição dos canais de TV, que hoje estão nas mãos de meia dúzia de empresários e políticos que transformaram a comunicação midiática no Brasil em verdadeiros feudos.


*Leila Cordeiro. Começou como repórter na TV Aratu, em Salvador. Trabalhou depois nas TVs Globo, Manchete, SBT e CBS Telenotícias Brasil como repórter e âncora. É também artista plástica e tem dois livros de poesias publicados: "Pedaços de mim" e "De mala e vida na mão", ambos pela Editora Record. É repórter free-lancer e sócia de uma produtora de vídeos institucionais, junto com Eliakim Araujo, em Pembroke Pines, na Flórida.
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Contraponto 3765 - O Jornal Nacional e o meteorito de papel

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27/10/2010
O Jornal Nacional e o meteorito de papel

Carta Maior - 26/10/2010

É um processo retroalimentado diariamente: primeiro surge na coluna de Merval Pereira, depois ganha mais substância com o comentário de Lucia Hippolito na rádio CBN e pronto: logo os engenhosos e incompletos raciocínios pautarão as falas do presidenciável José Serra ao longo do dia.

Washington Araújo"

Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa

Ânimos exaltados fazem aflorar ainda mais a partidarização da imprensa no corrente pleito de 2010. Esta é uma campanha presidencialsui generis. Tudo o que não é fato vira notícia e tudo o que tem potencial de notícia deixa de ser divulgado. Chama a atenção o vocabulário corriqueiro dos candidatos à Presidência da República: o adversário é sempre mentiroso, não importa qual seja a situação, a mentira antecede o depoimento, a desfaçatez nubla a face da verdade e o que acusa o outro de mentiroso age da mesma forma e sem a contração de qualquer músculo facial.

Na tarde da quarta-feira (20/10), no Rio de Janeiro, tivemos o próprio "Efeito Borboleta": uma simples bolinha de papel, pesando não mais que 5 ou 8 gramas, bateu na cabeça do candidato José Serra. Mas foi suficiente para produzido o festejado efeito cinematográfico: ocupou espaço nobre no Jornal Nacional, edição mais que caprichada com direito a inserção de vídeo com foto, de entrevista de médico com áudio de repórter, ampliações desmesuradas com o intuito nada ingênuo de transformar o choque de uma bolinha de papel sobre um ser humano com a gravidade e contundência de meteorito se chocando com o planeta Terra.

Fabricação de realidades

A idéia da TV Globo era usar todos os recursos de dramaturgia acessíveis. Apenas a emissora líder não contava com o baixo desempenho da protagonista... Com uma bolinha de papel não dá para escrever capítulo muito emocionante, algo que seja digno de novela das 9.

A edição pareceu resultante de vitamina de atleta olímpico e tinha de tudo mesmo: bolinha de papel tocando o lado esquerdo da calva do presidenciável, caminhada de 20 minutos, presidenciável atendendo chamada no telefone celular, presidenciável passando a mão levemente sobre o lado direito da calva, presidenciável entrando na van, depois saindo da van, voltando a caminhar, e tudo isso tendo como pano de fundo bandeiras vermelhas e azuis, gritos, gente alvoroçada.

Depois corta para entrada do presidenciável em hospital, sinais de tontura e as primeiras aspas ouvidas por testemunhas de que "estou meio grogue". Depois saindo de clínica de saúde com médico dizendo que "o candidato não sofreu qualquer arranhão... nada externo".

Foi esse enredo que atravessou os programas dos presidenciáveis. O de José Serra, carregado de dramaticidade, tendo a locução de repórter desconhecida emulando a voz de Ilze Scamparini, aquela correspondente da TV Globo para assuntos do Vaticano e também da Itália em geral. Emula o rotineiro e grave estilo de enunciar crise cardinalícia ou mesmo morte do pontífice ou então a eleição do novo sucessor no trono de Pedro. Impressiona a avidez com que emissoras de televisão se sentem tão à vontade para criar a realidade que lhes pareça melhor, mais adequada, conveniente ou ao menos plausível.

"Misterioso caso"

Na quinta-feira (21/10), temos discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva embrulhando os parágrafos acima e amarrando todo esse minitiroteiro com barbantes apertados. O aperto de quem denuncia o conteúdo do pacote como farsa, nada mais que farsa. Até o goleiro Rojas, aquele que simulou ter sido atingido por foguete em jogo no Rio de Janeiro, foi mencionado na fala presidencial. Uma vez mais o pano de fundo era desmascarar mais mentiras, mais inverdades, mais falsidade, mais realidade fabricadas.

Na edição do Jornal Nacional de quinta-feira (21/10), repetição de cenas do arquivo do dia anterior acrescidas de aula sobre bolinha de papel, rolo de fita crepe e a teoria pouco convincente – penso – de dois eventos estanques, isolados, completamente distintos. A aula foi ministrada com raro didatismo pelo ex-professor da Unicamp Ricardo Molina de Figueiredo em um veículo e em um horário em que cada segundo vale literalmente ouro em pó. Onde a eternidade é condensada aos 5, 10 ou 15 segundos de matéria levada ao ar.

A TV Globo, ao escolher o especialista Molina, deixou claro que neste jogo quer maior protagonismo. Afinal é o mesmo Molina quem vem abastecendo dezenas de matérias produzidas pelo mesmo Jornal Nacional ao longo das décadas: Seu nome se encontra de alguma forma envolvido com casos como a compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso; o acidente aéreo com os integrantes da banda Mamonas Assassinas; o pagamento de suborno no caso Waldomiro Diniz; as mortes de Celso Daniel e de Paulo César Farias; os atentados do PCC em São Paulo; e o caso da menina Eloá, em São Paulo.

Apesar da notoriedade, em suas aparições na mídia, o ex-professor Molina comumente faz declarações sobre ações da perícia criminal oficial, mesmo sem nunca ter sido perito criminal oficial. Certamente passará a lustrar mais sua fama com este "misterioso caso da bolinha de papel" na reta final da campanha presidencial de 2010.

De joelhos

Chegamos a uma encruzilhada perigosa em que a credibilidade de boa parte de nossa grande imprensa parece uma vez mais afundar: se dispomos das conclusões e se estas parecem sólidas, quase pétreas, por que não montar as variáveis do problema que possam se harmonizar de forma indolor e quase imperceptível com as conclusões? E é um processo retroalimentado diariamente: primeiro surge na coluna do jornalista Merval Pereira, depois ganha mais substância com o comentário da historiadora Lucia Hippolito na rádio CBN e pronto: logo os engenhosos e incompletos raciocínios pautarão as falas do presidenciável José Serra ao longo do dia.

Para chegar a tais conclusões basta um pouco de paciência: visitar os blogs dos citados e conferir vídeos no Youtube do presidenciável, em especial aqueles com suas aparições nos telejornais das TVs Globo, SBT, Record e Band.

O que é mais escasso no episódio é a ausência total de análises profundas por parte da grande imprensa sobre o acirramento de ânimos de parte a parte. O excesso de uso dos carimbos contendo palavras como "mentira", "inverdade", "falsidade". Revistas e jornais proclamam completa independência dos partidos postulantes à Presidência da República ao mesmo tempo em que os profissionais que assinam suas matérias, colunas e também os simulacros de reportagens não fazem outra coisa que proclamar diária e semanalmente sua profissão de fé na capacidade e experiência demonstrados por seu candidato ao Palácio do Planalto. Tal profissão de fé é sempre recorrente como recorrente tem sido a demonização do tal "outro lado" que atende também pelo nome de "campanha adversária".

Como linha auxiliar da oposição, parte considerável da grande mídia verbaliza o que pode ser apenas intuído por esta campanha. E se a "campanha adversária" decide não deixar passar em branco tão engenhosa estratégia partidária, então veremos que 10 em 10 vezes esta será atacada como atentatória à liberdade de imprensa, estará mostrando ranço autoritário, demonstrará assimetria entre a liturgia que se espera de detentor de cargo público e a função de militante político. E partem para a desqualificação mesmo...

Ao momento, a profundidade (da análise) a que me refiro é tal que uma formiga de joelhos poderia atravessar sem o menor risco de afogamento.

*Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil,Argentina, Espanha, México.
Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org
Email - wlaraujo9@gmail.com

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Contraponto 3021 - "Lembranças do JN"

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13/07/2010
Lembranças do JN

Carta Maior - 13/08/2010

Contei em artigo publicado na revista Carta Capital e depois reproduzido no livro “A TV sob controle” o que vi e ouvi naquela manhã no Jardim Botânico, no Rio. Mostrei como se decide o que o povo brasileiro vai ver à noite, no intervalo entre duas novelas.

Laurindo Lalo Leal Filho*

O destaque dado pela mídia ao Jornal Nacional na última semana, em razão das entrevistas realizadas com os candidatos à presidência da República, trouxe a minha memória o episódio de cinco atrás quando acompanhei com colegas da USP uma reunião de pauta daquele programa.

Contei em artigo publicado na revista Carta Capital e depois reproduzido no livro “A TV sob controle” o que vi e ouvi naquela manhã no Jardim Botânico, no Rio. Mostrei como se decide o que o povo brasileiro vai ver à noite, no intervalo entre duas novelas. Ficou clara, para tanto, a existência de três filtros: o primeiro exercido pelo próprio editor-chefe a partir de suas idiossincrasias e visões de mundo cujos limites se situam entre a Barra da Tijuca e Miami, por via aérea.

O segundo e o terceiro filtros ficam mais acima e são controlados pelos diretores de jornalismo e pelos donos da empresa, nessa ordem. Não que o editor-chefe não tenha incorporado as determinações superiores mas há casos que vão além de sua percepção e necessitam análise político-econômica mais refinada.

As entrevistas com os presidenciáveis passaram, com certeza, pelos três filtros e os resultados o público viu no ar. O candidato do PSOL tendo que refazer uma fala cortada pela emissora e a candidata do PT deixando de ser entrevistada para ser inquirida. Para os outros dois candidatos da oposição a pegada foi mais leve, de acordo com a linha editorial da empresa.

Nada diferente do que vi em 2005 quando uma notícia oferecida pela sucursal de Nova York foi sumariamente descartada pelo editor-chefe do telejornal. Ela dava conta de uma oferta de óleo para calefação feita pelo presidente da Venezuela à população pobre do estado de Massachussets, nos Estados Unidos, a preços 40% mais baixos do que os praticados naquele pais. Uma notícia de impacto social e político sonegada do público brasileiro.

Ou da empolgação do editor-chefe em colocar no ar a notícia de que um juiz em Contagem (MG) estava determinando a soltura de presos por falta de condições carcerárias. Chegou a dizer, na reunião de pauta, que o juiz era um louco e depois abriu o jornal com essa notícia sem tentar ouvir as razões do magistrado e, muito menos, tocar na situação dos presídios no Brasil. O objetivo era disseminar o medo e conquistar preciosos pontos de audiência.

Diante dessas lembranças revirei meu baú com mensagens recebidas na época. Foram dezenas apoiando e cumprimentando pelas revelações feitas no artigo.

Reproduzo trechos de uma delas enviada por jornalista da própria Globo:

“Discordo da revista Carta Capital num ponto: o texto ‘De Bonner para Homer’ não é uma crônica. É uma reportagem, um relato muito preciso do que ocorre diariamente na redação do telejornal de maior audiência do País.

As suas conclusões são, porém, mais esclarecedoras do que uma observação-participante. Que fique claro: trabalho há muito tempo na Globo, não sou, portanto, isento.

Poderia apresentar duas hipóteses relacionadas à economia interna da empresa para a escolha do editor-chefe do JN:

1) a crise provocada pelo endividamento levou a direção da rede a tomar medidas para cortar de despesas. Em vez de dois altos salários - o de apresentador e o de editor-chefe - para profissionais diferentes, entregou a
chefia ao Bonner. Economizou um salário.

2) como é profissionalmente fraco, não tem experiência de campo, nunca se destacou por nenhuma reportagem, o citado apresentador tem o perfil adequado para o papel de boneco de ventríloquo da direção do Jornalismo.

A resposta para a nossa questão deve estar bem próxima dessas duas hipóteses. De todo modo, os efeitos são devastadores: equipe dividida, enfraquecida e só os mais inexperientes conseguem conviver com o chefe tirano e exibicionista.

‘Infelizmente, é um retrato fiel’, exclamou uma repórter experimentada diante do seu texto.

Eu me sinto constrangido e, creia-me, não sou o único por aqui”.

É a esse tipo de organização que os candidatos à presidência da República devem se submeter se quiserem falar com maior número possível de eleitores. Constrangimento imposto pela concentração absurda dos meios de comunicação existente no Brasil, interferindo de forma perversa no jogo democrático.

*Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Contraponto 3005 - "Kotscho: Jornal Nacional usa Marina contra o governo Lula e o PT"

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12/08/2010


Kotscho: Jornal Nacional usa Marina contra o governo Lula e o PT

Vermelho - 11 de Agosto de 2010 - 16h01

A entrevista desta terça-feira na bancada do Jornal Nacional era com a candidata do Partido Verde, a senadora Marina Silva. Mas o casal William Bonner e Fátima Bernardes não estava interessado em lhe perguntar sobre o seu partido, o programa de governo, as propostas que defende para o país.

Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho

A seis semanas das eleições de 2010, os apresentadores do JN estavam mais preocupados em indagar Marina sobre um episódio de 2005, que ficou conhecido como escândalo do mensalão. Marina não teve nenhum envolvimento com o episódio, nunca havia se manifestado sobre o assunto, nem mesmo quando deixou o PT, no ano passado, para se tornar candidata a presidente pelo PV.

Quer dizer, levantaram um tema que envolve um partido e um governo que não estavam presentes na entrevista para se defender. É, no mínimo, covardia. Queriam que Marina fizesse os ataques ao PT por eles para não dar muita bandeira.

O mais curioso é que, na noite anterior, quando fizeram de tudo para não deixar a candidata do PT falar, impedindo a ex-ministra Dilma Rousseff de expor suas ideias e concluir as frases, não lhe fizeram nenhuma pergunta sobre o mensalão. Nesta mesma linha, não será nenhuma surpresa se esta noite perguntarem ao candidato do PSDB, José Serra, o que ele acha dos erros do governo Lula e o que ele faria de diferente no governo.

Seria mais lógico que fizessem a pergunta sobre o mensalão a Serra, que nos últimos dias assumiu o papel de ombudsman do governo, já que nesta eleição ele é apoiado pelo PTB do ex-deputado Roberto Jefferson, um dos pivôs do escândalo.

Entrevista ou interrogatório?

Pior do que o conteúdo das perguntas, o que me impressiona nestas entrevistas do JN é a postura de Bonner, que mais parece estar interrogando um suspeito na delegacia do que um jornalista preocupado em arrancar dos candidatos informações que possam ser úteis para os eleitores interessados em saber o que eles pensam e pretendem fazer com o país caso sejam vitoriosos.

À medida que se aproximam as eleições e as últimas pesquisas, com a exceção do Datafolha, mostram o favoritismo da candidata Dilma, alguns jornalistas da grande imprensa parecem estar perdendo o recato.

Chega a ser comovente o empenho de certos colunistas e blogueiros ao dizer o que o candidato José Serra e as oposições em geral devem fazer para reverter o quadro, atacando o governo, o presidente Lula e a sua candidata. No desespero, vale até abrir mais espaço para os candidatos nanicos na tentativa de levar a eleição para o segundo turno.

Por mais que todos façam declarações de fé no apartidarismo, neutralidade e na independência dos veículos, o noticiário é cada vez mais editorializado e nem as seções de cartas dos leitores escondem a preferência de cada qual. Tudo bem que escolham um candidato e rejeitem outro, mas seria mais honesto deixar isso claro, informando aos seus leitores/eleitores as razões desta escolha.

Caso contrário, fica esta hipocrisia, que se repete a cada eleição, como se os ouvintes, telespectadores e leitores fossem todos bobos e ainda corressem atrás dos chamados formadores de opinião na grande mídia para definir seu voto.
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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Contraponto 2989 - "Dilma deu um olé em Bonner, um entrevistador de temperamento rude."

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10/08/2010


Dilma deu um olé em Bonner, um entrevistador de temperamento rude.

Amigos do Presidente
- Zé Augusto - segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dilma esteve no Jornal Nacional hoje, e concedeu entrevista de 12 minutos.

Ela se saiu muito bem. Estava leve, apesar de perguntas provocativas, e com provocação barata. Dilma mostrou firmeza, não deixou perguntas em respostas, como sempre, e foi rápida no gatilho. Com respostas certeiras, esvaziou todas as tentativas de embaraçá-la.

De saldo positivo: encaixou bem a mensagem de ser a candidata do presidente Lula.

Quem foi mal foram os entrevistadores. As perguntas foram muito fracas, muito mal escolhidas. Não corresponde ao interesse dos telespectadores. Não serviu nem para polêmica.

Bonner nunca foi bom para entrevistas, mas ele, ao discutir sobre uma suposta fama de Dilma ter um temperamento rude em reuniões de trabalho, encontrou pela frente Dilma tranquila e segura. Quem foi rude na entrevista foi ele, mas saiu frustrado ao tentar maltratá-la.

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PITACO DO ContrapontoPIG.



Afobadinho e tolo este Bonner. Pensou que estava falando com componentes do rebanho globovino que aceitam tudo o que ele diz.
Recebeu de Dilma as respostas claras e objetivas às perguntas tolas, rudes e elementares do apresentador.
Dilma deu o recado que queria, com tranquilidade e clareza: o PT amadureceu, sim e Dilma ficou consolidada como continuadora do governo vitorioso de Lula.

Vejamos com se comportará o casal de pastores do rebanho globovino na entrevista prevista com Serra.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Contraponto 2942 - "A massa cheirosa, de perto; o povo de longe"

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05/08/2010

A massa cheirosa, de perto; o povo de longe



Tijolaço - quarta-feira, 4 agosto, 2010 às 17:33

Brizola Neto

Antes da TV Globo constrangê-lo e obrigá-lo a cumprimentar as pessoas para registrar imagens favoráveis a serem exibidas pelo Jornal Nacional, Serra estava à vontade só com a massa cheirosa, quase toda de blazer e camisa social, trajes absolutamente “condizentes” para circular em Heliópolis, a maior favela de São Paulo, símbolo da (des)administração tucana.

Em volta de Serra não se vê um morador da favela. Apenas correligionários e um batalhão de fotógrafos dos meios de comunicação que tentam salvar sua candidatura. No comando de uma câmera de vídeo, Serra apresenta sua turma. Primeiro, o candidato ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, derrotado por Lula na eleição de 2006 e que também contou com uma enorme ajuda da mídia para chegar ao segundo turno, onde conseguiu a proeza de ter menos votos do que no primeiro. Alckmin aparece com um sorriso sem graça e a típica expressão de picolé de chuchu.

Depois vem Roberto Freire, do PPS. Esse aparece de sorriso franco, de quem trafegou da esquerda para a direita sem o menor pudor. Até Serra comenta a elegância de seus trajes, sugerindo algo mais informal. Ao lado do ex-comunista, está sua assessora de imprensa, a única não política presente que a câmera de Serra faz questão de registrar, elogiando sua beleza. Cuidado Serra para não contrariar sua orientações a seu vice de que amante “tem quer ser uma coisa discreta”.

Em seguida Serra focaliza a vereadora do Rio de Janeiro, Lucinha, candidata a deputada estadual. Lucinha atua na zona oeste do Rio e em maio desse ano o TRE fechou dois de seus cinco centros sociais. Depois, Serra apresenta Fernando Gabeira, que na eleição para prefeito, há dois anos, chamou Lucinha de “analfabeta política” e a acusou de ter “visão suburbana” sobre a instalação de um lixão em um bairro da zona oeste do Rio. Gabeira também parece pouco à vontade com a apresentação e procura sair logo do foco da câmera .

Enfim, um vídeo que revela que a campanha de Serra não vai além de sua turma, a não ser que alguém lhe peça para cumprimentar os pobres.

Abaixo, você vai ver as cenas exibidas pela TV Globo. As únicas cenas de contato com as pessoas foram as que a propria emissora pediu para serra gravas. mas é possível ver que ele anda sozinho, que ninguém vem falar com ele, que ele em nada lembra um candidato que teria, segundo as pesquisas, a metade dos votos do eleitorado paulista.


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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Contraponto 2931 - "Nas Retinas: JN “tira o pé” de Lula"

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04/08/2010

Nas Retinas: JN “tira o pé” de Lula

Viomundo -3 de agosto de 2010 às 18:06

por Luiz Carlos Azenha

Em 2006, segundo o então editor de Economia do Jornal Nacional na praça econômica mais importante do país, São Paulo, vieram ordens do Rio de Janeiro para que se “tirasse o pé” das reportagens sobre aspectos positivos da economia.

Agora, se estiverem corretos os dados do Emerson Luis, o JN resolveu “tirar o pé” de toda a cobertura presidencial:

Em ano eleitoral, Jornal Nacional retira Lula do noticiário
03/08/2010

É evidente o esforço do Jornal Nacional para evitar que a candidata Dilma Roussef seja reconhecida pelo público como a candidata do presidente Lula. A medida que Lula aparece ao lado de Dilma, sua popularidade se cola a candidata. Um presidente com mais de 80% de aprovação popular pode sim impulsionar seu sucessor, apesar da mídia brasileira não querer e agora cobrar do presidente imparcialidade nas eleições. Para atacar o presidente, espalhando preconceitos, a mídia não o trata como o titular do mais alto cargo público do país. Basta lembrar o bando de cachorros loucos que o entrevistou no Roda Viva em 2005, durante a mais grave crise de seu governo.

Recebi de profissionais de mídia, especializados em clipping e acompanhamento de telejornais, tabelas comparativas que mostram como o Jornal Nacional está limando Lula do notíciário em 2010 enquanto em outros jornais, a média de aparições do presidente muda pouco. Isso não é falta de pauta relevante, pois os outros jornais continuam com cobertura frequente dos atos da Presidência.

Em junho de 2010 Lula teve 4 citações no JN Nacional contra 9 em 2009. Em julho foram 3 em 2010 contra 13 em 2009. Aqui você pode baixar a Planilhas de visibilidade do PR nos telejornais. E aqui baixe a tabela padrão de discordância do JN. Veja explicação mais detalhada dos dois arquivos:

De janeiro a julho de 2009, o presidente Lula apareceu falando no JN 57 vezes. No mesmo período deste ano, foram 44. Uma redução acima de 20%. No entanto, se descontarmos as sonoras relacionadas ao Irã, que foram 12 no período, aqueda seria de 44%, perto da metade.

Para completar a leitura, vá aos Nas Retinas.


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PITACO DO ContrapontoPIG.


Estas carinhas bonitas vem há anos desinformando, mentindo, e enganando parte do povo brasileiro que constitui o rebanho globovino nacional. Um absurdo.

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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Contraponto 2502 - JN procura melhores momentos de Serra e não acha

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14/06/2010


JN procura melhores momentos de Serra e não acha

Amigos do Presidente - por Zé Augusto - segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Jornal Nacional fez propaganda eleitoral para José Serra (PSDB/SP) em sua edição por 5 minutos.

A matéria jornalística deveria ser para cobrir a convenção partidária, mas a TV Globo incluiu por conta própria (ou "talvez" por conta de prosas com o marqueteiro de Serra) uma mini-biografia do demo-tucano com cenas antigas de arquivo. Por isso deixou de ser apenas uma cobertura noticiosa, para se tornar uma peça publicitária eleitoral, viu Dra. Sandra Cureau?

Na parte em que levou ao ar o discurso de Serra, o JN teve dificuldade em encontrar os "melhores momentos". Acabou levando ao ar uma crítica à exitosa política externa do governo Lula, amplamente aprovada pela maioria dos brasileiros. Foi uma crítica na linha da revista Veja e da própria Globo. Falou para os eleitores fanáticos anti-Lula que já votam em Serra. Perdeu a oportunidade de mostrar algum discurso que tocasse mais à maioria dos brasileiros.
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terça-feira, 18 de maio de 2010

Contraponto 2241 - JN de as sanções ao Irã

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18/05/2010

JN e as sanções ao Irã


O casal apresentador do JN - com cara de orgasmo na tela - noticiou hoje para o
rebanho globovino, novas sanções contra o Irã
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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Contraponto 2153 - JN e o rebanho globovino

Adicionar imagem.07/05/2010

Jornal Nacional e seu rebanho


Manipulando notícias, mentindo e engabelando o rebanho globovino nacional
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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Contraponto 1905 - "Jornal Nacional e Kátia Abreu são reincidentes"

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14/04/2010

Jornal Nacional e Kátia Abreu são reincidentes

O Conversa Afiada recebeu este e-mail de Igor Felippe Santos, da Assessoria de Comunicação do MST:

Caros amigos,

Recorremos nesse momento a vocês, porque vocês sabem como acontecem as coisas na Globo.
Vejam como usar nas páginas de vocês da melhor forma possível.
Em torno das 18h30, ligou uma produtora da TV Globo para o nosso escritório de Brasília, dizendo que a Kátia Abreu, da CNA, tinha entregado ao Ministério da Justiça um DVD com vídeos e fotos de suposta tortura praticada por militantes do MST.
De cara, a nossa assessora em Brasília pediu as tais imagens. Como comentar imagens sem vê-las? De início, eles se negaram.
Eu liguei para a tal produtora e pedi para que me explicasse se era isso mesmo: o Jornal Nacional ia colocar no ar um vídeo de supostas imagens contra o MST que não tinham nenhuma credibilidade se não uma entidade de classe, a CNA? Tem algum sentido o MST dizer que é o vídeo é falso, depois de 10 segundos das imagens de tortura?
Depois de insistir, resolveram nos mandar o vídeo.
Logo depois, ligou uma repórter – a produtora que estava em contato saiu de circulação. A repórter queria uma posição do MST. Respondemos que a posição do MST era a seguinte: passar imagens sem ter a confirmação da autenticidade era uma irresponsabilidade?
Aí a repórter disse que não iam mais passar as imagens. Que de fato não tinham a confirmação da autenticidade. Depois de um pouco de conversa, ela disse o seguinte: que eu poderia ficar tranqüilo, que as imagens estavam com baixa qualidade (ou seja, foi falta de comprovação de autenticidade ou qualidade?).
Vamos ao vídeo. Vejam em http://www.cna.org.br/email/CNA/MST.zip
Na primeira parte, as denúncias são contra o MLST (podem reparar que dizem MLST). Logo depois, um homem dá um depoimento em frente a uma bandeira que não é do MST (podem reparar com atenção).
Depois, proprietários dão depoimentos sobre destruição. Sem nenhuma prova de que é o MST. Sem nenhum elemento. Apenas a palavra do depoente.
Em seguida, atacam o Incra. Aparece apenas a palavra do proprietário. Não há provas.
Depois, imagem de um caminhão carregando toras de madeira. E nada que prove que é o MST.
Em seguida, a fala do Joao Pedro sobre os inimigos do MST – e qual o problema?
Na parte posterior, pichações. E só.
Aí está toda a história. Denunciem no blog de vocês e, como o Paulo Henrique nos ensinou, com dinamismo
Espero que vocês nos ajudem na luta contra o Jornal Nacional da Globo e pela Reforma Agrária.
Saudações,
Igor
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Igor Felippe Santos
Assessoria de Comunicação do MST
Secretaria Nacional – SP

Em tempo: Ah, e para completar, para não deixar dúvidas: o MST defende e respeita os direitos humanos, não tem entre seus procedimentos tortura e qualquer prática contra a pessoa humana e, nesses 25 anos, quem foram torturados e morreram nesse país foram os trabalhadores rurais sem terra (mais de 1500 de 1984 pra cá). Igor


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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Contraponto 1858 - "Algo de podre no Jornal Nacional"

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08/04/2010

"Algo de podre no Jornal Nacional"

JN algo de podre

Amigos do Presidente - por Zé Augusto - quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Jornal Nacional da TV Globo, ressuscitou seus urubus e carcarás para explorar politicamente tragédias com mortes, exatamente como fez quando houve o acidente com o avião da TAM.

Em vez de trazer informações valiosas para o cidadão do Rio de Janeiro, neste momento de angústia, pinça um relatório do TCU, dizendo que, entre 2004 e 2009, o Ministério da Integração Nacional aplicou R$ 358 milhões em prevenção de desastres naturais, sendo que a Bahia ficou com a maior parte, 37%. São Paulo recebeu menos de 9% e o Rio de Janeiro, 0,65%.

Esses números seriam de revoltar qualquer fluminense e carioca, se expressasse o total da verdade. Mas eu me lembro muito bem que o presidente Lula assinou diversas Medidas Provisórias, liberando verbas emergenciais de valor muito superior a estes R$ 358 milhões, devido a desastres, para:
- o Estado de Santa Catarina quando sofreu com as chuvas de 2008;
- para os Estados do Piauí, Maranhão e Ceará, no ano passado;
- para o próprio Rio de Janeiro, em janeiro deste ano, quando diversas cidades da Baixada Fluminense e Angra dos Reis sofreram com as chuvas;
- para cidades de São Paulo também, devido ao estado de calamidade no período do alagão.

Obviamente que muita verba usada para reconstrução, funciona também como verba de prevenção, uma vez que, em geral, não se reconstrói erros do passado. Ninguém vai reconstruir moradias em áreas de risco que desabou.

Além disso, obras do PAC de reurbanização de favelas, como as feitas no Complexo do Alemão, no Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, na Rocinha, Dona Marta e em Manguinhos, tirou muita gente da situação de risco, seja em encostas, seja em beira de rios e córregos. Junte-se a isto o programa "Minha Casa, Minha Vida" que também está oferecendo residência a quem vivia precariamente, em áreas de risco.

Enfim, isso dá para lembrar de cabeça, sem fazer levantamentos apurados nos sistemas e no orçamento da União.

Por que o telespectador brasileiro não tem o direito de saber a verdade como ela é, sem essa manipulação de números pinçados?
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terça-feira, 16 de março de 2010

Contraponto 1639 - "JN não repercutiu o doleiro da Veja, porque atinge Serra"


16/03/ 2010


"JN não repercutiu o doleiro da Veja, porque atinge Serra"

Rebanho Globovino

Amigos do Presidente - por Zé Augusto - terça-feira, 16 de março de 2010

Nesta semana a TV Globo não levou ao ar no Jornal Nacional de sábado nenhuma menção a "reportagem" de capa da revista Veja, atacando o PT. Também não levou ao ar na edição de segunda-feira.

Não pensem que a Globo tenha simplesmente resolvido fazer jornalismo a sério, deixando de repercutir o que a Veja publica.

O motivo foi que a a própria Globo sentiu "cheiro de queimado", e percebeu a revista ser aloprada ao atirar no PT e acertar em cheio José Serra (PSDB/SP) pelo menos em quatro pontos:

- o doleiro da Veja era um dos envolvidos e presos na Operação Satiagraha, junto com Daniel Dantas e Naji Nahas, conforme demonstramos aqui no blog, já na manhã de sábado.

- traz de volta ao noticiário a conexão do doleiro, com o escândalo, na Satiagrana. das informações privilegiadas passadas por José Serra para Naji Nahas, que daria lucro de R$ 80 milhões com ações da CESP, conforme noticiamos aqui no blog, também no sábado à tarde.

- o doleiro também aparece na investigação do MENSALÃO do DEM, partido aliado de Serra, e que estava a ponto de indicar José Roberto Arrudas (ex-DEMos/DF) para ser vice de Serra, conforme noticiamos aqui na segunda-feira.

- além disso, o doleiro descreveu, na CPI dos Correios, operações feitas que deram um rombo de R$ 32 milhões no Banco do Brasil, e cujo dinheiro foi parar na corretora Link, pertencente aos filhos do banqueiro tucano Luiz Carlos Mendonça de Barros (homem do círculo seleto de confiança de Serra), conforme noticiamos aqui, também na segunda-feita.

A Globo não perderia a chance de levar ao ar mais essa "reporcagem" da revista contra o Partido dos Trabalhadores, mesmo sabendo estar repleta de mentiras e ilações, se não fosse o alopramento de atingir em cheio diversos escândalos em volta de José Serra.
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domingo, 27 de setembro de 2009

Contraponto 356 - "Homenagem" deste Blog aos 40 anos do JN (1)



27/09/2009




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PITACO DE ContrapontoPIG

Vale a pena rever este momento magnífico do JN

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Contraponto 354 - JN: 40 anos de hegemonia e poder


27/09/2009

Hegemonia e poder

Flora Neves* especial para O POVO - 26 Set 2009 - 16h06min

O Jornal Nacional comemorou 40 anos no início do mês com direito a festa, lançamento de livro, reestruturação estética no estúdio, roupa nova e um maior afinamento dos apresentadores com a família brasileira. Os apresentadores Willian Bonner e Fátima Bernardes tentaram fazer do estúdio do programa a sala de estar do casal e do telejornal um ``momento de encontro`` da família brasileira, aliás estratégia vitoriosa de aproximar e legitimar a audiência e a credibilidade do programa. No entanto, quem estuda e analisa a trajetória do telejornal mais antigo do Brasil sabe que nem o formato, linguagem e muito menos a concepção de detentor do poder mudaram desde a estreia em 1969.


O debate entre Lula (foto) e Collor, em 1989,
teve sua matéria manipulada


O telejornal continua sendo o único meio de informação para milhões de brasileiros e um dos mais influentes veículos de massa, pelo menos politicamente. Para medir a penetração e importância política do noticiário não só para o telespectador comum, basta repetir a frase do então presidente do PFL, Jorge Bournhause, durante uma conversa por ocasião da inauguração do comitê central da campanha de Alckmin à presidência em julho de 2006. ``É preciso mobilizar para entrar no Jornal Nacional. O Álvaro (Dias, senador do PSDB-PR) tem razão: nosso objetivo se chama Jornal Nacional. Quem ganhar no Jornal Nacional ganha a eleição``.

Controle
A hegemonia do Jornal Nacional foi conquistada graças as decisões políticas da época que garantiram financiamento ao grupo Marinho e a implantação do sistema de microondas para a transmissão em rede nacional. A vocação política governamental do noticiário, pelo menos nas primeiras décadas, era clara tanto que a primeira notícia dada pelo telejornal foi o anúncio dos nomes que compunham a junta militar que comandava o país em consequência da doença de Costa e Silva e o primeiro VT foi uma entrevista do então ministro da Fazenda, Delfim Neto.

No período ditatorial, o telejornal representava a voz oficial do Governo em todo o território nacional e, além de ignorar acontecimentos importantes, nunca dava notícia sobre tortura, prisão de estudantes, operários ou de jornalistas. Pelo contrário, divulgava fotos e nomes de pessoas procuradas para que se facilitasse a prisão. O telejornal só era pautado com notícias internacionais e do ``milagre econômico``. Quem não se lembra da afirmação do presidente Médici, em 1973: ``Sinto-me feliz, todas as noites, quando ligo a televisão para assistir ao jornal (JN). Enquanto as notícias dão conta de greves, agitações, atentados e conflitos em várias partes do mundo, o Brasil marcha em paz, rumo ao desenvolvimento. É como se eu tomasse um tranquilizante, após um dia de trabalho``.

No período político caracterizado como pós-abertura não foi diferente, e o noticiário figurou com um comportamento unilateral em momentos considerados fortes do período. A cobertura na campanha pelas eleições diretas, em 1984, campanhas eleitorais de 1982 para o governo do estado do Rio de Janeiro e de 1989 para presidente foram alguns dos momentos em que o papel tendencioso do Jornal Nacional foi mais evidente.

Tendencioso
Em 1982, na eleição para governador, a Globo previa uma apuração em ritmo de espetáculo, mas a cobertura do Jornal Nacional se transformou em caso polêmico que quase mudou os rumos da eleição do Rio de Janeiro. O esquema montado em 1982 consistia em iniciar a apuração de votos pelo interior do estado, onde o candidato Leonel Brizola perdia. A Proconsult - empresa responsável pelo sistema de apuração eletrônica para o Tribunal Regional Eleitoral, também contratada da Globo e cujo programador era um ex-oficial do Exército - podia tirar votos de Brizola e dar para Moreira Franco, candidato do PDS. O Jornal Nacional divulgaria só números oficiais e daria falsos resultados. Como era uma empresa de credibilidade, dava a sustentar que era a verdade. Mas um serviço de apuração próprio do Jornal do Brasil e do PDT, liderado por César Maia, mostravam números contrários e o diretor de pesquisa da Rede Globo denunciou a fraude.

Na cobertura do movimento pelas eleições diretas no país, entre 1983 e 1984, o telejornal foi totalmente omisso e só divulgou a campanha depois que o próprio Roberto Marinho participou da decisão pelo nome de Tancredo Neves como candidato em uma eventual eleição direta. Muita gente se recorda do comício de São Paulo que reuniu entre 250 a 300 mil pessoas na Praça da Sé no dia 25 de janeiro de 1984. Todos os órgãos da grande imprensa cobriram o ato público e foi a grande notícia do dia e da semana, porém, o Jornal Nacional fez diferente, noticiou como se fosse uma festa comemorativa dando ênfase a presença de artistas reduzindo a relevância da informação. O texto lido, na ocasião, pelo apresentador Marcos Hummel dizia: ``festa em São Paulo, a cidade comemora seus 430 anos em mais de 500 solenidades. A maior foi um comício na praça da Sé``.

Em 1989, a campanha do futuro presidente Fernando Collor foi favorecida pela construção de um cenário dia a dia pelo Jornal Nacional: era o ``caçador de marajás``, mas o que pode ter decidido mesmo a eleição de 1989 foi a edição enviesada do dia 16 de dezembro, véspera do segundo turno da eleição. A manipulação ocorreu no tempo e na escolha das falas de cada candidato. A reportagem sobre o debate, segundo o editor de política da época, Vianey Pinheiro, deveria ser a mesma do Jornal Hoje, onde a matéria mostrava Collor com 22 segundos a mais que Lula. A decisão de aumentar a vantagem de Collor foi do próprio Roberto Marinho que ordenou nova edição. Naquela noite o telejornal exibiu Collor com mais falas e com um minuto e 12 segundos a mais que Lula. A edição mostrava ainda os piores momentos de Lula e os melhores do candidato do PRN, inclusive gaguejando e trocando palavras.

Um estudo sobre a tendência do Jornal Nacional das eleições presidenciais (Telejornalismo e Poder Nas Eleições Presidenciais, Summus, 2008) demonstra que, na história política recente, o telejornal tenta se distanciar da imagem de detentor do poder, porém dados coletados na pesquisa das eleições de 2002 e 2006 indicam que a Rede Globo, por meio do Jornal Nacional, ainda mantém a mesma tendência unilateral em suas coberturas, sobretudo eleitorais, como fez em outros momentos políticos, desde o início de sua trajetória. Tal comportamento ainda privilegia e prejudica pessoas e candidatos.

*Flávia Neves é jornalista, doutora em Comunicação pela USP, docente adjunta da Universidade Estadual de Londrina e autora do livro Telejornalismo e poder na Eleições Presidenciais.

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PITACO DO ContrapontoPIG

Nos 40 anos de existência o JN:

- foi a voz oficial dos governos da ditadura;
- fez parte da tentativa de fraude contra Brizola no escândalo da "Proconsult" ;
- falseou a cobertura do movimento das "Diretas Já!";
- manipulou vergonhosamente a edição de debate entre Lula e Collor em 1989 e
- tem ao longo destes 40 anos - através da manipulação de notícias - fomentado e
alimentado um "rebanho globovino" de milhões de telespectadores.

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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Contraponto 190 - JN 40 anos


40 anos eng
anando o Brasil


PLIM, PLIM

.................................................por Célvio Brasil Girão*

Mente, oculta, escamoteia,
Desdiz, modifica, altera,
Inventa, despista, desnorteia,
Ilude, esconde, exagera.

Aumenta, difama, induz,
Disfarça, dissimula, deforma,
Inverte, engana, diminui,
ludibria, manipula, desinforma.

Bom dia Brasil, Globo News,
Os jornais da Rede Globo,
Nacional, Jornal das Dez,
Fazendo o Brasil de bobo...


*Célvio Brasil Girão é editor deste Blog
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Contraponto 82 - Jornais da Globo

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PLIM, PLIM

Mente, oculta, escamoteia,
Desdiz, modifica, altera,
Inventa, despista, desnorteia,
Ilude, esconde, exagera.

Aumenta, difama, induz,
Disfarça, dissimula, deforma,
Inverte, engana, diminui,
ludibria, manipula, desinforma.

Bom dia Brasil, Globo News,
Os jornais da Rede Globo,
Nacional, Jornal das Dez,
Fazendo o Brasil de bobo...


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