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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Contraponto 5725 - "Marina Silva e a decepção verde"

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08/07/2011
Marina Silva e a decepção verde

Do Blog do Miro - quinta-feira, 7 de julho de 2011


Por Altamiro Borges


Após uma encarniçada guerra de bastidores, Marina Silva deve anunciar hoje (7) a sua saída do Partido Verde (PV). A convivência durou pouco e serviu apenas a projetos eleitorais. A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente precisava da legenda para disputar a Presidência da República em outubro passado – o que lhe rendeu 19,6 milhões de votos. Já o PV, um saco de gatos que reúne de ambientalistas sérios a notórios oportunistas, precisava de Marina para se projetar no cenário político.


Passadas as eleições, o grupo da ex-ministra ainda tentou utilizar seu cacife eleitoral para conquistar a direção do partido, mas foi derrotado pelos setores que sempre comandaram com mão de ferro a legenda. Numa manobra burocrática, o atual presidente do PV, o deputado José Luiz Penna (SP), conseguiu prorrogar o próprio mandato, frustrando os planos dos novos filiados verdes. Marina deve sair da legenda quase que sozinha – somente um deputado federal, dos 15 eleitos em 2010, deve acompanhá-la.

Futuro indefinido dos “marineiros”

Nem mesmo Fernando Gabeira, um verde com bico de tucano, parece disposto a acompanhá-la. Fundador do PV em 1985, o ex-deputado ainda tenta convencer Marina a ficar na legenda. “A sua saída não é boa nem para ela, nem para o partido... Vou fazer todo o possível para que consigamos soluções que evitem o desgaste de uma saída dessas para que a luta ecológica não fique prejudicada... Quero construir pontes, e não fortalecer cisões”, afirmou hoje em entrevista ao portal UOL.

Para o grupo “marineiro”, porém, a saída é inevitável; já o futuro é bem indefinido. Numa palestra em Berlim nesta semana, Marina insinuou que pretende lançar “um novo movimento político-social para pensar novas alternativas políticas”. A fundação imediata de um novo partido não é consenso. A idéia é reunir forças para lançá-lo apenas no final de 2013, no prazo legal para a disputa presidencial do ano seguinte. Tanto que Marina já liberou seus seguidores para se filiarem a outras legendas.

"Certo oportunismo eventual"

Em reunião com os integrantes do Movimento Marina Silva, no final de junho, a ex-ministra autorizou os seus aliados a se abrigarem em outras siglas para disputar as eleições municipais de 2012. Ela prometeu respeitar os acordos que forem fechados em cada Estado. “A orientação é que cada pré-candidato busque abrigo no partido que lhe assegurar espaço na eleição", explica Maurício Brusadin, ex-presidente do PV em São Paulo.

A preocupação é unicamente eleitoral, sem maior consistência política e ideológica. Em São Paulo, por exemplo, os marineiros receberam convite para ingressar no PPS, que faz oposição ao governo federal. Já em Pernambuco, o grupo é ligado ao PSB, que integra a coalizão de Dilma Rousseff. A tendência é de dispersão dos apoiadores de Marina Silva.

Para Jairo Nicolau, professor de ciência política da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a situação do grupo não é nada fácil. “Marina acabou ficando numa sinuca de bico. Como liderança civil, ela deveria fortalecer sua atuação na sociedade em torno do debate dos grandes temas e só então, depois das eleições do ano que vem - pois não haveria tempo hábil para criar uma sigla agora -, pensar em partido próprio. Sua contribuição é muito maior como liderança civil, descolada de certo oportunismo eventual”.
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Contraponto 3799 - Marina e crimes ecológicos

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01/11/2010


De e-mail de Paulo Maciel Brandão

Marina denuncia dois crimes ecológicos de Dilma:
devestação de Serra e extinção de Tucanos.


O Brasil agradece!
Abraços.
PB
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Contraponto 3541 - "Juca Ferreira: Marina e o Brasil"


Segue artigo publicado na Folha de S. Paulo de hoje do ministro da Cultura Juca Ferreira. Merece ser lido e repassado aos eleitores da candidata do Partido Verde. É interessante também para que se pense qual a decisão mais acertada do ponto de vista eleitoral neste momennto, levando em conta a luta estratégica dos que defendem a causa ambiental.


Os 20 milhões de votos conquistados pela senadora Marina deram à sua candidatura uma aura de vitória, apesar de ela ter ficado fora do segundo turno.


Marina se apresentou como uma terceira via numa disputa eleitoral polarizada entre duas candidaturas, e, se não conseguiu evitar o plebiscito, como queria, os votos na candidata verde empurraram a decisão para o segundo turno.
A soma desses votos foi maior do que a diferença entre os dois candidatos que continuarão na disputa.


Para além da aritmética e da existência de outras motivações mais circunstanciais para o voto em Marina, o resultado trouxe para o primeiro plano a questão ambiental.


As mudanças necessárias em nosso projeto de desenvolvimento não serão fáceis. A velocidade da incorporação de padrões ambientais ainda é muito mais lenta do que a velocidade da destruição. A sociedade brasileira, historicamente, todos sabem, é ambiental e socialmente predatória.


Desde quando éramos colônia portuguesa até os dias atuais, nós nos comportamos de maneira perdulária, sem medir as consequências das nossas ações. Por outro lado, somos a maior potência ambiental do planeta e com a maior biodiversidade.


A questão ambiental é global, interessa ao mundo e fará parte da afirmação do Brasil na comunidade internacional. O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu após a primeira reunião organizada pela ONU sobre a crise ambiental, em Estocolmo, em 1972.


O encontro terminou em um impasse entre o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente, ao propor crescimento zero.


Só anos depois, em 1987, a ONU apresentou alternativas para o impasse. O relatório “Nosso futuro comum”, que ficou conhecido como Relatório Brundtland, propõe o conceito de desenvolvimento sustentável como estratégia e produto da ação consciente de nossa relação com a natureza, eliminando e minorando os impactos sobre ela por meio do uso responsável dos recursos naturais.


O social e o ambiental se confundem no cenário dramático das sociedades contemporâneas, especialmente nas nossas, do hemisfério Sul. Um país socialmente enfermo jamais será ambientalmente saudável. O tema da sustentabilidade não pode evoluir sem se associar a outros temas igualmente importantes da vida social e política.


É evidente a dificuldade que temos de influenciar a visão de mundo, a sensibilidade e o comportamento da maioria dos brasileiros para que incorporem padrões de sustentabilidade.
O país vive um momento mágico, em que a maioria da população está sendo incluída. Não cabe, por nenhum motivo, desprezar a legitimidade dos sonhos e desejos dos milhões de brasileiros que querem ter uma vida melhor.


A grande força que o presidente Lula e o seu governo conquistaram, em larga medida, resulta dessa incorporação de milhões de pessoas ao processo de desenvolvimento econômico e social do país.
Antes do governo Lula, o desenvolvimento era visto apenas como circulação de mercadorias, aumento da capacidade produtiva e estabilização da moeda.


O Brasil enfrentará grandes desafios para garantir a continuidade do processo político e a consolidação das conquistas sociais do governo Lula. Marina poderá vir a cumprir um papel importante, se fizer do seu capital político uma contribuição para esse processo.


Uma concertação em torno de questões programáticas com a candidatura Dilma, que representa a continuidade do projeto político de desenvolvimento com inclusão de todos os brasileiros, será extremamente positiva e coerente com toda a história de vida e trajetória política de Marina Silva. Ignorar essa possibilidade será desperdiçar este momento especial.


JUCA FERREIRA, 61, sociólogo, fundador do Partido Verde, atualmente licenciado, é ministro da Cultura.
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Contraponto 3398 - "Marina Silva e as novas florestas"

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26/09/2010
Marina Silva e as novas florestas

Carta Maior - 25/09/2010

Cortejada pela grande imprensa como possibilidade de levar a eleição para o segundo turno, Marina parece bailar nas decisões hamletianas: faz que vai e volta do meio para trás como cantilena do Grande Sertão.

Gilson Caroni Filho*

O verdadeiro mestre não é somente o professor que sabe dar a aula com a lição na ponta da língua – é, sobretudo, aquele que sabe fazer discípulos. Quanto ao discípulo, é este mais do que o aluno que aproveita a lição na sala de aula. Na verdade, corresponde ao prolongamento do mestre, retendo-lhe o fascínio pelo resto da vida, como se o saber do professor continuasse a acompanhá-lo além do curso, alongando-lhe a presença.

Cortejada pela grande imprensa como possibilidade de levar a eleição para o segundo turno, Marina parece bailar nas decisões hamletianas: faz que vai e volta do meio para trás como cantilena do Grande Sertão. Já não convida mais seu coração para dar batalha. Quando está madura a oportunidade de colocar o Brasil na trilha das aspirações populares, a "cabocla de tantas malárias e alergias" coloca-se como linha auxiliar de uma elite desprovida de projeto de consenso para o país.

Rifando sua biografia, tergiversa sobre questões caras ao campo democrático-popular do qual, até bem pouco tempo, foi militante expressiva. A mulher que apostava na organização do povo como único agente capaz de resolver seus próprios problemas, elegendo suas prioridades e lutando para atingi-las, deu lugar a uma "celebridade" que, pretextando buscar um novo espaço político, reproduz o discurso dos editoriais reacionários. Deixou de dar valor ao partido político, ao sindicato, aos movimentos populacionais, às ações associativas. Esqueceu que são essas as instâncias capazes de superar um modo de vida que não corresponde às expectativas reais dos seres humanos de verdade.

Sua candidatura busca cobrir um vazio que não existe. Hoje, todos reconhecem que o crescimento econômico deve ser visto como condição necessária, mas não suficiente, do desenvolvimento social. O governo petista criou as condições políticas para o surgimento de uma nação que efetivamente combate a miséria e a pobreza extremas, implementando princípios econômicos que aumentaram a oferta de emprego e a remuneração condigna de trabalho.

Há oito anos, a visão progressista contempla valores ambientais imprescindíveis à saúde e ao bem-estar do ser humano, não isentando, como muitos querem crer, as elites regiamente capitalizadas nos tempos do consórcio demo-tucano. Sendo assim, onde estaria a novidade, e até mesmo a necessidade da agenda de Marina Silva?

Equilíbrio ambiental e desenvolvimento sustentável são elementos indispensáveis ao futuro do país. Exigem do movimento ecológico uma reformulação radical que o torne matriz de uma nova esquerda. A Amazônia é um exemplo. Seu desmatamento é obra conjunta de latifundiários, grandes empresários e empresas mineradoras. São os inimigos a serem confrontados prontamente. É essa a perspectiva da “doce" Marina e seus aliados recentes?

Quando em entrevista a uma revista semanal, a ex-ministra do Meio Ambiente disse: "tenho um sentimento que mistura gratidão e perda em relação ao PT. Sair do partido foi, para mim, um processo muito doloroso. Perdi quase 3 quilos. Foi difícil explicar até para meus filhos. No álbum de fotografias, cada um deles está sempre com uma estrelinha do partido. É como se eu tivesse dividido uma casa por muito tempo com um grupo de pessoas que me deram muitas alegrias e alguns constrangimentos. Mudei de casa, mas continuo na mesma rua, na mesma vizinhança". Marina mistura oportunismo e desorientação espacial.

A senadora do PV sabe que, uma vez derrubada, a floresta não se recompõe. Que tipo de “empates" se propõe travar com as alianças escolhidas? O partido que a convidou para bailar sobrevive de parcerias antagônicas a sua antiga história de combatividade, coerência e superação. Como nas matas degradadas, a política tem fios de navalha onde tudo perde a cor e dificilmente se refaz. A rua e a vizinhança são decorrências geográficas de escolhas caras. No caso de Marina, tudo mudou.

Chico Mendes reafirmava que “se descesse um enviado dos Céus e me garantisse que minha morte iria fortalecer nossa luta, até que valeria a pena. Mas a experiência nos ensina o contrário. Então eu quero viver". Por sua discípula isso está cada vez mais improvável.

*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
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Contraponto 3387 - "Marina, queridinha da mídia"

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24/09/2010
Marina, queridinha da mídia

Blog do Emir - Sexta-Feira, 24 de Setembro de 2010

De jurásica, ecologista fundamentalista, que travava o desenvolvimento do país, Marina virou a nova queridinha da mídia – lugar deixado vago por Heloisa Helena. Mas o fenômeno é o mesmo: desespero da direita para chegar ao segundo turno e incapacidade de alavancar seu candidato. Daí a promoção de uma candidata que, crêem eles, pode tirar votos da Dilma, para tentar fazer com que a derrota não seja tão acachapante, levando a disputa para o segundo turno e dando mais margem do denuncismo golpista de atuar.

Marina, por sua vez, para se prestar a esse papel, se descaracterizou totalmente, já não tem mais nada de candidata verde, alternativa. Não tem agenda própria, só reage, sempre com benevolência, às provocações da direita, seja sobre os sigilos bancários, a Casa Civil ou qualquer insinuação da direita.

Presta um desserviço fundamental à causa que supostamente representaria: é um triste fim do projeto de construir um projeto verde, uma alternativa ecológica, uma pauta fundada no equilíbrio ambiental para o Brasil. Tornou-se uma candidata vulgar, em que nem setores de esquerda descontentes com outras correntes conseguem se representar.

Uma vez mais uma tentativa de construir alternativa à esquerda deixa-se levar pelo oportunismo. Quantas vezes Marina denunciou o monopólio da mídia privada e seu papel assumido de partido político da oposição? Nenhuma. Quantas vezes afirmou que a imprensa é totalmente alinhada com uma linha radical de oposição, não deixando espaços para a informação minimamente objetiva e para o debate democrático da opinião pública? Nenhuma. Quantas vezes se alinhou claramente com a esquerda contra a direita? Nenhuma.

Nenhuma, porque já não está no campo da esquerda – e os aliados, incluídos os que fazem campanha par ao Serra, como Gabeira, entre outros, provam isso. Se situa em um nebuloso espaço da terceira via – refúgio do oportunismo, quando os grandes enfrentamentos polarizam entre direita e esquerda. Nenhuma, porque essa mesma imprensa golpista, monopolista, que a criticava tanto, agora lhe abre generosos espaços para desfilar seu rancor porque não foi a candidata do Lula e vê a Dilma ser promovida a continuadora do governo mais popular da história do país.

Esses 15 minutos de gloria serão sucedidos pela ostracismo, pela intranscendência. Depois de usada, sem resultados, pela direita, Marina voltará ao isolamento, o suposto projeto verde, depois de confirmado o amálgama eleitoreiro que o articulou, desaparecerá, deixando cadáveres políticos pelo caminho.

*Emir Sader - Sociólogo e cientista político às 04:45
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Contraponto 3005 - "Kotscho: Jornal Nacional usa Marina contra o governo Lula e o PT"

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12/08/2010


Kotscho: Jornal Nacional usa Marina contra o governo Lula e o PT

Vermelho - 11 de Agosto de 2010 - 16h01

A entrevista desta terça-feira na bancada do Jornal Nacional era com a candidata do Partido Verde, a senadora Marina Silva. Mas o casal William Bonner e Fátima Bernardes não estava interessado em lhe perguntar sobre o seu partido, o programa de governo, as propostas que defende para o país.

Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho

A seis semanas das eleições de 2010, os apresentadores do JN estavam mais preocupados em indagar Marina sobre um episódio de 2005, que ficou conhecido como escândalo do mensalão. Marina não teve nenhum envolvimento com o episódio, nunca havia se manifestado sobre o assunto, nem mesmo quando deixou o PT, no ano passado, para se tornar candidata a presidente pelo PV.

Quer dizer, levantaram um tema que envolve um partido e um governo que não estavam presentes na entrevista para se defender. É, no mínimo, covardia. Queriam que Marina fizesse os ataques ao PT por eles para não dar muita bandeira.

O mais curioso é que, na noite anterior, quando fizeram de tudo para não deixar a candidata do PT falar, impedindo a ex-ministra Dilma Rousseff de expor suas ideias e concluir as frases, não lhe fizeram nenhuma pergunta sobre o mensalão. Nesta mesma linha, não será nenhuma surpresa se esta noite perguntarem ao candidato do PSDB, José Serra, o que ele acha dos erros do governo Lula e o que ele faria de diferente no governo.

Seria mais lógico que fizessem a pergunta sobre o mensalão a Serra, que nos últimos dias assumiu o papel de ombudsman do governo, já que nesta eleição ele é apoiado pelo PTB do ex-deputado Roberto Jefferson, um dos pivôs do escândalo.

Entrevista ou interrogatório?

Pior do que o conteúdo das perguntas, o que me impressiona nestas entrevistas do JN é a postura de Bonner, que mais parece estar interrogando um suspeito na delegacia do que um jornalista preocupado em arrancar dos candidatos informações que possam ser úteis para os eleitores interessados em saber o que eles pensam e pretendem fazer com o país caso sejam vitoriosos.

À medida que se aproximam as eleições e as últimas pesquisas, com a exceção do Datafolha, mostram o favoritismo da candidata Dilma, alguns jornalistas da grande imprensa parecem estar perdendo o recato.

Chega a ser comovente o empenho de certos colunistas e blogueiros ao dizer o que o candidato José Serra e as oposições em geral devem fazer para reverter o quadro, atacando o governo, o presidente Lula e a sua candidata. No desespero, vale até abrir mais espaço para os candidatos nanicos na tentativa de levar a eleição para o segundo turno.

Por mais que todos façam declarações de fé no apartidarismo, neutralidade e na independência dos veículos, o noticiário é cada vez mais editorializado e nem as seções de cartas dos leitores escondem a preferência de cada qual. Tudo bem que escolham um candidato e rejeitem outro, mas seria mais honesto deixar isso claro, informando aos seus leitores/eleitores as razões desta escolha.

Caso contrário, fica esta hipocrisia, que se repete a cada eleição, como se os ouvintes, telespectadores e leitores fossem todos bobos e ainda corressem atrás dos chamados formadores de opinião na grande mídia para definir seu voto.
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Contraponto 2265 - Dissidentes do PV negam Marina, criam partido e dão apoio a Dilma

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21/05/2010


Dissidentes do PV negam Marina, ciam partido e dão apoio a Dilma



Portal Vermelho - 21 de Maio de 2010 - 0h07

Em processo de legalização, o Partido Livre deve ser o 28º partido político brasileiro registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Formado por dissidentes do PV de 15 estados, que discordam do rumo da legenda nos últimos anos, o Livre realiza seu primeiro encontro nacional neste sábado (22) na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
O presidente do novo partido em Minas Gerais e um dos fundadores do Livre, Carlos Magno Taborda, disse ao Terra que um dos motivos que levou o grupo, formado basicamente por jornalistas e acadêmicos, a fundar o partido é porque eles "não aceitaram o fato do PV colocar Marina Silva como pré-candidata à Presidência".

O primeiro encontro nacional do Livre irá formalizar o apoio do novo partido à pré-candidata a presidência Dilma Rousseff (PT). Os militantes do Livre se encontraram com a petista, no Rio de Janeiro, e decidiram pela manifestação a favor da ex-ministra. "Entre os três pré-candidatos, acreditamos que a Dilma se identifica mais com nossas ideias", diz o líder do novo partido em Minas.

Segundo Taborda, o novo partido já somou mais de 100 mil assinaturas desde novembro de 2009. "Esperamos nos registrar no TSE em dezembro deste ano". A Executiva Nacional do Livre é formada por membros de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba e Espírito Santo.

Da Redação, com informações do Terra
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sábado, 6 de março de 2010

Contraponto 1561 - Ausente do Jornal Nacional, Marina se reúne em sigilo com a Globo

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06/03/ 2010

Ausente do Jornal Nacional, Marina se reúne em sigilo com a Globo



Do Vermelho - 6 de Março de 2010 - 11h18

Aparecer mais, cada vez mais, no Jornal Nacional. Esta foi a tática que o PV adotou para dar visibilidade à senadora Marina Silva (AC), pré-candidata do partido à Presidência da República. Nesta sexta-feira (5), o plano foi apresentado pela própria Marina ao vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, durante almoço na sede da emissora, no Rio de Janeiro.

Por André Cintra
“O encontro não foi anunciado pela assessoria da senadora nem constou da sua agenda oficial de candidata. Ela está no Rio desde anteontem e vai embora amanhã. Antes da visita, a assessoria distribuiu sua agenda de atividades diárias, sem referência à reunião com a direção da Globo”, registra neste sábado (6) a Folha de S.Paulo, em matéria assinada pelo repórter Sergio Torres.

Por uma razão pouco ou nada óbvia, a Folha relativiza o tête-à-tête Marina-Marinho. Tanto que o flerte não é citado no título da matéria (“Para tornar campanha visível, Marina sobe tom contra corrupção”) nem no subtítulo (“PV avalia que campanha precisa de visibilidade para aproveitar momento em que o PSDB patina”).

A menção ao almoço quase top secret só aparece no sétimo parágrafo do texto, depois de longo um blablablá sobre “aumentar o tom das propostas de combate à corrupção e manter referências religiosas em seus pronunciamentos”. Só então o jornal da família Frias revela o “x” do problema: “O presidente do PV fluminense, Alfredo Sirkis, queixou-se que, desde a conferência do clima de Copenhague, em dezembro, Marina não aparece no Jornal Nacional, principal noticiário televisivo do país”.

Uma forcinha

Da Folha, pelo menos, Marina não pode reclamar. Convidada a receber a medalha Joaquim Lavoura na Câmara Municipal de São Gonçalo (RJ), a senadora não reuniu mais que algumas dezenas de testemunhas para ouvir um discurso insosso e genérico: “Marina agradeceu citando um trecho bíblico e fez discurso contra corrupção. Às 80 pessoas presentes, disse que o Brasil gasta 3% de todo o seu dinheiro em educação e outros 3% em corrupção — e defendeu que toda essa verba seja revertida à educação”.

Mas como, Marina, como pôr isso em prática? É nesse ponto que há a intercessão do jornal paulista — do qual a senadora é colunista semanal. “Questionada pela Folha sobre como implementar a proposta caso eleita, (Marina) disse ver dois modos: o fortalecimento de órgãos fiscalizadores e tribunais de contas, e a transparência. ‘Uma ferramenta fundamental é a transparência. Não se deve ter segredo em relação ao uso do dinheiro público’.”

Segundo o relato da Folha, deu-se que Marina foi adiante e se soltou: “A candidata disse que não pensa em fazer campanha de ataque a partidos e candidatos acusados de corrupção. ‘Não quero fazer campanha em cima da desgraça de ninguém. Mas aqueles que cometeram erros deverão pagar por eles’, disse, pregando ainda o financiamento público de campanha como forma de evitar a corrupção”.

Agora, sim, mais de 80 pessoas já sabem como combater a colossal corrupção brasileira — graças à pré-candidata, graças à Folha de S.Paulo. É preciso esperar para ver se as lágrimas verdes de Alfredo Sirkis e Marina Silva sensibilizam os humores de Fátima Bernardes, Willian Bonner, Ali Kamel et caterva. Se as tratativas com a TV Globo fracassarem, resta a Marina o consolo de ver que a Folha tentou dar uma forcinha.
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sábado, 22 de agosto de 2009

Contraponto 131 - Marina aponta manipulação da Globo


Padrão Globo de reportagem

Do Blog do Nassif 21/08/2009 - 21:51

Por Henrique

SEXTA-FEIRA, 21 DE AGOSTO DE 2009

MARINA SILVA CONTESTA O GLOBO

Trecho do aparte da senadora Marina Silva (sem partido-AC) ao discurso do senador Pedro Simon (PMDB-RS):

- A mesma posição eu vou manter aqui em relação ao Presidente Lula, porque não é uma questão de circunstâncias. Hoje, meu querido Senador Simon, tem uma matéria no jornal O Globo que não foi feita por nenhum desses jornalistas que nos acompanham aqui. Foi um correspondente lá do Estado do Pará que colocou na primeira página algo que é inteiramente incoerente com tudo o que eu disse e coloquei na carta que assinei embaixo. A manchete é a de que eu disse que o Governo é insensível para as questões sociais. E pega uma série de frases de uma palestra que dei, em um contexto de uma análise que eu faço da Amazônia, da questão das hidroelétricas, e as coloca ali. Digamos que, quanto às frases pinçadas, mal direcionadas, ainda vá lá. Mas dizer que eu, Marina Silva, disse que o Governo do Presidente Lula é insensível às questões sociais! Eu que já disse, inúmeras vezes, desta tribuna e em todas as manifestações que fiz, que foi a melhor política social que tivemos; que saímos de R$8 bilhões para R$30 bilhões investidos em política social.
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Contraponto 85 - Se caneta decide ...

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Lula tem a caneta. Na hora agá, isso decide

Atualizado em 11 de agosto de 2009 às 20:23 | Publicado em 11 de agosto de 2009 às 19:42

por Luiz Carlos Azenha Publicado em 11 de agosto de 2009 às 19:42
|Atualizado em 11 de agosto de 2009 às 20:23

O objetivo desse texto é "cair na real". É não permitir que você, meu caro internauta, acredite que o Viomundo representa mais que um "nicho de mercado", uma de várias Kombis que passeiam por aí.

Do ponto-de-vista meramente político, o presidente Lula acertou plenamente nas escolhas que fez nas últimas semanas. Ficou com o PMDB e com Sarney. Ficou com a máquina capaz de fazer da candidata dele, Dilma, a futura presidente do Brasil.

Os tucanos e os demos fazem um discurso hipócrita. Eles mesmos sabem que o discurso é hipócrita. O que eles estão tentando fazer é enganar o incauto, aquele que realmente acredita que tucanos e demos estão "enojados" com a corrupção no Senado. Ou seja, uma parcela da classe média metropolitana, aquela que acha a política "um nojo".

Essa classe média, sabemos, não decide eleição no Brasil. Caso contrário, em 2006 teria eleito o almofadinha Geraldo Alckmin. Gostemos ou não, chiemos ou não, o fato concreto é que quem elege o presidente do Brasil é a grande massa de brasileiros que está na classe média baixa.

É gente que identifica quase que por uma sensação epidérmica quem é que defende os interesses dela. E a pretensão dos tucanos e dos demos de representá-la, usando a Folha e a Veja como veículos preferencias dos pobres, é simplesmente patética.

Lula tem a caneta. E ele aplica a caneta no que realmente conta: no reajuste dos benefícios do Bolsa Família, no reajuste dos aposentados, nos reajustes do salário mínimo e nas obras do PAC.

Desculpem, eleitores da Marina Silva. Sei que muitos de vocês são leitores deste site. Mas não quero ser cúmplice dessa enganação de pretender que ela tem "entrada" além da classe média. Não tem. Nem ela, nem José Serra. Não há nada no horizonte que desfaça minha impressão de que em 2010 teremos uma eleição plebiscitária. É Lula contra os inimigos de Lula. E, com a retomada do crescimento econômico, não vejo como será possível derrotar a candidata do Lula.

Sei que muitos eleitores à esquerda vão ficar pês da vida. Mas não dá para ficar com wishfull thinking. A realidade política é que Sarney rende mais votos que Suplicy. Simples assim.

PS: Lula não gasta capital político no que não é essencialmente fundamental para a manutenção de seu projeto político. É isso o que enlouquece tanto a direita quanto a esquerda.
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Contraponto 84 - Manipulação testemunhada


Tudo o que você quis saber. Sem qualquer garantia


por Luiz Carlos Azenha | Publicado em 11 de agosto de 2009 às 11:21 /
atualizado em 11 de agosto de 2009 às 18:08

O Luiz Freire me faz uma cobrança:

luiz freire (11/08/2009 - 10:28)


Azenha, muito interessante, mas e o caso da secretária da Receita ? E o discurso de ontem do caçador de marajás ? E a CPI da Petrobras ? E o caso do Sérgio Guerra ? E o Paulo Duque versus Arthur Virgílio ? E o Lula defendendo Dilma ? E a candidatura da Marina ?

Confesso que esses assuntos me dão um tremendo cansaço. A maior parte deles, pelo menos. Eu me julgo impedido de tecer considerações a respeito como se eu fosse um expert. Em primeiro lugar por ter perdido o hábito de ler jornais. Eu me informo sobre o mundo na internet. Prefiro ler os comentaristas de vários sites do que os colunistas previsíveis.

Já fiz três grandes coberturas de política em minha vida profissional. No início dos anos 80, pela TV Bauru, cobri as eleições municipais em que o MDB deu uma sova na Arena (ou foi o PMDB batendo o PDS?). Demos ampla cobertura aos adversários do regime militar. Foi bom.

Mais tarde, já na TV Manchete, cobri a vitória de Jânio Quadros sobre Fernando Henrique Cardoso, na disputa pela prefeitura de São Paulo. Jânio, que entrevistei várias vezes na casa dele, reclamava que era perseguido pela mídia. Reclamava especialmente do tratamento dado a ele pela TV Globo. As pesquisas eleitorais do Datafolha davam vitória de FHC. Inclusive no dia da eleição. Já a rádio Jovem Pan se mobilizou em defesa de Jânio. Fez uma pesquisa não científica, entrevistando gente na rua, que dava a ele a vantagem.

No dia da eleição fui para a redação da Folha, transmitir ao vivo. O boca-de-urna do Datafolha deu vitória de FHC. E eu lá, sustentando os resultados do jornal. Até que um diretor da TV Manchete me ligou: "Azenha, dá que o Jânio vai vencer. Ele está na frente nas apurações". Cheguei a entrevistar ao vivo o diretor do Datafolha, que se justificou: "A apuração começou pelas urnas em que Jânio tem vantagem. FHC vai vencer". Que barriga! Jânio Quadros venceu e deu a primeira entrevista como prefeito eleitoà TV Manchete, no estúdio.

Finalmente, em 2005/2006 cobri as eleições presidenciais pela TV Globo. Uma experiência amarga. Primeiro a Globo, de acordo com o editor de Economia Marco Aurélio Mello, do Jornal Nacional, ordenou que ele "tirasse o pé" das boas notícias da economia, que favoreciam o governo Lula.

(Veja o post do blog do Marco Aurélio logo após o do Azenha, aqui neste post do ContrapontoPIG)

Depois o JN passou a repercutir, todos os sábados, as capas de Veja, muitas das quais absolutamente fantasiosas. Depois a emissora recheou seus programas, inclusive de entretenimento, com entrevistas marotas, que favoreciam as teses de Geraldo Alckmin. Finalmente, passou a favorecer abertamente candidatos tucanos -- especialmente José Serra, candidato a governador de São Paulo.

O modelo era simples: acobertamento descarado de todo e qualquer escândalo tucano -- eu mesmo tive uma reportagem sobre a máfia das ambulâncias arquivada, pois dizia que 80% das ambulâncias superfaturadas tinham sido entregues durante a gestão de Serra no Ministério da Saúde -- e propagação turbinada de todo e qualquer escândalo envolvendo petistas. Omissão das palavras "Serra", "FHC" e "PSDB" em textos comprometedores e inserção de "PT" ou "petista" sempre que isso pudesse ser feito de forma comprometedora.

Assim, em resposta ao Luiz Freire, digo que o modelo que está sendo utilizado agora é praticamente o mesmo. Com variações:

-- A Globo, pelo que sei, parece um pouquinho mais cuidadosa. Para não ser acusada de omissão, dá as notícias, cuidando para que elas não sejam apresentadas de forma a comprometer Serra. Trabalha mais na propaganda positiva. Por exemplo, disseminando informações sobre a lei antifumo em São Paulo como se fosse a maior realização administrativa do planeta.

-- O Globo está completamente enlouquecido. Mente e distorce de uma forma tão descarada que, sinceramente, não sei mais quem eles pretendem enganar, além da meia dúzia de leitores do Leblon e de Ipanema que os leva a sério.

-- A Folha é a grande surpresa da temporada, com "reportagens" impensáveis como a da ficha falsa da Dilma. Acho que os filhos do Frias querem honrar a memória do pai, que via no Serra um futuro presidente. E há, obviamente, bons negócios a serem feitos, num período de crise dos jornais.

-- A vantagem do Estadão é que o jornal sempre foi reaça. Deu agora de gritar "censura". Parece criança mimada esperneando.

Ou seja, nada de muito novo no front. É um repeteco turbinado de 2006.

Suas outras perguntas:

-- Secretária demitida da Receita -- É um disse-me-disse. Tentativa de juntar Sarney, Petrobras e Dilma num pacote só. Como escândalo, não tem futuro.

-- Caçador de marajás -- Fernando Collor deveria dar uma entrevista coletiva narrando todos os acordos que fez com a mídia antes, durante e depois do período em que ocupou o Planalto. Seria uma leitura interessante.

-- Sérgio Guerra -- Factóide tosco que a Folha usa para parecer isenta. Importância zero.

-- Paulo Duque vs. Arthur Virgílio -- É do jogo político. Como escrevi aqui, a mídia tenta vender o jogo político pré-eleitoral como campanha contra a corrupção, para tentar enquadrar José Serra no papel de impoluto e Dilma como aliada de corruptos. Mas o PMDB é mil vezes mais inteligente que qualquer Ali Kamel. É profissional. Vai sangrar o Arthur Virgílio para calar a oposição. No fim eles fazem algum tipo de acerto e fica tudo por isso mesmo.

-- CPI da Petrobras -- A Petrobras tem dinheiro e tem estratégia para enfrentar a CPI. O vazamento do financiamento aos projetos da dona Ruth sem comprovação de que foram realizados seria um escândalo de dimensões nacionais se os envolvidos fossem parentes do presidente Lula. Todos os escândalos recentes morreram assim que se revelou que, na verdade, tinham se originado com os tucanos ou demos. É um jogo em que todos saem sujos. Favorece o surgimento de candidaturas como a do Protógenes. Oude outro caçador de marajás.

-- Marina Silva -- A eleição de 2010 será decidida em torno de questões econômicas. Quem compra o discurso da Marina é de classe média alta. Um discurso muito sofisticado para competir com o bolsa Família ou com os aumentos do salário mínimo. Não tem futuro.

-- Ciro Gomes -- Está tirando proveito político do descontentamento que existe à esquerda do governo Lula, que não é pequeno. Reúne desde o MST àqueles que não aceitam que, para dar continuidade a seu projeto de governo, Lula (com Dilma) ficará refém mais quatro anos do Centrão do PMDB.

Essa é, em minha opinião, a principal fragilidade do projeto eleitoral Lula/Dilma: mais quatro ou oito anos sustentados no Congresso pelo Centrão. Podem até ganhar a eleição em 2010, mas o toma-lá-dá-cá sobreviverá firme e forte.

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