domingo, 21 de agosto de 2011

Contraponto 6052 - "A queda do Império"

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21/08/2011

A queda do Império

Do O Povo - 20.08.2011| 16:00

Valton de Miranda Leitão

O rebaixamento do valor dos títulos públicos americanos, ao lado da manobra para evitar o calote da sua gigantesca dívida externa, mostro ao mundo o tamanho do problema do capitalismo. Não houve moratória, mas o efeito cascata do declínio econômico norte-americano devasta como furação a economia do sistema capitalista global. Desde 2008, o carro-chefe do Sistema do Capital se encontra mergulhado em crise cujo resumo é: nada para os pobres e tudo para os ricos ou alguma coisa para melhorar a saúde e diminuir a pobreza no país mais rico do mundo.


O consenso cultural alcançado no mundo pelo american way of life começa a erodir sob o peso da crítica intelectual pelo seu individualismo narcísico, ganância desenfreada, busca de prestígio e poder a qualquer preço.

Desde a Segunda Guerra o progresso tecnológico e a ciência que o sistema capitalista implementou apenas deram mais eficiência ao complexo industrial militar sem correspondente incremento nas condições de habitabilidade no planeta. Ao contrário, saquearam a natureza, devastaram o ar, a água e a terra em proveito de algumas centenas de ultra-bilionários, promovendo guerra de conquista sob o disfarce da justiça social e da liberdade.

Se a cultura ocidental foi algo consensual com seu patriarcado debaixo da batuta do judaico-cristianismo, hoje isso é contestado pelos meios pensantes do mundo ameaçado pelo envenenamento climático, agrícola e sociocultural. O impulso do mercado para o lucro é tão irracional que leva governantes do sistema a se acreditarem sabedores do que é melhor para o homem, embora as evidências do desastre estejam à vista. Só idiota acredita que Iraque e Líbia foram invadidos para livrar seus povos de Sadam e Kadafi, ou que a ONU atua independentemente do mercado capitalista e que o dono da maior parte da mídia italiana, Berlusconi, é homem probo. Aliás, o sistema comunicacional mundial, enquanto corporação integrada nesse conjunto infame, veicula direta ou indiretamente os valores dessa loucura global.

A venda de armas incrivelmente aumentada nos últimos anos agora é acompanhada pela venda do espetáculo futebolístico que se tornou lócus privilegiado de empresários cartolas e atletas mercenários. O mundo olímpico do esporte mercadológico aprisiona tudo na sua lógica do sucesso individual. Neste espetáculo, onde a estética do belo e do horroroso se nutrem e intercambiam, a pobreza aumenta no planeta enquanto alguns ricaços passeiam nos seus belos iates.

Alguns especialistas midiáticos pretendem resumir o problema ao fundamentalismo econômico neoliberal do setor do Partido Republicano chamado Tea Party, esquecendo que o sistema do capital hoje é sinônimo de crise estrutural, portanto, sem saída. Os países periféricos emergentes do sistema como o Brasil tentam se proteger das convulsões do gigante moribundo. Como substituir a insanidade dos ideólogos do capital global combinada à absurda lógica do mercado por algo que não leve à hecatombe?

*Valton de Miranda Leitão - Psicanalista

valtonmiranda@gmail.com

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Um comentário :

  1. Teve um operário que descobriu a solução... É só aplicá-la!
    Abraço
    Castor

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