segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Contraponto 17.802 - "Na ONU, Dilma defende ajuste e Estado Palestino "

Dilma também justificou e defendeu as medidas fiscais adotadas no Brasil pela recuperação das contas do País e retomada do crescimento econômico. A presidente lembrou que o Brasil estimulou o consumo e criou milhões de empregos nos últimos anos, mas ressaltou que "esse esforço chegou ao limite"por razões fiscais internas e externas.

"O lento crescimento mundial influenciou a situação econômica brasileira", explicou. Segundo a presidente, primeira chefe de Estado a discursar na Assembleia das Nações Unidas, "o Brasil não tem problemas estruturais graves", mas "conjunturais". Dilma citou ainda as medidas anunciadas ontem pelo Brasil contra o aquecimento global e assegurou que o País "está fazendo grande esforço" para reduzir suas emissões, investir em energia limpa e evitar o desmatamento.

Em sua fala, a presidente mandou um recado sobre a crise dos refugiados ao dizer que o Brasil está "de braços abertos" para receber os imigrantes que têm deixado seus países por diversos motivos. "Somos um país formado de refugiados. Estamos de braços abertos", disse. "É um absurdo impedir o livre trânsito de pessoas", criticou.

Dilma celebrou o reatamento de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, mas pediu o fim do embargo do governo norte-americano à ilha. Ela também celebrou o acordo nuclear entre Irã e potências. De acordo com a presidente, o gesto permite que o país faça uso pacífico da energia nuclear. Seu discurso criticou a expansão do terrorismo e lembrou que "a ONU está diante de um grande desafio", pois "não se pode ter complacência com atos de barbárie" como aqueles cometidos pelo Estado Islâmico.

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o discurso de Dilma:

"Brasil é um país de refugiados", diz Dilma na Assembleia Geral da ONU

Pedro Peduzzi e Yara Aquino - Ao abrir a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff reiterou hoje (28) a solidariedade do Brasil aos refugiados – em especial à população do Oriente Médio e do Norte da África, vítimas da guerra civil síria, que por razões humanitárias deixaram seus países de origem. "É um absurdo impedir o livre trânsito de pessoas", disse, acrescentando que o Brasil "está de braços abertos" para receber os refugiados. "O Brasil é um país de refugiados. Somos um país multiétnico que convive com as diferenças e sabe da importância dela para nos tornar mais ricos e diversos".

Tradicionalmente o Brasil é o país responsável pelo discurso inicial das sessões de abertura da ONU. No discurso deste ano, que marca os 70 anos de criação das Nações Unidas, Dilma destacou o espírito solidário e acolhedor dos brasileiros em relação aos fenômenos de migração, de mobilidade humana e de deslocamentos feitos por razões humanitárias.

"A ONU está diante de um grande desafio, diante de barbáries como as do Estado Islâmico e de outros grupos associados. Esse quadro resulta na crise dos refugiados pelo qual passa a humanidade, com homens e mulheres nas águas do Mediterrâneo, que provêm do Oriente Médio e da África, onde tiveram seus Estados nacionais desestruturados, abrindo espaço para a proliferação do terrorismo", disse a presidenta ao manifestar indignação por situações como a do menino sírio fotografado após afogamento e com a notícia de 70 pessoas asfixiadas em um caminhão na Áustria.

Segundo a presidenta, o Brasil tem colaborado para melhorar a situação de muitos desses refugiados, e isso pode ser percebido por meio das políticas de concessão de vistos destinados a cidadãos haitianos e sírios.

Na semana passada, o Comitê Nacional para os Refugiados prorrogou por mais dois anos o processo de concessão de visto especial a imigrantes sírios e pessoas afetadas pelo conflito na região, fazendo com que a exigência de documentos e requisitos seja menor. Desde setembro de 2013, o país concedeu 7.752 vistos a refugiados da guerra civil na Síria.

Segundo Dilma Rousseff, a crise migratória pela qual passa o mundo impõe desafios a toda a humanidade e, em especial, à ONU, que não pode ficar inerte em relação às evidências de violações dos direitos humanos.

Conselho de Segurança

Aproveitando a ocasião dos 70 anos da entidade, a presidenta falou sobre a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU, de modo a enfrentar os vários desafios globais da atualidade.
"Para dar à ONU a centralidade que corresponde, é fundamental uma reforma urgente de sua estrutura, com mais membros para tornar-se mais representativa. Essa decisão não pode ser permanentemente adiada. Que a reunião que se inicia seja lembrada como ponto de inflexão da ONU e resulte na reforma de seu conselho", disse Dilma.

Atualmente, o Conselho de Segurança da ONU tem 15 vagas, das quais cinco são permanentes e dez rotativas, com membros eleitos pela Assembleia Geral a cada dois anos. Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China têm assento permanente no órgão. O conselho é o único fórum da entidade com poder decisório e todos os membros das Nações Unidas devem aceitar e cumprir suas decisões.

Ela elogiou a retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, que puseram fim à um "derivado" da Guerra Fria. "Celebramos igualmente o recente acordo logrado com o Irã [entre o país e os Estados Unidos], que permitirá a esse país desenvolver energia nuclear para fins pacíficos e devolver paz para a região".

Palestina

Dilma Rousseff defendeu a paz no Oriente Médio e o direito de existir um Estado da Palestina, a exemplo do que tem feito nos últimos anos ao discursar na Assembleia Geral da ONU. "Necessitamos de uma ONU capaz de atuar em questões de guerras e de crise regional. Não se pode postergar a criação de um Estado Palestino que conviva pacificamente com Israel. E não se pode continuar a expansão dos territórios assentados".

Brasil não tem "problemas estruturais graves", afirma presidente

Yara Aquino – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (28) que o Brasil não tem problemas estruturais e está em um momento de transição para um novo ciclo de expansão mais sólido e profundo. Ao discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, Dilma disse que o país passa por dificuldades conjunturais na economia, que estão sendo enfrentadas com ações de reequilíbrio fiscal e financeiro.

A presidenta destacou que o governo propôs "cortes drásticos de despesas" e redefiniu receitas para garantir a retomada do crescimento com distribuição de renda.

Segundo ela, nos últimos anos o governo brasileiro evitou que a crise mundial, iniciada em 2008, atingisse a economia local com a adoção de medidas de redução de imposto, ampliação de crédito e reforço de investimento.

"Nesse período, aumentamos emprego e renda. Esse esforço chegou agora no limite, tanto por razões fiscais internas como por aquelas relacionadas ao quadro externo. A lenta recuperação da economia mundial e o fim do superciclo de commodities incidiram negativamente sobre nosso crescimento", disse a presidenta.

Dilma citou ainda a desvalorização cambial e as pressões recessivas, que produziram inflação e forte queda da arrecadação, levando a recessões nas contas públicas. "O Brasil, no entanto, não tem problemas estruturais graves. Nossos problemas são conjunturais e diante dessa situação estamos reequilibrando nosso orçamento e assumindo uma forte redução das nossas despesas, do gasto de custeio e até de parte do investimento", disse.

A presidenta disse que as medidas de ajuste fiscal do governo visam reduzir a inflação, consolidar a estabilidade macroeconômcia, aumentar a confiança e garantir a retomada do crescimento com distribuição de renda.

Segundo ela, a economia brasileira está hoje mais forte e sólida do que há alguns anos. "Estamos num momento de transição para um novo ciclo de expansão mais profundo, mais sólido e mais duradouro".
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