sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Contraponto 3381 - "EUA e Árabia Saudita fecharão maior venda de armas da história"

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24/09/2010

EUA e Árabia Saudita fecharão maior venda de armas da história

A grande Águia tem fome de guerra

Vermelho - 23/09/2010

Os tubarões da indústria bélica americana estão com um sorriso que vai de orelha a orelha. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está prestes a dar o sinal verde para a concretização do maior negócio de venda de armas da história. O valor do negócio pode ultrapassar a bagatela de US$ 60 bilhões.

Nesta negociata, os EUA pretendem vender à Arábia Saudita caças e helicópteros de ataque, em um negócio realizado com a desculpa de que tal força bélica aumentaria a segurança da região, diante de uma suposta ameaça iraniana.

Seguindo a burocracia do regime americano, a administração Obama deverá enviar ao Congresso a pasta com os termos da negociação. Assim que esta chegar ao Capitólio, senadores e deputados terão 30 dias para fazer "correções", aprovar ou cancelar o negócio.

Ventilou-se que Israel poderia opor-se ao negócio, boato prontamente rechaçado pela parte americana. Em contrapartida, a monarquia Saudita promete manter 77 mil empregos, diretos e indiretos, em 44 estados americanos. Apesar da retórica israelense, o alinhamento entre a Arábia Saudita e Israel é muito grande, como prova a neutralidade do país em relação às políticas genocidas israelenses contra os palestinos.

O pacotão da compra prevê o envio de 85 caças F-15 e a atualização de outros 70, além de 70 helicópteros Apache, 72 Black Hawks e 36 Little Birds. É um equipamento de segundo escalão e que serve para aplicação ofensiva, o que desmente a preocupação saudita por um suposto ataque iraniano.

A monarquia saudita serve como fantoche de Washington para amedrontar o Irã, o atual Bad Guy do cenário mundial. No passado, o complexo militar industrial americano forçou o Iraque a se armar contra o Irã. Também fez o "parto" e a "amamentação" bélica dos mujaedins que aterrorizaram os soviéticos no Afeganistão.

O jornalista Georges Bourdoukan levanta questões pertinentes em seu blog, em relação aos objetivos finais dos sauditas, com a compra do pacotão do maior vendedor de armas do mundo, que responde por 66% dos negócios no mercado de armas.

"Gastar 60 bilhões de dólares em armamento, obsoleto, diga-se, para que? Para dar sobrevida ao principal protetor dos novos cruzados cujos antepassados tentaram por diversas vezes estuprar Jerusalém", afirma Bourdoukan, referindo-se a Israel.

"Quem é o inimigo que eles vão enfrentar? Os muçulmanos do Iraque? Os muçulmanos do Irã? Os muçulmanos do Afeganistão? Quais seguidores do Profeta? Definitivamente, não consigo imaginar uma ofensa maior ao islamismo", questiona.

"Adquirir armamento no valor de 60 bilhões de dólares para dar uma sobrevida aos principais inimigos da Ummah só pode ser coisa de herege. Ou de quem vive em outro mundo", finaliza o jornalista.

De São Paulo,
Humberto Alencar
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