06/12/2011
como solução para a crise
Enviado por luisnassif, ter, 06/12/2011 - 08:02
Da Agência Estado
Artigo da presidente defende transferência de renda e participação maior do governo na economia
A presidente Dilma Rousseff defendeu o controle da economia pelo Estado e os programas de transferência de renda no País - características de um modelo de combate à crise financeira mundial apresentados em um artigo publicado na revista britânica "The Economist". Dilma afirma que os governos devem agir para evitar a instabilidade econômica e a desigualdade de renda provocadas por mercados sem regulação.
O artigo integra a revista "The world in 2012", a mais recente edição de um projeto anual da "Economist" com previsões e comentários sobre a economia e a política mundiais.
No texto, a presidente afirma que os países desenvolvidos podem tomar como lição o "modelo brasileiro" de crescimento, apoiado em políticas salariais sólidas e o combate às desiguladades sociais.
"O acúmulo de dívidas não substitui o aumento de salários, e a autorregulação do mercado não substitui a regulação governamental", escreveu. "O mundo rico agora busca um modelo econômico mais equilibrado e existem algumas políticas comuns que todos deveríamos perseguir em 2012 para construir democracias sustentáveis e inclusivas."
Sem citar especificamente o nome de programas como o Bolsa Família, Dilma avalia que a transferência de renda para os mais pobres ajudou a expandir o consumo no Brasil e criou novas oportunidades de investimento. "Hoje, o mercado consumidor crescente do Brasil sustenta o desenvolvimento econômico não só do Brasil, mas de toda a sua região", afirma.
Para a presidente brasileira, o mundo precisa elevar salários ao aumentar a produção
para beneficiar a classe média. "O mercado, por si só, não melhora a distribuição de renda. É necessária a ação dos governos."
No artigo da "Economist", Dilma critica a guerra cambial e o protecionismo nas disputas comerciais entre os países.
Após destacar uma transformação na balança de distribuição de riquezas no mundo e a emergência de países como o Brasil, Dilma defende também a reforma de instituições internacionais - como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. "Os países em desenvolvimento precisam ser ouvidos, e suas preocupações e contribuições devem ser levadas em consideração", afirma.
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