quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Contraponto 18.673 - "Por que os bancos lucram tanto no Brasil? Ora, porque suas margens são obscenas…"

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27/01/2016

 

Por que os bancos lucram tanto no Brasil? Ora, porque suas margens são obscenas…




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Publicado agora há pouco no Valor, com grifos que faço:
“O lucro líquido gerencial do Santander Brasil, que exclui despesas de amortização de ágio, entre outros ajustes, foi de R$ 1,607 bilhão no quarto trimestre de 2015, com alta de 5,7% sobre o mesmo período de 2014. Em todo o ano de 2015, o resultado cresceu 13,2% em relação a 2014, para R$ 6,624 bilhões. 
A carteira de crédito ampliada do banco encerrou o ano passado em R$ 330,946 bilhões, o que representa um crescimento de 6,6% em relação ao fim de 2014 e uma queda de 0,3% no trimestre.
As despesas líquidas de provisões para crédito de liquidação duvidosa (PDD) somaram R$ 2,762 bilhões, alta de 12,8% em relação ao terceiro trimestre. Apesar do aumento, a inadimplência da carteira de crédito, considerando atrasos superiores a 90 dias, ficou estável em 3,2% no trimestre e teve queda de 0,1 ponto percentual ante o fim de 2014.”

O “apesar da crise”, embora seja sempre uma maravilha para os bancos, mostra que a economia não está enterrada – ainda que  eles, os bancos, a sufoquem todo o tempo – que não possa reagir.
Mas, mesmo que não se possa agir com a mesma intensidade que fez Lula em 2009, é preciso que os bancos públicos forcem a situação.

Quer ter uma ideia, olhe lá em cima o gráfico publicado semana passada pelo DCI. Dispensa explicações, mas copio a observação do repórter Pedro Garcia:
“De acordo com o Banco Mundial, em 2014, a inadimplência do Brasil estava em 3,1%, abaixo de diversos outros países que possuem spreads menores que o País, como Peru (inadimplência de 4,1% e spread de 13,4 pontos) e Colômbia (3,1% e 6,8 pontos) – spread brasileiro na época era de 22 pontos percentuais.”

Ou seja: riscos menores, lucros maiores, muito maiores.

E piorou muito ao longo de 2015, embora os números do Santander indiquem que a inadimplência se manteve, aproximadamente, nos mesmos níveis.

Se o governo apontar caminhos para a recuperação da economia, há onde baratear o crédito para isso.
O Estado brasileiro não está desaprelhado, com seus três bancos – BB, Caixa e BNDES – para fazer isso.

Mas tem de deixar de ter medo de desagradar os que estão de pança cheia, apesar da crise. E mais ainda com ela.
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