.
27/01/2016
Por que os bancos lucram tanto no Brasil? Ora, porque suas margens são obscenas…
Por Fernando Brito
Publicado agora há pouco no Valor, com grifos que faço:
“O lucro líquido gerencial do
Santander Brasil, que exclui despesas de amortização de ágio, entre
outros ajustes, foi de R$ 1,607 bilhão no quarto trimestre de 2015, com alta de 5,7% sobre o mesmo período de 2014. Em todo o ano de 2015, o resultado cresceu 13,2% em relação a 2014, para R$ 6,624 bilhões.
A carteira de crédito ampliada do banco encerrou o ano passado em R$ 330,946 bilhões, o que representa um crescimento de 6,6% em relação ao fim de 2014 e uma queda de 0,3% no trimestre.
As despesas líquidas de provisões
para crédito de liquidação duvidosa (PDD) somaram R$ 2,762 bilhões, alta
de 12,8% em relação ao terceiro trimestre. Apesar do aumento, a
inadimplência da carteira de crédito, considerando atrasos superiores a
90 dias, ficou estável em 3,2% no trimestre e teve queda de 0,1 ponto
percentual ante o fim de 2014.”
O “apesar da crise”, embora seja sempre uma maravilha para os bancos, mostra que a economia não está enterrada – ainda que eles, os bancos, a sufoquem todo o tempo – que não possa reagir.
Mas, mesmo que não se possa agir com a mesma intensidade que fez Lula em 2009, é preciso que os bancos públicos forcem a situação.
Quer ter uma ideia, olhe lá em cima o gráfico publicado semana passada pelo DCI. Dispensa explicações, mas copio a observação do repórter Pedro Garcia:
“De acordo com o Banco Mundial, em
2014, a inadimplência do Brasil estava em 3,1%, abaixo de diversos
outros países que possuem spreads menores que o País, como Peru
(inadimplência de 4,1% e spread de 13,4 pontos) e Colômbia (3,1% e 6,8
pontos) – spread brasileiro na época era de 22 pontos percentuais.”
Ou seja: riscos menores, lucros maiores, muito maiores.
E piorou muito ao longo de 2015, embora os números do Santander indiquem que a inadimplência se manteve, aproximadamente, nos mesmos níveis.
Se o governo apontar caminhos para a recuperação da economia, há onde baratear o crédito para isso.
O Estado brasileiro não está desaprelhado, com seus três bancos – BB, Caixa e BNDES – para fazer isso.
Mas tem de deixar de ter medo de desagradar os que estão de pança cheia, apesar da crise. E mais ainda com ela.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista