quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Contraponto 1000 - Aécio desiste


17/12/2009

Aécio desiste e deixa o caminho livre para Serra no PSDB

Vermelho - 17 de Dezembro de 2009 - 16h25
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, até então postulante à vaga de candidato presidencial pelo PSDB em 2010 desistiu da disputa. Ele próprio pediu a assessores que jornalistas amigos espalhassem a notícia. Aécio deve disputar o Senado e assim deixa o caminho livre para que o governador de São Paulo, José Serra, seja novamente o candidato da direita no pleito presidencial. Serra já foi candidato em 2002, quando foi derrotado pelo presidente Lula.

Aécio Neves decide concentrar atenção na disputa estadual

Ao desistir da presidência, Aécio decide concentrar atenção na disputa estadual.
Hoje, os dois governadores conversaram longamente por telefone, e foi durante esta conversa que Aécio comunicou sua decisão. Em seguida, o mineiro procurou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para comunicar sua desistência.

Acompanhado de Guerra, do secretário-geral, deputado Rodrigo de Castro e do vice-governador Antonio Anastasia, Aécio leu uma carta em que afirma: "Deixo a partir deste momento a condição de pré-candidato do PSDB à Presidência da República, mas não abandono minhas convicções e minha disposição para colaborar com meu esforço e minha lealdade para a construção das bandeiras da Social Democracia Brasileira".

Aécio havia estipulado o início de janeiro como prazo final do anuncio de sua candidatura ao Senado mas acabou por antecipar a decisão de desistir da disputa interna que trava com o governador Serra.

Segundo um jornalista que antecipou a notícia, em nenhuma das duas ocasiões em que se falaram, Serra pediu que Aécio aceitasse ser seu vice. O mineiro mergulhará agora nas eleições estaduais para fazer com que seu vice, Antônio Anastasia, eleja-se governador.

Em dado momento da conversa de hoje, Aécio deixou claro para Serra o motivo que o levou a antecipar para meados de dezembro a desisdência formal, que estava prevista para ocorrer só no início de janeiro: “A política é a arte de administrar o tempo”, disse.

Aécio já dava sinais de desistência há uma semana, mesmo quando uma pesquisa do Instituto Vox Populi indicava intenção de voto de 35% numa hipotética chapa em que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) seria o seu vice.

Na segunda-feira (14), o ex-ministro José Dirceu (PT) já havia antecipado em seu blog que Aécio Neves estava praticamente fora da disputa. Ele também considerou que os sucessivos escândalos envolvendo o PSDB jogam a provável candidatura de José Serra para baixo.

Abuso de poder

No mesmo dia em que anuncia sua importante decisão, Aécio tornou-se réu no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), que decidiu reabrir processo por abuso de poder econômico, político e de autoridade contra o governador.

Também são acusados na ação o ex-prefeito da capital, Fernando Pimentel (PT), o atual chefe do Executivo municipal, Marcio Lacerda (PSB), e seu vice, Roberto Carvalho (PT).

Em decisão unânime tomada na terça-feira e divulgada nesta quinta, o tribunal anulou sentença do então juiz Roberto Messano, que extinguiu, sem análise do mérito, ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) em setembro de 2008.

O juiz havia afirmado que as acusações não estavam definidas e que os promotores responsáveis pela denúncia, "a par de fazerem imputações quase que genéricas, em evidente engano, sustentam como causa de pedir aquilo que constaria de reportagem jornalística e/ou documentos".

Com a decisão do TRE de acompanhar o voto da juíza relatora Mariza Porto e anular a sentença de Messano, o processo volta a tramitar em primeira instância. A ação pode resultar na impugnação dos mandatos de Aécio, Lacerda e Carvalho -Pimentel não ocupa cargo eletivo no momento- e na inelegibilidade dos quatro.

Na ação proposta em setembro, o MPE afirma que, durante a campanha eleitoral de 2008, foram veiculadas propagandas citando explicitamente o apoio de Aécio e Pimentel à candidatura de Lacerda à prefeitura e que o governador anunciou investimentos no Estado durante o lançamento oficial do programa de governo do atual prefeito, o que caracterizaria abuso de poder econômico.

"O anúncio do governador, de investimento no valor de 1,5 bilhão de reais em obras e programas, nos próximos dois anos, em discurso proferido diante dos demais investigados Fernando Pimentel, Roberto Carvalho e Marcio Lacerda, causa no eleitor uma expectativa altamente favorável ao candidato por ele apoiado (Lacerda)", afirmou o MPE na denúncia.

Apesar do apoio do governador, o partido de Aécio, o PSDB, não fazia parte da coligação em torno da candidatura de Lacerda, formada, entre outros, pelo PSB e PT.

"Como se vê, o político Aécio Neves da Cunha não se limitou a dar mero apoio pessoal, mas usou e abusou de seu poder como governador para prometer, em favor do candidato Marcio Lacerda, a execução de obras idealizadas pela proposta deste", diz ainda a denúncia.

A denúncia é assinada pelos promotores eleitorais Lílian Marotta, Aléssio Guimarães, Sérgio Eduardo Barbosa de Campos e Magali Albanesi Amaral.

Da redação,
com agências
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