sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Contraponto 14.877 - "Jatinho suspeito e pesquisas negativas fazem sombra em Marina"

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25/09/2014

 

Jatinho suspeito e pesquisas negativas fazem sombra em Marina


Correio do Brasil - 24/09/2014

Marina Silva promove uma série de idas e vindas em seu discurso para, no final, acabar toda atrapalhada

Marina Silva promove uma série de idas e vindas em seu discurso para, no final, acabar toda atrapalhada

As chances da ex-ministra Marina Silva (PSB/Rede Sustentabilidade) de se tornar presidenta do Brasil estão menores, a cada dia que passa. Marina aparentemente perdeu, nas últimas horas, o apoio da família do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo suspeito no litoral paulista; viu virar fumaça sua vantagem para a adversária petista, Dilma Rousseff, em um segundo turno cada vez menos provável; e teve negado o pedido de resposta no programa do PT, sobre as críticas por desistir da exploração de petróleo na camada pré-sal.

Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negaram , por unanimidade, direito de resposta à candidata acreana na propaganda da presidenta Dilma exibida no último dia 6. Dilma afirmou, e seguirá afirmando, que Marina quer tirar a prioridade do pré-sal, o que faria com que a Saúde e a Educação deixariam de receber R$ 1,3 trilhão de recursos do petróleo. Para os ministros, a crítica não ultrapassou o debate político, por isso não deveria ser concedido um direito de resposta.

Voos perigosos

Se estão enterradas as chances de Marina desdizer a adversária no pré-sal, seus problemas com a Justiça estão apenas começando. Levantamento vazado para um diário conservador carioca, nesta quarta-feira, mostra que Marina Silva voou, ao todo, dez vezes na aeronave Cessna PR-AFA, no período em que esteve à disposição da candidatura de Eduardo Campos e Marina. A constatação coloca por terra a estratégia do PSB, que, desde o início das investigações, tentava desvinculá-la formalmente da aeronave.

A Polícia Federal (PF) investiga a compra do jato e também o pagamento de despesas operacionais com recursos de um provável caixa dois de campanha, quando ela já estava sendo utilizada. Esses gastos foram pagos por empresas de fachada. Em vez de declarar a doação nas prestações de contas parciais, de acordo com a legislação, o PSB deixou para declarar apenas em novembro, o que também contraria a lei.

Segundo o levantamento, “Marina usou o jato pela primeira vez no fim de maio, para participar, em Goiânia (GO), de seminário do partido. Em junho, voou quatro vezes, passando por Goiânia, Brasília, Maringá e Londrina. No fim de julho, participou de ato em Vitória (ES). Em agosto, voou outras quatro vezes, ao Rio, a Brasília e a São Paulo. O jato caiu em 13 de agosto, matando Campos e seis assessores”, diz o jornal.

Clima estranho

Não bastassem os problemas legais que Marina precisará enfrentar, devido à questão da propriedade do jatinho que usava, na companhia de Eduardo Campos, o silêncio da família do ex-governador pernambucano pesa agora sobre a candidata. Nos depoimentos da ex-primeira dama de Pernambuco, Renata Campos, viúva do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, morto no acidente aéreo em dia 13 de agosto, em Santos (SP), nesta quarta-feira, chamou a atenção o fato dela ter pedido votos para o candidato do PSB ao governo do Estado, Paulo Câmara, para o postulante ao Senado pela legenda, Fernando Bezerra Coelho, mas nem uma vírgula em favor de Marina. Renata deixou uma lacuna ao não declarar apoio à companheira de chapa do marido, elevada à condição de candidata à Presidência, após a morte de Campos.

Nos depoimentos gravados durante o final de semana e levados ao ar a partir da noite de segunda-feira, Renata fala sobre a dedicação de Campos à política e ao povo pernambucano, além de afirmar que Paulo Câmara também um “líder” que foi identificado entre “os quadros” formados pelo ex-governador. Ela também disse “confiar na capacidade de Paulo”.

Em discurso semelhante, ela também pediu votos para o candidato ao Senado Fernando Bezerra Coelho e voltou a dizer que confia no ex-ministro para ocupar a vaga no Congresso. Sobre Marina Silva, porém, nem uma palavra. Após o visível mal estar, coube a um militante do PSB colocar panos quentes:

– Não existe nenhum tipo de mal-estar. Renata tem um peso forte aqui em Pernambuco, mas em nível nacional este peso é pequeno. Marina tem pouco tempo no guia eleitoral e a avaliação é que colocar a Renata neste espaço não teria impacto algum.

Análise das pesquisas

Se o momento é delicado nas relações entre Marina e a família de Eduardo Campos, a má fase se cristaliza nas pesquisas de opinião. Para o jornalista Alexandre Caverni, um dos editores da agência inglesa de notícias Reuters, no Brasil, “toda eleição tem um momento, ou uma fase, em que as pesquisas eleitorais se desencontram mais fortemente e essa hora chegou para a atual campanha, com a divulgação nesta terça-feira de levantamentos de três institutos. Os números são tão diferentes que numa das sondagens, a do Vox Populi, a presidenta Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, estaria bem perto de liquidar a fatura no primeiro turno”.

Discussões sobre metodologias, qualidade e abrangência das amostragens são recorrentes nas eleições. Os dados revelados nesta terça-feira têm tudo para alimentar esse debate mais uma vez. Infelizmente, somente na votação é possível verificar quais pesquisas estão certas.

Desta vez, pelo menos, o período em que os levantamentos foram feitos não serve como justificativa para os números diferentes. O Ibope foi a campo entre os dias 20 e 22, MDA e Vox Populi ouviram os eleitores entre os dias 20 e 21. Já na abrangência há uma boa diferença: enquanto a MDA ouviu 2.002 pessoas em 137 municípios, o Vox Populi entrevistou 2.000 em 147 municípios e o Ibope ouviu 3.010 em 296 municípios. A margem de erro é praticamente a mesma: 2,2 pontos percentuais para Vox Populi e MDA e 2 pontos para o Ibope.

Mas e os números?

Primeiro Turno
• Dilma – MDA: 36%; Ibope: 38%; Vox Populi: 40%.
• Marina – MDA: 27,4%; Ibope: 29%; Vox Populi: 22%
• Aécio – MDA: 17,6%; Ibope: 19%; Vox Populi: 17%
• Brancos/nulos – MDA: 7,2%; Ibope: 7%; Vox Populi: 6%
• Indecisos – MDA: 9,3%; Ibope: 5%; Vox Populi: 12%

Segundo turno

• Dilma – MDA: 42%; Ibope: 41%; Vox Populi: 46%
• Marina – MDA: 41%; Ibope: 41%; Vox Populi: 39%

Segundo os números dos levantamentos, Marina não tem muito o que comemorar. No Ibope, ela viu sua vantagem numérica num segundo turno contra Dilma, que já foi de 9 pontos, desaparecer. No levantamento da MDA, a vantagem agora é da presidente, mas ainda dentro da margem de erro. Já pelo Vox Populi, a petista venceria, com possibilidade de uma vitória ainda no primeiro turno.
“Aécio, se usar o Vox Populi, pode reforçar a estratégia de que tem condições de passar Marina e chegar ao segundo turno. O difícil é usar os dados dessas pesquisas para mostrar que pode derrotar Dilma numa segunda rodada”, afirma Caverni.

A presidenta Dilma, segundo o autor, “pode respirar aliviada, já que os números mostram, no mínimo, um segundo turno contra Marina bastante disputado e não mais sendo vencido facilmente pela candidata do PSB”.

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