sábado, 27 de outubro de 2018

Nº 25.150 - "Guerra híbrida e as eleições brasileiras, por Gustavo Gollo"

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27/10/2018

Guerra híbrida e as eleições brasileiras, por Gustavo Gollo


Do Jornal GGN -  SAB, 27/10/2018 

Guerra híbrida e as eleições brasileiras, por Gustavo Gollo

Em 1952 foram criadas as forças especiais do exército dos Estados Unidos. A primeira missão atribuída a elas foi a guerra não convencional. As unidades das forças especiais são encarregadas de sete missões principais, entre elas as operações psicológicas (PSYOP), operações para transmitir informações selecionadas e indicadores para o público, para influenciar suas emoções, motivos e raciocínio objetivo, com intuito de influenciar o comportamento de governos, organizações, grupos e indivíduos.

O objetivo das operações psicológicas dos Estados Unidos é induzir ou reforçar o comportamento favorável aos objetivos dos EUA, e constituem parte importante da gama de atividades diplomáticas, informacionais, militares e econômicas disponíveis para os EUA. Podem ser utilizadas tanto em tempo de paz quanto em conflito.


Perceba que os EUA induzem ou reforçam, despudoradamente, comportamentos favoráveis aos objetivos dos EUA – como entregar-lhes praticamente de graça o petróleo que financiaria a educação do país, por exemplo, ou destruir petrolíferas de outros países.

As diretrizes acima estão candidamente apresentadas na internet, e constituem o dia a dia de um país que se encontra constantemente em guerra. Podem ser encontradas, por exemplo,  aqui:

Guerra híbrida nas eleições


Esse tipo de ataque vem sendo efetuado contra o Brasil de uma forma sutil, que nos fica parecendo bastante cândida. Creio que o exemplo mais sintomático seja o do petróleo: o

“A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta segunda-feira a Lei que destina 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde...

… Dilma afirmou que as prospecções dessa riqueza somarão U$S 112 bilhões apenas em royalties nos próximos dez anos e que somente o Campo de Libra gerará recursos de U$S 368 bilhões nos próximos 35 anos.”



Em parte, por impotência, em outra, por ignorância, e, mais que tudo devido aos próprios resultados das ações da guerra psicológica que nos induzem a concordar e defender propósitos francamente contrários a nós mesmo – que tipo de idiota concordaria em entregar, quase de graça, o petróleo que financiaria a educação e a saúde do país?

Creio que esse mero exemplo, tão absurdo, é suficiente para ilustrar tanto a sutileza desse modo de ataque, quanto sua efetividade. Quando os EUA tentam meter a mão no petróleo dos outros à força, costuma haver guerra sangrenta e forte oposição, como no Oriente Médio, há décadas. Convencendo uns idiotas, comprando outros, obtêm o mesmo resultado com muito menos esforço. A opção pela guerra híbrida, pela manipulação dos meios dos comunicação e da opinião pública, é tão mais eficiente, quanto menos desgastante. A interferência nas eleições consiste em uma ação bastante óbvia, tendo-se em vista propósitos desse tipo. Os próprios americanos andam possessos com a suspeita de que os russos tenham conseguido pender as eleições americanas para certo lado, usando táticas análogas às usadas agora, muito descaradamente, no Brasil.

Ultimamente, tem-se falado muito da utilização de robôs e de outros meios escusos para favorecer o candidato fascista, ação já claramente revelada. Páginas vazias, no facebook, por exemplo, podem compartilhar e, assim, divulgar conjuntamente, as mesmas notícias, gerando a aparência de que “todo mundo está compartilhando aquela notícia” induzindo, desse modo, uma multidão a fazê-lo, de fato. Outras ações, a meu ver ainda mais danosas e imorais que essa têm sido implementadas, tanto mais fortemente conforme o dia da eleição se aproxima.

Enquanto os textos adequados a determinado propósito podem ser viralizados através desse tipo de disparo escuso, textos “inconvenientes”, aqueles que propugnam interesses contrários aos perpetradores da guerra psicológica, podem ser “abafados” de diversas maneiras, impedindo que viralizem. 2 dias atrás, por exemplo, publiquei um texto no ggn, pouco antes do site sofrer um ataque que tirou do ar esse e outros tantos textos com o mesmo teor. Qualquer desses textos que estivesse em vias de viralizar, naquele instante, teria sido abafado, tido sua viralização cortada, perdendo assim o seu momento. Só percebi o fato porque meu texto “desapareceu” por um dia, provavelmente não teria notado nada estranho, não fosse isso.

Estamos sob ataque há anos, e foi um enorme equívoco que tivéssemos dado tão pouca atenção às denúncias de espionagem, ocorridas em 2013, embora os problemas do governo Dilma talvez tenham se originado de seu discurso na ONU, nesse ano, quando a presidenta do Brasil esboçou uma posição de independência ao ralhar com os espiões.

O controle escuso das redes sociais é fácil e extremamente efetivo. Talvez constatemos, após as eleições, que aquilo a que chamávamos “democracia” já tenha perdido completamente o seu sentido.

A ressaca moral avassaladora

O povo brasileiro corre o risco de eleger, sabe-se lá levado por que sentimentos, um candidato que não agrada a ninguém, e acordar no dia seguinte como se de um porre brutal, para constatar, na própria cama, a presença desagradabilíssima com a qual terá que conviver por 4 anos. Oh, pesadelo atroz.  


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