sábado, 18 de julho de 2009

Contraponto 19 - Pré-sal: o que os tucanos querem tomar na CPI da Petrobrás

Publicado no blog do Paulo Henrique Amorim

É para isso que eles fizeram a CPI, os senadores virtuosos ...

Saiu na Folha (*) pág. B1:
Governo confirma estatal para o pré-sal
De Simone Iglesias e Julian Rocha

Nova empresa vai gerenciar exploração nas áreas descobertas e dividir o óleo extraído com as ganhadoras das licitações
Marco regulatório a ser submetido ao Congresso prevê ainda criação de um fundo social com os recursos obtidos no setor de petróleo

Na proposta, há também a criação de um fundo social, sugestão de Lula, e a adoção de sistema de partilha de produção na exploração. Nesse sistema, o óleo extraído será dividido entra a futura estatal e as empresas que forem escolhidas, por meio de licitação, para desenvolver os campos.

No pré-sal, além disso, não será cobrada a participação especial (espécie de tributo) nem haverá divisão dos lucros com os Estados e os municípios -que só deverão ter acesso ao dinheiro do pré-sal por meio do fundo social a ser gerenciado pelo Ministério da Fazenda.

Segundo Lobão, o sistema de partilha valerá só para o petróleo do pré-sal e outras áreas consideradas estratégicas.

A proposta divulgada ontem acabou sendo apresentada nos moldes já previstos pelo presidente. Em agosto de 2008, logo que a comissão interministerial começou a estudar a mudança de marco regulatório, Lula pediu que os lucros do petróleo fossem usados para “eliminar a miséria”.

Por isso, a criação do fundo garantirá recursos para saúde, educação e questões sociais. E poderá ser a forma encontrada pelo governo de perpetuar o Bolsa Família. “Será um fundo trabalhista”, afirmou Lobão.”

Agora é que vai começar a batalha de verdade da CPI da Petrobrás.
O pré-sal é a “zona do agrião”, como dizia o João Saldanha.

O pré-sal – que a Petrobrás descobriu no Governo Lula, viu Miriam? – vai fazer do Brasil uma potência do petróleo.

Tipo Rússia, Iraque, Venezuela…

Os tucanos queriam, primeiro, que a Petrobrás ficasse inteira, sem que se criasse uma nova estatal.

Por quê?

Porque era mais fácil vender a Petrobrás inteira, do que duas Petrobrás.

O Zé Pedágio assumia a Presidência e, numa canetada, criava a Petrobrax – uma empresa inteira, única.

E vendia a Petrobrás noutra canetada.

E junto com a Petrobrax iam o pré-sal e todas as reservas estratégicas do Brasil.

Não se perdia tempo com uma nova estatal, só para cuidar do pré-sal.

E para que um “fundo trabalhista”, para acabar com a miséria ?

Nada disso, a ONG da D. Ruth resolve o problema da miséria melhor do que ninguém …

Os tucanos querem vender a Petrobrás no sistema “porteira fechada”, “turn key” – você paga e leva tudo o que está lá dentro.

Fazer o que o Zé Pedágio iria fazer – “iria”, porque nunca será Presidente: vender o Bolsa Família à WalMart, como me disse um político mineiro.

Os tucanos do Senado (como o apoio moral dos DEMOS, esses pilares da moral e da virtude na vida pública (**)) querem concluir a obra do Farol de Alexandria, que achou que tinha quebrado o monopólio da Petrobrás na exploração.

Não conseguiu: a Petrobrás ficou com a parte do leão, porque é competente…

A segunda aspiração dos tucanos é manter no pré-sal o sistema de exploração por “concessão”.

Na concessão, a União concede – dá área ao que vencer a licitação e tem uma parcela dos resultados.

É um regime de exploração em áreas de alto risco.

No pré-sal, a concessão significaria entregar um bilhete premiado a quem recebesse a concessão.

Já se sabe que lá em baixo tem óleo, e muito.
Por isso que o Governo Lula escolheu o regime de “partilha”.
E assim será, daqui em diante, em todas as áreas estratégicas.
O petróleo é da União.
E o Governo explora com um sócio.
E fica com a parte gorda do bilhete premiado.
Para combater a miséria.
Os tucanos (com o apoio sobretudo moral dos DEMOS, esses baluartes da probidade) criaram a CPI da Petrobrás.
Como tentaram impedir que Vargas criasse a Petrobrás.
Os tucanos tiveram apoio decisivo do PiG (***).

Da mesma forma, Assis Chateaubriand, O Globo, Roberto Campos, a UDN, o Estadão – todos eles militaram fervorosamente na campanha para entregar o petróleo brasileiro aos estrangeiros.

Na época, diziam: o Brasil não tem petróleo.
Deixa a Esso explorar.
Hoje, dizem.
O Brasil tem muito petróleo.
Deixa a Exxon explorar.
Essa é uma batalha antiga.
A CPI da Petrobrás é para derrubar o Presidente Lula.
Para desconstruir a Petrobrás.
Para tomar o pré-sal.
Para vender o pré-sal aos que contratam as palestras do Farol e pagam US$ 50 mil (mais o aluguel do jatinho).

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é aquele jornal da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.

(**) Os DEMOS preservam a castidade especialmente quando ocupam a Secretaria Geral do Senado.

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

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