Publicado no blog do Eduardo Guimarães.
Noite de domingo. Mais uma vez, o fantasma dos golpes de Estado paira sobre a América Latina. É a vez de Honduras. Num primeiro momento, pela internet é possível ver de que lados ficaram os governos, os organismos multilaterais e a mídia.
Aqui vai a lista de apenas alguns dos que condenaram o golpe de Estado em Honduras:
- Barack Obama
- Hillary Clinton
- Bill Clinton
- Hugo Chávez
- Evo Morales
- Lula
- Cristina de Kirchner
- Rafael Correa
- Michelle Bachelet
- OEA
- ONU
- União Européia
Agora, a lista (eloqüente) de alguns dos que apoiaram ou trataram como “legal” o golpe de Estado hondurenho:
- Portal G1 (Globo)
- UOL (Folha)
- Estadão.com.br
- IG
- Terra
- Ricardo Noblat
- Reinaldo Azevedo
A justificativa do golpe por este segundo grupo é a mesma dos golpistas hondurenhos, de que a convocação de um referendo pelo presidente Manuel Zelaya à revelia da Suprema Corte e do Parlamento justificaria a ruptura institucional no país.
Já pensaram se a moda começa a pegar de novo aqui na América Latina? O povo elege e, se meia dúzia de golpistas influentes não gostar do eleito, inventa alguma coisa e derruba
Nem direi que caiu a máscara desses falsos democratas, desses golpistas que condenam suspeita de fraude eleitoral no Irã e apóiam o insuspeito golpe de Estado hondurenho.
Dos que ficaram do lado dos golpistas, só o Esgoto da Veja teve coragem de usar a conversa mole dos golpistas para justificar o golpe. Os outros se limitaram a divulgar que Honduras “elegeu” um novo presidente e a difundir acriticamente a justificativa dos golpistas.
Alguma surpresa? Nenhuma, ora. Golpistas apóiam golpes e é por isso que a imprensa golpista latino-americana aderiu rapidamente ao golpe hondurenho.
Talvez recuem daqui a pouco devido ao consenso da opinião pública internacional contra o golpe, mas o que importa é a reação deles no primeiro momento, que lhes tira as máscaras. Pena que seja só para aqueles que sabem que eles usam máscaras.
Escrito por Eduardo Guimarães às 21h08
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