07/08/2010
Dilma venceu o dia seguinte do debate
porque pautou a imprensa como queria
porque pautou a imprensa como queria
Amigos do Presidente - por Zé Augusto - sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Debates tem duas fases: o momento ao vivo, e o dia seguinte, com a repercussão. Do momento ao vivo já falamos nas notas anteriores.
O dia seguinte, vence quem consegue emplacar uma pauta no debate. Nesse ponto ninguém conseguiu de fato pautar o debate com uma polêmica forte, e neste caso quem venceu foi Dilma, porque ela está na frente de todos, e ela seria a vidraça contra quem todos atirariam pedras. Dilma saiu do debate sem nenhum vidro quebrado.
Marqueteiros dizem que, para quem está na frente nas pesquisas, só não podem cometer deslizes graves nos debates. Se não fizerem isso, vencem, porque "os torcedores" dão vitória aos seus respectivos candidatos, e quem está na frente nas pesquisas, é quem tem a maior torcida.
Mas Dilma conseguiu mais do que isso. Ela não foi ao debate para gerar uma pauta polêmica, porque está na frente e não seria interessante produzir pautas que servissem de bóia para o adversário e a imprensa demo-tucana se agarrar, mas pautou a demarcação de territórios, e reforçou a campanha plebiscitária (Lula contra demo-tucanos da era FHC) que eles querem fugir.
A sutil pauta da campanha plebiscitária conquistada por Dilma
Hoje a imprensa demo-tucana repercutiu que Dilma é a candidata de Lula e "errou" porque citou pouco Lula. Será que errou? Hoje a imprensa está se encarregando de citar o que ela não citou. Se ela tivesse citado muitas vezes o presidente, estariam a chamando de "poste".
Obrigado, Globo
É o melhor presente que "O Globo" poderia dar a Dilma: pendurar FH no pescoço de Serra, e situar Serra no campo da oposição à Lula. É a pauta da campanha plebiscitária, que "O Globo" caiu como um patinho.
Dilma desmontou de vez a farsa do Serra pós-Lula
No debate, Dilma conseguiu desmontar o rumo da campanha de Serra até aqui:
- Desmontou a farsa do pós-Lula, ao sitiar Serra no terreno da oposição.
- Mas Serra mostrou-se como uma oposição fraca, sem coragem. Serra não levou ao debate suas críticas polêmicas, que pautaram a imprensa demo-tucana nas últimas semanas: nada de FARC, nada de "dossiês". Baixou o moral da sua tropa, e deixou sua "militância" frustrada, de mãos vazias. Como insistir neste discurso, se nem seu candidato o leva a debate?
- Desmontou a farsa do "melhor currículo", do "mais preparado". Serra não disse a que veio. Limitou-se a fazer críticas e promessas de político profissional em campanha, passando pouca confiança. Para piorar, para quem dizia ter o "melhor currículo", pega muito mal pedir para esquecerem de "olhar pelo retrovisor". Gerou desconfiança em quem está neutro, e gerou frustração em seus aliados.
- Serra saiu chamuscado na questão dos mutirões de saúde. Mutirão é "quebra-galho", não é política pública de saúde decente.
Imaginem se o INSS em vez de liberar uma aposentaria em meia-hora, como passou a fazer no governo Lula, dependesse de fazer mutirões para liberar processos de aposentadorias de tempos em tempos.
- Mas o principal de tudo, foi que Serra saiu do debate com um carimbo de FHC na testa, reforçando a campanha plebiscitária.
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