segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Contraponto 3220 - "O discurso conspiratório de FHC"

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06/09/2010
O discurso conspiratório de FHC


Do Nassif
Enviado por luisnassif, dom, 05/09/2010 - 15:15

Por Leall

Enviado por Fernando Henrique Cardoso - 5.9.2010| 9h15mArtigoDemocracia em risco.

Este artigo está parecido com os do Lacerda antes do suicídio do GV e da deposição do Jango. Muito pior do que 98,na eleição Collor X Lula. "A ameaça à democrácia (de um povo parvo) precisa ser contida". "Vivemos uma democracia virtual" (blogs sujos?)

Segundo FHC : "Há tempo ainda para derrotá-lo. Eleição se ganha no dia."

O interessante é que estes textos estão sendo escritos do exterior. Por alguém que diz que se afastou da campanha eleitoral. Uma preocupação com a democracia só depois da queda (vertiginosa) do seu candidato Serra nas pesquisas eleitorais. Democracia que só existiu na compra de votos,mudar a consituição, para promover a sua reeleição que nem havia antes.

Democracia em risco

Fernando Henrique Cardoso

Vivemos uma fase de democracia virtual. Não no sentido da utilização dos meios eletrônicos e da web como sucedâneos dos processos diretos, mas no sentido que atribui à palavra "virtual" o dicionário do Aurélio: algo que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual.

Faz tempo que eu insisto: o edifício da democracia, e mesmo o de muitas instituições econômicas e sociais, está feito no Brasil. A arquitetura é bela, mas, quando alguém bate à porta, a monumentalidade das formas institucionais desfaz-se em um eco que indica estar a casa vazia por dentro.

Ainda agora a devassa da privacidade fiscal de tucanos e de outras pessoas mais mostra a vacuidade das leis diante da prática cotidiana. Com a maior desfaçatez do mundo, altos funcionários, tentando elidir a questão política – como se estivessem tratando com um povo de parvos –, proclamam que "não foi nada não; apenas um balcão de venda de dados...".

E fica o dito pelo não dito, com a mídia denunciando, os interessados protestando e buscando socorro no Judiciário, até que o tempo passe e nada aconteça.

Não tem sido assim com tudo o mais? O que aconteceu com o "dossiê" contra mim e minha mulher feito na Casa Civil da Presidência, misturando dados para fazer crer que também nós nos fartávamos em usar recursos públicos para fins privados?

E os gastos da atual Presidência não se transformaram em "secretos" em nome da segurança nacional? E o que aconteceu de prático? Nada. Estamos todos felizes no embalo de uma sensação de bonança que deriva de uma boa conjuntura econômica e da solidez das reformas do governo anterior.

No momento do exercício máximo da soberania popular, o desrespeito ocorre sob a batuta presidencial.

Nas democracias, é lógico e saudável que os presidentes e altos dirigentes eleitos tomem partido e se manifestem em eleições.

Mas é escandalosa a reiteração diária de posturas político-partidárias, dando ao povo a impressão de que o chefe da nação é chefe de uma facção em guerra para arrasar as outras correntes políticas.

Há um abismo entre o legítimo apoio aos partidários e o abuso da utilização do prestígio do presidente, que além de pessoal é também institucional, na pugna política diária.

Chama a atenção que nenhum procurador da República, nem mesmo candidatos ou partidos, haja pedido o cancelamento das candidaturas beneficiadas, senão para obtê-lo, ao menos para refrear o abuso. Por que não se faz? Porque pouco a pouco estamos nos acostumando que é assim mesmo.

Na marcha em que vamos, na hipótese de vitória governista – que ainda dá para evitar – incorremos no risco futuro de vivermos uma simulação política ao estilo do PRI mexicano – se o PT conseguir a proeza de ser "hegemônico" – ou do peronismo, se mais do que a força de um partido preponderar a figura do líder.

Dadas as características da cultura política brasileira, de leniência com a transgressão e criatividade para simular, o jogo pluripartidário pode ser mantido na aparência, enquanto na essência se venha a ter um partido para valer e outro(s) para sempre se opor, como durante o autoritarismo militar.

Pior ainda, com a massificação da propaganda oficial e o caudilhismo renascente, poderá até haver anuência do povo e a cumplicidade das elites para com essa forma de democracia quase plebiscitária.

Aceitação pelas massas na medida em que se beneficiem das políticas econômico-sociais, e das elites porque estas sabem que neste tipo de regime o que vale mesmo é uma boa ligação com quem manda.

O "dirigismo à brasileira", mesmo na economia, não é tão mau assim para os amigos do rei ou da rainha.

É isso que está em jogo nas eleições de outubro: que forma de democracia teremos, oca por dentro ou plena de conteúdo. Tudo mais pesará menos.

Pode ter havido erros de marketing nas campanhas oposicionistas, assim como é certo que a oposição se opôs menos do que deveria à usurpação de seus próprios feitos pelos atuais ocupantes do poder.

Esperneou menos diante dos pequenos assassinatos às instituições que vêm sendo perpetrados há muito tempo, como no caso das quebras reiteradas de sigilos.

Ainda assim, é preciso tentar impedir que os recursos financeiros, políticos e simbólicos reunidos no Grupão do Poder em formação tenham força para destruir não apenas candidaturas, mas um estilo de atuação política que repudia o personalismo como fundamento da legitimidade do poder e tem a convicção de que a democracia é o governo das leis e não das pessoas.

Estamos no século 21, mas há valores e práticas propostos no século 18 que foram se transformando em prática política e que devem ser resguardados, embora se mostrem insuficientes para motivar as pessoas. É preciso aumentar a inclusão e ampliar a participação.

É positivo se valer de meios eletrônicos para tomar decisões e validar caminhos. É inaceitável, porém, a absorção de tudo isso pela "vontade geral" encapsulada na figura do líder. Isso é qualquer coisa, menos democracia.

Se o fosse, não haveria por que criticar Mussolini em seus tempos de glória, ou o Getúlio do Estado Novo (que, diga-se, não exerceu propriamente o personalismo como fator de dominação) e assim por diante.

É disso que se trata no Brasil de hoje: estamos decidindo se queremos correr o risco de um retrocesso democrático em nome do personalismo paternal (e, amanhã, quem sabe, maternal).

Por mais restrições que alguém possa ter ao encaminhamento das campanhas ou mesmo a características pessoais de um ou outro candidato, uma coisa é certa: o governismo tal como está posto representa um passo atrás no caminho da institucionalização democrática.

Há tempo ainda para derrotá-lo. Eleição se ganha no dia.


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PITACO DO ContrapontoPIG..

Depois desta palhaçada de "estamos decidindo se queremos correr o risco de um retrocesso democrático em nome do personalismo paternal (e, amanhã, quem sabe, maternal)", o FHC vai apelar pra quê?

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Um comentário :

  1. O FHC, escondido até pelos seus asseclas durante a campanha, sem pretígio e lembrado apenas pelos estragos que causou ao Brasil não só durante o seu governo, mas desde que resolveu entrar para a política, a fim de poder viver às custas do povo que despreza, hoje escreve sus baboseiras desde a sua matriz, aquela que o financiou para que transformasse este imenso e rico país em quintal dos EUA. O Presidene Lula atravessou seu caminho e acabou com a farra, por isso hoje esse despeito, que joga por terra a imagem que ele próprio criou de lorde poliglota e "grande" sociológo do neoliberalismo.
    Goste ele ou não, será DILMA Presidente no dia 3 de outubro.

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