20/03/2011
Dilma manda recado a Obama: o Brasil deve ser respeitado
Do Vermelho - 19 de Março de 2011 - 16h35
Na declaração à imprensa, por ocasião da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a presidente Dilma Rousseff usou, como deveria, o tom diplomático, mas não deixou de mandar recados à Casa Branca. A primeira mulher presidente do Brasil falou de igual para igual com o mandatário estadunidense e Dilma não fugiu sequer dos temas polêmicos. Defendeu o multilateralismo e disse que o Brasil é um país que deve ser respeitado e assim agirá em suas relações com os demais países.
Dilma Rousseff reforçou a importância da reforma da governança do Banco Mundial e do FMI, bem como na ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Segundo a presidente Dilma, há uma preocupação com relação à lentidão deste processo.
“Aqui, sr. presidente, não nos move o interesse menor da ocupação burocrática de espaços de representação. O que nos mobiliza é a certeza que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e a harmonia entre os povos.”
A presidente iniciou o pronunciamento informando que a visita de Obama ao Brasil “me enche de alegria, desperta os melhores sentimentos do nosso povo e honra a histórica relação entre o Brasil e os Estados Unidos”. Segundo ela, a visita “carrega também um forte valor simbólico”.
Os povos de nossos países ergueram as duas maiores democracias das Américas. Ousaram também levar aos seus mais altos postos um afrodescendente e uma mulher, demonstrando que o alicerce da democracia permite o rompimento das maiores barreiras para a construção de sociedades mais generosas e harmônicas.
Ouça aqui o discurso
Ainda no pronunciamento, Dilma destacou que dos nove chefes de Estado americanos que estiveram no Brasil, Obama é o presidente que encontra o país “em momento mais vibrante”. A presidente lembrou também que sucede o presidente Lula “um homem do povo, com quem tive a honra de trabalhar. Seu legado mais nobre foi trazer à cena política e social milhões de homens e mulheres que viviam à margem dos mais elementares direitos da cidadania”.
“Todo este esforço criou milhões de empregos e dinamizou regiões inteiras antes marginalizadas do processo econômico. Permitiu ao Brasil superar com êxito a mais profunda crise econômica da história recente, mantendo até os dias atuais níveis recordes de geração de postos de trabalho.”
Porém, lembrou que o Brasil ainda tem enormes desafios e que neste momento se concentra nas tarefas necessárias para aperfeiçoar nosso processo de crescimento e garantir um longo período de prosperidade para o povo brasileiro. Ela disse também que seu compromisso “é com a construção de uma sociedade de renda média, assegurando oportunidades educacionais e profissionais para os trabalhadores e para a nossa imensa juventude”. E continuou: “Garantindo também o ambiente institucional que impulsione o empreendedorismo e favoreça o investimento produtivo”.
Ainda no discurso, Dilma disse que enxergava as melhores oportunidades para o avanço das relações entre os países. “Acompanho com atenção e a melhor expectativa seus enormes esforços para recuperar a vitalidade da economia norte-americana”, enfatizou.
“Compreendemos o contexto do esforço empreendido por seu governo para a retomada da economia. Porém todos sabem que medidas de grande vulto provocam mudanças importantes nas relações entre as moedas de todo o mundo. Este processo desgasta as boas práticas econômicas e empurra países para ações protecionistas e defensivas de toda natureza.”
E seguiu: “Somos um país que se esforça por sair de anos de baixo desenvolvimento, por isto buscamos relações comerciais mais justas e equilibradas. Para nós é fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos – etanol, carne bovina, algodão, suco de laranja, aviões, por exemplo. Para nós é fundamental que se alarguem as parcerias tecnológicas e educacionais, portadoras de futuro.”
Em seguida, o presidente Obama informou que apoia a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a presença do Brasil nos organismos multilaterais. Segundo Obama, tanto é assim que se instituiu o G-20 a principal instância de decisão. O presidente americano destacou ainda o interesse de seu governo em adquirir petróleo brasileiro e nas fontes de energia renovável. Na conversa, ainda, Obama elogiou o empenho da presidente na melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.
Obama encerou o pronunciamento oficial à imprensa comentando sobre a crise na Líbia. Segundo ele, “se não ocorrer o cessar-fogo” a coalizão que tem participação dos Estados Unidos vai intervir “de alguma forma”. Horas depois, Obama deu sinal verde para um ataque militar contra o país africano (leia mais).
Fonte: Bloga da Maria Frô, com informações do Blog do Planalto
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