quarta-feira, 23 de março de 2011

Contraponto 5018 - "O lobby do Globby quer salvar o imperador da Vale"

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23/03/2011
O lobby do Globby quer salvar o imperador da Vale


Do Tijolaço - 23/03/2011

Brizola Neto

Semana passada, Elio Gáspari, colunista de O Globo disse que havia um movimento para “fritar” o Ministro da Fazenda Guido Mântega.

Talvez o jornalista devesse procurar os rastros desta fritura ali, bem pertinho, no próprio jornal que publica seus artigos.

Não merecem outro o nome coisas como a que se publica hoje no jornal, apoiada em fontes etéreas e em expressões vagas como “seria”, “teria” ou “a leitura é que” sobre o descontentamento da Presidenta Dilma Rousseff com a ação de Mântega ao buscar uma solução para a substituição de Roger Agnelli na presidência da Vale, que será escolhida dentro de um mês.

Que o Governo não gosta da forma que Agnelli conduz a Vale, é coisa que até as pedras da calçada sabem.

Não gosta porque ele prefere turbinar a exportação de minério bruto apenas, com baixo valor agregado, enquanto só a fórceps coloca dinheiro na siderurgia.

Não gosta porque ele privilegia as compras – sobretudo as de embarcações – no exterior, em lugar de encomendar aqui.

Não gosta porque ele não alinha a empresa ao projeto de desenvolvimento nacional, no qual a Vale, por seu tamanho, seu papel estratégico e sua presença nacional deveria ser um do eixos impulsores.

Se a Vale fosse uma empresa apenas do “Seu Zé” ou do “Seu João”, não caberia que o Governo estivesse em busca de uma solução para seu comando.

Mas a Vale não apenas foi vendida num ato de lesa-pátria por FHC – com o estímulo de Serra – por um valor irrisório, como foi entregue numa composição onde os recursos públicos, via BNDES e Previ, sustentaram a entrega do controle da empresa ao Bradesco, de onde vem o Sr. Agnelli.

Que se eterniza, há 10 anos, no comando da empresa e com a empáfia dos todo-poderosos, quer peitar o próprio Presidente da República, como fez com Lula.

Agora, vaza para a imprensa os diálogos de Mântega com seu patrão, o presidente do Bradesco, Lázaro Brandão. E diz que a Presidenta está desagradada pelo fato de o Ministro estar fazendo exatamente o que ela determinou e, aliás, cumprindo a lei.

Porque, pela Lei Complementar 109, cabe à empresa patrocinadora de fundo de pensão (no caso da Previ, o Banco do Brasil) e ao ente controlador desta (no caso, o Ministério da Fazenda) aprovar acordos de acionistas que impliquem no controle de empresas.

Agnelli é o Imperador da Vale, auto-suficiente e inamovível. Merece o título de Agnelli I, o Eterno.

Agnelli, como O Globo, julga-se o Rei do Brasil.
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