30/03/2011
Uma alternativa confiável Fonte: O POVO Online/OPOVO/Opinião - 30.03.2011| 01:30
Sérgio Machado - Presidente da Transpetro
A instabilidade política no Oriente Médio gerou novas preocupações que reforçam antigos temores relacionados ao fornecimento internacional de petróleo. Historicamente, a exploração e comercialização deste produto, vital para o desenvolvimento das nações, está ligado àquilo que os estudiosos denominam de “maldição do petróleo”, que significa concentração de poder e renda e, não raro, sustenta ditaduras, como as que são alvo das recentes contestações populares.
A cada nova convulsão, o mundo corre à procura de fornecedores confiáveis, ou seja, países produtores importantes que ofereçam um quadro de normalidade institucional, estabilidade econômica e boas perspectivas de desenvolvimento. A entrada do Brasil na era do pré-sal vai nos conferir uma nova dimensão estratégica como um dos maiores produtores internacionais.
Não é por outra razão que os Estados Unidos mostram-se, mais do que nunca, interessados no potencial energético brasileiro. Também é por isso que o nosso ilustre visitante recente, o presidente Barack Obama, incluiu o país entre os futuros supridores confiáveis de petróleo ao mercado americano.
Com o pré-sal teremos a quinta maior reserva petrolífera mundial. Mais do que isso: nossa democracia é consolidada e a nossa economia cresce com justiça social, fatores que representam uma enorme vantagem comparativa. São chaves para a confiança dos investidores e futuros compradores internacionais e garantem a segurança necessária para o cumprimento de contratos e obrigações.
Costumo dizer e repetir que este é o século do Brasil. Temos, praticamente, todas as riquezas de que o mundo precisa. Somos uma potência energética. Além da energia fóssil, temos um amplo potencial de combustíveis renováveis, energia hidráulica, eólica e solar.
Como demonstram os exemplos do passado, países vencedores são os que dispõem da energia do momento.
Quando se fala em bens essenciais, temos também que citar nossa formidável extensão de terras para produzir alimentos, o que nos dá uma enorme vantagem em relação a outros emergentes, como a Índia e a China, dependentes de importações. Além disso, dispomos de outro bem vital para este século: aqui estão 14% das reservas de água doce do mundo. O nosso cacife é alto.
A tragédia japonesa pôs, novamente, em evidência, a polêmica que envolve a utilização da energia nuclear. A dolorosa lição é que, também na área da energia, não existe um mundo ideal. Aqui no Brasil, temos uma matriz energética diversificada, limpa e com quase 50% de energias renováveis.
O pré-sal, aliado ao nosso enorme potencial para a produção de etanol e outros biocombustíveis, são algumas das fantásticas alternativas que temos para oferecer ao mundo. E é isso que transforma o Brasil em um ator importante no novo cenário geopolítico.
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