16/08/2011
Do Tijolaço - 15/08/2011
“O setor de shopping centers teve crescimento de 11,69% nas vendas no primeiro semestre deste ano e estima fechar 2011 com aumento de 12% ante o ano passado. Em 2010, o faturamento atingiu R$ 87 bilhões. A expansão do setor é acompanhada pela geração de postos de trabalho. São cerca de 720 mil postos gerados no país.” (Diário do Comércio e Industria, hoje.)
“As vendas pelo conceito (anual) mesmas lojas Lojas Renner, de consumo popular) –que considera aquelas em operação há pelo menos 12 meses– tiveram incremento de 9,8 por cento no período contra um ano antes” . (Reuters, hoje)
“As vendas na semana do Dia dos Pais no país cresceram 8,8% neste ano na comparação com a semana equivalente de 2010, aponta nesta segunda-feira (15) o Indicador Serasa Experian” ( G1, hoje)
Tudo isso saiu publicado hoje. Mas a turma da roda-presa não descansa.
Sexta-feira, o economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, diretor do BC no Governo Fernando Henrique, dizia que “diante das taxas de juros já próximas do zero nas economias mais maduras e a dificuldade de adoção de políticas anticíclicas graças à dinâmica da dívida e aos déficits fiscais, resta pouco a se fazer contra a recessão”.
Recessão? Com vendas crescendo na faixa de 10% ao ano?
Um grande e precocemente falecido escritor peruano, Manoel Scorza, escreveu um livro chamado “A história de Garabombo, o Invisível”. Garabombo era um índio do altiplano, que tinha a faculdade de ser invisível aos brancos dominantes. E era invisível porque, durante séculos, eles olhavam os índios e não os viam como seres humanos.
Garabombo ficou, por isso, invisível. Como o povo brasileiro é invisível a certos economistas que olham em inglês.
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