06/02/2012
O Haiti que a mídia esconde
Por Amelia Duarte de la Rosa, no sítio da Adital:Por Amelia Duarte de la Rosa, no sítio da Adital:
Há vários dias circula na Internet uma infografia que Cubadebate divulgou em seu portal por motivo da nova campanha midiática anticubana e mostrar o respaldo de muitos ante as mentiras expostas sobre a Ilha. A imagem, publicada em várias páginas web, foi criada em abril de 2010 pelo desenhista e blogueiro de Madri, Francisco Arnau.
Con o título Haití: hay quien te ayuda y hay quien te USA, Arnau colocou em seu blog Ciudad Futura e no Twitter a ilustração que exterioriza o que os jornalistas Emily J. Kirk y John M. Kirk llamaron, em um artigo, um dos segredos mais bem guardados do mundo: a cooperação médica cubana no Haiti.
Os meios de comunicação internacionais têm ignorado durante anos os esforços e a solidariedade de nosso país. Em troca, sim, têm sabido dar cobertura, insuflar e tergiversar acontecimentos para satanizar a Ilha. A presença durante 13 anos da colaboração médica no Haiti é um desses esforços vítimas do silenciamento e da censura midiática arbitrária e premeditada.
Justamente após o terremoto (2010), quando a tragédia do Haiti era manchete em todos os jornais, vários governos e organizações não governamentais aproveitaram a circunstância para mostrar-se caritativos e aparecer no protagonismo humanitário. No entanto, apesar de que em janeiro de 2010 trabalharam no Haiti 744 médicos cubanos –produto da colaboração iniciada em 1998, quando o furacão George arrasou o país-, os meios de comunicação apresentavam a ajuda estadunidense na primeira linha.
Emily J. Kirk e John M. Kirk, em sua reportagem publicada em 2010, referem que: "A cobertura informativa da cooperação médica cubana, após o devastador terremoto do Haiti, tem sido, com certeza, escassa. Enquanto que Fox News glorificava a ajuda estadunidense em uma reportagem intitulada ‘EE.UU. encabeza la respuesta global al terremoto de Haití’; a CNN também retransmitia centenas de notícias e, de fato, uma delas girava em torno a um médico cubano, identificando-o como médico espanhol”
Mais adiante, manifestam que em março de 2010 "o portal web da CNN, por exemplo, continha 601 notícias sobre o terremoto do Haiti, das quais somente 18 aludiam à ajuda cubana. Da mesma forma, entre The New York Times e The Washington Post noticiavam 750 matérias sobre o terremoto e a ajuda prestada, e nenhuma só vez detalhava qualquer informação sobre a ajuda cubana. No entanto, na realidade, a função desempenhada pelos médicos cubanos tem sido extraordinariamente importante”.
Outro artigo publicado em Cubainformación, escrito por José Manzaneda, explica que "os cooperantes da brigada médica cubana no Haiti foram a mais importante assistência sanitária ao povo haitiano durante as primeiras 72 horas após o terremoto. Essa informação foi censurada pelos grandes meios de comunicação. O diário El País, no dia 15 de janeiro, publicava uma infografia sobre a ajuda financeira e equipamentos de assistência, na qual Cuba nem sequer aparecia entre os 23 Estados que contribuíram. A cadeia estadunidense Fox News chegava a afirmar que Cuba é dos poucos países vizinhos do Caribe que não ofereceram ajuda.
Inclusive, Steve Clemons, que dirige um dos principais programas da New America Foudation, é editor do blog político The Washington Note escreveu poucos dias após o terremoto, um artigo onde expunha que: "Cuba converteu-se em um provedor nato de ajuda ante as catástrofes, com programas de assistência médica relacionada com todo o mundo”. O especialista também recomendou que os Estados Unidos deveriam reconhecer a ajuda de Cuba ao Haiti e retirar a Ilha da lista de países terroristas.
No entanto, uma rápida busca na web sobre a ajuda de Cuba no Haiti durante o terremoto e a epidemia de cólera não traz resultados de notícias procedentes de grandes agências de imprensa ou de corporações midiáticas. Nem sequer aparece quando, em abril de 2011, o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, enviado especial da ONU para o Haiti, admitiu a importância da colaboração cubana no empobrecido país. Tampouco a busca assinala que há mais de um ano nenhum haitiano atendido por médicos cubanos morre de cólera.
No entanto, apesar de que os meios obviem a ajuda de Cuba, o governo haitiano não o fez. Em sua mais recente visita ao nosso país, o presidente Michel Martelly agradeceu a colaboração cubana – uma das poucas que ainda permanece e continuará no Haiti, pese qualquer tentativa de manipulá-la ou desconhecê-la.
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