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05/01/2015
A mídia já perdeu o debate sobre regulação econômica
Ninguém jamais pensou que a mídia e seus braços partidários ficariam calados quando o governo resolvesse iniciar um debate sobre a regulação econômica da mídia.
É inegável que a regulação econômica da mídia mexe com uma questão de poder.
Poder e dinheiro.
No Brasil, poder e dinheiro tem nome: Globo.
Os Marinho, donos da Globo, são a família mais poderosa e rica do país.
Uma soma de Berslusconi com Rupert Murdoch.
Só que muito pior.
Murdoch não construiu seu império numa ditadura nascida de um golpe articulado e apoiado por ele mesmo, uma ditadura que lhe franqueou acesso a crédito ilimitado, leis favoráveis e perseguição aos concorrentes.
A ditadura brasileira trabalhou meticulosamente para aniquilar, comercial e fisicamente, todos os concorrentes da Globo.
Todos os jornalões hoje, como Folha, Estadão e Correio Braziliense, se tornaram meio que filiais informais da Vênus.
A prova disso é que ninguém repercutiu a notícia sobre a sonegação da Globo.
No mundo inteiro, escândalos de sonegação são tratados com tanta gravidade quanto escândalos de corrupção.
Aqui, não.
Imagina se um jornal qualquer iniciasse uma sequencia de matérias com o chapéu “Escândalos em série”, cujo núcleo seria o escândalo de sonegação da Globo?
Seria perseguido e destruído pelos barões.
A blogosfera consegue sobreviver porque se move como que numa outra dimensão, a virtual.
O elefante da mídia sente a comichão nos pés, apavora-se, mas não vê as formiguinhas. Nem consegue matá-las esmagando-as, porque elas correm livremente por entre as fendas de suas patas gigantes.
E agora, essa histeria contra a simples proposta do governo de iniciar um debate democrático!
E ainda falam em “liberdade de expressão”!
A Globo está devorando a cultura nacional.
Os únicos filmes nacionais que tem ganhado espaço nos cinemas são da Globo Filmes e com atores da Globo.
Tudo produzido com verba pública, claro.
Pensando bem, é um ótimo sinal o que está acontecendo.
O debate já começou.
De um lado, os sicários do monopólio, os filhotes da ditadura, os advogados da manipulação, os lacaios dos barões da mídia. Seus representantes: Eduardo Cunha, Aloysio Nunes, a filha de Roberto Jefferson, de um lado.
De outro, a democracia, representada por todos os movimentos sociais, todas as organizações populares, todos os sindicatos.
Não há uma organização popular no Brasil que não veja, hoje, a regulação econômica da mídia como uma questão estratégica para o aprimoramento da nossa democracia.
Ah, e pelas ruas também. Nas “jornadas de junho”, não havia multidão gritando “viva a Globo!”, e sim “Fora Globo”. Os chamados movimentos “não-organizados” também são a favor da democratização da mídia.
Politicamente, eles – a turma do monopólio – já perderam essa luta.
O desespero com que, agora, tentam fugir do mero debate sobre o tema, é maior prova de sua derrota.
Agarram-se, pateticamente, ao derradeiro osso: os recursos públicos de publicidade institucional – federais, estaduais e municipais.
Quando convencermos o governo que não faz sentido, numa democracia, cevar a família mais rica do país com dinheiro público, será o começo do fim da farra do monopólio.
E será início de uma era de legítima liberdade de expressão no país, com uma imprensa crítica de verdade, não uma imprensa que finge ser crítica para beneficiar seus amigos e chantagear os governos, visando manter intacta uma hegemonia consolidada no regime militar.
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