quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Contraponto 15.798 - "Gerson Carneiro: Lobão é otário, Cuba está infestada de coxinhas brasileiros"

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14/01/2015


Gerson Carneiro: Lobão é otário, Cuba está infestada de coxinhas brasileiros


Do Viomundo - publicado em 7 de janeiro de 2015 às 23:07


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Vai pra Cuba!
Diário de um Chapéu de Couro

por Gerson Carneiro, especial para o Viomundo

Companheiros,

Regresso de Cuba. De uma viagem de 13 dias. Trago boas novas.

A blogueira Yoni Sanchez é uma figura totalmente irrelevante ao povo cubano. Os cubanos até sabem que ela existe mas não lhe dão a mínima importância. Então, ela usa a tática de concentrar esforços para transgredir leis, como, por exemplo, rasgar o próprio passaporte, na tentativa de ser levada à prisão e assim chamar atenção e talvez se tornar uma líder de alguma coisa mas o governo cubano inteligentemente aplica à funcionária da CIA a mais letal das penas: a total liberdade para fazer o que quiser.

Digo isto porque conversei com pessoas diversas em Havana, inclusive estive no lobby do hotel luxuoso “Habana Libre”, aonde ela costuma contar à imprensa estrangeira as fábulas dela, como o alegado sequestro por agentes do governo cubano em que lhe resultaram hematomas por todo o corpo, jamais comprovados.

Ocorre é que a blogueira cubana descobriu uma forma de ser financiada e assim ganhar dinheiro, viajar o mundo inteiro, e se divertir enganando quem se deixa enganar.

Não o povo cubano, cujo índice de escolaridade com nível superior alcança 70% da população e está preparado ganhar o mundo, se quiser, quando o embargo sem razão de ser terminar.

Estive na universidade de Havana, de onde saem os médicos que dão assistência em 70 países, inclusive combatendo o ebola no continente africano.

Só pra constar: não há escola nem faculdade particulares em Cuba. Conversei com um advogado de 26 anos de idade e um engenheiro e uma engenheira de informática.

Ah, o ano letivo de 2015 começou em 05 de janeiro. Ônibus escolares passam pegando as crianças e os adolescentes entre as sete e as oito da manhã e retornam no final da tarde. Também por isso não há crianças nos semáforos.

O mundo se encontra em Cuba

Cuba hoje é uma Babel. Ouve-se múltiplos idiomas. Pessoas do mundo inteiro visitam Cuba.
Um cubano que cursou Engenharia de Informáica em Moscou e História em Havana, e hoje trabalha com Turismo, me disse que Havana é a sétima cidade mais visitada do mundo (não fui conferir a informação).

Até norte-americanos visitam Havana de forma clandestina, pois o governo norte-americano proíbe seus cidadãos de visitar Cuba, mas eles vão para o México e de lá voam clandestinamente a Cuba.
A cantora norte-americana Beyoncé esteve em Havana e um fã entusiasmado a reconheceu, tirou foto e postou no facebook.

Foi o suficiente para chegar ao conhecimento do governo norte-americano, que aplicou a Beyoncé uma multa de um milhão de dólares.

Fosse um cidadão comum, provavelmente seria levado para Guantánamo, sob a alegação de que “não é em Cuba que você quer ficar!”, imagino.

Agora, a cereja do bolo: Cuba está infestada de coxinhas brasileiros.

De eleitores do Aécio gastando seu rico dinheirinho contribuindo para sustentar o regime do Comandante Fidel Castro. Pobre Lobão, és de fato feito otário pelos coxinhas.

Um internauta antipetista havia me dito que “tubos de dinheiro do Brasil estavam sendo enviados para Cuba”. Agora eu posso concordar.

Curioso que no Brasil sempre nos dizem “vai pra Cuba”.

Até dois professores de uma faculdade mequetrefe de Direito, como escapatória em um debate, por falta de argumentação, me mandaram ir pra Cuba.

Fui, e lá encontrei um monte dos que aqui nos mandam ir pra Cuba. São realmente sujeitos sem tutano ideológico.

Como proclama um ícone deles, “a gente somos inútil”. Ventríloquos da porca imprensa brasileira. Diverti-me observando-os.

As gafes, as vergonhas alheias que protagonizam achando que ninguém os está entendendo, nem os observando.

Uma pequena maldade

A diversão começou já no aeroporto de Guarulhos. Três idosos indo para os EUA (voamos no mesmo avião até o Panamá), já na sala de espera sentaram atrás de mim e começaram a tagarelar bobagens contra o atual governo brasileiro.

As falas eram truncadas porque não sabiam dissertar sobre o que pretendiam discorrer.

Começavam e paravam no “aquele negócio que ela está querendo alterar. Como é o nome? Não lembro agora. Ela não sabe o que está fazendo”, e coisas assim. Bem, falavam alto, incomodavam os demais que estavam querendo um cochilo antes do vôo.

Permaneci quieto, só observando. “De orelha em pé” como dizia painho. E assim fiquei.

Poucos minutos após o início do voo saquei meus fones, dei uma passada nas opções oferecidas na tela de entretenimento grudada nas costas da poltrona à minha frente, escolhi o que queria e percebi uma movimentação na fileira de assentos do outro lado.

Lá estava o trio agitado. Primeiro sem saber como plugar os fones. Após algumas tentativas, conseguiram. A briga passou a ser com a tela “toca-tela”. Primeiro para se localizar, depois para manusear o rol de opções. Aí, a batalha foi longa.

Cada vez mais desesperados ao mesmo tempo em que tentavam manter pose de normalidade, fingindo ser a estabanação apenas voluntária ação experimental das alternativas oferecidas pelo painel. Mas estava óbvio que era desespero por desconhecimento.

Por impulso pensei em oferecer ajuda, mas decidi observar para ver até onde iria a peleja do trio de velhinhos politicamente tão sábios, e anteriormente tão cheios de si (aparentemente por estarem embarcando para os Estados Unidos) com a tela de entretenimento.

Cerca de quarenta minutos adiante dois desistiram e se aquietaram.

O terceiro, suponho que para sustentar o orgulho, fingiu ter encontrado o que queria ver e viajou três quartos da viagem até o Panamá vendo a propaganda da Copa Airlaines.

É… de longe, pela diversificação de cores das luzes projetadas pela tela, parecia ser animada e realmente capaz de prender a atenção por tão longo período.

Decadência da elegância

Dois dias da viagem fiquei hospedado no crème de la crème da coxinharada brasileira em Cuba. Um luxuoso hotel em Varadero. Varadero é o lugar, em Cuba, aonde tem mais brasileiros metidos a besta por centímetro quadrado.

Especialmente os que imaginam que Cuba fica para fora dos limites do hotel e assim não estão contribuindo financeiramente para manter o regime do Comandante.

Foi lá que presenciei um grupo de seis coxinhas na fila do procedimento de encerramento da estadia tecendo comentários sobre um funcionário cubano do hotel.

Dizia um deles: “ele fala francês, italiano, inglês e português”. Nesse momento uma coxinha do grupo interveio:

– Quando eu voltar para o Brasil, eu vou me matricular em um curso de italiano (sic). Ah, mas eu fico pensando, os cubanos têm tanta cultura não sei pra quê se não têm dinheiro.
E o coxinha interlocutor completou:

– Verdade. Não têm internet, nem celular.

Nesse reduto encontrei também uma família composta por mãe, filho na faixa de 35 anos de idade, uma filha e uma tia.

Na fila do restaurante o filho com o prato na mão, aguardando o omelete que havia pedido para ser feito com três ovos e todos os legumes e condimentos que estavam à escolha, socava na boca o que podia pegar e falava todo despreocupado achando que não estava sendo entendido por ninguém além da irmã: “Eu nem estou com fome, mas tenho que aproveitar”.

Foi então que me tomou de assalto uma possibilidade. Perguntava-me ao tempo em que tentava vislumbrar. Se ocorre de haver uma caganeira em qualquer um deles, que aqui se encontram, por se entupir de comida, obviamente será levado ao posto médico.

E então, recusará ser atendido por um médico cubano? Ou vai incrementar o rol de vexames e absurdamente exigir a submissão do médico cubano ao REVALIDA antes de atendê-lo? Essa, de fato, rezei para ver, mas meu Padim Ciço achou que eu já estava me divertindo demasiadamente. Não atendeu minha súplica.

Enquanto isso, à mesa, a mãe erguia a taça e gritava em um misto de desespero e ordem “POR FAVOR! POR FAVOR! POR FAVOR!”. Desespero por não saber como se dirigir aos garçons e pedir educadamente e respeitosamente o que queria. A postura era a de quem se colocava como “eu sou a hóspede, estou pagando e tenho que ser servida”.

Gente diferenciada

Também na praia desse hotel resolvi me acomodar no primeiro quiosque da primeira das três fileiras de quiosques espalhados na areia, que separam o hotel da água do mar. Sendo a primeira fileira de quiosque a que me refiro a fileira mais próxima ao hotel.

Eis que fui contemplado. Naquele dia aquela fileira de quiosques fora ocupada inteiramente por brasileiros.

Lá pras tantas chegou um casal, e não tendo mais quiosques disponíveis puxaram duas cadeiras e se acomodaram ao lado de onde eu estava, distanciando cerca de dois e meio metros. No quiosque à minha frente estava um casal de poloneses ou russos, creio eu pelo idioma em que falavam.

Em um determinado momento o casal de estrangeiros se levantou para ir ao bar, e nesse instante a senhora brasileira que estava acomodada ao meu lado se levantou e se dirigiu ao casal estrangeiro perguntando em Português:

–  Vocês já vão embora?

Em um primeiro momento o casal ignorou pensando que a senhora não falava com eles, uma vez que falava em uma língua estranha a eles. Mas a senhora resolveu seguir o casal e insistentemente perguntava:
– Vocês já vão embora?

Daí o casal percebeu que a senhora se dirigia a ele e estava falando para ele. E em um claro gesto de “não sei o que você está me dizendo” o casal abriu os braços e seguiu. A senhora voltou irritada porque o casal não a entendia. Mas à frente essa mesma senhora começou a conversar com uma jovem brasileira e eu na minha missão de observar notei a senhora dizendo para a jovem:
– Aqui tá cheio de brasileiro. Mas é um tipo de brasileiro diferente.

Foi aí que instintivamente saquei meu chapéu de couro do bornal, botei na minha moleira e, com a desculpa de ir jogar o copo descartável no lixo, passei três vezes em frente a essa senhora para mostrar que ali havia um tipo de brasileiro diferente.

Essa é a gente que se considera exclusiva, culta, rica, merecedora de privilégios. Entorpecida em sua vil soberba. É a imagem cuspida e cagada da Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbón e Bourbón e sua trupe vivendo suas aventuras no Brasil. São uma vergonha.

Tive o privilégio de assistir de Havana à posse da Presidenta Dilma, transmitida ao vivo e na íntegra pela TV Cubana, inclusive com repórteres cubanos presentes em Brasília.

Com análise crítica, séria e fundamentada de cada um dos Ministros e das possibilidades desse novo mandato face à  conjuntura geopolítica mundial. Ao retornar ao Brasil procurei saber como foi a transmissão da posse aqui. Contaram-me:

– Repercutiram a roupa da Dilma. Compararam-a a um botijão de gás.

Pensei: Meu Deus. De fato, estou de volta.

Essa imbecilização, essa pobreza intelectual, que substitui o que poderia ser debate político, é mais uma manifestação dessa gente que acabei citar. Planam e se lambuzam na poça rasa da lavagem oferecida pela porca imprensa brasileira, se achando o ó do borogodó.

Vai pra Cuba

Fui a Cuba. Gostei e pretendo voltar. Conversei com cubanos nas ruas, nos bares, nas praias, como conversei com haitianos quando lá estive.

Uma das minhas manifestações nas conversas era a de que estava preocupado com o fim da tranquilidade, segurança e a introdução do narcotráfico, eventualmente consequência da aproximação dos EUA.

O consenso dos cubanos é que Cuba está fortemente preparada para impedir uma eventual tentativa de introdução de narcotráfico. Um deles me disse:

– Uma pequena história. Um militar de alta patente foi flagrado tentando introduzir narcotráfico na rede hoteleira. Ele e dois auxiliares. Os três foram fuzilados por isso. A pena mínima é de 20 anos de cadeia para quem for flagrado com narcótico. E então: você quer trazer droga para cá?
Pensei: os Perrellas, donos do helicóptero apreendido com 450 quilos de pasta base de cocaína, seriam fuzilados aqui.

Estive em uma nação de fato socialista.

No procedimento para embarque no aeroporto falei para o atendente que como brasileiro agradeço pelos médicos cubanos. O rapaz saiu de trás do balcão e veio me dar um forte abraço.
Voltei de Cuba maravilhado.

Não tenho atributos que me enquadrem no esteriótipo coxinha, mas assalto o brado para conclamar: Vão pra Cuba!

Yo soy un hombre sincero

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