04-01-2015
A torcida por um 2016
2016
começa sob o signo da esperança – como todo ano, aliás. Há alguns fatos
novos no ar, depois dos problemas enormes que o país enfrentou em 2015.
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O
primeiro é a vontade geral de que os problemas políticos sejam
superados e a economia volte a se recuperar. Em cima dessa expectativa,
há uma reavaliação ampla da atuação de vários personagens públicos.
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A
estabilização da economia tornou-se matéria de interesse nacional. Não
adianta se apelar para esse jogo malicioso de dividir a estabilização
entre governistas e oposicionistas. Em determinado momento, ganhou corpo
a ideia de que a saída de Dilma Rousseff atendia mais ao interesse
nacional.
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Agora,
a situação é outra. A bandeira do impeachment murchou e qualquer
tentativa de prorrogar essa novela passa a ir contra o interesse
nacional e a vestir a carapuça do golpismo..
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Gilmar
Mendes, Dias Toffoli, Aécio Neves entram definitivamente para o
duvidoso panteão dos personagens políticos nefastos, ao lado de Eduardo
Cunha, daqueles que colocam interesses pessoais ou políticos,
idiossincrasias e oportunismos acima do interesse nacional.
Perderam a capacidade de derrubar governos, mas mantém o poder de continuar atazanando o país.
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O grande desafio será, agora, na esfera político-econômica. E está nas mãos do Ministro da Fazenda Nelson Barbosa.
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Nelson
tem mais realismo do que as excentricidades desenvolvimentistas de
Guido Mantega ou a mentalidade de contador de Joaquim Levy. Sabe que o
principal desafio econômico será interromper a queda da atividade
econômica. Por outro lado, tem claro os limites fiscais.
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Para
reativar a economia, precisará de boa dose de imaginação para articular
instrumentos legais que não impliquem em mais custos fiscais. Por outro
lado, tem a necessidade de impor segurança ao mercado, sim. E segurança
não consiste em adotar medidas heroicas pró-cíclicas. Medidas heroicas
são para enganar o freguês e permitir a economistas de jornal jogar para
a plateia. Segurança consiste em apresentar um plano factível, lógico,
que acene com o equilíbrio fiscal no médio prazo. E equilíbrio fiscal
significa recuperar as receitas fiscais através da melhoria da atividade
econômica.
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O
grande desafio de Nelson será equilibrar-se ante as demandas dos
movimentos sociais e sindicatos e as do mercado. Em geral, Ministro que
entra tem a fase de carência, de pelo menos seis meses para mostrar a
que veio.
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Por
conta da crise a agenda ficou mais estreita. Mas seria importante que
as forças mais à esquerda entendessem as limitações da política
econômica e desse um sinal verde para o Ministro..
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A
recuperação da economia não pode depender dos esforços únicos de um
Ministro, mas de uma ação de governo, agitando todos os Ministérios em
torno de metas claras e factíveis de crescimento.
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É papel que cabe à Presidente da República.
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