quarta-feira, 14 de junho de 2017

Nº 21.617 - "JBS patrocinava eventos de Gilmar. Saia justa nas estrelas da República"

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14/06/2017


JBS patrocinava eventos de Gilmar. Saia justa nas estrelas da República


 · Do Tijolaço -14/06/2017


seminariogilmar


POR FERNANDO BRITO

A notícia da Folha de S. Paulo publica hoje, de que a JBS patrocinava os megaeventos  do Instituto de Direito Público, pertencente a Gilmar Mendes coloca toda a constelação da República na desconfortável situação de ter tido suas despesas pagas, indiretamente, por Joesley Batista.

De acordo com o IDP e a JBS, um dos congressos incluídos nos patrocínios ocorreu em abril, em Portugal, pouco mais de uma semana depois de sete executivos do frigorífico firmarem um acordo de delação com o Ministério Público Federal. Participaram daquele encontro magistrados, ministros do governo de Michel Temer, além de advogados e políticos, diz a Folha.

Há uma imprecisão, Temer foi a outro, também em Portugal, também patrocinado pela JBS, embora seu nome não aparecesse na lista de patrocinadores  Mas não faltou gente “importante” neste de abril,já depois da delação de Joesley Batista.

Lá estavam Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, João Doria e uma vasta coleção de ministros do STF, STJ,  Ricardo Barros (Saúde), Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário), Bruno Araújo (Cidades), ministros de Temer, o desembargador João Gebran Neto (a quem sobem os recursos sobre as decisões de Sérgio Moro), Paulo “Pato” Skaf e uma legião de convidados, que pode ser conferida aqui, no programa do evento.

É lógico que, à exceção de Gilmar, um dos sócios do IDP, os demais não poderiam saber que  Joesley Batista pretendia bancar as despesas da delegação.

A história de que o dinheiro foi devolvido em maio, depois do escândalo da JBS, porque “chegou depois”  e “não foi gasto” é o primeiro caso de “patrocínio póstumo” a um evento que já se realizou. Alguém pode achar que é igual a devolução de mochilas.

Está tudo bem documentado, no Youtube, e nem sequer se pode dizer que o patrocínio havia, porque a JBS não aparece nem na lista de patrocinadores, nem na de “apoiadores”.

Mas se o Ministro Gilmar Mendes, como diz, não vê nada de estranho e que, até o escândalo, a JBS tinha “reputação ilibada”, faria bem em tornar público o contrato de patrocínio e as datas de pagamento que ele prevê.

Até porque, de Lula se exigiu, e ele mostrou, quem e quanto se pagou por suas palestras.


O Ministro Mendes, com isso, poderia prestigiar a nova vertente do Direito, que diz que  quem fica sob suspeita é que tem de provar sua honestidade, não o contrário.

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