quinta-feira, 2 de junho de 2011

Contraponto 5475 - "Brasil sem Miséria quer retirar 16 milhões da extrema pobreza até 2014"

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02/06/2011

Brasil sem Miséria quer retirar 16 milhões da extrema pobreza até 2014

Da
Agência Brasil - 02/06/2011 - 7h57

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Plano Brasil sem Miséria, que a presidenta Dilma Rousseff lança hoje (2), após seis meses no cargo, tem como uma das principais metas retirar 16 milhões de pessoas da extrema pobreza até 2014. A elevação da renda familiar per capita das famílias que vivem com até R$ 70 por mês, a ampliação do acesso aos serviços públicos, às ações de cidadania e às oportunidades geradas por políticas e projetos públicos são outros objetivos.

O programa será apresentado pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e pela secretária extraordinária de Erradicação da Pobreza, Ana Fonseca. O evento contará com a presença de ministros, secretários, parlamentares, governadores, representantes da sociedade civil e de diversas entidades.

Nas últimas semanas, Tereza Campello promoveu encontros com governadores de diversos estados e representantes de movimentos sociais para discutir as ações do plano. Na última reunião, feita ontem (1º), o programa foi apresentado aos parlamentares da base aliada.

O Plano Brasil sem Miséria terá como foco capacitar as pessoas para que possam ter seu próprio sustento. O governo nega que o programa tenha a finalidade de corrigir falhas no Bolsa Família, maior programa de transferência de renda governamental, iniciado na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Cadastro Único, que contém as informações sobre 20 milhões de famílias brasileiras beneficiadas por programas sociais, será a principal ferramenta do plano. De acordo com a ministra, o cadastro único não é apenas do Programa Bolsa Família: com o aprimoramento do sistema, ele tornou-se uma ferramenta de planejamento do governo federal para um conjunto de ações.

Em todo o Brasil, 16,2 milhões de pessoas vivem na miséria, o equivalente a 8,5 % da população. A maioria dos brasileiros em situação de extrema pobreza é negra ou parda. Além disso, o Maranhão, o Piauí e Alagoas são os estados com os maiores percentuais de pessoas em situação de extrema pobreza.

Na Região Nordeste estão quase 60% dos extremamente pobres (9,61 milhões de pessoas). Em seguida, vem o Sudeste, com 2,7 milhões. O Norte tem 2,65 milhões de miseráveis, enquanto o Sul registra 715 mil. O Centro-Oeste contabiliza 557 mil pessoas em situação de extrema pobreza.

Entre os extremamente pobres, 46,7% vivem no campo, que responde por apenas 15,6% da população brasileira. De cada quatro moradores da zona rural, um encontra-se na miséria. As cidades, onde moram 84,4% da população total, concentram 53,3% dos miseráveis.

A miséria atinge mulheres e homens da mesma forma: 50,5% contra 49,5% respectivamente. No entanto, na área urbana, a presença de mulheres que vivem em condições extremas de pobreza é maior, enquanto os homens são maioria no campo.

Além da renda baixa, a parcela da população em extrema pobreza não tem acesso a serviços públicos, como água encanada, coleta de esgoto e energia elétrica. Estima-se, por exemplo, que mais de 300 mil casas não estão ligadas à rede de energia elétrica.

Edição: Graça Adjuto

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Contraponto 5474 - "Banda Larga a R4 35,00 pode chegar as primeiras localidades em julho"


02/06/2011

Banda Larga a R4 35,00 pode chegar as primeiras localidades em julho


Do Amigos do Brasil - Quinta-feira 2, junho 2011

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, dissena quarta-feira que a partir de julho algumas localidades já poderão contar com internet banda larga com 1 megabit por segundo (Mbps) de velocidade por R$ 35, dentro do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Segundo ele, em pelo menos sete estados haverá isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que pode baixar o preço para R$ 29,90.

De acordo com a Telebras, as primeiras localidades conectadas por meio do PNBL serão Samambaia (DF), Recanto das Emas (DF), Santo Antônio do Descoberto (GO), Anápolis (GO), Senador Canedo (GO) e Aparecida de Goiânia (GO).

Bernardo disse que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai votar nesta quinta-feira o Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) da telefonia fixa, que prevê a possibilidade de licitação da faixa de frequência 450 megahertz (MHz) para a ampliação do acesso à telefonia rural. “Podemos fazer atribuição da faixa ou licitação”, disse ele.

Bernardo participou na noite de quarta-feira do 55º Painel Telebrasil, promovido pela Associação Brasileira de Telecomunicações.

O presidente da Telebrasil, Antônio Carlos Valente, destacou a evolução do setor de telecomunicações e disse que a massificação do acesso à internet não vai resolver os problemas de inclusão da sociedade brasileira. “Por mais importante que seja a conectividade, é fundamental a criação de mecanismos de incentivo à aquisição de computadores e a capacitação de usuários, estudantes e professores”, afirmou.Agência Brasil

Por Helena
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Contraponto 5473 - " Presidenta Dilma apresenta Plano Brasil sem Miséria"

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02/06/2011

No Conselho Político, presidenta Dilma apresenta Plano Brasil sem Miséria

Do Blog do Planalto - Quarta-feira, 1 de junho de 2011 às 13:50 (Última atualização: 01/06/2011 às 13:51:37)

O Plano Brasil sem Miséria foi detalhado
para lideranças políticas durante reunião
do Conselho Político sob comando da presidenta Dilma Rousseff.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff aproveitou a reunião do Conselho Político, nesta quarta-feira (1/6), no Palácio do Planalto, para apresentar o Plano Brasil sem Miséria. No encontro, coube à ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, detalhar as diretrizes do Plano a ser lançado amanhã (2/6) pela presidenta Dilma no Palácio do Planalto, em Brasília.

Após o encontro, o líder do PR na Câmara, deputado Lincoln Portela (MG), disse que a reunião foi bastante produtiva pois serviu para que os parlamentares pudessem obter detalhes das linhas do Brasil sem Miséria. “Tratamos tão somente do Plano”, afirmou o parlamentar.

O líder do PDT na Câmara, Giovanni Queiroz (PA), informou ao término do encontro que a apresentação do Plano foi bem recebida pelas lideranças políticas. Segundo Queiroz, um dos destaques diz respeito à necessidade de incrementar a qualificação da mão de obra. Para o deputado, esta melhoria da qualidade profissional terá impacto na economia nacional.

Participaram do encontro: senador Acir Gurgacz – líder no Senado – PDT; deputada Ana Arraes – líder na Câmara – PSB; deputado André Figueiredo – presidente em exercício – PDT; senador Antônio Carlos Valadares – líder no Senado – PSB; deputado Aureo – líder na Câmara – PRTB; senador Blairo Maggi (PR) – Representando Alfredo Nascimento – presidente do PR; deputado Doutor Grilo – líder na Câmara – PSL; deputado Edivaldo Holanda Jr – líder na Câmara – PTC; senador Eduardo Amorim – líder no Senado – PSC; deputado Fábio Faria – líder na Câmara – PMN; deputado Felipe Bornier – líder na Câmara – PHS; senador Gim Argello – líder no Senado – PTB; deputado Giovanni Queiroz – líder na Câmara – PDT; deputado Henrique Eduardo Alves – líder na Câmara – PMDB; senador Inácio Arruda – líder no Senado – PCdoB; deputado Jânio Natal – líder na Câmara – PRP; José Levy Fidélix – presidente – PRTB; José Renato Rabello – presidente – PCdoB; deputado Jovair Arantes – líder na Câmara – PTB; deputado Lincoln Portela – líder na Câmara – PR; deputado Lourival Mendes – líder na Câmara – PTdoB; Luciano Bivar – presidente – PSL; senador Marcelo Crivella – líder no Senado – PRB; Marcos Pereira – presidente – PRB; deputado Nelson Meurer – líder na Câmara – PP; deputado Osmar Júnior – líder na Câmara – PCdoB; Ovasco Roma Altimari Resende – presidente – PRP; Pastor Everaldo – presidente – PSC; Paulo Roberto Matos – presidente PHS; deputado Paulo Teixeira – líder na Câmara – PT; senador Renan Calheiros – líder no Senado – PMDB; Roberto Amaral – vice-presidente PSB; deputado Rui Falcão – presidente do PT; senador Sérgio Petecão – líder do Senado – PMN; senador Valdir Raupp – presidente do PMDB; deputado Vítor Paulo – líder na Câmara – PRB; deputado Zequinha Marinho – líder na Câmara – PSC; senador Romero Jucá – líder do Governo – Senado; e deputado Cândido Vaccarezza – líder do Governo na Câmara.

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Contraponto 5472 - "Bloco Minas Sem Censura representa contra Aécio no MPF"

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02/06/2011

Bloco Minas Sem Censura representa contra Aécio no MPF


Do Viomundo - 01/06/2011

por Conceição Lemes

Nessa terça-feira,31 de maio, o Bloco Parlamentar “Minas Sem Censura” entregou ao Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), sua irmã Andrea Neves da Cunha e a Rádio Arco-Íris.

Para o bloco, formado pelo PT, PMDB, PCdoB e PRB, “há fortes indícios de sonegação fiscal, ocultação de patrimônio e crime eleitoral”. É exatamente a apuração desses indícios que o “Minas Sem Censura” requereu ao Ministério Público Federal (MPF).

“Como em dezembro de 2010 o Aécio se tornou dono da rádio Arco-Íris, cujo valor de mercado é de R$ 15 milhões, se o patrimônio total declarado dele é R$ 617.938,42?”, quer saber o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), vice-líder do bloco. “Também por que Aécio indicou para presidir a Codemig justamente o dono da empresa do jatinho que ele viaja para cima e para baixo?”

“Não há como confundir com o [Antonio] Palocci”, diz Cruz ao ser questionado se a representação não seria retaliação ou recurso para desviar a atenção do caso envolvendo ministro Chefe da Casa Civil. “Nós começamos a denunciar os desmandos do Aécio no dia em que ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. O caso Palocci só surgiu há cerca de 15 dias. Outra coisa. O Palocci declarou o patrimônio e pode até ter dificuldade para esclarecê-lo. Já o Aécio oculta o patrimônio e não quer esclarecer. O importante é que se investigue tudo e puna, doa a quem doer.”

O inferno astral de Aécio Neves começou na madrugada de 17 de abril, quando, parado numa blitz de polícia, rejeitou o teste do bafômetro e teve a carteira de motorista apreendida, pois estava vencida. A partir daí, o Bloco Parlamentar “Minas Sem Censura” foi revelando fatos até então desconhecidos, como a estranha frota de carros de luxo da rádio do senador, a história do jatinho e a denúncia à Justiça sobre a Rádio Arco-Íris.

A seguir, a íntegra da representação ao MPF:

Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República

ROGÉRIO CORREIA DE MOURA BAPTISTA, brasileiro, casado, Deputado Estadual à Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, CPF 471.025.006-53, Líder do Bloco Parlamentar “Minas Sem Censura”, formado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Republicano Brasileiro (PRB), ANTÔNIO JÚLIO DE FARIA, brasileiro, casado, Deputado Estadual à Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, CPF: 164.171.516-20, Líder da Minoria, e LUIZ SÁVIO DE SOUZA CRUZ, brasileiro, casado, Deputado Estadual à Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, CPF 359.815.396-15, todos com endereço na Rua Rodrigues Caldas, nº 30, Bairro Santo Agostinho, Belo Horizonte, Minas Gerais, comparecem perante V. Exa. , para oferecer REPRESENTAÇÃO, requerendo seja instaurado o competente procedimento para apurar SONEGAÇÃO FISCAL E OCULTAÇÃO DE PATRIMÔNIO por AÉCIO NEVES DA CUNHA, brasileiro, separado judicialmente, SENADOR DA REPÚBLICA, com endereço declarado na Rua Samuel Pereira, nº237, apto 1101, Bairro Anchieta, Belo Horizonte, Minas Gerais, inscrito no CPF sob o n.º 667.289.837-91, por ANDREA NEVES DA CUNHA, brasileira, solteira, empresária, com endereço na Avenida Bandeirantes, nº1975, apto 1601, Bairro Serra, CEP 30210-420, inscrita no CPF sob o n.º 551.224.007-25 e por RÁDIO ARCO IRIS LTDA, CNPJ 22731210/0001-92, com sede na Avenida Raja Gabaglia, n.º 1001, 1º andar, Luxemburgo, Belo Horizonte, pelos seguintes fatos e argumentos, para ao final requerer:

Do Primeiro Representado – Ocultação de Patrimônio ou Rendas

Conforme se demonstrará a seguir, o primeiro representado omite a realidade sobre o seu patrimônio e as suas rendas: A versão entregue à Justiça Eleitoral e à Receita Federal difere, em muito, daquela que suporta os seus elevados gastos e estilo de vida. Enquanto a primeira aponta um cidadão de pouco patrimônio, com rendas de servidor público, a real é a que lhe proporciona viagens constantes ao exterior, utilização de veículos de luxo, refeições e hospedagens em points do jet set nacional e internacional e a utilização de jatinhos particulares para o seu deslocamento.

Certamente, tais condutas e procedimentos não são próprios de um mero agente político, que ocupa cargos públicos desde os 18 anos de idade, quando então foi secretário particular do Governador de Minas Gerais.

O primeiro representado apresentou à Justiça Eleitoral, para seu registro de candidatura ao Senado da República no ano de 2010, a seguinte relação de bens, com os seguintes valores:

a) Apartamento no Rio de Janeiro, no valor de R$ 109.500,00;

b) Lote, no valor de R$ 6.639,73;

c) Lote, no valor de R$ 9.715,62;

d) Ações, no valor de R$ 0,09

e) Ações, no valor de R$ 217,26

f) Quotas de capital da IM Participações , no valor de R$ 95.179,12;

g) Empréstimo a NC Participações Ltda., no valor de R$ 8.544,12;

h) Objeto de Arte no valor de R$ 13.650,00;

i) 50% de imóvel rural, no valor de R$ 87.000,00;

j) Saldo em conta corrente no valor de R$ 331,07;

k) Aplicação financeira no valor de R$ 40.142,20;

l) Saldo em conta corrente no valor de R$ 10,00;

m) Aplicação financeira no valor de R$ 14.393,28;

n) Saldo em conta bancária no valor de R$ 496,93

o) Apartamento em Belo Horizonte no valor de R$ 222.000,00.

Total do patrimônio declarado : R$617.938,42

A declaração de bens apresentada pelo primeiro representado à Justiça Eleitoral possui os mesmos valores históricos, quanto ao patrimônio imobilizado, da declaração apresentada em 2006, quando de sua segunda candidatura a Governador de Minas Gerais, com pequenas variações.

Quanto ao patrimônio total, houve uma redução nominal em quatro anos da ordem de cerca de 20% (vinte por cento).Em quatro anos, o primeiro representado teve decrescido o seu patrimônio.

A remuneração do Governador do Estado de Minas Gerais, ocupação principal do primeiro representado no período de janeiro de 2003 a abril de 2010, era de R$ 10.500,00 (dez mil e quinhentos reais) brutos, nos termos da Lei Estadual 16.658.

Durante esse período, o primeiro representado realizou 11 (onze) viagens ao exterior às suas expensas, segundo dados colhidos junto à Assembleia Legislativa, muitas vezes em companhia da família e segundo notas de imprensa, freqüentemente a destinos de alto luxo como Aspen, estação de esqui nos Estados Unidos.

De abril de 2010 a Fevereiro de 2011, quando voltou a assumir mandato eletivo, o primeiro representado esteve desempregado. Entretanto, continuou realizando viagens ao exterior, com seus hábitos caros e pouco comuns à maioria esmagadora da população.

O primeiro representado tem uma de suas residências fixas na cidade do Rio de Janeiro, próximo à Lagoa Rodrigo de Freitas, no Bairro de Ipanema, considerado de classe alta. Outra, em Belo Horizonte, também em um bairro considerado zona residencial nobre.

O imóvel situado em Ipanema, certamente tem valor muito superior ao declarado no imposto de renda do primeiro representado. Pela planta de valores da Prefeitura do Rio de Janeiro, para fins de IPTU, o valor venal de imóveis no endereço apontado na declaração do representado, é calculado tendo por base o valor de R$ 3.243,74 por metro quadrado de área construída. Entretanto, declara-se que seu valor é de módicos R$ 109.500,00 (cento e nove mil e quinhentos reais).

As despesas com manutenção de suas residências e de seu nababesco estilo de vida, compreendendo restaurantes de primeira linha, festas com celebridades, boates e viagens a bordo de jatos particulares são incompatíveis com os seus rendimentos declarados.

É bem verdade que o primeiro representado teve declarado em seu patrimônio a participação societária nas empresas NC Participações Ltda. (CNPJ 23205958/0001-14), no valor de R$ 9.819,00 (nove mil e oitocentos e dezenove reais) e da IM Participações e Administração Ltda. (CNPJ 28264463/0001-80) no valor de R$ 95.179,12 (noventa e cinco mil e cento e setenta e nove reais e doze centavos), esta com sede na residência de sua mãe, a Sra. Inês Maria Neves de Faria, com endereço na Rua Pium-i, n.º 1601, apto 901, em Belo Horizonte e agora, incorporada ao seu patrimônio a Rádio Arco-Iris Ltda., cujas operações serão detalhadas a seguir.

Com relação à empresa IM Participações e Administração Ltda., observe-se que em 2010 ela teve alterado o seu contrato social, reduzindo o valor geral das cotas e a participação do primeiro representado para R$ 14.153,00 (quatorze mil e cento e cinquenta e três reais).

Mas seria o rendimento auferido pelo primeiro representado por sua participação acionária nestas empresas que suportariam todas as elevadas despesas de seu estilo de vida ostentoso ou, a exemplo do que acontece comprovadamente com a empresa Rádio Arco-Iris, o primeiro representado utiliza-se diretamente de recursos ou de patrimônio destas e de outras pessoas jurídicas para fazer frente aos seus gastos faraônicos?

Mesmo que fosse fruto de sucessão familiar, tais rendimentos deveriam constar de seu imposto de renda, mesmo considerando que originalmente a família do primeiro e do segundo representado não possuem volume de patrimônio considerável . Pelo que se observa do site do TJMG, o patrimônio declarado do espólio do genitor do primeiro e da segunda representada, que ainda não foi partilhado, não monta R$1500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), também insuficientes para fazer face ao estilo de vida do representado.

Ao que se demonstra, o primeiro representado, face os seus rendimentos oficiais, apresenta sinais exteriores de riqueza incompatíveis com seus rendimentos, nos exatos termos do art. 6º da Lei Federal 8021/90, fruto de ocultação de patrimônio, de fraude fiscal ou de ambos.

Das Conexões Com Outras Empresas

Participação de Oswaldo Borges da Costa Júnior e Grupo Bandeirantes

O primeiro representado faz uso frequente de aviões particulares para seu deslocamento no Brasil e no exterior.

Constata-se por declarações dadas pelo representado à imprensa, o uso frequente de um jato particular, cujo valor de avaliação é de 24 milhões de reais, de propriedade da Banjet Taxi Aéreo Ltda., é feito graciosamente, por cortesia da empresa.

Ocorre que tal empresa, pertencente ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, liquidado em ruidosa nuvem de má gestão, tem como sócio administrador o Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, nomeado para aquele cargo pelo primeiro representado.

No que toca ao Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, figura das mais influentes na área de mineração em Minas Gerais, tendo em vista sua posição privilegiada como presidente de uma grande estatal, o mesmo participa da diretoria ou é sócio proprietário de outras pessoas jurídicas. Tal influência passou a ser exercida a partir da posse do primeiro representado no governo de Minas. Antes disso, o Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho nada mais era do que um nome nas colunas sociais.

São elas : Minasmáquinas S/A, BAMAQ S/A Bandeirantes Máquinas e Equipamentos, Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá COMIPA, Comercial de Veículos Delta Ltda., CGO Administradora e Corretora de Seguros Ltda. e OEC Memória do Automóvel Ltda.

Foi também proprietário de outras empresas, juntamente com o ex banqueiro Clemente de Faria, como a Star Diamantes Ltda., de sua propriedade quando já era presidente de empresa estatal.. A primeira e a segunda empresas citadas mantém relações comerciais com o Estado de Minas Gerais, da qual o primeiro representado foi Governador nos últimos dois mandatos e o Sr. Oswaldo foi e continua sendo presidente de estatal e membro de conselhos de administração de outras empresas.

Ainda sobre a Banjet Taxi Aéreo Ltda., CNPJ 23.348.345/0001-36, frise-se, pertencente ao mesmo grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, e que cede graciosamente suas aeronaves ao primeiro representado, aponte-se que suas aeronaves foram utilizadas na campanha de 2010 ao Governo de Minas e ao Senado da República pelos candidatos Antônio Anastasia, Aécio Neves e Itamar Franco. Estas informações estão no sítio eletrônico do TSE e o custo de tais locações superou o valor de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais). A Banjet ainda locou suas aeronaves ao PSDB nacional, pelo que consta da prestação de contas daquele partido, também registrada no TSE.

Estas informações apenas ilustram o perfil das empresas dirigidas pelo Sr. Oswaldo Borges da Costa Filho, figura das mais influentes no cenário empresarial mineiro.

Mas o que levanta suspeitas é o fato de que pertenceram ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes, que tinha um de seus endereços na Avenida Rio de Janeiro, 600, Belo Horizonte, coincidentemente o mesmo endereço da empresa IM Participações e Administração Ltda., à época em que a genitora do primeiro representado, Inês Maria Neves Faria, era uma das gestoras do malfadado Banco, juntamente com o seu marido já falecido, o ex banqueiro Gilberto Faria.

Observe-se que a empresa IM Participações e Administração Ltda. é de propriedade do primeiro representado, da segunda representada e de sua mãe, viúva do ex banqueiro, conforme documento anexo.

Como é de praxe, são essas empresas de participação quem administram inteiras fortunas, para acobertar patrimônio de particulares, que não tem como justificar contabilmente a aquisição de ativos.

Haveria aí uma triangulação de patrimônio, de forma que não só a Banjet Taxi Aéreo Ltda., como outras empresas ligadas ao grupo econômico do extinto Banco Bandeirantes ou não fossem de co-propriedade do primeiro e da segunda representada ? Certamente. Tal triangulação seria possível uma vez que a genitora de ambos representados era gestora de empresas ligadas ao banco e sócia daqueles.

Da Representada – Rádio Arco-Iris Ltda.

Um dos instrumentos utilizados pelo primeiro representado para ocultação de patrimônio é a Rádio Arco-Iris Ltda.

A empresa Rádio Arco-Iris Ltda. (terceira representada) é de propriedade do primeiro e da segunda representados, segundo consta de registro extraído da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais.

A aquisição de cotas da empresa foi realizada pelo primeiro representado no ano de 2010, quando ainda se encontrava desempregado e, portanto, sem nenhuma renda formal.

Segundo o mesmo registro, a sociedade tem por objeto “a execução de serviços de radiodifusão sonora de quaisquer modalidades, em quaisquer localidades do país, desde que para tanto o Governo Federal lhe outorgue permissão e/ou concessões, podendo paralelamente explorar a propaganda comercial e a música funcional.”

Para a consecução de seu objeto social, a sociedade poderá ter os gastos de custeio exclusivamente vinculados aos seus fins.

Pressupõe-se pois que as despesas legítimas que podem ser utilizadas contabilmente para dedução na receita e via de consequência abatimento no lucro são aquelas afetas aos serviços de radiodifusão sonora e, paralelamente, exploração de propaganda comercial e a música funcional.

Assim, ter-se-ão como despesas ordinárias e possíveis de constar no passivo da terceira representada as referentes a aluguel de imóvel, compra e manutenção de equipamentos, salários e encargos trabalhistas, manutenção geral das suas dependências, bem como locação, manutenção e despesas referentes a veículos colocados à disposição das finalidades da empresa, dentre outros gastos, desde que não configurado o desvio das finalidades empresariais.

O recente episódio envolvendo o primeiro representado, Sr. Aécio Neves da Cunha, parado em operação policial na cidade do Rio de Janeiro, que ganhou repercussão nacional, face às infrações de trânsito cometidas por um Senador da República e ex-governador de Estado, não passariam de noticiário e de impressões de natureza política, não fosse o primeiro representado o condutor de um veículo de propriedade de uma empresa concessionária de serviço de radiodifusão, in casu, a terceira representada.

Constatou-se, à ocasião, que o primeiro representado conduzia o veículo Land Rover “TDV8 Vogue”, ano 2010, placa HMA 1003, de valor aproximado de mercado de R$255.000,00, adquirido após as últimas eleições pela “Rádio Arco-Iris”, de propriedade do segundo e da terceira representada.

Segundo informações fornecidas pela Assessoria de Imprensa do primeiro representado, o veículo ficava à disposição da família do primeiro e da segunda representada, que são irmãos, e era utilizado por eles durante seus deslocamentos de caráter particular e privado, no Estado do Rio de Janeiro.

Constatou-se também ser a empresa Rádio Arco-Iris, terceira representada, é proprietária de 12 veículos registrados no DETRAN-MG, sendo eles:

Observe-se que dos 12 veículos registrados em nome da Rádio Arco-Iris, seis deles, pelo menos, não guardam qualquer nexo com os veículos de utilização normal da empresa e para os fins do objeto empresarial. Indubitavelmente são automóveis de passeio, não utilitários, e de categoria de luxo.

Além disso, tratando-se de emissora com sede e transmissão na região metropolitana de Belo Horizonte, a frequente autuação de seus veículos, no Estado do Rio de Janeiro, também atesta que os veículos não são utilizados em serviços da empresa.

As multas aplicadas aos veículos de n.º 1 e de n.º 2 da lista acima, conforme site do DETRAN/MG, esclarecem que foram flagrados em excesso de velocidade em Búzios (RJ), Rio Bonito (RJ) em rodovias no Estado do Rio de Janeiro e também na cidade do Rio de Janeiro.

Não é crível que tais automóveis estivessem a serviço da Rádio Arco-Iris naquele Estado, tanto mais considerando que a mesma é uma Rádio que não possui departamento de jornalismo, atendo-se tão somente ao entretenimento do público jovem e adolescente através de programação musical e, vale lembrar, transmite sua programação na região metropolitana de Belo Horizonte.

Ad argumentandum , apesar de a Rádio Arco-Iris ser a retransmissora da Rádio Jovem Pan, e conforme declarado pela Assessoria de Imprensa do primeiro representado, possuir alto faturamento anual(sic), recebendo fatia considerável dos recursos públicos destinados a publicidade oficial (documento juntado) é inegável estar havendo desvio de finalidade patrimonial da empresa.

Mesmo sem entrar no mérito da destinação pelo primeiro e segundo representados de verbas públicas de publicidade ao terceiro representado, não se justifica a imobilização de patrimônio através de aquisição de veículos de luxo, imprestáveis à finalidade empresarial.

Obtempere-se que, a propriedade de tais veículos, por parte da terceira representada , poderão se prestar a:

a) contabilização de seu custeio como despesas da empresa. Assim, o pagamento dos altíssimos valores de seguro, IPVA, multas e taxas, são lançados como despesa e portanto dedutíveis para a apuração do lucro, o mesmo ocorrendo com as despesas de combustível, revisão e peças;

b) contabilização da depreciação patrimonial dos veículos, também dedutível para apuração do lucro;

c) contabilização dos possíveis contratos de arrendamento mercantil, se houver, como despesa corrente, também passível de dedução no lucro.

Tais operações contábeis, se ocorreram, configuram burla ao fisco e evidenciam o lançamento de despesas estranhas à atividade empresarial na contabilidade da empresa, reduzindo a base de cálculo para a apuração do quantum devido à Receita Federal, em todos os tributos e contribuições fiscais e parafiscais em que o lucro for a base de cálculo. Constitui, portanto, sonegação fiscal, devendo ser apurada para a responsabilização dos envolvidos.

Da aquisição da empresa pelo primeiro representado.

As cotas da Rádio Arco-Iris foram adquiridas pelo primeiro representado em 28/12/2010, com o valor declarado à Junta Comercial do Estado de Minas Gerais de R$88.000,00 (oitenta e oito mil reais) de um total de cotas da sociedade de 200.000 cotas, no valor total de R$200.000,00 (duzentos mil reais).

Sobre este item, deve-se considerar o seguinte:

a) O valor declarado à JUCEMG não representa necessariamente o valor real da empresa;

b) Somente os veículos registrados no DETRAN-MG em nome da empresa têm valor de mercado de aproximadamente R$715.000,00 (setecentos e quinze mil reais). – conforme Tabela FIPE

c) O valor comercial da concessão da Rádio Arco-Iris Ltda., retransmissora da Rádio Jovem Pan e ocupante do 6º lugar no ranking de audiência é de aproximadamente R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais), segundo informações de mercado;

d) o primeiro representado não possuía patrimônio declarado para a aquisição de tal empresa, conforme já demonstrado.

Como dito, a empresa Rádio Arco-Iris é apenas um dos mecanismos utilizados pelo primeiro representado para ocultação de seu patrimônio e a prática de sonegação fiscal. Só foi detectada em função de mais um excesso público cometido pelo primeiro representado, o qual é useiro e vezeiro. Apenas a investigação criteriosa poderá detectar outros métodos de sonegação utilizados pelo primeiro representado, bem como a extensão dos danos ao erário.

Relatados os fatos, com os documentos que instruem a presente representação, REQUEREM:

A instauração do competente procedimento pelo Ministério Público Federal, objetivando a apuração dos fatos apontados, e em especial:

a) Com relação à terceira representada, apurar se as despesas relativas aos veículos de uso particular do primeiro e segunda representados estão sendo contabilizados para fins de dedução no lucro , bem como a depreciação dos mesmos;

b) Com relação ao primeiro representado, a apuração de omissão de receitas e de patrimônio, tendo em vista os evidentes sinais exteriores de riqueza incompatíveis com sua renda disponível;

c) Com relação à segunda representada, a responsabilização pela gestão fiscal da terceira representada;

d) Com relação às empresas IM Participações e Administração Ltda. e NC Participações Ltda., das quais o primeiro representado é co-proprietário, a verificação da utilização de suas rendas e patrimônio.

e) Com relação às empresas empresas IM Participações e Administração Ltda. e NC Participações Ltda., a verificação de qual é o seu patrimônio e quais empresas tem as mesmas em seu quadro acionário .

f) Demais providências necessárias por parte do Ministério Público Federal e da Receita Federal.

Colocam-se à disposição os representantes para as informações ou esclarecimentos ulteriores que se fizerem necessários.

Brasília, 30 de Maio de 2011

Deputado Rogério Correia

Líder do Bloco Minas Sem Censura

PT-PMDB – PCdoB – PRB

Deputado Antônio Júlio de Faria

Líder da Minoria

Deputado Luiz Sávio de Souza Cruz

Vice-Líder










Contraponto 5471 - "Urubólogos da Banda Larga queimam a língua"

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02/06/2011
Urubólogos da Banda Larga queimam a língua

Do Os Amigos do Brasil - Quarta-feira 1, junho 2011

Ontem, “especialistas” em urubologia decretaram que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) havia acabado, por conta da notícia da substituição do presidente da Telebrás.

Era uma “notícia” tão furada quanto as várias previsões de Miriam Leitão sobre apagão elétrico, durante o governo Lula.

O ministro Paulo Bernardo afirmou peremptoriamente que mudanças, só para acelerar o PNBL.

Hoje, o Blog do Planalto informa que a Telebrás conclui o primeiro trecho da sua rede para o PNBL até a metade de junho.

No mês de julho, serão conectadas as primeiras cidades por meio do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL):
- Samambaia (DF);
- Pirineus (GO);
- Bandeirantes (GO);
- Morrinhos (GO).

A ligação permitirá, ainda, a conexão em Recanto das Emas (DF), Santo Antônio do Descoberto (GO), Anápolis (GO), Senador Canedo (GO) e Aparecida de Goiânia (GO).

A construção da rede se estenderá para Itumbiara (GO) a São João Batista da Glória (MG) ainda no mês de Julho.

Também já está em construção outro trecho no Nordeste, com as fibras óticas de Furnas e Chesf, que ligará Paraíso do Tocantins (TO), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e Recife (PE).

Mais um trecho, usando a rede da Petrobras no Sudeste, aguarda apenas a aprovação dos projetos de instalação, para ligar Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e terá um potencial de atendimento de 700 municípios em torno deste trecho, distantes até 100 km da rede.

O novo presidente da Telebras, Caio Bonilha, em entrevista coletiva, elogiou muito a gestão de seu antecessor (Rogério Santanna), que reergueu a empresa a partir do zero, e vê seu trabalho como de continuidade, e disse que agora a empresa entra em nova fase, a de operar como uma grande empresa comercial, executando o PNBL e disputando mercados. A Telebrás vai sim competir com as teles privadas, não nos mercados saturados como nos bairros nobres das capitais, mas onde existe demanda reprimida, como nas periferias, em parceria com provedores locais, já existentes ou novos.

O áudio da entrevista coletiva concedida pelo novo presidente da Telebrás, falando dos rumos da empresa, está no link abaixo (em formato MP3):

http://www.telebras.com.br/Coletiva%20Caio%20Bonilha%2001%2006%2011.mp3

Mais uma empresa quer operar no Brasil

Uma comitiva da SK Telecom, maior operadora de telefonia móvel da Coréia, reuniu-se com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Os coreanos querem entrar no mercado brasileiro de internet de alta velocidade. O encontro é desdobramento da viagem do ministro à Coréia do Sul no início de maio.

Segundo Bernardo, “a empresa está trabalhando aceleradamente – o pessoal da engenharia, da área jurídica, de regulação. Eles inclusive já fizeram uma visita técnica à Anatel e, nas próximas duas ou três semanas, devem ter uma proposta concreta para apresentar ao governo brasileiro”.

Contraponto Contraponto 5470 - Licença para fazer guerra

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02/06/2011
EUA vêem ciberataque como "ato de guerra"


Do Tijolaço - 01/06/2011

Brizola Neto

Saiu ontem no Wall Street Journal uma reportagem com a revelação de que um documento secreto do Pentágono define um ciberataque como um ato de guerra, passível de ser respondido com o uso de forças bélicas.

Segundo o jornal, uma primeira tentativa americana de lidar militarmente “com um mundo em mudança em que um hacker poderia representar uma ameaça tão significativa para reatores nucleares dos EUA, metrôs ou condutas militarmente hostis”.

O WSJ diz que o plano “é um aviso aos adversários em potencial das consequências de atacar os EUA” por esses meios. Se você desligar a nossa rede de energia, talvez a gente enfie um míssil através de uma de suas chaminés, disse um oficial militar citado pelo jornal.

Uma idéia que está ganhando força no Pentágono é a noção de equivalência“. Se um ataque cibernético produz a morte, danos, destruição ou rompimento de alto nível como um ataque militar tradicional faria, então ele seria um candidato a um “uso da força“, conta, que poderá justificar a retaliação“, publica o jornal.

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PITACO DO ContrapntoPIG

Vai ficar fácil agora. É só simular "ciberataques" quando for conveniente aos EUA que terão, na prática, uma licença para fazer as guerras do seu interesse.

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Contraponto 5469 - "Governo anuncia medidas para reduzir impactos socioambiaentais da construção de Belo Monte"

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.01/06/2011
Governo anuncia medidas para reduzir
impactos socioambiaentais da construção de Belo Monte


Da Agência Brasil - 01/06/2011 - 14h17


Alex Rodrigues e Yara Aquino

repórteres Agência Brasil

Brasília - O governo federal anunciou esta manhã (1) uma série de medidas para reduzir eventuais impactos socioambientais da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. O detalhamento das medidas ocorreu quase simultaneamente ao anúncio de que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença de instalação do empreendimento.

Segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o objetivo das ações, além de minimizar os impactos negativos para o meio ambiente e para as pessoas que vivem na área de influência da obra, é também o de promover o desenvolvimento sustentável dos municípios no entorno da usina.

A ministra destacou que só a implementação das medidas previstas no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) exigirá R$ 500 milhões em investimentos. Além disso, o consórcio responsável pela obra destinará R$ 3,2 bilhões para iniciativas como construção e ampliação de escolas e postos de saúde, apoio à segurança pública, saneamento e habitação, entre outras intervenções que melhorem a qualidade de vida da população. O PDRS foi elaborado em 2010 por integrantes dos governos federal, estadual e municipais e por representantes da sociedade civil e da Universidade Federal do Pará.

"Fizemos isso exatamente pela preocupação de garantir a energia necessária ao nosso desenvolvimento, preservando áreas importantes para o país e levando desenvolvimento sustentável para os municípios ao redor da usina, transformando-os em cidades com grande qualidade de vida", declarou a ministra ao anunciar as medidas, hoje (1º), em Brasília.

A partir de sexta-feira (3), começa a funcionar em Altamira (PA) o Comitê Gestor do PDRS do Xingu. Formado por representantes das três esferas de governo, comunidades indígenas, movimentos sociais, organizações ambientais, sindicalistas e entidades patronais, o comitê será responsável por viabilizar a execução do plano.

Também em Altamira será instalada uma espécie de escritório de representação do governo federal diretamente vinculado ao Ministério do Planejamento. De acordo com a ministra, a chamada Casa do Governo Federal deve começar a funcionar no campus da Universidade Federal do Pará em, no máximo, duas semanas. Caberá à equipe responsável acompanhar a execução do plano e apoiar o Comitê Gestor.

A terceira medida é a promoção de mutirões que permitam à população ter acesso a serviços como emissão de documentos, atendimento médico, informações sobre a Previdência Social e regularização fundiária, entre outros. As atividades serão ofertadas por dois dias em cada um dos onze municípios sob influência da usina.

A própria ministra do Planejamento afirmou que iniciativas semelhantes às anunciadas hoje já foram implementadas em menor grau em outras grandes obras.

Edição: Vinicius Doria

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Contraponto 5468 - "A crise e as saídas da crise"

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01/06/2011
A crise e as saídas da crise

Do Blog do Emir - 01/06/2011

Emir Sader*

Se a crise é um momento de verdade, porque revela limites e contradições, o governo tem muito para refletir sobre sua primeira crise. Depois de surfar tranquilamente os primeiros meses, apoiado na herança positiva recebida, na vitória político-eleitoral e na maioria parlamentar conseguida, a crise de maio condensou problemas pendentes com novas circunstâncias que, se não enfrentadas de forma decidida, faz com que o governo saia enfraquecido dela e, em projeção futura, possa colocar em risco os avanços conquistados ao longo dos 8 anos do governo Lula. Ou pode sair mais forte, como saiu o governo Lula da crise de 2005. Depende da reação do governo diante dos problemas.

Os movimentos iniciais do governo foram os de buscar as adequações – indispensáveis, mas ainda não encontradas – na política econômica, que permitam superar o circulo vicioso entre elevar ainda mais a taxa de juros real mais alta do mundo ou o descontrole inflacionário. E o de dar continuidade na articulação entre a política econômica e as políticas sociais – o maior sucesso do governo anterior e que promete ter desdobramentos ainda maiores neste.

As crises tinham uma dimensão menor. A do Minc, por exemplo, não foi resolvida, o ministério ficou reduzido à intranscendência, até que seja possível reabrir horizontes melhores para as politicas culturais. Mas não tinha afetado o governo como um todo, embora pudesse haver indícios de formas de reação diante de problemas.

Nesta conjuntura, um problema pendente, que se sabia que tinha um potencial de enfrentamentos muito forte – a reforma do Código Florestal -, que requeria propostas concretas alternativas, coordenação política e mobilização social – desembocou numa derrota não apenas do governo, mas também dos movimentos sociais e do conjunto do campo popular. Resta o embate no Senado e o veto presidencial, apenas para diminuir os retrocessos da versão aprovada, com participação de partidos de esquerda, inclusive na emenda do PMDB, que promove a anistia dos desmatamentos. Mas é preciso consciência de parte do governo e das forças populares que foi um revés para as teses da esquerda, que foi perdida não apenas uma votação, mas uma batalha ideológica, que trouxe como uma de suas consequências, a divisão não apenas da base do governo, mas, muito mais importante, da esquerda e até mesmo do PT. Um dano que não demanda soluções administrativas, mas políticas, articulando alternativas de propostas, discussão intensa com os aliados e coordenação política - não demonstrados até aqui.

As acusações a Palocci coincidiram com essa votação e contribuíram para configurar uma situação de crise política para o governo. Ao deter o cargo mais importante no ministério, centralizando a coordenação política e outras funções anexas, as acusações - no mínimo – afetam duramente a capacidade de coordenação do governo e colocam à prova sua forma de reagir a denúncias – mais além dos objetivos desestabilizadores da mídia opositora – que revelam, pelo menos, comportamentos problemáticos por parte de um ministro importante no governo. Ainda que não se prove ilegalidades, restam sempre questionamentos sobre a ética publica de assessorias enquanto se detêm mandato parlamentar, cargo importante em comissão da Câmara e a eventualidade de informações privilegiadas e influências em setores do governo. A não revelação dos clientes, com a alegação de segredos profissionais, agrava a situação, que no seu conjunto paralisa a capacidade de ação politica do governo, justamente quando ele acumula temas graves na sua agenda – Código Florestal, emissão de MPs, entre outros. Porém, mais grave do que tudo isso, reflete que atitude o governo toma diante de situações que envolvem ética pública e podem definir critérios para todo o mandato.

Outros temas se agregaram a esses eixos da crise – dos problemas reiterados no Minc, passando pelos assassinatos no campo, por problemas no MEC, entre outros – para configurar uma mudança de clima e de conjuntura política. O governo perdeu a iniciativa, que detinha até esse momento, graças, principalmente, à excelência dos programas sociais. Passou à situação de defensiva, de responder a iniciativas opositoras ou a circunstâncias nas quais está fragilizado.

A falta de consciência dos problemas acumulados e dos elementos de fraqueza do governo, que permitiram sua irrupção, ou a falta de consciência, com visões redutivas, que não atingem o cerne das questões, é o pior conselheiro. Qualquer atitude que represente esconder a cabeça na areia, como o camelo, é permitir que as dificuldades atuais se perpetuem e os recuos que o governo está dando, permaneçam no tempo, configurando uma correlação de forças desfavorável para governo e o campo popular.

O governo Dilma não sairá o mesmo da crise. Ou sairá mais fraco ou mais fortalecido. Como ocorreu em 2005, que foi o marco decisivo no governo Lula. A atitude que o governo tomar diante da crise atual – seja no Código, seja em relação a Palocci – vai definir um estilo de governo, uma forma de encarar os interesses públicos e a forma de enfrentar problemas da ordem da ética pública, que o marcará por todo o mandato.

Nunca como agora crise significa oportunidade. Será perdida ou ganha: está nas mãos do governo a decisão.

*Emir Sader. Sociólogo e cientista político.

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Contraponto 5467 - "Urgência na Amazônia"

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.01/06/2011

Urgência na Amazônia


Do Blog do Mauro Santayana - 01/06/2011

Mauro Santayana

Se os estados amazônicos são incapazes de impor a lei nos territórios de sua jurisdição, cabe ao governo federal neles intervir, como prevê a Constituição e aconselha a necessidade de que se salve a República.

O que está ocorrendo no Pará e em Rondônia é um desafio aberto à sociedade brasileira. Jagunços, a serviço dos grandes proprietários (o chamado agronegócio) e dos devastadores das matas para a exploração das madeiras nobres e o fabrico de carvão, estão matando, impunemente, pequenos lavradores e líderes extrativistas, que se opõem aos crimes cometidos contra a natureza e defendem suas pequenas posses contra os grileiros. Não cabem eufemismos nem subterfúgios. A realidade demonstra que os mandantes contam com a cumplicidade explícita de algumas autoridades locais, não só do poder executivo como, também, do sistema judiciário. E, ao lado dos pistoleiros, atuam parcelas da polícia militar e civil da região.

Se houvesse dúvida dessa teia de interesses que protegem os criminosos, bastaria a manifestação de regozijo de parte dos parlamentares da bancada ruralista e de sua claque, quando, no plenário da Câmara, se ouviu a denúncia dos assassinatos mais recentes, feita pelo deputado Zequinha Sarney.

A repetição dos assassinatos no campo é, em si mesma, intolerável afronta à sociedade brasileira, em qualquer lugar que se dê. Mas, no caso da Amazônia, é muito mais grave, porque ali se acrescenta a questão da soberania nacional. A inação do Estado alimenta a campanha que, nos países europeus e nos Estados Unidos, se faz contra a nossa jurisdição histórica sobre a maior parcela da Hiléia, sob o argumento de que não temos condições de exercê-la e mantê-la. Se não somos capazes de impedir o assassinato da floresta e de seus defensores, os que cobiçam as nossas riquezas se sentirão estimulados a intrometer- se em nossos assuntos internos, sob o estribilho que precedeu a invasão de muitos países, o da defesa dos direitos humanos.

Há décadas que vozes sensatas têm clamado para que a questão amazônica seja vista como a mais exigente prioridade nacional.

O Brasil é convocado a ocupar a Amazônia – ocupar, mesmo, embora sem destruí-la – criar sistema eficiente de defesa das fronteiras, proteger sua população civil e promover o desenvolvimento sustentado da área.

Trata-se de uma guerra que estamos perdendo, porque não a enfrentamos como é necessário. As nossas Forças Armadas, destacadas na região, lutam com todas as dificuldades. Faltam- lhes equipamentos adequados às operações na selva e nos rios; os contingentes não conseguem ocupar todos os pontos táticos e estratégicos da região e, em alguns casos, não há suprimentos para a manutenção das tropas.

Nos últimos vinte e cinco anos, de acordo com relatório da Comissão Pastoral da Terra, 1.581 ativistas foram assassinados na luta contra grileiros, agronegocistas e madeireiras – a imensa maioria na nova fronteira agrícola do Norte.

Não bastam as declarações do governo, nem a convocação de grupos de estudos. O bom-senso indica que o governo federal terá que convocar as três forças nacionais a fim de ocupar a Amazônia, identificar e prender os criminosos e mandantes.

É crucial criar sistema de controle da exploração madeireira e de outras riquezas, o que hoje é fácil, graças ao GPS, ao monitoramento de caminhões por satélite e outros instrumentos eletrônicos.

Há centenas de brasileiros, ameaçados de morte, porque estão fazendo o que não fazem as autoridades locais: defendem a natureza e a soberania do Brasil sobre os seus bens naturais e a vida dos indígenas e dos caboclos, reais desbravadores da região.

Para que não sejamos obrigados a uma guerra externa, contra prováveis invasores estrangeiros – que aqui virão em busca dos recursos naturais que lhes faltam – temos que travar e vencer a guerra interna contra os bandidos, pistoleiros e os que lhes pagam.
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Contraponto 5466 - "Os 'mísseis' de Chávez e Ahmadinejad"

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01/06/2011

Os “mísseis” de Chávez e Ahmadinejad

O "míssil" do Irã: na verdade,uma turbina eólica da PDVSA

Do Tijolaço - 01/06/2011

Brizola Neto

A piada do dia da “neoguerra fria” que se move contra os países que não rezam pela cartilha de Washington aconteceu na noite passada na televisão venezuelana, segundo relata a agência EFE. Numa aparição de surpresa, o presidente Hugo Chávez “confirmou” a notícia do jornal alemão Die Welt, reproduzida em jornais do mundo inteiro, de que estavam sendo instalados mísseis iranianos de médio alcance em território venezuelano.



“Vocês podem ver que cada lançador tem três mísses, um apontado para Washington, outro para Nova York e o terceiro para Miami”, disse, fazendo piada, ao mostrar as fotos das turbinas eólicas instaladas pela PDVSA na localidade de Paraguaná que foram identificadas como os tais “mísseis”.

- Os americanos têm um satélite que está meio distorcido, estes são moinhos, os geradores eólicos, disse, mostrando as fotos.

Vejam a que ponto a histeria leva às maiores irresponsabilidades. Neste caso, felizmente, tudo virou uma piada desmoralizante.
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Contraponto 5465 - "Lula vira garoto-propaganda de campanha de ONG contra a fome"

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01/06/2011

Enquanto FHC faz campanha a favor da descriminalização das drogas, Lula faz campanha contra a fome

Lula vira garoto-propaganda de campanha de ONG contra a fome





Do Terror do Nordeste - 01/06/2011

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escalado como um dos garotos-propaganda da campanha "Cresça" (grow, em inglês), que a ONG internacional Oxfam lançará nesta quarta-feira. Além de Lula, Desmond Tutu, vencedor do prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o Apartheid na África do Sul, e os atores Scarlett Johansson e Gael García Bernal também apoiam a campanha.

O brasileiro, porém, é a principal estrela do projeto, que pretende promover a segurança alimentar nos países pobres. Segundo a assessoria de imprensa da ONG, os idealizadores da campanha contam com o carisma e a repercussão global do político para atrair audiência à campanha.

A participação do ex-presidente foi acordada em reunião realizada em Londres, em abril, com a presidente de uma das 14 filiais da ONG, Barbara Stocking. Ela afirmou, na época, que pretende contar com a experiência de Lula em projetos sociais na África, continente priorizado pela fundação que o petista está estruturando.

Lula gravou dois vídeos para a campanha na última segunda-feira (23), em São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa do escritório internacional da Oxfam no Brasil, a gravação durou uma hora e o ex-presidente preferiu usar suas próprias palavras em vez de ler as falas que haviam sido escritas para ele.

No primeiro vídeo, que tem um minuto de duração e foi publicado nesta terça-feira, o petista aparece falando que o combate à fome é "uma luta de todos". Ele cita que cada governo nação tem a " responsabilidade da segurança alimentar de seu povo, garantindo a produção de alimentos ou a renda para que cada família possa comprar sua comida".

Para ele, "essa é a condição básica para a paz, a democracia e a cidadania, não existe conquista mais importante para uma sociedade do que poder tomar café da manhã, almoçar e jantar".

Lula também afirma que "os países mais ricos têm que ajudar no desenvolvimento dos países mais pobres" e finalmente afirma que toda a sociedade deve colocar em prática "a soliedariedade de que todo ser humano é capaz".

Outras imagens dele deverão ser divulgadas durante o mês de junho, incluindo relatos de Lula sobre momentos em que ele mesmo passou fome e detalhes de sua vida, como seus pratos de comida favoritos.




Folha de S.Paulo
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Contraponto 5464 - "A foto de Collor e a máscara da mídia"

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01/06/2011
A foto de Collor e a máscara da mídia

Por Altamiro Borges


A decisão do presidente do Senado, José Sarney, de retirar as fotos do impeachment de Fernando Collor do “túnel do tempo”, o corredor no Congresso Nacional que resume a história do Brasil em textos e imagens, está gerando uma baita gritaria da mídia. A crítica até é justa.

Afinal, pela primeira vez o povo na rua, em memoráveis manifestações, derrubou um presidente corrupto e adepto do desmonte neoliberal. Nada justifica que este fato histórico fique de fora do “túnel do tempo” – a não ser o compadrio e o "cretinismo parlamentar".

Os criadores do "caçador de marajás"

Mas, também neste canhestro episódio, fica patente a hipocrisia da mídia. Afinal, foi ela quem fabricou a imagem do “caçador de marajás”, pavimentando a vitória de Collor na polarizada eleição de 1989. Primeiro na revista Veja, depois nos jornalões e na sequência, massivamente, nas emissoras de televisão, produziu-se uma brutal manipulação para evitar a vitória de Lula.

O “túnel de tempo” deveria, inclusive, incluir fotos das capas destas publicações e vídeos do período para ajudar a desmascarar o sinistro papel da mídia na história recente do país. Um vídeo indispensável seria o do famoso debate televisivo entre Collor e Lula, descaradamente manipulado pela TV Globo na reta final da eleição para beneficiar o dono da afiliada desta empresa em Alagoas.

Não há ingênuos na imprensa

A gritaria da mídia contra a retirada das fotos do impeachment não é ingênua. Visa insinuar que o Brasil, agora sob o comando de Dilma Rousseff, é conivente com a corrupção. Eliane Cantanhêde, articulista da Folha que tem “afetivas relações” com os caciques tucanos, não esconde este intento. No texto “Caem a foto e a máscara”, ela aproveita o episódio para atacar o atual governo.

“O Brasil reescreve a história, apaga vestígios de moralismo, recria pessoas e maquia ou apaga fotos ao velho jeitão stalinista... Impera o que mais se temia desde a redemocratização: a sensação de que são todos iguais”, alfineta a “calunista”, que deixou de citar que seu amigo FHC quase virou ministro de Collor e que a direita atual deu sustentação ao “caçador dos marajás”.

Falso ceticismo da calunista

Ao final, a marota Cantanhêde afirma que, na luta pelo impeachment de Collor, “nós, os jornalistas, caímos no conto da ética; e os cara-pintadas eram só massa de manobra. Nada disso se repetirá. Os novos Collor podem ficar sossegados”. Posando de cética, ela só falta propor um novo movimento de rua pelo impeachment de Dilma Rousseff, já que todos os “governos parecem iguais”.

“Com Dilma, como foi com Collor, a (o) presidente não tem traquejo político e parece engolida (o) pelos aliados, antes que pelos adversários. Com Dilma, como foi com Sarney, tudo corre solto e a (o) presidente parece à sombra de quem de fato manda”. Em síntese, o canhestro episódio da foto de Collor revela como muitos, principalmente na mídia, temem a história e manipulam os fatos históricos.

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PITACO DO ContrapontoPIG.

A Eliane "febre amarela" Castanhêde está com tudo!

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Contraponto 5463 - Nuvens negras no horizonte

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01/06/2011
Nuvens negras no horizonte


Amir Khair

Da Carta Maior - 30/05/2011

Já se delineiam duas sérias ameaças em nível global, que podem indicar um primeiro desdobramento da crise financeira originada nos Estados Unidos em 2008. É a situação crítica da questão fiscal dos Estados Unidos e Grécia. Os holofotes agora estão na Grécia, mas não levará tempo para se dirigirem aos EUA. Face a esse quadro, o melhor para o Brasil é apostar as fichas da saúde econômica e financeira naquilo em que somos bons: alto potencial de mercado interno inexplorado. Assim, é bom repensar as políticas do pé no freio, que podem fragilizar o País aos trancos que poderão vir de fora. O artigo é de Amir Khair.


Amir Khair

Ainda não se passaram três anos e já se delineiam duas sérias ameaças em nível global, que podem indicar um primeiro desdobramento da crise financeira originada nos Estados Unidos em 2008. É a situação crítica da questão fiscal dos Estados Unidos e Grécia. Os holofotes agora estão na Grécia, mas não levará tempo para se dirigirem aos EUA.

Vale recordar. Na primeira tentativa de sair do buraco, a Grécia acertou com o FMI que sua economia deveria encolher 4% em 2010, 2,6% em 2011 e o desemprego, de 9,4% em 2009, subiria para 14,8% em 2012. Esse o custo da redução do déficit fiscal de 13,6% do PIB em 2009, para 8,1% em 2010 e 6,5% em 2012. Mesmo assim, sua dívida se estabilizaria em 150% do PIB! Mas em 2010 em vez de conseguir a meta de déficit de 8,1%, obteve 10,5%, o que acendeu a luz vermelha.

Os holofotes agora estão na questão fiscal da Grécia, que precisará de um novo empréstimo em 2012. Com um crescimento mais baixo que o esperado, a tendência é o agravamento fiscal e a necessidade de mais empréstimos que, se vierem, trarão sérias dificuldades de satisfazer as condições impostas pelo FMI, com impacto social crescente e sério risco político ao governo.

A aposta dos “salvadores” (Banco Central Europeu - BCE, países da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional - FMI) ao concederem o primeiro socorro era de que uma profunda restrição fiscal, com rebaixamento de salários, demissões no setor público e freada no crescimento econômico, seria capaz de gerar os excedentes para honrar as parcelas dos empréstimos, que tiveram prazos mais alongados.

Esse aperto fiscal deveria ser imposto à população e as reações foram imediatas com paralisações e manifestações de massa, que na ocasião poderia inviabilizar as negociações em curso. Mas o governo grego conseguiu vencer o primeiro round e aprovou as duras exigências dos financiadores, mas com importante condição: a dívida teria que ser integralmente paga, sem nenhum prejuízo aos credores.

Esse socorro financeiro implica em dois problemas fiscais, de solução quase impossível, pois crescem as despesas com o serviço da dívida pelo forte aumento do endividamento e cai a arrecadação pela redução da atividade econômica e pelo aumento da inadimplência dos contribuintes, ou seja, forma-se um “sanduíche” fiscal.

Os credores, no entanto, partiram da premissa de que a redução das despesas públicas seria suficiente para superar esses dois problemas. Não foi o que aconteceu e nem acontecerá. Assim, seria necessário reduzir o valor a ser pago no serviço da dívida, ou seja, seu deságio, com perda para os credores.

Mas, o deságio não bastaria para solucionar o problema, pois os desequilíbrios macroeconômicos já existentes tornam necessários outros esforços para viabilizar o equilíbrio de suas contas internas e externas. Atualmente ocorre déficit na balança comercial de 4% do PIB, maior déficit comercial entre os países da região do euro. Se esse déficit persistir, terá de captar o volume total em instituições de crédito estrangeiras, mesmo se os déficits orçamentários pós-inadimplência puderem ser financiados com captações domésticas.

A simples ameaça do deságio na Grécia precipitou a elevação dos riscos das dívidas de Portugal e Espanha. Portugal foi o primeiro a pedir socorro e já está seguindo o mesmo caminho grego. Tomou em maio recursos do FMI e da União Europeia de US$ 110 bilhões, que representa 47% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O último pacote de auxílio do FMI ao Brasil, em 1998 foi de US$ 40 bilhões ou 4,7% do PIB. Assim, esse socorro a Portugal foi, em termos de tamanho de sua economia, 10 vezes maior do que o nosso.

Para situar a gravidade do problema que ronda a Europa, o pacote da Grécia de US$ 156 bilhões foi também de 47% do PIB e o da Irlanda de US$ 120 bilhões, 52,9% do PIB, segundo matéria publicada no jornal Estado de São Paulo (22/maio).

Esses socorros foram também sem deságio nas dívidas e será apenas questão de tempo para evidenciar a falta de visão dos “salvadores” e o agravamento da inevitável deterioração fiscal nesses países.

Não tem como escapar do deságio das dívidas. Esse deságio, por sua vez, poderá trazer novos desdobramentos na rede financeira europeia já fragilizada pela crise iniciada nos Estados Unidos com as hipotecas de alto risco (subprime) e por a nu os títulos podres em posse do BCE ao socorrer o sistema bancário da Irlanda, Grécia, Espanha entre outros países.

A nova tentativa de socorro à Grécia continuará tentando preservar os credores, alongando mais a dívida, sem reestruturá-la, com nova injeção de empréstimos, e o calote será inevitável e maior mais a frente. É uma exigência do BCE para tentar empurrar com a barriga os títulos podres em seu poder cujo montante é desconhecido.

O mesmo poderá ocorrer com Portugal, mais à frente à Espanha e, em seguida a Itália, países de maior expressão econômica na zona do euro. Poderá ser essa a sequência dos PIIGS. É claro que isso atingirá o sistema bancário das economias mais sólidas como França e Alemanha, agravando a crise européia com repercussões em outros países fora da área. Como existe forte relação entre os sistemas financeiros de Europa e Estados Unidos, esse país certamente será afetado.

EUA - Em 16/5, os Estados Unidos atingiram o teto de US$ 14,294 trilhões da dívida pública e o Departamento do Tesouro planeja anunciar que vai parar de emitir e reinvestir títulos do governo em certos fundos de pensão públicos, parte de uma série de medidas para adiar a moratória até 2/8. Essas medidas do Tesouro visam ganhar tempo para a Casa Branca e líderes do Congresso chegarem a um acordo de redução do déficit, para atingir número suficiente de congressistas a votar o aumento da dívida.

A disputa política entre republicanos e democratas pode fornecer o combustível necessário para começar a por em dúvida a capacidade do país honrar o pagamento aos credores, que estão espalhados por todo o mundo, especialmente países que acumularam fortes reservas ligadas ao dólar, como China, Japão, Alemanha e o Brasil. Para agravar esse quadro o déficit fiscal previsto ao final deste ano pode atingir US$ 1,7 trilhões ou 11% do Produto Nacional Bruto (PNB).

A tentativa de ativar a economia via elevação da liquidez é outro motivo de preocupação. De 2004 a 2008 a base monetária girava em torno de US$ 0,8 trilhão e a disparada sem cessar a partir de 2009 a elevou para US$ 2,4 trilhões. Apesar disso, os empréstimos bancários ficaram estabilizados desde o final de 2008 em US$ 9 trilhões, evidenciando o deslocamento dessa elevação da liquidez para fora dos EUA.

É possível que as agências de classificação de risco, que dormiram no ponto na crise de 2008/2009, não tenham o mesmo comportamento agora. Alguns sinais já apontam nessa direção. O primeiro foi dado pela Standard & Poor's que rebaixou de ‘estável’ para ‘negativa’ a perspectiva de rating de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos. Com isso sinalizou que poderá piorar a nota da dívida americana. As razões apontadas para a decisão foram o persistente déficit orçamentário e o elevado endividamento do país.

De acordo com a agência, mesmo após dois anos após a eclosão da crise financeira que abalou o mercado de hipotecas dos EUA, o governo do presidente Barack Obama dá sinais de que não chegou num acordo sobre como reverter a deterioração fiscal por que passa o país atualmente, nem aponta soluções para as pressões fiscais de longo prazo.

O dólar já vem de longo processo de perda de valor perante outras moedas e commodities, e isso expressa a doença que se abate lentamente sobre a economia americana. As análises sobre as perspectivas deste país oscilam a cada dia ao sabor de dados sobre pedidos de desemprego, construção de novas moradias, produção industrial, inflação, etc. Fato é que a reação aos fortes estímulos dados desde 2008 produziram efeitos pífios e os déficits fiscais passaram de 3% do PNB em 2008 e poderão atingir 11% neste ano, e a dívida sobe de forma ameaçadora, indicando claros riscos em seu pagamento.

Para agravar esse quadro a elevação dos preços do petróleo e outras commodities subtraem o poder aquisitivo dos americanos, com reflexos negativos sobre o consumo que representa 70% do PIB do país. Isso afeta o crescimento econômico, a arrecadação e eleva o déficit fiscal.

Parecem esgotados os instrumentos monetários para tirar o país da crise. A forte injeção de dólares feita pelo Fed (banco central americano) e os juros negativos não conseguiram estimular o consumo. É incerto se terminará em junho a escalada da injeção de US$ 600 bilhões. Essa elevação da liquidez já dá sinais de problemas com a inflação, que começam a aparecer no front de preocupações do Fed. E nada mais potente para retirar o poder aquisitivo do americano do que a inflação.

A forma que seria possível para romper com esse agravamento é a ampliação das exportações e contenção das importações, para gerar empregos suficientes para tirar da letargia o mercado interno. Mas não é isso que vem ocorrendo no nível necessário, pois a disputa no mercado internacional cresceu fortemente como consequência da crise de 2008.

Face a esse quadro, o melhor para o Brasil é apostar as fichas da saúde econômica e financeira naquilo em que somos bons: alto potencial de mercado interno inexplorado. Assim, é bom repensar as políticas do pé no freio, que podem fragilizar o País aos trancos que poderão vir de fora.

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Contraponto 5462 - Dilma anuncia privatização de aeroportos

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01/06/2011

Atrás de agenda 'positiva', Dilma anuncia privatização de aeroportos




Da Carta Maior - 31/05/2011

Tentando criar notícias para estancar 'caso Palocci', Dilma Rousseff chama governadores e prefeitos de cidades da Copa de 2014 e anuncia que vai privatizar aeroportos de Cumbica (SP), Viracopos (SP) e Brasilia (DF) no início do ano que vem. Segundo Secretaria de Aviação Civil, Galeão (RJ) e Confins (MG) também podem ser entregues ao setor privado.

André Barrocal

Brasília – O governo Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (31/05) que vai privatizar três dos maiores aeroportos do país, por causa do aumento da demanda e da Copa do Mundo de 2014. Vão ser entregues à exploração de empresas privadas os aeroportos de Cumbica (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF). Os editais de privatização devem estar prontos até dezembro, para que os leilões ocorram no início do ano que vem.

Em nota distribuída à imprensa, a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República afirma que a privatização foi anunciada pela presidenta Dilma Rousseff durante reunião dela com governadores e prefeitos de cidades-sede da Copa de 2014, realizada na tarde desta terça-feira, no Palácio do Planalto.

O encontro faz parte de uma estratégia recentemente adotada pela presidenta para enfrentar os problemas políticos causados pelo enriquecimento do ministro Antonio Palocci: o governo deve sair da defensiva e produzir mais notícias, a fim de disputar espaço no noiticiário.

Ainda segundo o comunicado oficial, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), que atualmente administra os aeroportos, poderá entrar de sócia dos consórcios que vão dispur os leilões. A estatal teria até 49% das ações e direito de opinar em decisões estratégicas sobre o rumo dos aeroportos.

Depois de privatizados, a modernização deles bem e sua gestão serão de responsabildiade dos compradores. Até que isso ocorra, a Infraero continuará tocando obras de expansão e melhoria deles.

Ainda de acordo com a nota, o governo estuda ainda entregar mais dois grandes aeorportos brasileiros aos empresários, Confins (MG) e Galeão (RJ).


Fotos: José Cruz/ABr
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Contraponto 5461 - Charge on line do Bessinha

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.01/06/2011
Charge do Bessinha (388)


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