quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Contraponto 157 - Para o PIG, Uribe pode

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Uma omissão imperdoável do Estadão


por Zé Dirceu 26/08/2009 16:31

Uma omissão imperdoável para com seus leitores é cometida hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo em seu noticiário internacional ao falar sobre as manobras do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe para obter a segunda reeleição (um terceiro mandato).

O presidente colombiano já obteve aprovação do Senado para realizar o plebiscito sobre essa sua segunda reeleição. A medida tramita agora na Câmara dos Representantes e depois precisa passar pela Corte Constitucional.

Uribe, que já tem quase a metade dos integrantes de seu governo e aliados processada, condenada e até presa por acusações de campanhas financiadas pelo narcotráfico e de envolvimento com paramilitares, começou a ser investigado pela Procuradoria-Geral colombiana, pela acusação de que comprou votos para aprovar a emenda da sua reeleição.

"Uribe não é o primeiro líder latino-americano a mudar a Constituição para permanecer no poder", diz o Estadão hoje, relacionando a seguir outros que já o fizeram no continente, como os presidente da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Corrêa.

E Fernando Henrique Cardoso?

Este, o jornal convenientemente (porque lhe interessa) não lembra - nem cita - uma vez que o ex-presidente tucano brasileiro é uma espécie de "menina dos olhos" do Estadão. O jornal evitou lembrar isso a seus leitores, mas você se lembra: FHC também mudou a nossa Constituição (em 1998, vésperas de eleição presidencial), instituiu a reeleição e foi o primeiro beneficiário dela.

Coincidência: também fez tudo em meio a um processo de denúncias de que seu governo comprara votos para aprovar a reeleição. Ele não permitiu que uma CPI investigasse as denúncias, mas curiosamente, à medida que apurações da oposição avançavam os deputados acusados de vender o voto renunciaram um a um para não serem cassados.


"Democratas" calam e Uribe impõe "ditadura legal"

por Zé Dirceu 27/08/2009 09:45

Sem nenhuma oposição dos democratas de plantão na América Latina - sempre tão presentes quando se trata do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ou de criticar Cuba, ou mesmo da “liberdade de imprensa” no Brasil - o presidente da Colômbia Alvaro Uribe vai conseguindo conquistar seu terceiro mandato.

Conta com o silêncio cúmplice ostensivo inclusive dos nossos democratas tupiniquins! Tão antichavistas, mas agora tão silenciosos frente à compra explícita de votos que os apoiadores de Uribe promovem arrebanhando apoios à sua terceira eleição!

Compram votos! É como se fosse reprise de um filme já visto em algum lugar no continente, não? (leia abaixo nota que postei ontem).

Compram em um parlamento (a Câmara dos Representantes colombiana) com 84 deputados, em que grande parte é investigada por ligações com o crime - de corrupção até narcotráfico, passando por associação com paramilitares.

Acusações a Venezuela são despiste

Para encobrir sua operação “ditadura legal “ e com apoio da mídia de seu país e do continente, Uribe bate o bumbo contra a Venezuela, a quem acusa de agressora e expansionista.

A Venezuela... e não a Colômbia que vai receber US$ 3,8 bilhões de ajuda militar dos Estados Unidos e em troca entrega a sua soberania, cede a este país o uso de 7 bases militares que ninguém sabe para que e por que. E o tratado ainda diz que se os EUA quiserem usar mais bases na Colômbia, podem...

Para combater o narcotráfico seguramente é que não é, porque para isso bastaria começar pelo próprio governo Uribe, pela sua substituição em eleições democráticas já que pela atual Constituição ele não pode se candidatar.

Uribe levará a Colômbia em seu terceiro mandato a uma crise sem precedentes. O pais vai bem, mas as instabilidades política e nas relações com seus vizinhos encerram o risco de se transformar em uma crise econômica pela queda das exportações e dos investimentos.
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