quarta-feira, 26 de maio de 2010

Contraponto 2314 - Dilma alfineta Serra ao comentar gastos, Irã e contratos

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26/05/2010


Dilma alfineta Serra ao comentar gastos, Irã e contratos

Vermelho - 25 de Maio de 2010 - 20h18

No encontro com empresários, promovido nesta segunda-feira (25) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a pré-candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, fez uma forte defesa do respeito aos contratos do governo em nome da segurança jurídica e disse que deve haver critérios para o corte de gastos públicos. Ela ainda defendeu o acordo negociado pelo Brasil e Turquia com o Irã.
As três mensagens foram recados indiretos para o adversário do PSDB, José Serra. Em declarações à imprensa, Serra disse que não hesitaria em quebrar contratos, tem defendido cortes generalisados nos gastos públicos e condenado as relações Brasil-Irã.

Para Dilma, a proposta de revisão de valores e condições de pagamento de obras, por exemplo, cria “instabilidade” e desacelera o país. “Qualquer proposta de revisão de contratos implicará em redução do crescimento e criará turbulência generalizada. O governo do qual participei deu uma demonstração de maturidade”, disse. "Muitas vezes não concordávamos com os contratos que recebemos, mas respeitamos todos. Sem nenhuma exceção", disse a ministra aos empresários. Na mesa do debate também estavam os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

Para a plateia de industriais, Dilma afirmou que o governo Lula adotou um novo modelo de desenvolvimento baseado em políticas de inclusão e mobilidade social. "Algo nos distinguiu. Priorizamos o combate sem tréguas à miséria extrema e a ampliação do mercado interno. Trata-se de um novo modelo de desenvolvimento que estrutura um novo horizonte de oportunidades para o Brasil. Alguns fatores são fundamentais, como um mercado interno robusto, baseado na mobilidade social. Pela primeira vez, nos últimos 20 anos, as pessoas puderam subir na vida", destacou.

Ela ressaltou que, no momento em que a economia global vive um momento de “incertezas”, os países emergentes são as “âncoras da produção e do emprego no mundo”. “Pela primeira vez, o Brasil teve um posicionamento sólido diante da crise. Pela primeira vez fizemos política anticíclica usando instrumentos monetários, fiscais e tributários.”

Dilma Rousseff atribuiu o sucesso brasileiro no enfrentamento da crise também à boa administração da política econômica, que buscou simultaneamente o controle da inflação e o equilíbrio das contas públicasl. E concluiu: “Temos esperanças fundadas, porque fizemos”.

Gastos públicos e Irã

Em novo recado indireto a José Serra, Dilma combateu a ideia de fazer cortes de despesas públicas de custeio (educação, serviços de saúde) sem critérios, como os partidos de oposição têm proposto. Segundo ela, a redução de gastos tem que de ser feita com cuidado e analisando caso a caso.

“Todo mundo quer qualidade na saúde, na segurança pública, na educação, mas não se consegue isso sem investir. Isso não pode”, disse a ex-ministra.

Dilma acrescentou: “Não pode falar que vai acabar com área X, tem que buscar maior eficiência dentro delas. Fazer corte e ver o que pode ser mudado. Falar de forma genérica parece que fica um discurso que é reminiscência da crise do mercado absoluto. Naquela época não se investia em estrada, não se aumentava salário mínimo”.

Questionada sobre a posição do Brasil em relação ao Irã, Dilma defendeu a política externa do governo Lula e salientou que o país demonstrou seu compromisso com a paz ao fechar com o Irã e a Turquia um acordo para enriquecimento de urânio.

“Não demonstramos ingenuidade como dizem alguns. Buscamos efetivamente o diálogo, a paz e a construção de relações e que é possível fazer acordos e não levantar muros”, disse a petista em mais um recado para Serra que, no mesmo debate, chamou o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de ditador "como os dos anos 30", citando Hitler e Stalin, e disse não acreditar em acordo com o Irã. Dilma, porém, defendeu a negociação. "A ação do governo brasileiro conduz à paz. Não vejo efetividade na política de sanção. Com ela, você prejudica o povo e nunca vi isso impedir governos de agir dessa ou daquela maneira", disse a pré-candidata petista.

Da redação, com agências
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