28/05/2010
Lula volta a defender acordo sobre programa nuclear do Irã
Vermelho - 27 de Maio de 2010 - 19h23
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta (27), no Palácio do Itamaraty, em Brasília, que a Declaração de Teerã, documento que sela o acordo nuclear entre Brasil, Turquia e Irã, é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Na presença do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan, que visita o país, Lula afirmou que o acordo não resolve todos os problemas de uma única vez, mas estabelece as condições para o diálogo como o caminho mais eficiente.
Os dois presidentes esperam que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aceite o acordo intermediado por eles em Teerã. "Não queremos que o Irã desenvolva armas nucleares, mas muito menos que outros países o façam e eles (Irã) dizem que querem energia para fins pacíficos", afirmou o primeiro-ministro turco, que criticou os países que ainda falam em sanções contra o Irã.
Lula afirmou que é preciso superar divergências e construir a confiança em torno de um objetivo exclusivamente pacífico do programa nuclear iraniano. “Acreditamos que é a flexibilidade, não o dogmatismo, que aproxima os povos. É o engajamento construtivo, não o isolamento e a punição que nos leva ao entendimento. É esse o espírito que norteou nossa atuação na negociação com o Irã”, lembrou o presidente.
Ao destacar a atuação dos dois países em questões importantes no cenário mundial, Lula disse que Brasil e Turquia querem superar dogmas e temores que empobrecem o convívio entre as nações, reduzem os espaços de cooperação e conduzem o mundo a riscos inaceitáveis.
“Por isso também defendemos um mundo desnuclearizado e em paz. Recusamos o mito de que a região está fadada ao conflito, de que seus filhos estão condenados a uma rotina de ódio e sofrimento que alimenta a irracionalidade da guerra.”
Ele citou que os dois países são exemplos de convivência pacífica e harmoniosa, ambos possuem relações tanto com Israel quanto com o mundo árabe. “Somos, também, parceiros na construção de uma ordem internacional multipolar. Estamos em posição privilegiada para fazer ouvir a voz dos países emergentes e contribuir para assim encontrarem respostas concretas aos desafios contemporâneos”, disse.
Reforma da ONU
O presidente brasileiro revelou também que os dois países irão defender no G-20 de Toronto (Canadá) a reforma das Nações Unidas e das instituições financeiras de Bretton Woods. Esses organismos, na opinião de Lula, requerem reformas para deixarem de ser “uma sombra distorcida de um passado há muito superado.”
“Advertimos que não se deve abandonar os compromissos com mudanças profundas ao primeiro sinal de recuperação da economia mundial. Agora que a estabilidade voltou reafirmamos a urgência de corrigir os desequilíbrios, discriminações e injustiças que levaram à crise. Estas são as mensagens que levaremos juntos ao G-20 de Toronto”, disse.
A diplomacia brasileira trabalha para que o país conquiste uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. No ano passado, o governo buscou a unidade do chamado G4 (Alemanha, África do Sul, Brasília e Índia) em defesa da ampliação do Conselho.
De Brasília,
Iram Alfaia
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