quarta-feira, 30 de junho de 2010

Contraponto 2640 - "Bolsa Família é tema em evento internacional sobre renda básica"

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30/06/2010


Bolsa Família é tema em evento internacional sobre renda básica


Vermelho - 30 de Junho de 2010 - 15h59

O Programa Bolsa Família será um dos temas de debate no 13o Congresso Internacional da Rede Mundial de Renda Básica, que ocorre pela primeira vez no Brasil, de 30 de junho a 2 de julho, em São Paulo. Lúcia Modesto, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, é quem apresentará o Programa no evento. O tema é “Renda básica – Um instrumento para a justiça e a paz” e reunirá pesquisadores brasileiros e estrangeiros.
O Bolsa-Família é um dos principais mecanismos de transferência de renda do Governo Lula. Alvo de crítica da oposição, o Programa se tornou referência no mundo ao atender famílias em situação de pobreza, concedendo benefício financeiro àquelas com renda mensal per capita de até R$140. O programa integra ações de longo prazo, ao condicionar o pagamento do benefício ao cumprimento de compromissos assumidos pela família nas áreas de educação e saúde.

Os valores pagos pelo Bolsa Família variam entre R$22 e R$200, de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças e adolescentes. Estudos apontam que o programa contribui para a redução da pobreza e da desigualdade. Os recursos recebidos são investidos, especialmente, em alimentação, material escolar e uniforme, e movimentam a economia local das regiões. São 12,6 milhões de famílias beneficadas com um montante mensal superior a R$1 bilhão.

O evento, promovido pela Rede Mundial de Renda Básica (Basic Income Earth Network – Bien), fórum de discussões criado em 1986, na Bélgica, para debater experiências de transferência de renda de diversos países, deve receber a presença do presidente Lula nesta quinta-feira (1º).

A cada dois anos ocorre o Congresso da Rede Mundial, quando pesquisadores, acadêmicos, políticos e cientistas sociais de várias partes do mundo reúnem-se para debater alternativas que garantam a todo cidadão renda suficiente para atender às necessidades básicas, promovendo justiça social. Durante os três dias, os participantes vão apresentar práticas, ideias e propostas para a formulação de políticas públicas.

Fonte: Em Questão
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Contraponto 2628 - "Vira-casacas sinalizam rombo no casco da oposição"

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30/06/2010
Vira-casacas sinalizam rombo no casco da oposição

Viomundo - 30/06/2010-13h18

PSC desiste de Serra e declara apoio a Dilma nas eleições

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

O PSC anunciou nesta quarta-feira (30) o apoio formal à candidatura da petista Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. No início de maio, a legenda havia confirmado a aliança com o PSDB do ex-governador José Serra, mas deixou em aberto o prazo para as discussões sobre o apoio do PSC até o final de junho.

“A maioria do partido achou por bem caminhar com a coligação PMDB-PT, com a ministra Dilma, para a presidência da república”, afirmou o pastor Everaldo, vice-presidente do PSC, após reunião da cúpula do partido.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, reconheceu as “idas e vindas” das conversas com o PSC, mas elogiou a decisão final da legenda. “Consideramos o PSC um importante partido da base do governo Lula e queríamos que ele fizesse parte da coligação”, afirmou. Nas eleições passadas, o PSC deu apoio à reeleição do presidente Lula.

A cúpula do PMDB também participou do anúncio. Além do candidato a vice-presidente na chapa de Dilma, o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), compareceram à reunião o senador Renan Calheiros (AL) e o deputado federal Eduardo Cunha (RJ). Nos bastidores, deputados do PSC afirmam que a surpresa com o anúncio do vice Álvaro Dias (PSDB-PR) na chapa de Serra foi um dos fatores que motivou o apoio à Dilma. “Você não pode fazer uma parceria e depois jogar o parceiro fora”, reclamou um parlamentar.

Com 16 deputados federais e um senador no Congresso Nacional, o PSC deve garantir cerca de 20 segundos a mais no tempo de televisão e rádio da candidata petista.
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Contraponto 2627 - "BC projeta para este ano a menor taxa de desemprego desde 2002"

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30/06/2010

BC projeta para este ano a menor taxa de desemprego desde 2002

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A projeção do Banco Central (BC) para a taxa média de desemprego neste ano é de 7%. Se confirmada a estimativa, será o menor nível da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2002.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje (30) pelo BC, “a evolução dos indicadores do mercado de trabalho segue compatível com o dinamismo da atividade econômica, registrando-se recuo na taxa de desemprego e melhora qualitativa na geração de postos de trabalho, expressa pela substituição de empregos informais por postos com carteira assinada”.

Edição: Tereza Barbosa
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Contraponto 2626 - "FHC aconselha Serra a rifar Álvaro Dias e escolher outro vice"


30/06/2010


FHC aconselha Serra a rifar Álvaro Dias e escolher outro vice

Portal Vermelho - 30 de Junho de 2010 - 11h17

Em conversa que manteve com José Serra na noite passada, Fernando Henrique Cardoso aconselhou o presidenciável tucano a rever a escolha de seu vice. FHC reunira-se horas antes, num hotel de São Paulo, com integrantes da cúpula do DEM. Recolheu objeções à indicação do tucano Álvaro Dias.

Por Josias de Souza, em seu blog
Rodrigo Maia, Jorge Bornhausen e Agripino Maia despejaram diante de FHC um discurso bem ensaiado. Evitaram o uso de vocábulos como rompimento e veto. Porém, deixaram claro que faltou método à escolha de Álvaro Dias. Ficou entendido que, excluído do processo, o DEM sairia humilhado se o aceitasse. Na expressão de Agripino Maia, líder do DEM no Senado, era preciso “zerar o jogo”, reabrindo a negociação.

Presidente de honra do DEM, Bornhausen levou à mesa um episódio ocorrido há três meses. Envolveu Pimenta da Veiga (PSDB-MG), ex-ministro de FHC. Bornhausen contou que, ao ser informado de que o nome de Pimenta era cogitado para ocupar a vice de Serra, tocou o telefone para ele. Perguntou a Pimenta se estava mesmo “no páreo”. Ouviu do interlocutor uma resposta negativa. Lamentou. Segundo o relato feito a FHC, Bornhausen disse a Pimenta que, mercê das boas relações que mantém com o DEM, seu nome seria uma boa alternativa.

O caso foi rememorado a pretexto de esclarecer a FHC que, embora preferisse a escolha de um vice de seus quadros, o DEM não se opunha à chamada chapa “puro-sangue”, só de tucanos. O que o parceiro do PSDB não digere é o fato de o nome de Álvaro Dias lhe ter sido apresentado como um prato feito. Pior: o DEM soube do desfecho por meio de uma mensagem levada ao micro-blog por Roberto Jefferson, presidente do PTB.

Acionado por Serra para dobrar a tribo “demo”, FHC saiu da reunião convencido de que Álvaro Dias tornara-se um problema, não uma solução. Levou suas apreensões a Serra. Pelo telefone, um dos mandachuvas do DEM foi informado, no início da madrugada desta quarta (30), que FHC aconselhara a Serra a revisão da escolha.

Além de FHC, participaram da reunião com os 'demos' outros dois tucanos: o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o líder do partido na Câmara, João Almeida (BA). À noite, já em Brasília, Rodrigo Maia avistou-se com parlamentares do DEM. Relatou o teor da conversa inconclusiva de São Paulo. A despeito de arrostar uma gripe que evoluíra para a febre, o presidente do DEM disse que ficaria de prontidão na madrugada, à espera de novidades.

Trava-se uma corrida contra o relógio. O DEM realiza nesta quarta sua convenção nacional. O edital de convocação prevê o início para as 8h e o término para as 13h. Deve começar mais tarde. E quanto ao encerramento? “Posso empurrar a convenção até a meia-noite”, disse Rodrigo aos seus pares. Pela lei, a definição do partido não pode passar de hoje.

Nas palavras de Rodrigo, “se possível”, o DEM vai ratificar a coligação com Serra. Sob o condicional, esconde-se um par de desejos do DEM: 1) que Serra abra mão de Álvaro Dias; 2) que escolha, “se possível”, um vice “demo”.

No final da noite, o ministro petista Alexandre Padilha, coordenador político de Lula, levou ao micro-blog uma má notícia para Serra. Anotou: “Agora já posso falar. Quero parabenizar o senador Osmar Dias pela decisão de ser candidato a governador no Paraná. Agora somos todos Osmar!!!”

Filiado ao PDT, Osmar Dias dizia, até a véspera: se o irmão Álvaro Dias fosse confirmado na vice de Serra, disputaria o Senado coligado com o PSDB-PR. Mudou de ideia depois de uma conversa com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), mandachuva do PDT. Osmar vai à corrida pelo governo paranaense coligado ao PT e ao PMDB.

Serra optara por Álvaro Dias sob a alegação de que, com ele, atraía Osmar e implodia o palanque de Dilma Rousseff no Paraná. O argumento virou pó. Se refugar o conselho de FHC, o presidenciável tucano talvez não perca o horário de TV do DEM. Mas terá do seu lado um “aliado”.
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Contraponto 2625 - "Osmar Dias frustra Serra e sai candidato ao governo do Paraná"

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30/06/2010


Osmar Dias frustra Serra e sai candidato ao governo do Paraná

Dias admitiu sair candidato após
ter garantias do apoio de Lula


Vermelho - 30 de Junho de 2010 - 11h05
O senador Osmar Dias (PDT-PR) planeja para esta quarta-feira (30) o anúncio oficial de que vai disputar o governo do Paraná numa coligação envolvendo o seu partido, o PMDB e PT no estado. A decisão frustra as expectativas do presidenciável José Serra e do PSDB — que contavam com o apoio de Dias à chapa estadual do tucano Beto Richa para não dar palanque no Paraná à candidata Dilma Rousseff (PT).
O comando da campanha de Serra continua a dizer que o vice será Álvaro Dias (PSDB-PR), irmão de Osmar. Mas o surpreendente anúncio da candidatura de Osmar Dias ao governo, na condição de aliado de Dilma, pode fornecer aos tucanos o argumento do qual necessitavam para rever a indicação, motivo de crise com o aliado DEM.

Na noite desta terça-feira (29), Dias se reuniu a portas fechadas, por mais de quatro horas, em Curitiba, com a cúpula nacional do PDT. Segundo participantes do encontro, ele admitiu sair candidato após ter garantias de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao seu nome e de que será "o candidato a governador mais importante" da aliança encabeçada pela candidata petista Dilma Rousseff na disputas estaduais.

Com isso, consolida-se no estado um palanque forte para Dilma após mais de seis meses de negociações. A confirmação de Dias deve acirrar a eleição no Paraná, onde Richa e Osmar Dias estão empatados tecnicamente nas pesquisas. O pedetista chegou a receber oferta de candidatura ao Senado em união com o PSDB, mas a cúpula nacional do PDT vetou.

Na reunião, Osmar Dias também aceitou negociar um vice do PMDB. Antes, ele exigia a indicação da petista Gleisi Hoffmann. A formalização da aliança PDT-PT- PMDB precisa ainda do aval do atual governador paranaense, Orlando Pessuti (PMDB), que também estava na disputa pelo governo estadual. Ele já sinalizou oficialmente que pode abrir mão da candidatura.

Sobre a possibilidade do irmão Álvaro Dias ser indicado como vice de Serra, Osmar Dias argumentou na reunião que, como a eleição envolve cargos diferentes, sem existir "disputa direta", não haverá problemas de relacionamento entre eles. O pedetista usou ainda como argumento o fato de a situação do irmão tucano não estar definida, já que há resistências de aliados “demos” do PSDB.

Da Redação, com agências
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Contraponto 2624 - "Procura-se uma oposição séria"

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30/06/2010
Procura-se uma oposição séria
Blog Cidadania - 30/06/2010

Eduardo Guimarães

Em que pese ser arriscado cantar vitória antes do tempo, penso que a eleição de Dilma vai se tornando irreversível. E devo dizer que o fenômeno, por mais que decorra da satisfação do brasileiro com a forma como o país é administrado, pode ser debitado, em grande parte, a erros crassos e à mediocridade e à falta de seriedade da oposição midiática.

A começar pela escolha do candidato da oposição. É espantoso que PSDB, PFL e seu aparato midiático tenham confundido o recall (lembrança de um político pelo eleitorado) de Serra com força eleitoral do tucano.

Pesquise-se a blogosfera progressista e se encontrarão centenas de análises de que o que o tucano tinha não era nada mais do que confusão do eleitorado entre um nome conhecido (o de Serra) e o candidato que Lula apoiaria.

Contudo, os péssimos analistas políticos da oposição e da mídia simplesmente se negaram a enxergar o fato. Talvez por continuarem acreditando que se mantinha vigente o poder de persuasão que essa mídia deixou de ter após a catástrofe que foi o segundo governo FHC, devido ao eleitorado ter entendido que foi induzido ao erro de votar no tucano em 1998, pois a manutenção do real valorizado, que ele prometera, era uma farsa.

Outro erro da direita midiática foi abusar da invenção de escândalos para desmoralizar Dilma e Lula. Estão em curso estudos acadêmicos sobre o tsunami de escândalos inventados ou irracionalmente vitaminados que se abateu sobre o país a partir de 2005.

Outro grande erro da aliança entre a oposição e a mídia foi deixarem ver que um governo Serra poderia se constituir em uma verdadeira ditadura. Os setores verdadeiramente politizados da sociedade se assustaram com um governo que, como o de FHC, iria pairar acima do bem e do mal simplesmente porque, não tendo imprensa para fiscalizá-lo, poderia cometer atrocidades como as que cometeu o governo tucano entre 1995 e 2002.

Andei refletindo sobre o seguinte: por que um poder econômico tão gigantesco quanto esse que apóia Serra, dotado de toda a grande imprensa e dos mais poderosos grupos empresariais do país, não conseguiu um único analista que lhe dissesse para onde caminhava o projeto político conservador?

Não havia um analista que lhes dissesse que através da escandalização do nada não só não conseguiriam impedir que um governo tão popular fizesse seu sucessor como também estavam expondo que Serra era o candidato encarregado de manter a desigualdade no país?

Claro que havia. Não faltam analistas capacitados em uma coalizão política tão poderosa, do ponto de vista econômico e institucional. O que faltou foi coragem para contrariarem os caciques tucanos e pefelês, os barões da mídia, o mega empresariado e a elite branca em si.

É aquela velha história de monarcas enlouquecidos pelo poder absoluto trucidarem mensageiros portadores de más notícias. Foi medo dos analistas lúcidos de serem mal-interpretados pela elite midiática ao sugerirem comedimento na proteção da mídia a Serra e na difamação de Dilma e de Lula.

Os dois maiores atos irracionais em favor de Serra certamente serão estudados pela ciência social do futuro: a ficha policial falsificada de Dilma e a acusação a Lula de que teria sido um maníaco sexual que tentou estuprar um adolescente. Não me lembro de outro país em nosso estágio de importância e de desenvolvimento em que a oposição tenha tentado algo parecido.

Não sei até que ponto os agentes políticos já mensuraram, inclusive, o custo da campanha de difamação contra Lula e Dilma. Se calcularmos o custo do tempo de tevê e de rádio e dos espaços intermináveis na imprensa escrita que foram usados para atacar os petistas, chegaremos a cifras espantosas. Não me espantaria se chegassem aos bilhões de reais…

E o que mais impressiona é que não vejo o menor sinal de que os partidos e os meios de comunicação de direita estejam sequer cogitando interromperem a estratégia de desmoralizarem os adversários para se concentrarem em tentar oferecer alguma proposta ao eleitorado sobre o que Serra poderia fazer de realmente melhor.

A aposta tucano-midiática, ao menos até o dia da eleição em primeiro turno, não tenho dúvida de que será a de produzir mais do mesmo, ou seja, mais denúncias, mais pseudo escândalos, mas ridicularizações e desqualificações da candidata governista. E não haverá, nesse grupo político alucinado, quem tenha coragem de sugerir mudança de rota.

Aliás, penso que a estratégia permanecerá a mesma em um cada vez mais possível governo Dilma Rousseff.

Só que a incapacidade dos conservadores brasileiros de se reciclarem, ao contrário do que possam pensar seus adversários progressistas, é péssima para o país. A continuidade da escandalização do nada atrasa o desenvolvimento, atrasa projetos, políticas públicas, enfim, prejudica o desenvolvimento do Brasil.

Uma oposição propositiva, que fiscalize o que está errado mas que não tente criar erros e escândalos inexistentes, faz falta a qualquer país. Uma imprensa séria, que fiscalize os políticos e governantes independentemente de ideologias e de colorações partidárias, faz mais falta ainda.

Quem nos garante que Dilma, por exemplo, não pode vir a ser uma péssima governante que iluda o povo com crescimento da economia herdado do governo anterior? Quem nos garante que ela não poderia deixar a corrupção campear, não se aliaria a grupos econômicos, enfim, que ela não fizesse o que fizeram um Collor ou um FHC?

Se isso ocorresse – e, vejam bem, não estou dizendo que ocorrerá, mas que tal possibilidade existe em qualquer governo –, quem poderia defender a sociedade e denunciar os malfeitos? Só a imprensa, é claro. Mas, então, não teríamos imprensa e oposição com credibilidade. Qualquer denúncia seria apontada como apenas mais um factóide difamatório da direita midiática.

O Brasil precisa de uma imprensa e de uma oposição sérias, mas não tem e não deverá ter por ainda muito tempo. A sociedade brasileira está dependendo de que tenha no poder bons governos como o de Lula. Se votarmos errado, como fizemos em São Paulo (na capital e no Estado), teremos que amargar governos ruins perpetuando-se no poder.
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Contraponto 2623 - "Principais trechos da entevista de Dilma ao program e Roda Viva da TV Cultura"

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30/06/2010

Principais trechos da entevista de Dilma ao program e Roda Viva da TV Cultura

Dilma na Web - 28/06/2010



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Contraponto 2622 - José Serra pede proibição de música do Ultraje a Rigor por causa da expressão "mulher pra presidente"


30/06/2010


José Serra pede proibição de música do Ultraje a Rigor por causa da expressão "mulher pra presidente"

Amigos do Presidente - quarta-feira, 30 de junho de 2010

Representantes do PSDB nacional entraram semana passada junto ao TSE com um pedido de proibição da música "Eu gosto de mulher", da banda paulistana Ultraje a Rigor, durante o período de campanha eleitoral. A música, que fez sucesso e foi gravada no final dos anos 80, faz em determinado momento a seguinte citação: "Mulher dona-de-casa, mulher pra presidente".

O partido acredita que a música caracteriza propaganda para a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, principal concorrente do partido tucano, e deve ser proibida de tocar nas rádios brasileiras durante o período de eleição. "É um absurdo, temos que ficar de olho neste tipo de propaganda discreta" - disse Sérgio Guerra, presidente do PSDB - "é preciso ter atenção, pois detalhes como este ficam na mente do eleitor e influenciam no momento do voto", completou em tom repreendedor.

Caso não consiga vetar a reprodução da música nas rádios, o partido pretende sugerir a substituição da frase por outra que não faça apologia a nenhum candidato - ou candidata - que dispute as eleições deste ano.

O PT se manifestou dizendo que não tem nenhuma ligação com a banda. Em nota à imprensa, o partido diz se tratar "de uma feliz coincidência".

Veja abaixo a letra da música que causou polêmica e ira dos tucanos:




Eu Gosto De Mulher

Vou te contar o que me faz andar

Se não é por mulher não saio nem do lugar

Eu já não tento nem disfarçar

Que tudo que eu me meto é só pra impressionar

Mulher de corpo inteiro

Não fosse por mulher eu nem era roqueiro

Mulher que se atrasa, mulher que vai na frente

Mulher dona-de-casa, mulher pra presidente (trecho questionado)

Mulher de qualquer jeito

[...]

Mulher faz bem pra vista

Tanto faz se ela é machista ou se é feminista

Cê pode achar que é um pouco de exagero

Mas eu sei lá, nem quero saber,

eu gosto de mulher, eu gosto de mulher

eu gosto de mulher

Ooo ooo ooo oo

Eu gosto é de mulher!

Ooo ooo ooo oo

Contraponto 2621 - José Serra desiste do vice Alvaro Dias


30/06/2010

José Serra desiste do vice Alvaro Dias

Amigos do Presidente - por Helena™ quarta-feira, 30 de junho de 2010

Em reunião na casa do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), os tucanos resolveram desistir de colocar o senador tucano Alvaro Dias (PR) como vice do candidato do PSDB à presidência, José Serra. Na madrugada desta quarta-feira, tucanos e democratas foram avisados por telefone pelo senador Osmar Dias (PDT) de que ele concorreria ao governo do Paraná, o que, segundo uma liderança peessedebista, inviabilizou a defesa do nome de Alvaro para ocupar o posto.

O presidente do DEM, o deputado Rodrigo Maia, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foram de Brasília a São Paulo para definir com Serra quem será o vice. A solução deve ser apresentada até esta quarta (30), data da convenção do Democratas, que deve ser estendida até que encontrem uma solução consensual entre os aliados.

O DEM voltou a defender o nome da ex-vice-governadora do Pará Valéria Pires para ocupar o posto. Entre os tucanos, fala-se novamente na senadora Marisa Serrano e no deputado Gustavo Fruet.

Com Alvaro Dias como vice, o PSDB alcançaria seu objetivo de formar uma chapa puro-sangue. Enquanto o PSDB se reunia na casa de Guerra, líderes do DEM se reuniam na casa do senador Heráclito Fortes. Segundo tucanos, a tendência do DEM era de aceitar o nome de Alvaro Dias. No entanto, desistiram após a ligação de Osmar, explicando que o presidente de sua sigla e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o convenceu a disputar o palácio paranaense.

Mais cedo, Maia já adiantara que "fatos novos podem colaborar com uma solução", em referência à candidatura de Osmar. Os próprios tucanos afirmam ser insustentável defender o nome de Alvaro, tendo em vista que o seu irmão não cumpriu com o acordo. O PSDB propôs a vice para Alvaro com o objetivo de atrair seu irmão para a vaga de senador na chapa de seu candidato ao governo do Paraná, o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa.

Após reunião da cúpula do DEM na casa do senador Heráclito Fortes, o presidente da sigla disse: "Queremos mostrar aos nossos aliados que foi cometido um erro e que esse erro precisa ser resolvido para que o partido entre com força total na campanha. Um partido que tem 56 deputados, 14 senadores e 4 candidatos ao governo com muitas chances de vitória precisa estar motivado".

Os partidos passaram dois dias consecutivos fazendo longas reuniões, que contaram inclusive com a presença de Serra e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os partidos retomaram o diálogo e, segundo o senador Agripino Maia, voltaram à estaca zero.

A crise entre DEM e PSDB foi desencadeada pelo anúncio de que Alvaro Dias era o nome indicado pela cúpula tucana para ser vice de Serra. O DEM se sentia no direito de ficar com a vaga e não gostou de ter recebido a notícia pelo Twitter de Roberto Jefferson, presidente do PTB, que, na última sexta-feira (25), fez uma série de ofensas ao ex-PFL na sua página do microblog, depois de iniciada a reação dos democratas.

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quarta-feira, 30 de junho de 2010
Os demos podem tudo

Aproveitando enquanto o povão está de olho nos jogos da copa, o prefeito Geilberto Kassab com sua bancada na Câmara Municipal de São Paulo, conseguiram aprovar nesta terça-feira, 29, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo, com 45 votos a favor e nenhum contra. O projeto, de autoria do líder de governo, vereador José Police Neto (PSDB).

A imprensa fez silêncio para o imposto progressivo do Kassab, mas bateu na ex prefeita Luiza Erundina. Quando a a então Prefeita Luíza Erundina,tentou implantar o IPTU progressivo, ainda que suave, na capital paulista, sofreu uma violenta campanha contrária de toda a imprensa burguesa paulistana, o jornal "O Estado de São Paulo" à frente e a Folha de São Paulo, que não pagavam e passariam a pagar,atacaram Erundina e incentivaram a campanha "Votou na Erundina, tomou no IPTU".

Na época a ex-prefeita Luiza Erundina dizia; “É uma medida de justiça fiscal, de justiça tributária”, afirma. Deputada federal reeleita por São Paulo pelo PSB, Erundina afirma que “quem tem mais deve pagar mais. Quem tem menos deve pagar menos, e quem tem quase nada ou pouco não deve pagar. É uma forma de distribuição de renda”.
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terça-feira, 29 de junho de 2010

Contraponto 2620 - "Vox Populi: Dilma Rousseff (PT) 40% x 35% José Serra (PSDB)"

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29/06/2010

Vox Populi: Dilma Rousseff (PT) 40% x 35% José Serra (PSDB)

Amigos do Presidente - terça-feira, 29 de junho de 2010

Pesquisa Vox Populi sobre a eleição presidencial indica que Dilma Rousseff (PT) tem 40% das intenções de voto. José Serra (PSDB) tem 35%. Marina Silva (PV), 8%. A sondagem foi feita de 24 a 26.jun.2010 e tem margem de erro de 1,8 ponto percentual. O Blog vai publicar mais resultados obtidos pelo Vox Populi assim que eles estiverem disponíveis.

Pela 1ª vez, Dilma passa a frente de Serra em pesquisa Vox Populi. A última sondagem do instituto (feita de 8 a 13.mai.2010) indicou empate técnico entre os candidatos, por conta da margem de erro – que era de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Em maio, no cenário em que apenas os Dilma, Serra e Marina foram apresentados aos entrevistados , a petista teve 37% (podendo variar de 34,8% a 39,2%, por conta da margem de erro). O tucano teve 34% (variando de 31,8% a 36,2%).Fernando Rodrigues

A pesquisa foi feita de 24 a 26 de junho 2010 com 3.000 eleitores. Seu registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é o 16944/2010.

Na pesquisa divulgada em maio pelo instituto, Dilma estava na frente com 38% das intenções, enquanto Serra tinha 35%.
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Contraponto 2619 - "A experiência da política social do Brasil"

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29/06/2010


A experiência da política social do Brasil

Blog do Planalto Terça-feira, 29 de junho de 2010 às 16:28

Na entrevista coletiva que concedeu, nesta terça-feira (29/6), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) , o presidente Lula voltou a afirmar que jamais postulou ser secretário-geral da ONU. Ele explicou que o cargo deve ser ocupado por um técnico. A questão apresentada pelo repórter Ricardo Lessa, da GloboNews, foi suscitada a partir de artigo do presidente Lula publicado no jornal londrino Financial Times e que resultou em interpretações equivocadas na mídia brasileira – veja aqui a nossa resposta a essas elocubrações.

O que disse foi exatamente o seguinte: nos adquirimos nestes oito anos um acumulo em política social. Há uma coisa muito rica. O quanto é barato a gente cuidar dos pobres. Disse que tenho interesse em dedicar um espaço do meu tempo para trocar ideias com eles sobre a experiência do Brasil. Essas coisas têm que ser feitas com muito cuidado.

Segundo Lula, o cargo de secretário-geral da ONU não pode ser exercido por alguém que seja político, pois ele “é um empregado” dos países que estão associados ao organismo internacional. O presidente brasileiro disse também que não tratou no encontro com Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, sobre eleição.

Ouça aqui a íntegra da entrevista concedida pelo presidente Lula:


Na entrevista, ele buscou dar ênfase ao comércio bilateral e que Brasil e Itália podem atingir uma corrente comercial superior a US$ 30 bilhões. Lula acha psosível também a formação de joint venture para colcoar produtos que atendam aos países mais pobres. O brasileiro informou que até o término de seu mandato pretende participar da reunião do G-20, em Seul, na Coreia do Sul, por acredita que possa ser estabelecido acordo para a rodada de Doha.

Lula informou também que vai decidir sobre o processo de extradição do italiano Cesare Battisti quando a Advocacia-Geral da União (AGU) entregar parecer sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente afirmou que espera que sua decisão não provoque arranhões nas relaçõesentre os dois países.

Artigos relacionados

Contraponto 2618 - Em artigo para o "FT", Presidente afirma que quer levar adiante esforços de seu governo para criar um mundo "livre da fome e da pob

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29/06/2010


Em artigo para o "FT", Presidente afirma que quer levar adiante esforços de seu governo para criar um mundo "livre da fome e da pobreza"


Amigos do Presidente - Por: Helena™terça-feira, 29 de junho de 2010

Em artigo divulgado hoje pelo site do jornal britânico Financial Times, o mais prestigioso do mundo na área econômica, o Presidente Lula escreveu um artigo que entre outras coisas diz: "Após deixar a Presidência, quero continuar contribuindo para a melhoria da qualidade da vida da população. A nível internacional pretendo concentrar minha atenção em iniciativas que beneficiem países da América Latina e do Caribe e o continente africano."

"Quero levar adiante os esforços feitos pelo meu governo no sentido de criar um mundo multilateral e multipolar, livre da fome e da pobreza. Um mundo no qual a paz não seja uma utopia distante, mas uma possibilidade concreta."

O artigo assinado pelo Presidente Lula faz parte de um caderno especial sobre o Brasil, que circula hoje com a edição impressa do jornal. Sob o título O Novo Brasil, o caderno destaca a estabilidade e o recente crescimento da economia brasileira, comparando o País a um adolescente que cresceu rapidamente, parece confiante e ansioso para deixar suas marcas no cenário internacional, mas ainda enfrenta problemas, como se não estivesse acostumado com a sua própria estatura.

O Financial Times, diz que "Lula levou seu partido a adotar medidas cujos resultados são agora celebrados ao redor do mundo, com boa razão", diz o texto de apresentação do caderno. "Cerca de 10 milhões de brasileiros, de um total de 192 milhões, passaram para o nível da classe média entre 2004 e 2008, e desde 1990 os níveis de pobreza caíram pela metade."

No artigo, Lula, disse que tem muito orgulho das conquistas de seu governo, que retirou o País da situação de estagnação econômica em que se encontrava. A questão internacional foi enfatizada por ele em mais de um momento. Afirmou, por exemplo, que se sente particularmente satisfeito com a posição que o Brasil começou a ocupar no cenário mundial, procurando agir ao lado de outros países emergentes.

"Com eles nós estamos criando a base de uma nova economia internacional e geografia política", escreveu. "Com eles temos procurado construir um mundo mais justo em termos sociais e econômicos livre da fome e da miséria, com respeito aos direitos humanos e com capacidade para enfrentar a ameaça do aquecimento global."

O Brasil tem muita experiência para dividir, especialmente com os vizinhos da América Latina, cuja economia,, não vai tão bem quanto a brasileira. "Não podemos ser uma ilha de prosperidade cercada por um mar de pobreza e injustiças sociais."

Financial Times diz ainda que, se alguma pessoa personifica hoje a nova situação do Brasil, assumindo um novo papel na cena internacional, com estabilidade política e crescimento econômico, é o seu Presidente. O jornal mais uma vez relembra a trajetória de Lula, de menino pobre e condenado à miséria a primeiro mandatário do País uma história que ele mesmo não se cansa de contar e que encanta os estrangeiros, especialmente europeus. No artigo divulgado Lula voltou a dizer que é o primeiro Presidente brasileiro sem nenhum título universitário e, ao mesmo tempo, o que mais construiu universidades.
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Contaponto 2617 - Dilma "nocateou" intelectualmente o "Agripino" da Folha


29/06/2010

Dilma "nocateou" intelectualmente o "Agripino" da Folha



Amigos do Presidente - 29/06/2010

No programa Roda Viva, o jornalista Sérgio Dávila, da Folha de São Paulo, teve seu dia de José Agripino Maia (DEMos/RN).

Fez uma pergunta provocativa e insolente (porque repetida), se Dilma teria encomendado "dossiê", e recebeu uma resposta à altura.

Dilma Rousseff desafiou a Folha a provar o que escreve, e trazer a público os papéis que a Folha não mostra e diz que é "dossiê". O suposto dossiê nunca apareceu, ela nunca viu, e nem sabe se existe. Dilma disse ter ouvido falar, pela própria imprensa, da existência de reportagem de Amaury Ribeiro Junior.

Dilma disse que estas acusações levianas estão sendo respondidas com processos contra quem acusa (sem citar o nome de Serra, que está sendo processado). Só não processou a Folha porque enquadra-se na liberdade de imprensa, com o álibi da proteção da fonte.

O jornalista tentou insistir para que Dilma relesse a reportagem, e Dilma reafirmou que já leu várias vezes, e confirmou que as acusações são infundadas, insistindo para que o jornal apresente provas.
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Contraponto 2616 - “O DEM é uma merda” ou é covarde?

6.
29/06/2010
“O DEM é uma merda” ou é covarde?

Blog do Miro - 28/06/2010


Altamiro Borges

“O DEM é uma merda”. A frase do bufão Roberto Jefferson, presidente do PTB, grafada no seu twitter, confirma a guerra civil que se instalou na base de apoio do candidato José Serra. Diante da insólita indicação de Álvaro Dias para seu vice, sem qualquer consulta aos aliados, os demos resolveram se rebelar e ameaçaram abandonar a coligação. O novo aliado, o petebista-fisiológico Bob Jefferson, decidiu então tomar as dores do presidenciável e ligou o ventilador no esgoto.

O caos se implantou bem no mês em que comando serrista prometera ser o da “arrancada para a vitória”, apostando no seu programa gratuito de rádio e TV. De uma só tacada, Serra colocou em risco a frágil aliança neoliberal-conservadora, antes composta por PSDB, DEM, PPS e PTB. Os demos estão se sentindo humilhados e já prevêem o total definhamento do partido. “A eleição nós já perdemos, não podemos perder é o caráter”, desabafou Rodrigo Maia, presidente do DEM.

Resistências no inferno

A situação dos demos é realmente delicada – dizem que até o diabo está irritado com o apelido e que já anunciou que não os aceita no inferno. O partido sempre foi um apêndice do PSDB e não se preparou para enfrentar uma possível apunhalada de José Serra, famoso por suas infidelidades – que o diga Geraldo Alckmin, traído em plena campanha para prefeito de São Paulo. Durante o reinado de FHC, ele ainda elegeu numerosas bancadas mamando nos cofres públicos. Afastados do poder, ele só colheu derrotas – em quatro legislaturas, caiu de 105 para 56 deputados federais.

O dilema é grande. O DEM é um “partido de merda ou de cagões”? Terá coragem para romper a aliança com José Serra, tirando-lhe preciosos minutos do horário eleitoral na rádio e TV? Ou continuará como mero apêndice dos tucanos, aceitando todo tipo de humilhações e traições? De qualquer forma, a situação dos demos é trágica. Já há estudos que indicam que sua bancada deve cair para menos de 40 deputados. E existem boatos de que seus líderes analisam a possibilidade da fundação de um novo partido ou da fusão com outra tranqueira neoliberal.

As trapalhadas tucanas

Trágica também é a situação do presidenciável José Serra, que parece caminhar para o cadafalso. No mês da “arrancada para a vitória’, o candidato só colheu péssimas notícias. Primeiro foi FHC que abandonou o barco, confessando as enormes dificuldades do candidato tucano. Depois foi o Ibope, instituto vinculado à direita, que confirmou a dianteira nas pesquisas de Dilma Rousseff. Agora é o DEM que chuta o pau da barraca e cria novos constrangimentos à oposição neoliberal.

Até a mídia golpista, sempre tão servil a José Serra, está irritada com os rumos da sua campanha. O jornal O Globo já deu matéria com o título “Uma grande trapalhada tucana”. Vários colunistas tucanos têm pedido urgência para resolver o impasse com o DEM, sugerindo a retirada do nome do ex-governador Álvaro Dias. Também neste caso, qualquer que seja a solução negociada, a “merda” – para usar o dicionário do deputado cassado Roberto Jefferson – já terá se espalhado.
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Os ratos abandonam a canoa de Serra

Blog do Miro - 28/06/2010


Altamiro Borges

Não é só o DEM, traído pela indicação atabalhoada do tucano Álvaro Dias para vice, que ameaça abandonar a campanha de José Serra, tirando-lhe preciosos minutos da propaganda eleitoral de rádio e TV. A recente pesquisa do Ibope, que confirmou a liderança de Dilma Rousseff, já está causando outras cenas que lembram os ratos fugindo do navio a deriva. O clima no ninho tucano é de desânimo e descontentamento com os rumos da campanha da oposição de direita.

Os jornalões conservadores noticiaram, sem maior alarde, algumas cenas curiosas neste final de semana. Em Minas Gerais, José Serra só foi citado uma única vez nos discursos de Aécio Neves e Antonio Anastasia, candidatos tucanos ao Senado e ao governo estadual. Já no Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius não mencionou o seu nome em quase meia hora de discurso. Questionada, disse que “foi um lapso”. Outro tucano de alta plumagem, Tasso Jereissati também se esqueceu de citar José Serra no seu discurso de 23 minutos na convenção tucana do Ceará.

Os ausentes no “velório”

Já o serviçal PPS, segundo uma notinha do jornal O Globo, “desistiu do alinhamento automático ao PSDB e ao DEM. Essa era a vontade de seu presidente, Roberto Freire. Mas foram liberadas as alianças com os partidos governistas. O partido concluiu que isso comprometia a reeleição de oito de seus 23 deputados federais”. Em vários estados, candidatos da oposição de direita devem confeccionar materiais de campanha sem citar o nome e o número do presidenciável do PSDB.

Diante da popularidade recorde do presidente Lula e do robusto crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas, parece que alguns tucanos, demos e outras tranqueiras resolveram se distanciar do contagioso José Serra. “É sempre bom lembrar que ninguém é obrigado a acompanhar velório”, resume o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.
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Contraponto 2615 - "Mutirões para recuperar cidades atingidas pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco"

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29/06/2010

Mutirões para recuperar cidades atingidas pelas enchentes em
Alagoas e Pernambuco

Blog do Planalto - Segunda-feira, 28 de junho de 2010 às 13:12

O presidente Lula quer que parte dos R$ 550 milhões liberados para Alagoas e Pernambuco seja utilizado para contratação de mão de obra nos municípios que sofrem com a tragédia das enchentes. A informação foi transmitida pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após reunião de coordenação política do governo desta segunda-feira (28/6) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. Segundo Padilha, os governos estaduais e municipais podem empregar moradores das cidades nos mutirões de limpeza das ruas ou recuperação de prédios que foram destruídos pelas chuvas.

Padilha informou também que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Felix, coordenador do Gabinete de Crise, seguirá amanhã (29/6) para os dois estados. Por orientação do presidente Lula, o ministro irá acompanhar os desdobramentos da ajuda aos moradores da região atingida pelas cheias – os governos estaduais irão definir também dois coordenadores locais que farão a interface com o governo federal.

Lula pediu ao ministro da Previdência Social, Luiz Gabas, que apresente uma proposta para liberação de pensões e demais benefícios previdenciários para aqueles moradores dos municípios prejudicados pela enchente. Segundo Padilha, a medida deve ser definida dentro das próximas horas. Equipes do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste (BNB) também seguirão para as cidades cujas agências foram destruídas. A ideia é que as duas instituições financeiras possam liberar os recursos para empresas. O governo colocou à disposição R$ 1 bilhão para capital de giro e recuperação dos prédios, entre outras demandas.

O ministro de Relações Institucionais informou também que o governo colocará à disposição dos estados os recursos necessários para a reconstrução dos municípios devastados pelas enchentes. Porém, segundo Padilha, uma das exigências nesse processo é que as novas edificações sejam feitas fora das áreas de risco. O objetivo é evitar novas tragédias em futuras enchentes.

“Esse processo de reconstrução das cidades serve também para corrigir os erros do passado”, explicou o ministro ao garantir que não é correto “ficar procurando os culpados” pela tragédia.

Padilha também fez comentários sobre as expectativas do governo na aprovação de projetos no Congresso Nacional. Segundo ele, a semana será marcada pelas convenções regionais dos partidos que estão definindo seus candidatos às eleições de outubro de 2010. Padilha explicou que o fato mais importante ocorrerá na quarta-feira (30/6), quando a medida provisória que autoriza a capitalização da Petrobras será sancionada pelo presidente Lula. Na avaliação do governo, esse é um ponto importante para assegurar a participação da estatal na exploração do petróleo na camada do pré-sal. A partir daí, a empresa irá definir as regras da busca de recursos a serem investidos no País.

Artigos relacionados .

Contraponto 2614 - "Ignorada por Serra, convenção do PPS expõe crise na oposição"

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29/06/2010

Ignorada por Serra, convenção do PPS expõe crise na oposição

Foto: Mauricio Thuswohl

Carta Maior - Segunda-Feira, 28 de Junho de 2010

O maior constrangimento coube ao presidente nacional do PPS, Roberto Freire. Certo da presença de Serra, ele fez com que a convenção, marcada para as 17h, começasse com quase três horas de atraso. Quando decidiu começar seu discurso de abertura mesmo sem a presença do tucano, Freire foi logo interrompido pelo toque de seu celular: “É o Serra”, disse, antes de deixar o palco por alguns minutos. Quando retornou, visivelmente constrangido, Freire pediu desculpas, avisou que Serra não apareceria e transmitiu um recado do tucano.

Maurício Thuswohl

RIO DE JANEIRO – Era para ser uma festa, mas o principal convidado sequer compareceu. Realizada na noite de sábado (27) em um hotel no Rio de Janeiro, a convenção nacional do PPS homologou a participação do partido na aliança de sustentação ao candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. Aguardado para pronunciar o discurso de encerramento da convenção, o candidato tucano, no entanto, desistiu na última hora de fazer a viagem de Manaus - onde se encontrava após participar da festa do boi em Parintins - ao Rio, para frustração dos militantes do PPS e dos candidatos a deputado presentes.

O maior constrangimento coube ao presidente nacional do PPS, Roberto Freire. Certo da presença de Serra, ele fez com que a convenção, marcada para as 17h, começasse com quase três horas de atraso. Quando decidiu começar seu discurso de abertura mesmo sem a presença do tucano, Freire foi logo interrompido pelo toque de seu celular: “É o Serra”, disse, antes de deixar o palco por alguns minutos. Quando retornou, visivelmente constrangido, Freire pediu desculpas, avisou que Serra não apareceria e transmitiu um recado do tucano.

“Estávamos aguardando a confirmação da vinda do Serra. Ele chegou no Amazonas (sic) agora, vindo de Parintins, e não poderá esta aqui. Mas, ele mandou um abraço aos camaradas do PPS. Ele lamenta, mas chegou em Manaus realmente estourado e não teria tempo de estar aqui”, disse Freire, antes de acrescentar: “O Serra manda dizer que está firme e que é importante nós todos sabermos que ele não é alguém que morre apenas com a zoada de um tiro”.

A “zoada” citada por Freire tem múltiplas origens. A maior delas é o resultado da última pesquisa divulgada pelo Ibope, que mostra a candidata do PT, Dilma Rousseff, com 40% das intenções de voto e pela primeira vez consolidada à frente de Serra, que aparece com 35%. Outro problema para o tucano é a crise instalada em sua aliança desde o anúncio de que o vice em sua chapa será o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Para completar, o clima entre o PSDB e o PPS no Rio azedou desde que a direção nacional tucana tentou emplacar um candidato próprio ao Senado em detrimento da candidatura de Marcelo Cerqueira (PPS). Tudo isso explica a ausência de Serra, mas o desânimo dos cerca de 300 militantes do PPS presentes à convenção nacional do partido com a falta do “dono da festa” era contagiante.

A ausência de dirigentes ou até mesmo militantes dos outros partidos que compõem a aliança pró-Serra também serviu para esfriar a convenção do PPS. Pelo PSDB, falou o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha, único parlamentar tucano presente. A grande atração foi mesmo o candidato ao Governo do Rio, Fernando Gabeira (PV), que mereceu demorados aplausos, mas fez um discurso de menos de dez minutos. Gabeira chegou à convenção do PPS sozinho, sem a presença de nenhum dirigente ou parlamentar do PV. Na ausência de nomes com maior peso político, além de Freire, Gabeira e Cerqueira, foram chamados para compor a mesa, os vereadores Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Soninha Francine (PPS-SP).

Vaga para o Senado
O presidente do PPS no Rio de Janeiro, deputado estadual Comte Bittencourt, falou sobre a crise envolvendo as candidaturas ao Senado: “Quero pedir o empenho de todos os companheiros para eleger Marcelo Cerqueira, pois essa é uma luta que levaremos até o fim. Em tempos de Copa do Mundo, podemos dizer que lutamos por essa candidatura até o fim do segundo tempo, quando ainda teve esse movimento para tirar a vaga do PPS. Mas, a direção do partido no Rio se colocou de forma intransigente, não só em relação à aliança que foi firmada e aos compromissos assumidos, mas principalmente em respeito à história de Marcelo Cerqueira”, disse, antes de pedir a Roberto Freire que levasse a José Serra “a mensagem de que aqui nesse ninho não tem crise”.

Cerqueira, por sua vez, não comentou diretamente a crise envolvendo a proposta de retirada de sua candidatura, iniciada quando a direção nacional do PSDB recomendou à regional fluminense do partido “lançar uma candidatura própria ao Senado para fortalecer o 45 (número do PSDB)”. O candidato do PPS preferiu lembrar sua “longa amizade, desde os tempos da UNE” com Serra e elogiar o fato de o tucano ter escolhido um ex-militante comunista, Alberto Goldman, como vice em sua chapa para o Governo de São Paulo nas eleições de 2006. Cerqueira citou ainda o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que também concorre ao Senado na chapa de Fernando Gabeira e foi outra ausência sentida na convenção, como “nosso companheiro nessa caminhada”.

Gabeira lembrou “a longa caminhada em comum” trilhada pelo PV e pelo PPS: “São forças que lutaram contra a ditadura militar, e as eleições são a coisa de mais importante que há desde o fim da ditadura. É uma sorte que os principais candidatos à Presidência do Brasil nas próximas eleições sejam oriundos desse campo de oposição à ditadura”, disse. O candidato verde não mostrou muito entusiasmo com o desempenho de Serra nas últimas pesquisas de opinião: “Sabemos que é uma eleição difícil, sabemos que há muita coisa pelo caminho”, disse. Depois, acrescentou: “Nosso objetivo é avançar na democracia brasileira. Devemos nos apresentar nestas eleições a uma parte da sociedade [que não apóia o governo Lula] e dizer que podemos ganhar ou perder, mas vamos continuar lutando ao lado dela”

Tom pessimista
Vários foram os discursos onde a eventual derrota de Serra nas eleições estava subentendida, como no caso candidato do PPS ao Senado: ”Estamos construindo para o futuro uma frente política, ideológica, republicana, brasileira e patriótica. Que frente é esta? São os liberais, os social-democratas e os socialistas”, disse Marcelo Cerqueira, para quem “uma síntese dessa aliança é Fernando Gabeira”. Falando em nome do PSDB, o deputado Corrêa da Rocha, mesmo afirmando que Serra “tem uma grande aliança”, seguiu no mesmo tom: “Temos uma excelente perspectiva eleitoral e, mais ainda, um futuro muito promissor”, disse.

O discurso mais crítico e contundente contra o PT e o governo Lula foi feito por Roberto Freire, mas as palavras do presidente nacional do PPS acabaram ecoando a falta de propostas políticas concretas até aqui demonstrada pela oposição e se concentraram em temas como “mensalão”, “desvio de conduta”, “deboche de Lula com a Justiça Eleitoral” e “aliança com Sarney”, entre outros.

Freire lembrou que “o PPS rompeu com o PT ainda em 2004”, fez críticas à política econômica do governo Lula e pediu a concretização em torno de José Serra de um projeto nacional de desenvolvimento: “O Brasil se transformou em um mero cassino que se satisfaz em obter ganhos de euforia a base de consumo e pensar que, com o consumo, nós temos desenvolvimento sustentável. É um vôo de galinha, e o PPS vem avisando isso há muito tempo”, disse.

Álvaro Dias
Também coube a Freire à defesa do nome do senador paranaense Álvaro Dias, cuja escolha para vice na chapa de Serra gerou uma crise em âmbito nacional com o DEM: “Existe um consenso em torno do Álvaro. Nós, que fizemos esta aliança e que vamos enfrentar um governo que não tem limites, temos que estar unidos. É um nome que pode significar uma boa composição com o Serra e é com ele que vamos para a luta”, disse.

Freire alfinetou a direção do DEM que, em protesto à escolha de Dias, não enviou representante à convenção nacional do PPS: “Serra não vai se submeter a imposições de quem quer que seja”, disse. Na véspera, o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), afirmara à imprensa: “A eleição nós já perdemos. Não podemos perder o caráter”. O tom da declaração e as ausências dos Maia e de Serra na frustrada festa do PPS mostram que, às vésperas do início oficial da campanha eleitoral, a aliança de oposição ainda tem muitas arestas políticas a aparar.
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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Contraponto 2613 - Da Carta Maior

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28/06/2010

Da Carta Maior

SERGIO GUERRA, COORDENADOR DE SERRA, ADMITE À CBN: A VACA BORDEJA O BREJO

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O coordenador da campanha tucana, Sergio Guerra, em entrevista nesta 2º feira à CBN, admitiu que o desentendimento com os DEMOS em torno do vice de Serra pode 'comprometer a vitória'. O desalento de Guerra ecoa percepção mais ampla antecipada pelo líder DEMO, Cesar Maia, no domingo,após reunião de cúpula do seu partido no Rio. Na avaliação de Maia, segundo o jornal O Globo, a eleição foi perdida no momento em que o candidato escolhido foi Serra, e não o ex-governador mineiro Aécio Neves. A sensação de que a vaca bordeja o brejo generaliza-se e o clima de velório transpira até nas colunas de aguerridos 'analistas' tucanos nesta 2º feira, quando os jornais adicionaram três dados sintomáticos de um derretimento em marcha: 1) na convenção do PSDB, no Ceará, Tasso Jereissati não mencionou o nome de Serra em seu discurso; 2) a mesma omissão ocorreu na reunião gaucha dos tucanos, em que Yeda Crusius ignorou o candidato do seu partido à presidencia; 3) em Minas, na convenção do PSDB no final de semana, Aécio fez um longo discurso e reservou uma frase protocolar --uma só-- à Serra. Ao seu lado, Itamar também discurou e não fez qualquer menção à campanha presidencial tucana. Nesta 2º feira, os DEMOS têm uma reunião com Serra, naquela que seria a última tentativa de reverter a escolha de Alvaro Dias para vice na chapa de oposição a Lula e Dilma. A intenção seria dar um ultimato: ou o cargo será ocupado por um representante do partido, ou a agremiação romperá a aliança. Dois minutos e nove segundos de propaganda eleitoral estão em jogo. Ainda que a ruptura não ocorra oficialmente - até porque os DEMOS não tem alternativa à extinção política se não apostar em Serra- fica difícil imaginar uma adesão mais que formal de lideranças ressentidas, como é o caso de Cesar Maia, que dispensa ao ex-governador de SP o mesmo pouco caso percebido entre as fileiras tucanas de MG, após o passa-moleque aplicado em Aécio Neves. O agora indisfarçável mal-estar entre DEMOS e PSDB reavivou uma tese curiosa, quase desesperada. Circula nos meios acadêmicos, sobretudo em franjas que ainda enxergam em Serra um ‘desenvolvimentista’ (‘de boca’, retrucaria Maria da Conceição Tavares) um mito eleitoral: Serra teria como plano concorrer à presidência com o apoio da direita e da extrema-direita acantonadas nos DEMOS para - se vencer o pleito - dar um golpe, alijando os apoiadores incômodos de qualquer influencia em um hipotético governo. O tratamento dispensado ao ex-PFL na questão da vice reforçaria essa tese, segundo alguns amigos do ex-governador de SP. O raciocínio generoso dos acadêmicos esbarra, entre outros fatores, num pequeno detalhe: desde quando Alvaro Dias é sinônimo de ruptura progressista? "
(Carta Maior, com informações O Globo, Estadão e Valor; 28-06 )
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Contraponto 2612 - O militarismo americano


28/06/2010
O militarismo americano
Do Blog do Nassif - 28/06/2010

Enviado por luisnassif, seg, 28/06/2010 - 09:06

Do The Guardian/Estadão

O militarismo domina a sociedade americana

Declarações do general McChrystal foram mostram o trabalho que Obama tem para subordinar os militares ao poder civil

Simon Tisdall, The Guardian - O Estado de S.Paulo

O presidente Barack Obama está às voltas com um problema em relação aos generais dos EUA, que provavelmente não poderá ser resolvido de maneira rápida ou fácil, qualquer que seja o resultado do caso Stanley McChrystal.

O comportamento desrespeitoso do comandante americano no Afeganistão e de seus assessores é o sintoma de um doença de raízes mais profundas e potencialmente perigosa, sugerem os analistas. Assim, os acontecimentos da semana passada poderiam ser considerados um duro golpe contra o país.

Um dos motivos da dificuldade de Obama em fazer frente ao problema é sua inexperiência. Como comandante-chefe estreante, além disso democrata, observadores em Washington afirmam que Obama teve poucas oportunidades de conquistar o respeito dos militares. Seu mal-estar com a herança violenta no Afeganistão e no Iraque é evidente.

Outro motivo é, aparentemente, a disposição dos conservadores americanos, de todas as classes, em uma sociedade cada vez mais polarizada, de adotar o discurso dos membros da equipe do general McChrystal contra os "frouxos da Casa Branca". O discurso soou como uma crítica de direita, segundo a qual Obama, que nunca serviu o Exército, não tem condições de liderá-lo.

Daí para uma acusação formal de covardia, o passo não é muito grande. "A verdade desagradável é que ninguém na Casa Branca de Obama queria o envio de novas tropas para o Afeganistão", escreveu o colunista do New York Times, Thomas Friedman, na semana passada. "A única razão pela qual eles enviaram mais soldados é que ninguém sabia como sair de lá. Ninguém teve a coragem de puxar a tomada", escreveu Friedman.

11 de Setembro. No entanto, a razão principal pela qual o problema de Obama com os generais é maior do que McChrystal está no persistente impacto do legado do 11 de Setembro. George W. Bush definiu os EUA como uma nação perpetuamente em guerra. O Pentágono elaborou toda uma teoria a respeito: a Doutrina da Guerra de Longa Duração, que postula um conflito interminável contra inimigos indefinidos, mas onipresentes.

De acordo com o escritor Andrew Bacevich, as Forças Armadas dos Estados Unidos exercem uma crescente influência política e social em uma sociedade cada vez mais militarizada. Atualmente, os gastos com a defesa nacional aproximam-se de US$ 1 trilhão ao ano. Em comparação, a verba destinada à diplomacia e à ajuda externa é ínfima.

Algumas personalidades, como o almirante Mike Mullen, chefe das Forças Armadas dos EUA, têm um enorme prestígio no Congresso. O general David Petraeus, herói da Guerra no Iraque e novo comandante das tropas no Afeganistão, é considerado por muitos um futuro candidato à presidência pelo Partido Republicano.

Poder civil. Os EUA não se assemelham em nada à Turquia onde, até bem pouco tempo atrás, os governos civis viviam com um medo constante de um golpe militar. Nem Washington é uma capital da África, onde os presidentes, volta e meia, ficam sob a mira de uma metralhadora.

Entretanto, a rapidez com a qual boa parte dos comentaristas e dos analistas da política americana, reagindo ao comportamento sedicioso de McChrystal, passaram a enfatizar a necessidade de controlar os generais, foi um indício do mal-estar criado em razão das tendências atuais.

"A questão mais importante no furor provocado pelo caso McChrystal é a questão central em uma democracia: o controle exercido pelos civis sobre os militares", afirmou Jonathan Alter, colunista da revista Newsweek.

"Embora certos chefes militares sintam-se perturbados com a Casa Branca de Obama, e por mais que gostem do espírito determinado de McChrystal, o momento das críticas foi absolutamente infeliz. Ninguém pode acreditar que McChrystal seria tão estúpido", escreveu Alter.

Obama continua desconfiado de seus arrogantes generais e, em grande parte, à mercê deles, pelo menos enquanto perpetua a ideia de um país em guerra e mantém uma interminável ofensiva no Afeganistão.

O Pentágono já resiste ao prazo fixado para julho para o início da retirada de parte das tropas do Afeganistão. Ao mesmo tempo, Petraeus recusou-se, há duas semanas, a descartar a possibilidade de envio de mais soldados - que corresponderia a um segundo reforço de tropas no Afeganistão.

Obama pode não gostar da situação, mas ela não deve surpreendê-lo. No livro que Andrew J. Bacevich escreveu em 2005, O Novo Militarismo Americano, o historiador e ex-coronel do Exército, que ele serviu por muitos anos, afirma que os americanos estão percebendo que estão, cada vez mais, escravos do poderio dos militares e da ideia da supremacia militar global. (Os grifos em verde negritado são do CotrapontoPIG)

Guerra sem fim. No contexto do que chamou de "normalização da guerra", Bacevich argumentou que a incontestada e crescente superioridade militar americana estimulou o emprego da força, acostumou "a mentalidade coletiva do oficialato" a ideias de predomínio, glorificou a guerra e o guerreiro e destacou o conceito da "superioridade moral do soldado" em relação ao civil.

Nos anos Bush, segundo Bacevich, esta tendência levou também a conceber o presidente americano como uma espécie de supremo senhor da guerra, "culminando em George W. Bush, que se definiu como o primeiro e mais completo presidente guerreiro da nação".

Considerando essas tendências militaristas, não surpreende que os generais, às vezes, se descontrolem. E, se McChrystal quiser ver em Obama um presidente guerreiro, ninguém ficará surpreso se ele se decepcionar. / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA
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Contraponto 2611- O mundo gira, apesar da copa

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27/06/2010

O mundo gira, apesar da copa

Direto da Redação - Publicada em:27/06/2010

Mario Augusto Jacobskind*

Enquanto nós, mortais, estamos com os olhos e corações voltados para a Copa do Mundo na África do Sul, a situação no Oriente Médio vai se deteriorando, com os meios de comunicação conservadores sonegando informações. São poucas as agências internacionais que informam, por exemplo, que navios de guerra dos Estados Unidos, com foguetes e submarinos nucleares e a colaboração militar israelense, estão navegando através do Canal de Suez rumo ao litoral do Irã.

É possível que essa movimentação seja manobra intimidatória contra o Irã, mas não é impossível que essas forças belicosas decidam agir de alguma forma ou, quem sabe, orquestrar uma ação interna contra o regime dos aiatolás e desestabilizar o governo de Mahmoud Ahmadinejad. O Irã se declarou em estado de guerra para fazer frente a qualquer eventualidade.

Concomitante ao deslocamento, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos, seguindo a trilha do Senado, aprovava mais sanções contra o Irã, além daquelas decididas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Ou seja, os tambores da guerra estão ressoando com mais força na região mais conflagrada do Planeta. O jogo de interesse do complexo industrial militar estadunidense não se contenta apenas em escoar a sua produção no Afeganistão e Iraque, quer ainda mais, sempre mais. O Irã, que não é o Iraque, não se intimidará assim tão facilmente e se ocorrer alguma precipitação dos acontecimentos reagirá em sua defesa. Em havendo algum confronto, as consequências serão sentidas em todo o planeta.

Brasil e a Turquia quando procuravam resolver a “crise” nuclear através de um acordo com o Irã tentavam exatamente conseguir o relaxamento da tensão. A resposta veio imediatamente com a aprovação das sanções contra o Irã pelo Conselho de Segurança e segue agora com o deslocamento das forças militares dos EUA e Israel.

Outro fato marcante envolvendo o Oriente Médio está a ocorrer na Suécia e nos Estados Unidos. Em protesto contra as agressões de Israel em Gaza, o sindicato de trabalhadores portuários suecos deu início, no último dia 23 de junho, a um bloqueio de uma semana de mercadorias procedentes de Israel. No porto estadunidense de Oakland, a carga de um navio israelense foi impedida de desembarcar. Mas as TVs brasileiras não deram uma linha a respeito, preferindo informar com destaque o lançamento de um satélite israelense destinado, segundo o noticiário, a espionar as usinas nucleares do Irã.

Mas tudo bem, a Copa está aí mesmo para absorver diariamente quatro bilhões de telespectadores espalhados pelo mundo com as partidas de futebol, algumas delas parecendo uma grande mutreta armada pela Fifa. Mas aí cabe aos cronistas esportivos analisarem os fatos.

Em meio a tudo isso, os telespectadores que acompanham também informações alternativas à grande mídia ficam sabendo que por detrás da contenda Rede Globo x Dunga estão altos interesses em jogo, que o senhor Ricardo Teixeira tentou intermediar entrevistas exclusivas com alguns jogadores da seleção e tudo isso tendo em vista a corrida atrás do lucro fácil para a Vênus Platinada. Como Dunga cortou o esquema da Globo, o resto da história já é conhecida. Como disse o Eliakim em sua coluna do Direto da Redação, o treinador brasileiro virou o Brizola de 2010.

O que aconteceu é a repetição de fatos relacionados com a informação diária, manipulada e obedecendo não a padrões jornalísticos mas a interesses de empresas da área de comunicação, como a Globo e outras.

E, para finalizar, a Senadora Katia Abreu, do Demo, também presidente da Confederação Nacional da Agricultura, uma lídima representante do agronegócio, escreveu artigo assustadoramente favorável ao deputado Aldo Rebelo, do Partido Comunista do Brasil (PC do B). Sabem o motivo? A Senadora e seus pares estão levantando as mãos para o céu por encontrarem no deputado comunista, relator do projeto do novo Código Florestal Brasileiro, um defensor incondicional de seus interesses. E quem perde em toda essa brincadeira de mau gosto, segundo o Greenpeace, é exatamente o meio ambiente, pois se prevalecer o que quer impor Rebelo serão ampliadas as áreas de degradação das terras. Segundo cálculo do Ministério do Meio Ambiente, se prevalecer o relatório de Rebelo serão autorizados para desmatamento 80 milhões de hectares de vegetação nativa, o que equivale a 138 territórios equivalentes ao Distrito Federal, segundo o jornal Correio Brasiliense.

Em suma: já não se fazem comunistas como antigamente, como demonstra concretamente o relator do Código Florestal, que está fazendo exatamente o jogo do setor do agronegócio. Não é à toa que a senadora Katia Abreu está exultante.



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Contraponto 2610 - "Ciro apoia nome de Dilma"

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28/06/2010

Ciro apoia nome de Dilma


FOTOS: TUNO VIEIRA
Ciro critica a administração municipal e é acariciado
pela senadora Patrícia Saboya, na convenção do PDT


Diário do Nordeste (CE)28/6/2010


Na convenção do PDT, Heitor fica contra a coligação de apoio a Cid, e Patrícia declara votar em Tasso para o Senado

Antes de ir para a convenção que homologaria o seu nome como candidato à reeleição, o governador Cid Gomes prestigiou os encontros promovidos pelo PHS e o PDT, ontem pela manhã. Os dois partidos apoiam o seu nome. Ele também visitou a convenção do PSDC, na Assembleia, que não está no seu arco de aliança.

Em ambas ele falou. No PDT ele foi poupado do constrangimento de ouvir a senadora Patrícia Saboya que, mesmo o seu partido estando coligado com o PSB e outros partidos, dizer que votará para senador em Tasso Jereissati (PSDB). Os candidatos de Cid ao Senado são: Eunício Oliveira e José Pimentel.

O PDT homologou na manhã de ontem os nomes dos candidatos que irão disputar vagas de deputados federais e estaduais nas eleições deste ano e a coligação com os partidos que apoiam Cid Gomes, com o voto contrário do deputado Heitor Férrer.

O deputado federal Ciro Gomes (PSB) também esteve no evento do PDT, e discursou pedindo apoio para reeleger, Cid Gomes, disse que vai trabalhar em favor de Patrícia Saboya e citou pela primeira vez Dilma Rousseff (PT) candidata da coligação (grifo do ContrapontoPIG). O parlamentar ainda fez críticas à administração municipal ao dizer que Fortaleza precisa "banir a mentira e a irresponsabilidade" e voltar a "cuidar das pessoas".

Oposição

Já o governador, no mesmo evento, disse que não faria apresentações de dados de sua gestão porque o trabalho realizado por ele era o natural do papel de líder do Estado e que, por isso, não haveria do que se vangloriar. Ele citou a sustentação que teve na Assembleia e fez questão de elogiar a atuação opositora do deputado Heitor Férrer (PDT), que foi embora antes de Cid chegar ao local.

O Partido Humanista da Solidariedade (PHS) ontem, na sua convenção oficializou as candidaturas de 14 deputados estaduais e seis federais para as eleições deste ano.

Durante o encontro era nítida a satisfação dos humanistas que estavam no local com a presença do governador. Antes de Cid chegar, sua administração recebeu elogios, inclusive do deputado federal José Pimentel (PT), candidato ao Senado.

O governador ainda visitou a convenção do PSDC, que acontecia em outro auditório da Assembleia. O PSDC, embora tenha apoiado Cid no seu Governo, decidiu unir-se ao PV que vai lançar um nome para disputar o Governo a fim de ajudar a candidatura de Marina Silva (PV) à presidência da República.
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Contraponto 2609 - "Veja" continua mentindo

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28/06/2010
Governador rebate acusações de Veja

Maquete do estádio Castelão quando estiver reformado para
a Copa de 2014. A PPP deve investir R$ 452 milhões na obra


Diário do Nordeste (CE) - 28/06/2010

Cid Gomes diz que revista não pode contestar as propostas da PPP do estádio se a licitação não foi concluída.


"Interesses Obscuros", assim o governador Cid Gomes explica o conteúdo da matéria da Revista Veja desta semana, que contesta a licitação da Parceria Público-Privada (PPP) que vai reformar e explorar o Estádio Castelão, visando à Copa de 2014.

Na matéria, intitulada de "Tem gato na Copa… de 2014", a reportagem lança desconfianças ao consórcio construtor que teve maior nota na fase de habilitação técnica, mostrando a "incrível história do consórcio que, sem nunca ter erguido um campinho de pelada, está prestes a faturar um contrato de 452 milhões de reais para construir um estádio no Ceará".

Segundo Cid Gomes, a matéria foi movida por algum interesse inexplicável. "Claro que é. Óbvio que é. Primeiro porque nem saiu o resultado. Como é que podem fazer acusação de uma licitação que ainda nem foi concluída. Cada empresa sabe o que propôs, já sabe as notas técnicas, a qualificação?", contesta o governador.

"Veja bem, tudo questionado na Justiça, deu liminar desclassificando, ou seja, diminuindo a concorrência. Qual é o objetivo da concorrência? É o menor preço. Tudo mais passa a ser acessório. Embora a gente tenha que respeitar os editais, as qualificações, mas tudo mais é acessório. E as empresas brigam entre elas mesmas. Uma empresa entrou na Justiça contra outra empresa, e esta deu a liminar desclassificando-a, aí a mesma empresa desclassificada entrou na Justiça", explicou.

Preços

Segundo Cid, os preços da concorrência devem ser abertos ainda nesta semana. "O Ceará é o único, ou um dos poucos estados brasileiros, que está abrindo concorrência. Isso é bom porque vai gerar economia. Vamos transformar o Castelão em um estádio nos padrões da Fifa e com preço acessível. Tudo feito nesse período é assegurar a concorrência. Tem empresa colocando preço acima, querendo desclassificar as outras".
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Contraponto 2608 - Coimbra: Serra, em ponto de saturação, pode perder no 1º turno

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28/06/2010


Coimbra: Serra, em ponto de saturação, pode perder no 1º turno

Portal Vermelho - 27 de Junho de 2010 - 17h21

Saiu uma nova pesquisa nacional do Ibope, que confirma as que foram feitas recentemente pela Vox Populi e pela Sensus. Os dois institutos já antecipavam o que agora indica o Ibope, talvez por utilizarem amostras mais sensíveis.

Por Marcos Coimbra, no Correio Braziliense

Nessa pesquisa, a vantagem de Dilma sobre Serra – ela com 40% das intenções de voto, ele com 35% – é ainda pequena, perto da margem de erro de dois pontos percentuais, se raciocinarmos com o pior cenário para a candidata do PT (no qual ela teria 38%) e o melhor para o do PSDB (em que ele ficaria com 37%). Como essa conjugação é pouco provável, o mais certo é afirmar que ela assume a dianteira, mas sem se distanciar do adversário.


Se fosse só isso, caberia apenas dizer que a pesquisa é boa para Dilma. Na verdade, porém, ela é melhor do que parece à primeira vista, o que permite dizer que é muito favorável à petista.

De um lado, ela mostra que Dilma continua a crescer tirando votos de Serra, em um processo análogo ao que a matemática chama "jogo de soma-zero". Nele, o ganho de um é idêntico ao prejuízo do outro, o que produz um saldo sempre nulo: mais cinco menos cinco é igual a zero.

Na política, isso acontece quando só existem dois candidatos de direito (por exemplo, no segundo turno) ou de fato (como está ocorrendo agora, quando perto de 80% dos eleitores ficam entre Dilma e Serra). Somente 20% ainda não sabem o que farão ou pensam fazer diferente: votar em outros nomes, anular ou deixar em branco.

Como quase não há alterações nos nulos e brancos e Marina não se mexe, permanecendo estacionada nas pesquisas de todos os institutos há algum tempo, as únicas mudanças se dão entre as pessoas que saem de Serra e vão para Dilma (ou vice-versa, mas em proporção muito menor).

Quanto à pequena indecisão residual no voto estimulado, ela decorre da dificuldade que as campanhas têm de atingir algumas faixas do eleitorado refratárias à comunicação política, formadas por eleitores que podem, em muitos casos, continuar tão indecisos até o final que sequer comparecerão para votar.

Para Dilma, o bom, nesse processo, é que, a cada deslocamento de eleitores de Serra para ela, os números dobram. Por exemplo: se Serra perder outros três pontos e ela os receber, a distância entre os dois subirá seis pontos.

Se, então, estiver em curso (como parece) essa tendência, a perspectiva de vitória da candidata do PT no primeiro turno se torna concreta, mesmo imaginando que Marina não mingue e até cresça um pouco. Quanto aos nanicos, alguns respeitáveis, tudo indica que a possibilidade de crescimento é remota.

Ducha de água fria

A segunda razão da nova pesquisa do Ibope ser tão favorável a Dilma é o período de realização. Seu campo foi iniciado no dia seguinte à veiculação do programa do PSDB em rede nacional e prosseguiu enquanto estavam no ar suas inserções, logo após a propaganda do DEM e do PPS, igualmente dedicadas a Serra.

O fato de toda essa mídia não ter conseguido, ao que parece, provocar o aumento de suas intenções de voto, era previsível, mas veio como ducha de água fria naqueles que torciam para que melhorassem.

Não havia, no entanto, maiores motivos para imaginar que Serra iria crescer. Como acontecera no fim de 2009 em situação semelhante (quando ele coestrelou com Aécio a propaganda tucana, sem subir), voltamos a ver que seu nível de conhecimento é tão elevado que ele não ganha quando seu tempo de televisão aumenta.

Em linguagem publicitária: sua imagem parece ter atingido o ponto de saturação, a partir do qual novos investimentos em propaganda apresentam retorno decrescente ou, quem sabe, negativo (quando há risco de perda de imagem com mais exposição).

Na interpretação amiga de quem deseja que ele vença, houve quem dissesse que foi a Copa do Mundo que o prejudicou, como se o interesse por ela fizesse com que a opinião pública ficasse indiferente à comunicação política enquanto a bola rola. A tese seria admissível se não fosse contrariada por tudo o que conhecemos de eleições passadas, como a de 2002, quando Ciro Gomes cresceu mais de 15 pontos em plena Copa, impulsionado pela propaganda partidária que, desta feita, não ajudou Serra.

Com a perspectiva de encerramento da fase de pré-campanha com Dilma em clara dianteira, a eleição pode se encaminhar para uma definição antecipada: talvez comecemos a etapa final, da propaganda na televisão e no rádio, com a eleição resolvida na cabeça da maioria dos eleitores. Para que isso se confirme, falta pouco.
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Contraponto 2507 - Charge on line do Bessinha

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28/07/2010
Charge do Bessinha (132)


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Contraponto 2606 - "Os ganhos do acordo do Irã"


28/06/2010
Os ganhos do acordo do Irã

Do Nassif 27/08/2010

Enviado por luisnassif, dom, 27/06/2010 - 10:24

Do Estadão
'Brasil pode nos ajudar a negociar a paz com israelenses', diz al-Assad
Líder sírio afirma que atuação brasileira na questão nuclear iraniana 'elevou País a um novo patamar'

Gustavo Chacra - O Estado de S.Paulo
Concordam que o presidente da Síria, Bashar Assad, é peça-chave nas principais questões do Oriente Médio. Seu país exerce influência sobre o Líbano por meio do Hezbollah e outros grupos, dá refúgio a 1,2 milhão de iraquianos e 500 mil palestinos, abriga escritórios do Hamas em Damasco, tem uma parte de seu território ocupado por Israel, além de ser hoje o principal aliado do Irã no mundo. Voltando a se aproximar lentamente dos EUA e do Líbano, Assad diz lamentar não ter chegado a um acordo de paz com Israel no fim de 2008. Segundo o líder sírio, o então premiê israelense, Ehud Olmert, havia concordado em se retirar da totalidade das Colinas do Golan, ocupadas na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Mas, dias depois, eclodiu a guerra em Gaza e o acordo, mediado pela Turquia, naufragou (mais informações na página seguinte). Com viagem marcada para o Brasil, onde deve se reunir na quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder sírio recebeu o Estado em uma ala residencial de seu palácio em Damasco. Assad elogiou o papel do Brasil como mediador de conflitos e pedirá a Lula para que ajude na negociação de um acordo com os israelenses.

Como o sr. vê o envolvimento do Brasil no Oriente Médio?

No passado, víamos o Brasil como um país amigo. Mas o considerávamos apenas parte da América do Sul. Nos últimos oito anos, começamos a ver o Brasil como uma força emergente no cenário internacional. Na minha visão, o esforço conjunto de Brasil e Turquia na questão nuclear iraniana elevou o papel brasileiro a um novo patamar. Por isso, esperamos que o Brasil possa atuar para estabilizar o Oriente Médio. O exemplo do acordo com o Irã foi uma conquista importante. Como nossa prioridade, na Síria, é o processo de paz, vou discutir isso com o presidente Lula quando eu estiver no Brasil.

Lula e Erdogan (premiê da Turquia) poderiam servir de mediadores entre a Síria e Israel? A Turquia já teve este papel no passado.

O chanceler brasileiro (Celso Amorim) disse que o Brasil está interessado no processo de paz e nós consideramos bem-vinda a ajuda do Brasil. Dependemos de credibilidade nessas negociações e o Brasil a possui na região. Claro, há um obstáculo, que é a distância geográfica do Brasil. Talvez não seja o melhor lugar para termos negociações. O local poderia ser a Turquia, mas o esforço poderia incluir outros países. O Brasil seria importante para convencer os israelenses a aceitarem negociações por intermédio da Turquia. Claro, isso foi antes do ataque contra a flotilha (de Gaza). Não sei se os turcos estariam interessados agora por causa do problema entre eles e Israel.

Há risco de guerra entre Israel e Síria? Um ataque israelense ao Irã levaria toda a região para um conflito?

Sempre há risco enquanto não houver paz. Pode se elevar ainda mais a possibilidade de guerra quando existe um governo (Israel) trabalhando contra a paz, especialmente quando este governo apenas ameaça os outros. Por isso achamos que o risco é muito alto. Não temos evidências porque ninguém sabe quando haverá ou não guerra. Como governo, não podemos dizer que a possibilidade seja 60% ou 10%, porque, mesmo que seja 1%, este 1% significa guerra e pode se transformar em 100%. Portanto, temos de trabalhar como se fosse ocorrer uma guerra porque não temos um parceiro na paz. Esse é o problema. Este governo de Israel é extremista. Não são parceiros na paz. É preciso se preocupar com suas ações, como a realizada contra os turcos quando eles atacaram a flotilha de Gaza. Isso indica que o governo de Israel está se movendo na direção da guerra, não da paz.

A acusação de que a Síria forneceu mísseis Scud para o Hezbollah é verdadeira?

Isso foi para desviar a atenção de seus problemas, especialmente em Gaza. Eles falaram sobre mísseis e têm falado disso há anos. Mas cada vez eles mudam o nome do armamento. E sempre adicionam algo novo, como se fosse algo novo no mercado.

Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, em vez de criticar Israel pelos assentamentos na Cisjordânia ou o bloqueio a Gaza, prefere questionar o Holocausto. O sr. concorda com isso?

Acho que a política deve ser dividida em duas partes - o discurso político e as ações. Claro que as ações são mais importantes. É como quando você diz que eu tenho uma boa imagem, mas uma má realidade. Logo, é mais importante ter uma boa realidade, antes de ter uma boa imagem. Consequentemente, se eu fosse avaliar Ahmadinejad, eu avaliaria as suas políticas, que não trabalham contra a paz. Nos fomos na direção da paz. E sempre tivemos boas relações com o Irã e os iranianos sempre apoiaram a Síria. Na realidade, o Irã apoia a paz. Em segundo lugar, há um sentimento geral na região desde a ocupação da Palestina de que os árabes, especialmente os palestinos, pagam o preço do Holocausto. O Ocidente tem um complexo sobre o que ocorreu na 2.ª Guerra. E acabam ignorando o que Israel faz na região.

Mas, ao questionar o Holocausto, Ahmadinejad não prejudica os palestinos?

Eu disse em discurso no Catar em 2008 que o que está acontecendo em Gaza é um Holocausto.

Obama melhorou a relação dos EUA com a Síria? Afinal, de um lado, envia emissários como John Kerry (senador democrata) e nomeia um embaixador para Damasco. De outro, mantém sanções no Congresso.

Nós podemos sentir uma posição diferente neste governo. Eles não tentam mais ditar as coisas no Oriente Médio. Isso é importante, mas não há nada além de diálogo por enquanto. Tivemos alguns passos triviais, como a nomeação de um embaixador e o fim do veto à inclusão da Síria na OMC (Organização Mundial do Comércio). Estamos no começo da relação. Não sei até onde poderemos chegar com essa administração, porque ela não é apenas o presidente Obama. Existem outras instituições, como o Congresso, que aprovou a lei com sanções à Síria. Não sabemos o que o presidente pode fazer em relação a essa lei.

Podemos dizer que o que vem ocorrendo eh pouco. Levara muito tempo ate falarmos de uma relação normal entre os EUA e a Síria, especialmente com um Congresso que não ajuda o presidente. Como você disse, John Kerry (senador democrata) tem vindo a Damasco e conversamos sobre a paz e relações bilaterais. Mas estamos nos movendo muito devagar.

As relações com o Líbano se normalizaram depois das visitas do presidente libanês, Michel Suleiman, e do premiê, Saad Hariri, a Damasco?

Estamos melhorando. Fizemos grandes avanços com estas visitas. Estamos voltando a normalidade. O único obstáculo e a situação interna no Líbano. Enquanto tivermos divisões entre os libaneses, isto se refletira nas relações com a Síria. No fim, se um lado apoia as relações com a Síria, o outro ficara contra. Nós achamos que quanto mais os libaneses se unirem, melhor ficará a relação com a Síria.

Ainda há risco de mais problemas no Iraque?

Este é um momento crítico por causa das eleições. Se houver um governo com uma mentalidade mais aberta, será bem melhor porque os iraquianos se sentarão para discutir todos os assuntos, até mesmo a Constituição e novas instituições. Mas ainda não é estável porque as mudanças de que falamos ainda não ocorreram. Apenas tivemos eleições e os iraquianos não conseguiram formar um governo. Eles precisam formar um governo e é necessário que seja um bom. Se eles falharem, os iraquianos pagarão o preço.

A Síria recebe ajuda para lidar com 1,2 milhão de refugiados iraquianos no país?

Ninguém ajuda. Eles (os EUA) criaram esse problema e não querem nos ajudar e não permitem que o governo iraquiano nos ajude. Portanto os custos estão com a Síria. Mas este não é apenas um problema humanitário, mas político. Imagine se eles voltassem para seu país sem educação, na pobreza? Iriam diretamente para o extremismo. Portanto temos de recebê-los e fazê-los se sentir num país normal. Não os tratamos como refugiados, mas como hóspedes. No caso dos palestinos, são meio milhão e eles têm todos os direitos na Síria, menos a nacionalidade e o voto.

Sua administração trouxe avanços na economia. Por outro lado, seus críticos dizem que a abertura política foi interrompida. O sr. pretende reiniciar a abertura? Por que é tão difícil?

Nós não começamos algo e depois paramos. Desde o começo, quando começamos a reforma, houve diferentes avaliações sobre a velocidade. Alguns dirão que foi muito rápida. Outros, que foi lenta. Na verdade, nós não interrompemos. Mas abrimos a uma base metódica. Não fazemos as coisas porque somos entusiasmados como pessoas fanáticas ou românticas. Nós sabemos o que estamos fazendo. Começamos a reforma da economia em 2000, mas apenas sentimos a abertura em 2007, 2008. Demoraram sete, oito anos porque foi necessária uma reforma legislativa e o diálogo. Não pode haver reforma sem diálogo. E como começamos o diálogo? Abrimos a mídia primeiro. Depois a internet. Quando assumi (em 2000), havia 30 mil usuários na Síria. Hoje, são 3 milhões e somos o país árabe que registra mais crescimento na área. Temos imprensa privada. Ha diferentes jornais, revistas, canais de TV. Portanto, estamos nos movendo. Se você me perguntar se é rápido, eu diria que não é rápido, mas é difícil medir a velocidade. Diria que vamos o mais rápido possível com a menor quantidade de efeitos colaterais.
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