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Tijolaço - 14/09/2010
Brizola Neto
Ainda antes de se tornar presidente da República, Lula dizia em campanha que seu sonho era que os brasileiros pudessem fazer três refeições por dia. Lula já tinha experimentado a fome e quem a conhece jamais esquece.
Assim que foi eleito, Lula criou o Fome Zero e depois o Bolsa Família, programas sociais de grande alcance, que mudaram a face do país. Por isso é uma satisfação para todos que amam esse país ver o relatório da Action Aid apontar o Brasil na liderança do ranking de combate à fome pelo segundo ano consecutivo e ler matéria do jornal francês Le Monde sob o título “No Brasil, 12 milhões de famílias comem graças a uma bolsa”.
O que os tucanos consideram uma bolsa de sustentar vagabundo e sempre atacaram como clientelista corresponde apenas a 2% do orçamento do governo e reduziu a desnutrição infantil a 73%.
No Brasil não se morre mais de fome. Só não tem acesso ao Bolsa Família os que não conseguem se cadastrar por problemas nos municípios e Estados, como São Paulo.
A correspondente do Le Monde no Brasil escreve logo no início do seu texto que o Fome Zero foi um dos primeiros atos do mandato de Lula, em 1 de janeiro de 2003, e que oito anos mais tarde, a três meses de deixar a presidência, o chefe de Estado se regozija com os resultados obtidos: 28 milhões de brasileiros sairam da miséria. Em 2003, 12% da população (22 milhões) sofriam com a fome, uma taxa reduzida a 4,8% em 2008 (10 milhões).
O Le Monde destaca que o Bolsa Família atinge 50 milhões de pessoas e se tornou o maior programa de distribuição de riqueza do mundo.
O diretor do Ibase, Candido Gryzbowski, comenta que o Bolsa Família respondeu uma questão urgente, mas que se for suspenso amanhã as pessoas voltam a morrer de fome. “Falta completar as reformas estruturais, especialmente na educação, para oferecer um outro futuro às crianças”, advertiu.
O coordenador da candidatura de Dilma, Alessandro Teixeira, é ouvido pelo jornal francês e afirma que o “problema da fome continua sendo uma preocupação para Dilma, que, se eleita, melhorará o Bolsa Família”. O Le Monde afirma que Serra se comprometeu a manter o programa, mas ressalta que o PSDB o classificou de “assistencialista”.
A matéria termina com uma importante declaração de Marco Aurélio Garcia, ex-assessor internacional da Presidência e um dos coordenadores da campanha de Dilma, de que “o Brasil jamais teria credibilidade na cena mundial se tivesse ignorado suas terríveis desigualdades sociais e sua população morrendo de fome.”
A política do governo no combate à fome a às desigualdades também é elogiada no relatório “Quem está realmente combatendo a fome”, da ONG Action Aid, que destaca os efeitos positivos do Bolsa Família e do Fome Zero.
O relatório cobra do Brasil um avanço maior nas políticas de incentivo à agricultura em pequenas propriedades, embora reconheça que o governo passou a investir “muito mais” no setor.
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