Contraponto 4871 - "Ceará: A Refinaria está chegando"

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02/03/201

Ceará:
A Refinaria está chegando

Fonte: O POVO Online/OPOVO/Opinião

Roberto Macêdo - Empresário

roberto@pmacedo.com.br

A recente visita do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, ao Ceará, foi um momento de grande importância, dada a relevância da confirmação da implantação de uma refinaria no nosso Estado e da convocação que ele fez ao empresariado para a formação de uma cadeia de fornecedores de bens e serviços que deve estar estruturada mesmo antes do início da implantação da tão desejada refinaria.

Lamentei profundamente não estar no Ceará para atender ao convite de me fazer presente à reunião realizada no dia 16 de fevereiro, ocasião em que Gabrielli e o governador Cid Gomes estiveram com empresários cearenses. Gostaria muito de ter podido externar minha percepção e opinião sobre o dever de casa que nós empresários temos a obrigação de fazer para estarmos à altura desse empreendimento.

Além dos investimentos que a Petrobras está trazendo para o Ceará, estamos recebendo dela também novos padrões para as relações cliente/fornecedor, que em muito irão contribuir para elevar a competitividade das nossas empresas. Em termos de qualidade, segurança, responsabilidade ambiental, enfim, de tudo que diz respeito à rastreabilidade dos produtos e serviços que adquire, a Petrobras está nos oferecendo um horizonte de classe mundial a ser alcançado.

A Petrobras vem fazendo um esforço permanente de desenvolvimento de fornecedores brasileiros, a exemplo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), realizado em conjunto com as Federações das Indústrias e o Sebrae.

No editoral da revista da nossa Federação das Indústrias, em julho de 2008, eu comentava um levantamento feito pelo Prominp em que se constatou que, dos investimentos feitos pela Petrobras no Ceará, os fornecedores locais atendiam apenas a 6% do total. À época, chamei a atenção para o fato de que esse dado acendia a luz vermelha da consciência empreendedora do empresariado cearense, afirmando que não tinha sentido a aceitação de um percentual tão baixo.

Convém ressaltar que naquele momento estávamos tratando de volumes da ordem de R$ 500 milhões, e agora Gabrielli anuncia investimentos de algumas dezenas de bilhões de reais. Temos o dever de aproveitar essas oportunidades já a partir de hoje e de nos prepararmos para atender os padrões de fornecimento que são próprios de uma empresa global, como é a nossa Petrobras.

Quero realçar que ao nos prepararmos para atender aos padrões de exigência da Petrobras alcançaremos a competitividade necessária ao crescimento das nossas empresas e, consequentemente, teremos maior penetração nacional e internacional dos produtos “made in Ceará”.

As dificuldades existem, mas estou certo de que a nossa capacidade e a vontade de nos superarmos farão com que as empresas cearenses, organizadas em cadeias produtivas, aproveitem todas as possibilidades que a refinaria nos oferece de tornarmo-nos fornecedores de excelência, trazendo-nos orgulho como empresários e mais riqueza para todos os cearenses.
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