11/08/2011
Em entrevista exclusiva a CartaCapital ontem à tarde, Dilma Rousseff negou que tenha sido obrigada a acalmar os comandos militares por causa da nomeação do ex-chanceler Celso Amorim para o Ministério da Defesa. Sobre as notícias que relatam um suposto desconforto nas Forças Armadas, a presidenta perguntou: “É algo relevante?”. E completou: “Não é. Não estamos mais na época das vivandeiras dos quartéis. As Forças Armadas são disciplinadas. A subordinação do poder militar ao civil foi uma conquista da sociedade brasileira”.
A presidenta negou-se, porém, a comentar a maneira com que Nelson Jobim cavou sua demissão do governo. Em uma das raras menções indiretas ao ex-ministro, demitido na semana passada, afirmou que ninguém é ou pode se achar insubstituível. “Nem na monarquia era assim. Rei morto, rei posto”. Ainda a respeito da troca na Defesa, Dilma disse ter “certeza absoluta” de que Amorim será um extraordinário ministro e que sua gestão vai ser capaz de avançar na modernização tecnológica das Forças Armadas.
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Em um dia não exatamente ameno (além dos desdobramentos da crise financeira mundial, a Polícia Federal havia prendido pela manhã o secretário-executivo do Ministério do Turismo por suspeitas de corrupção), Dilma Rousseff estava bem disposta. Fez piadas e brincou com seu desejo de ter sido pintora e não política.
A entrevista será publicada em duas partes. A primeira, com temas mais contingentes, sairá na edição de CartaCapital que chega às bancas a partir desta sexta-feira. A segunda, com análises de mais longo prazo, será publicada na edição especial de número 660, nas bancas a partir da sexta-feira 19 de agosto.
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