14/08/2011
Os Jornais e o Povo
Do DoLaDoDeLa - 14/08/2011
Marco Auréio Mello*
Estamos diante, mais uma vez, de um fenômeno que temos visto se repetir com uma frequência assustadora. Em vez de jornalismo crítico, jornalismo de oposição. Não basta apontar os erros, a corrupção e as irregularidades. Precisam servir para fundamentar um discurso catastrófico, de profunda crise, anti-nacionalista, privatista e mercadista. Claro que quem tem bom senso não cai nessa cilada armada por jornalistas engajados politicamente.
É fácil dizer: a relação do governo com a base é clientelista. Mas quando o governo age e põe o dedo na ferida, os jornalistas-opositores se aliam aos "bandidos" para fazer o jogo sujo do desgaste político. Como se não fosse possível separar a crítica de princípios. O governo tem falhas? Claro, todo governo tem. Mas uma coisa é apurar, corrigir e transformar. Outra, bem diferente é acusar e, quando o governo age, ele é que é inábil politicamente.
Nas conversas que tive com colegas esta semana, ouvi uma análise muito interessante sobre como, a exemplo da oposição, a grande imprensa está perdida. Ela não pode bater muito na Dilma, porque se a Dilma se enfraquece o caminho natural é volta de Lula. E como se sabe, Dilma tem desprendimento suficiente para deixar o poder, se for esse o caso.
Mas também não dá para a Dilma ficar muito forte, porque se ela ficar muito forte pode tentar a reeleição e aí, o projeto político do PT de ficar 20 anos no poder se fortalece. Portanto, é necessário sangrar o governo enquanto seduz sua presidente. Quem sabe não venha daí um rompimento dela com o barbudo, criador versus criatura, o que abriria caminho para uma ruptura e, consequentemente, a abertura de uma terceira via, oposicionista.
É uma equação muito difícil. Para isso, a grande imprensa está flexibilizando ao máximo. Por enquanto, quem está ganhando é governo Dilma e seu maior avalista, Lula. Basta andar nas ruas e conversar com aqueles que, em vez de ficar lendo os jornais que estes colegas escrevem, fazem parte da dura realidade chamada povo.
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*Marco Auréio Mello. Jornalista formado pela Metodista de SBC. Aluno convidado do curso de Comunicação de Massa e Sociedade Moderna da Universidade de La Crosse, Wisconsin, USA. Bolsista do 1º Curso de formação de Governantes da Fundação Escola de Governo. Há mais de 20 no ar.
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