quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Contraponto 6721 - "As paixões atômicas em torno do Irã"

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Por Chrisppa Silva

Do Voz Da Rússia

Paixões atômicas em torno do Irã

Foto: Voz da Rússia

As paixões em torno do programa nuclear do Irã atingiram mais um pique. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acaba de publicar o seu informe “secreto”. As partes interessadas cuidaram de preparar de antemão o pano de fundo informativo deste evento – durante quase uma semana a mídia mundial tem discutido as conclusões, - desfavoráveis para Teerã, - dos informantes. Rivais de longa data, os presidentes do Irã e de Israel, já trocaram “alfinetadas”. Note-se que o presidente Ahmadinejad utiliza nas suas declarações conceitos como “guerra” e “bombardeio”.

p>Pela primeira vez, a AIEA declarou abertamente que o Irã é suspeito de ter promovido atividades secretas a fim de criar armas atômicas. No documento diz-se que o Irã obteve secretamente o equipamento e documentos necessários para a criação da bomba atômica, realizou testes secretos de materiais explosivos e de espoletas, levou a cabo o simulacro computadorizado de uma ogiva nuclear e preparou testes de uma carga nuclear. Note-se que toda esta informação suscita numerosas questões. Não se indicam as fontes de procedência destas informações. Informa-se apenas que os respectivos dados foram fornecidos pelos Estados que fazem parte da AIEA.

Moscou está decepcionada com a forma que a Agência escolheu para apresentar o seu informe. O documento resultou no aumento da tensão em torno dos problemas relacionados ao programa nuclear do Irã, - ressaltou o representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Boldarev.

O informe, ainda antes de distribuído entre os Estados – membros da AIEA, virou motivo para conjeturas, boatos, mexericos políticos, o que, certamente, não honra os que estão empenhados na intensificação do atual alarde propagandístico. Nós gostaríamos de perguntar em primeiro lugar: em que medida o secretariado da agência é capaz de garantir a devida confidencialidade do trabalho, sem a qual a eficiência da solução das tarefas que a AIEA enfrenta resulta bastante duvidosa. O alarde propagandístico foi criado propositadamente, bem antes da discussão profissional séria de todas as questões por peritos, como é hábito nos círculos civilizados.

Como é natural, a reação do Teerã foi ainda mais dura. O Irã qualificou o trabalho da agência como pouco profissional e politicamente motivado. O presidente do Irã refutou as acusações feitas ao seu país. E quanto ao chefe da AIEA Yukio Amano, este não passa de um fantoche nas mãos dos americanos, - declarou Mahmoud Ahmadinejad.

Lamento muito que a AIEA esteja sob a direção de uma pessoa nomeada por Washington. Esta organização deixou de ser imparcial. E agora não consegue nem sequer guardar os seus próprios materiais. Os americanos simplesmente forjaram vários documentos e os entregaram ao chefe da agência. Por é que a AIEA não estuda a ameaça que o programa militar americano representa para o mundo? São os EUA que ameaçam a tranqüilidade do mundo.

O presidente da Rússia comentou as declarações belicosas feitas em Tel Aviv. Dmitri Medvedev qualificou-as de “retórica excepcionalmente perigosa” e ressaltou que a onda de militarismo e as ameaças podem acarretar conseqüências muito complicadas. Tudo isso pode resultar em uma grande guerra, o que seria catástrofe para o Próximo Oriente, - ressaltou o chefe de Estado. Medvedev declarou que leva em conta as complicações que existem atualmente nas relações entre Israel e o Irã e exortou Teerã a adotar uma conduta responsável e a cumprir os acordos feitos.

Ao mesmo tempo, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia ressaltou anteriormente que o problema nuclear do Irã não tem solução militar, da mesma maneira, aliás, que qualquer outro problema do mundo moderno. A única via é o reinício das conversações entre o “sexteto” de mediadores e o Irã.

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