Ontem o Banco Central divulgou os números sobre a atividade econômica no país, que mostraram uma grande recuperação. Nenhum jornal se interessou pela notícia, naturalmente. Quando o PIB estagnou ao final do terceiro trimestre, deram manchetes apocalípticas. E olha que a terça-feira estava fraca de novidades.
Francamente, eu gostaria de entender melhor os critérios de um editor de capa. Por exemplo, o Estadão foi o único a ter o mérito de, ao menos, citar a notícia na primeira página, mas em letra miúda. O editor achou uma manchete bem mais interessante e popular: “Agência de Risco rebaixa fundo de estabilidade na Europa”.
Olha que maravilha! O editor tem duas manchetes prontas:
- Agência de risco rebaixa fundo de estabilidade da Europa.
- Economia brasileira volta a crescer
O Globo
Não sei se estou ficando implicante demais, mas tive a forte impressão que o jornalista quase usou o termo “frustra”, em vez de surpreende. Ficaria assim: Atividade econômica cresce acima do previsto e frustra especialistas.
Entretanto, na seção de economia de seu site, o Estadão não apenas esconde a notícia, como encontra uma economista disposta a jogar areia na boa nova.
A responsabilidade, porém, é mais do editor de títulos e subtítulos do que da economista entrevistada (Zeina Latif). Ainda bem que nem todos concordam com Latif e Globo. O banco Santander, por exemplo, viu no índice do Banco Central (IBC-BR) um sinal positivo para uma recuperação sustentável da atividade econômica no país.
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