30/01/2012
O pré-sal é nosso. A maior obra de Gabrielli
- do Conversa Afiada - Publicado em 30/01/2012
No programa Entrevista Record que vai ao ar nesta segunda feira, na RecordNews, às 22h15, depois do programa do Heródoto Barbeiro, o ansioso blogueiro procurou fazer uma espécie de balanço da gestão de Sergio Gabrielli, o mais longevo presidente da Petrobrás.
Dia 13 de fevereiro, ele passa o cargo a Graça Foster e vai ser Secretário do Governo Jacques Wagner, na Bahia.
O mote da entrevista foi uma frase de Gabrielli na Carta Capital desta semana, na pág. 18 – “A senhora do pré-sal”, sobre Graça Foster.
Disse Gabrielli:
A Petrobrás “era uma empresa fragmentada, pulverizada, que estava sendo preparada para ser vendida aos pedaços e fizemos um grande esforço no sentido contrário, de fortalecer a empresa.” (Grifo do ContrapontoPIG)
Clique aqui para ler o Mino Carta, quando diz que “O PiG (*) até hoje não consegue engolir a Petrobrás”
A primeira tarefa, diz Gabrielli, foi produzir mais petroleo, aumentar o patrimonio da empresa.
A descoberta do pré-sal se encaixa nessa estratégia.
Depois, combater a fragmentação pré-liquidação e integrar o refino, a produção, a logística.
Fazer com que as partes que os tucanos iam vender, aos pedaços, se comportassem como uma empresa só.
E abrir novos espaços de atuação: no gás e no bio-combstível.
Dar músculo à empresa para evitar que, frágil, pudesse ser passada nos cobres (como a Vale – PHA. Clique aqui para ver o video em que FHC diz que foi Cerra que mandou torrar a Vale).
(Convém lembrar que o WikiLeaks flagrou o Padim Pade Cerra a prometer à Chevron entregar o pré-sal )
Até 2015, Graça Foster vai investir US$ 224 bilhões, dos quais US$ 127 bilhões no pré-sal.
Desses US$ 224 bilhões, 95% serão produzidos no Brasil e 65% por empresas que têm sede no Brasil.
Ou seja, US$ 120 bilhões por empresas que tem sede aqui, com trabalhadores, engenheiros brasileiros.
Outra preocupação de Gabrielli foi investir na renovação do pessoal da empresa.
Hoje, mais de 52% dos funcionários da Petrobrás têm menos de 10 anos de casa.
O ansioso blogueiro observou que preservar o pré-sal para os brasileiros pode ter sido um dos principais legados do Presidente Lula, e, portanto, da gestão Gabrielli.
Como foi o processo de decisão que levou a isso ?
Gabrielli conta que, quando a Petrobrás descobriu aquele conjunto gigantesco no pré-sal, ele ponderou ao Presidente Lula que não fazia mais sentido manter o sistema de exploração que prevaleceu no governo Cerra/FHC.
Como a margem de risco da empresa exploradora do petróleo era muito alta, o Governo Cerra/FHC recebia um percentual da descoberta, e a exploradora levava a parte do leão para casa.
(Era o regime de ”concessão”, que, como se percebe, vem de “conceder”…)
Gabrileli explica que, no modelo/Lula – de “partilha”-, a União compartilha da descoberta e fica com parte dos lucros.
Além disso, a Petrobrás tem que explorar, no minimo, 30% de cada área descoberta no pré-sal.
As concorrentes disputarão os 70%.
Junto, foi criado um Fundo Social, para dirigir os lucros do pré-sal para a educação, a saúde e a inovação tecnológica.
E uma empresa já aprovada e ainda não estabelecida, a Petroleo Pré-Sal, que vai supervisionar o trabalha da Petrobrás.
Só falta o Congresso aprovar a distribuição dos royalties entre os Estados, mas isso não afeta a integridade do conceito do Governo do Nunca Dantes: o pré-sal é nosso !
Gabrielli lembrou que, para explorar o pré-sal, a Petrobrás precisou captar dinheiro no mercado financeiro internacional.
E levantou US$ 72 bilhões num dia !
Foi o maior lançamento da História do Capitalismo !
(A Urubóloga teve um troço !)
Sobre o renascimento da indústria da construção naval – uma obra da Petrobrás – ele lembou que, em 2002 (no Governo sombrio de Cerra/FHC), ela empregava dois mil brasileiros.
Hoje, emprega 60 mil !
Que horror !
Por que o PiG é sistematicamente contra a Petrobrás ?, o ansioso blogueiro perguntou.
Ah, isso é a rotina.
Depois de algum tempo, você se acostuma a uma crítica por dia.
Do que o PiG (leia-se Urubologa) não gosta ?
O PiG não gosta:
De a Petrobrás ser a principal operadora;
Do regime de partilha – prefere conceder;
Da operação de capitalização, os US$ 72 bi;
Não gosta de a União controlar a empresa;
Acha que a Petrobrás é formada por um bando de incompetentes (“bando” é deste ansioso blogueiro).
O ansioso blogueiro perguntou se devia comprar ações da Petrobrás.
Gabrielli respondeu:
A Petrobrás, com o pré-sal (ah, como a Chevron deve suspirar !) tem 30 bilhões de barris de reservas comprovadas.
Como o valor da companhia é de US$ 160 bi, isso significa que um barril de reserva comprovada sai a US$ 5.
O preço do barril de petroleo varia em torno dos US$ 100.
Uma barganha, disse ele !
(Este post e a entrevista são uma singela homanagem ao Davizinho, ao “especialista” Adriano Pires, à Urubóloga e a todos os Urubólogos, desde Roberto Campos, que queriam e querem entregar a Petrobrás às Chevron da vida.)
Paulo Henrique Amorim
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