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07/10/2012
Boca de urna dá vitória de Chávez na Venezuela
Dados consolidados ao meio-dia indicavam vitória
do presidente Hugo Chávez, com 54,8% dos votos; opositor Henrique
Capriles teve 43,8%; com a possível vitória, Chávez poderá permanecer no
poder até 2019, completando um ciclo de vinte anos no poder
Foram ao todo 96 dias de campanha eleitoral. Neste domingo (07/10), resta ao povo venezuelano decidir nas urnas quem deverá ser o próximo presidente do país: o atual, Hugo Chávez, ou o candidato da oposição, Henrique Capriles. Se por um lado o líder venezuelano coloca à prova 14 anos de governo, cujo impacto maior foi a drástica redução da pobreza no país, o ex-governador de Miranda aposta em um desejo de "mudança", traduzido no slogan da campanha, denominada “Há um caminho”.
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Quase 19 milhões de venezuelanos estão aptos a decidir quem dirigirá o destino do país para os próximos 6 anos, entre 10 de janeiro de 2013 e 9 de janeiro de 2019. Além de Chávez e Capriles, participam do pleito também os candidatos Orlando Chirinos, Reyna Sequera e Maria Bolívar.
Neste sábado (06/10), Chávez concedeu uma coletiva de imprensa no Palácio de Miraflores, onde disse que os resultados que serão divulgados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) são a garantia de “paz e tranquilidade” e que o vitorioso dessas eleições é o “povo venezuelano”. Capriles, por sua vez, evitou afirmar com clareza que irá reconhecer os resultados, mas sim "a voz do povo". Ele não assinou documento do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que garantia o reconhecimento das eleições.
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A previsão é que o resultado seja divulgado ainda neste domingo, por volta das 22h (20h30 em Brasília). Em caso de suspeitas de fraudes e irregularidades, a Justiça Eleitoral faz advertências e promove auditorias. O vitorioso, segundo a legislação venezuelana, é aquele que obtiver a maioria dos votos. Não há segundo turno no país, nem é necessário alcançar mais de 50% da totalidade dos votos válidos.
Retrospecto
Nas últimas três eleições presidenciais, Chávez derrotou seus adversários com grande vantagem, a maior delas em 2006, quando o presidente conquistou 26 pontos a mais do que o opositor, Manuel Rosales. Em 1998 e 2000, as diferenças foram de 16 e 22 pontos, respectivamente.
As pesquisas divulgadas pela Datanalisis apontam 47,3%para Chávez e 37,2% para Capriles. A pesquisa Varianzas apresenta Chávez com 49,7% e Capriles com 47,7%. Já a pesquisa da Consultores 30.11 mostra Chávez reeleito com 57,2% e Capriles conquistando 35,7% dos votos. A pesquisa Consultores 21 diz que Capriles terá 48,1%, superando Chávez, com 46,2%.
Chávez tem a seu favor as expressivas transformações, sociais e econômicas, levadas a cabo desde 1998 por meios das missões sociais. De acordo com a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a pobreza, que em 1999 atingia 47% da população, caiu em 2010 para 27,8%, e a pobreza extrema passou de 21,7% para 10,7%. O analfabetismo também caiu, de 9,1% para 4,9% em 2011, assim como a taxa de desemprego e a taxa de emprego informal.
Também foi na gestão chavista que a Venezuela ingressou no Mercosul como membro pleno, um resultado do investimento do presidente em mecanismos de integração regional, como a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e Alba (Aliança Bolivariana para as Américas).
Por sua vez, Capriles, de 40 anos, se lançou em um frenético percurso pelo país, em uma campanha de "porta em porta". O ex-governador de Miranda se apresenta como o "candidato do progresso", contra a "continuidade" representada por Chávez, assegura que está "confortável" quando colocado na centro-esquerda e aposta em um "modelo brasileiro" de governo, unindo uma economia de mercado com avanços sociais.
No começo da campanha, Capriles afirmou se inspirar no brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mas parou de mencioná-lo após o ex-presidente declarar publicamente apoio a Chávez durante o Foro de São Paulo, em Caracas. A campanha de Capriles foi afetada pelo vazamento de um suposto “pacotão neoliberal” da MUD (Mesa de Unidade Democrática) e a debandada de políticos da coligação, que denunciaram mudanças no projeto inicial.
Voto
O CNE busca despertar a atenção e o interesse dos eleitores para ir às urnas. A presidenta do CNE, Tibisay Lucena, fez pronunciamento em cadeia nacional de emissoras de rádio e televisão para informar que as eleições venezuelanas farão do país “uma referência internacional”. Ela acrescentou que o momento é de “isolar e rejeitar os pequenos grupos” que querem se impor acima dos interesses da República, da paz e da democracia. No país, o Poder Eleitoral tem o mesmo status que outros poderes, como o Executivo, Judiciário e Legislativo. O CNE é formado por cinco magistrados, o equivalente à Justiça Eleitoral no Brasil.
No Brasil, vivem aproximadamente 8 mil venezuelanos, a maior colônia está em São Paulo onde cerca de 500 pessoas votarão. O eleito hoje toma posse em 10 de janeiro de 2013 para um mandato de seis anos e inicia a gestão comandando o Mercosul, bloco que a Venezuela passou a integrar em julho.
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