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17/10/2012
Julgamento e eleições
Suprema imprudência vira última esperança de Serra
O candidato tucano José Serra. Foto: Divulgação
Wálter Maierrovitch

A ausência de Gilmar ou seu atraso levará ao imediato início do julgamento da fatia que trata de formação de quadrilha, a envolver Dirceu e 11 outros acusados.
Aí, abre-se a porta para a tese do julgamento a influenciar no segundo turno das eleições municipais. Sobre isso, infelizmente, vem silenciando a ministra Carmem Lúcia, que preside a alta Corte eleitoral. A prudência recomenda o julgamento dessa fatia do chamado “mensalão” para depois do segundo turno. Pode-se dizer que os poderes são independentes, mas, pela Constituição, são harmônicos.
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O procurador Roberto Gurgel, —que já tentou engavetar o “escândalo Cachoeira” e salvou o ex-ministro Palocci de imediatas apurações sobre incrível enriquecimento quando em função pública—, entende que o julgamento deva ocorrer antes do segundo turno das eleições municipais. No particular, Gurgel imagina que haverá o integral acolhimento da denúncia quanto ao crime de formação de quadrilha e que tal fato contribuiria para o eleitor melhor escolher. Em outras palavras, aconselha votar contra o Partido dos Trabalhadores e os seus aliados.
Esse canhestro posicionamento de Gurgel coincide com o sonho, na capital paulista, do candidato José Serra. Seria a sua última esperança, depois de desmascarado com relação ao apelidado “kit-gay”, que atacou, — em panos de conservador e para conquistar os votos de fiéis de igrejas–, mas acabou por mostrar o seu perfil de farsante. Quando governador de São Paulo, Serra distribuiu semelhante material contra a homofobia e para as professoreas orientarem os alunos.
De toda a forma, com Gilmar ou sem ele, a próxima fatia da sessão de julgamento do “mensalão” versará sobre a imputação de formação de quadrilha.
A sessão de quarta-feira, 17 de outubro de 2012, não vai aplacar a indignação do comum dos mortais com a impunidade alcançada por Duda Mendonça, depois de executar um ‘drible da vaca” no Banco Central e do “cohilo” do Ministério Público.
Mas tem um fato novo no campo da defesa social.
Esse fato novo poderá resultar na instauração de novo inquérito pela Polícia Federal e, mais a frente e sem foro privilegiado, numa nova ação penal contra Duda Mendonça. Salvo, evidentemente, se o procurador Gurgel não voltar a ser acometido da síndrome que o levou, — como já frisado acima–, a engavetar o Cachoeira e a poupar, à época, o ministro Palocci.
O fato novo diz respeito à fraude empregada por Duda Mendonça. O golpe de Duda consistiu em desfalcar a conta em paraíso fiscal na data de 31 de dezembro. E nela deixar 573 dólares, suficientes para cair na dispensa de comunicação ao Banco Central.
Esse golpe é conhecido como operação esfria-esquenta: esfria-se a recheadaconta bancária no exterior. Ou seja, a grana saiu da conta operada por Duda para dar um giro e tomar um sol pelo Caribe. Um sol para esquentar e voltar, até a próxima viagem, num próximo 31 de dezembro.
O golpe do esfria-esquenta é mais conhecido no mundo do que os Beatles. Talvez, o nosso Banco Central reaja e use da cooperação internacional para saber por onde girou a grana de Duda.
Pano rápido. Com base nessa fato novo, espera-se que um membro da Ministério Público federal, em defesa da sociedade, apure o golpe no Banco Central. Mais ainda, que evite que Duda, absolvido na segunda-feira 15, use uma sua peça publicitária de grande sucesso e para passar a imagem do “ Dudinha paz e amor com a Justiça”
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