03/11/2014
Gilmar Mendes é o maior exemplo de que o STF tem que mudar
Postado em 03 nov 2014
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Gilmar Mendes com o presidente da Globo: um deveria fiscalizar o outro
Sou obrigado a lembrar, aqui, de uma frase de Wellington.
Quem acredita nos bons propósitos do ministro do STF Gilmar Mendes acredita em tudo.
Wellington me ocorreu depois de ler a entrevista que Mendes concedeu à Folha. Nela, ele chama a atenção dos brasileiros para o risco de um STF “bolivariano”, que faça o que o Executivo quer.
Que é necessário rever os critérios de nomeação para o STF, não está em discussão.
Mas Gilmar é a prova viva desse drama nacional.
Ele foi nomeado por FHC por suas afinidades extraordinárias com o PSDB, comprovadas ao longo de todos estes anos.
Tivesse FHC, ou algum sucessor tucano, a oportunidade e o tempo de nomear todos os juízes do STF, teríamos 11 Gilmares.
E agora, só agora, ele se dá conta de que é preciso desatrelar os juízes do Executivo?
Isso é demagogia. Isso é cinismo.
Num mundo menos imperfeito, a Folha, na entrevista, teria questionado Gilmar sobre sua própria indicação por FHC.
Mas este mundo, e a nossa mídia, é pleno de imperfeições.
Num antigo e altamente elogioso perfil para uma revista da Folha feito por Eliane Cantanhede, as simpatias de Gilmar pelo PSDB eram destacadas, e num tom triunfal, positivo, meritório.
Dou um passo adiante em relação ao STF.
Os juízes não podem ter a relação cúmplice que ao longo destes anos todos mantiveram com a imprensa.
Gilmar se deixou fotografar, feliz, ao lado de jornalistas como Merval Pereira e Reinaldo Azevedo em lançamentos de livros claramente partidários.
Numa democracia, a Justiça fiscaliza a imprensa e a imprensa fiscaliza a Justiça.
No Brasil destes últimos anos, a Justiça e a imprensa viveram num ambiente de absoluta, vexatória, despudorada cumplicidade.
O juiz Ayres de Britto, hoje aposentado, chegou ao cúmulo de prefaciar um livro de Merval sobre o Mensalão.
Isso conta muito sobre o caráter de ambos.
Em algum momento em que a sanidade se restabelecer sobre a República, se entenderá a gravidade da parceria Merval-Ayres Britto.
Nestas eleições, Gilmar foi o Gilmar velho de guerra.
Rejeitou, com um argumento risível, uma decisão do TSE de conceder direito de resposta à campanha de Dilma depois de uma daquelas já clássicas denúncias sem provas da Veja.
Seu argumento, essencialmente, era que o acusado teria que provar a inocência para merecer retratação.
Atendeu a um telefonema de FHC em favor de um candidato ficha-suja ao governo do Distrito Federal, ele que se dissera escandalizado quando alegadamente foi procurado por Lula em 2012 sobre os prazos de julgamento do Mensalão.
Alguma coisa séria tem que ser feita na composição do STF.
O Supremo tem que estar acima de partidos.
Gilmar é o maior exemplo disso.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
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Quem acredita nos bons propósitos do ministro do STF Gilmar Mendes acredita em tudo.
Wellington me ocorreu depois de ler a entrevista que Mendes concedeu à Folha. Nela, ele chama a atenção dos brasileiros para o risco de um STF “bolivariano”, que faça o que o Executivo quer.
Que é necessário rever os critérios de nomeação para o STF, não está em discussão.
Mas Gilmar é a prova viva desse drama nacional.
Ele foi nomeado por FHC por suas afinidades extraordinárias com o PSDB, comprovadas ao longo de todos estes anos.
Tivesse FHC, ou algum sucessor tucano, a oportunidade e o tempo de nomear todos os juízes do STF, teríamos 11 Gilmares.
E agora, só agora, ele se dá conta de que é preciso desatrelar os juízes do Executivo?
Isso é demagogia. Isso é cinismo.
Num mundo menos imperfeito, a Folha, na entrevista, teria questionado Gilmar sobre sua própria indicação por FHC.
Mas este mundo, e a nossa mídia, é pleno de imperfeições.
Num antigo e altamente elogioso perfil para uma revista da Folha feito por Eliane Cantanhede, as simpatias de Gilmar pelo PSDB eram destacadas, e num tom triunfal, positivo, meritório.
Dou um passo adiante em relação ao STF.
Os juízes não podem ter a relação cúmplice que ao longo destes anos todos mantiveram com a imprensa.
Gilmar se deixou fotografar, feliz, ao lado de jornalistas como Merval Pereira e Reinaldo Azevedo em lançamentos de livros claramente partidários.
Numa democracia, a Justiça fiscaliza a imprensa e a imprensa fiscaliza a Justiça.
No Brasil destes últimos anos, a Justiça e a imprensa viveram num ambiente de absoluta, vexatória, despudorada cumplicidade.
O juiz Ayres de Britto, hoje aposentado, chegou ao cúmulo de prefaciar um livro de Merval sobre o Mensalão.
Isso conta muito sobre o caráter de ambos.
Em algum momento em que a sanidade se restabelecer sobre a República, se entenderá a gravidade da parceria Merval-Ayres Britto.
Nestas eleições, Gilmar foi o Gilmar velho de guerra.
Rejeitou, com um argumento risível, uma decisão do TSE de conceder direito de resposta à campanha de Dilma depois de uma daquelas já clássicas denúncias sem provas da Veja.
Seu argumento, essencialmente, era que o acusado teria que provar a inocência para merecer retratação.
Atendeu a um telefonema de FHC em favor de um candidato ficha-suja ao governo do Distrito Federal, ele que se dissera escandalizado quando alegadamente foi procurado por Lula em 2012 sobre os prazos de julgamento do Mensalão.
Alguma coisa séria tem que ser feita na composição do STF.
O Supremo tem que estar acima de partidos.
Gilmar é o maior exemplo disso.
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