sábado, 17 de janeiro de 2015

Contraponto 15.825 - "Se esses 4 são contra, o papa só pode estar certo"

Foi o bastante para que quatro jihadististas, num movimento aparentemente concatenado, se unissem uma espécie de guerra santa contra o sumo pontífice. O primeiro foi Reinaldo Azevedo, ex-coroinha, que simplesmente mandou o papa calar a boca (leia mais em Reinaldo sugere que o papa Francisco se cale). Também sem nenhuma sofisticação, José Roberto Guzzo, diretor editorial de Veja, afirmou que o papa viajou na maionese (assista aqui), em entrevista... à Veja.

Ricardo Noblat, do Globo, também usou uma metáfora para se referir ao caso. Disse que o papa Francisco "pisou feio na bola" (leia aqui). "Duvido que Francisco concorde com a morte como meio de se responder a uma ofensa. Mas foi a impressão que deixou", disse ele. Ou Noblat não leu o que o papa disse, ou foi mal-intencionado. Voltando à primeira declaração de Francisco, eis o que disse o pontífice: Não se pode ofender, ou fazer guerra, ou assassinar em nome da própria religião ou em nome de Deus".

Neste sábado, foi a vez de Guilherme Fiúza, também do Globo, que, para variar, misturou o assunto da semana com a política brasileira. "Talvez uma das figuras mais representativas deste momento esquisito seja o Papa Francisco. Sua Santidade tem provavelmente uma espécie de João Santana ao pé do ouvido, para soprar-lhe as últimas tendências do mercado", disse ele, condenando o que considerou uma defesa do Islã radical feita por Francisco (leia aqui).

Cartilha do Instituto Millenium

Nem todo mundo sabe, mas as famílias Civita e Marinho são sócias e mantenodoras do Instituto Millenium, um think tank criado para tentar organizar o "pensamento correto" da elite brasileira. É desse instituto, apoiado também por empresas como a Gerdau, que saem os Fiúzas, Mainardis, Magnolis, Guzzos, Contantinos e afins.

Pode-se imaginar que os quatro colunistas tenham tido a ideia simultânea de iniciar sua guerra santa contra o papa Francisco – hoje, uma das figuras mais populares e admiradas do mundo. Mas também não deve ser descartada a hipótese de uma blitz coordenada, como ocorreu em Paris com o ataque ao Charlie Hebdo e ao mercado judaico.

Se você não quiser refletir muito sobre as declarações do papa Francisco, nem é preciso. Basta olhar para quem levantou a voz contra suas declarações. Se os jihadistas da imprensa brasileira estão contra o papa, não tenha nenhuma dúvida: ele só pode estar certo.

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Um comentário :

  1. Nós é que sugerimos que se calem os 4 (Reinaldao, Fiuza, Guzzo e Noblat)!
    Somos muito mais o Papa Fco.

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