segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Contraponto 16.106 - "EUA e Reino Unido teriam roubado maior fabricante de SIM card"


23/02/2015


EUA e Reino Unido teriam roubado maior fabricante de SIM card

Jornal GGN - Os Estados Unidos ajudaram o Reino Unido a raquear o maior fabricante de SIM cards do mundo. A informação foi fornecida por Edward Snowden, hoje exilado na Rússia, fugido do Governo dos Estados Unidos, desde 2013, por revelar os programas de vigilância e espionagem mundial dirigidos pelos norte-americanos. Segundo Snowden, com as informações roubadas da Gemalto, fabricante franco-holandesa, é possível interceptar e monitorar ligações e dados transferidos entre celulares, em diversas partes do globo.  
 
 
 


Por Redação em | 20.02.2015 às 14h32
Mais uma revelação bombástica feita por Edward Snowden coloca em xeque as definições de segurança e privacidade em tempos digitais. Segundo o ex-administrador de sistemas da  Agência Central de Inteligência (CIA) e da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, o país norte-americano ajudou o Reino Unido a hackear a Gemalto, empresa franco-holandesa e maior fabricante de SIM cards do planeta.
A denúncia foi revelada por meio de documentos fornecidos por Snowden e publicados nesta quinta-feira (19) no site The Intercept. De acordo com a publicação, a NSA e a Sede Governamental de Comunicações do Reino Unido (GCHQ) roubaram uma série de códigos de criptografia da Gemalto. Com essas informações, é possível monitorar e interceptar ligações e dados transferidos entre aparelhos celulares de diversas partes do mundo, tudo sem mandado judicial nem autorização das operadoras de telefonia.
Além disso, mensagens antigas também poderiam ser acessadas por meio do uso dos códigos roubados pelas agências dos EUA e Reino Unido. Entre as clientes da companhia franco-holandesa estão nomes de peso do mercado de prestação de serviços de telefonia, como AT&T, T-Mobile, Verizon e Nextel.
O Intercept não dá maiores detalhes quanto ao método que teria sido utilizado pelas agências, nem mesmo quais seriam os possíveis alvos da espionagem. Entretanto, o histórico da NSA depõe contra a agência, dando peso às denúncias e deixando todos em estado de alerta para a disposição a passar por cima de todos os preceitos de ética e privacidade a fim de dados confidenciais.
NSA
Ásia e leste europeu: alvos favoritos
De acordo com a publicação, a GCHQ interceptou aproximadamente 300 mil chaves de usuário de telefones celulares na Somália em junho de 2010. “Provedores somalis não estão na lista de interesse da agência, entretanto, os dados foram utilmente compartilhados com a NSA”, revela o Intercept.
Ainda no mesmo ano, a agência britânica interceptou chaves de provedores de internet sem fio no Afeganistão, Iêmem, Índia, Islândia, Sérvia e Tajiquistão. Contudo, não obteve o mesmo sucesso ao tentar violar as redes paquistanesas.
Acesso a maior quantidade possível de dados
O alvo dos ataques não foi a Gemalto em si, pois visava englobar a maior quantidade possível de empresas capazes de fornecer esse tipo de informação. Porém, a companhia responsável por produzir 2 bilhões de chips por ano sequer se deu conta de que foi atacada, ficando ciente do ocorrido apenas pela impresa. Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (20), a empresa informa que vai investigar as denúncias.
“Não podemos, neste estágio inicial, verificar as descobertas da denúncia e não tínhamos conhecimento prévio de que essas agências estavam conduzindo tal operação”, revela a Gemalto. “Levamos muito a sério esta denúncia e vamos empregar todos os recursos necessários para investigá-la por completo”, continua o comunicado.
Segundo o jornal The New York Times, a NSA ainda não se pronunciou sobre o caso, mas é sabido que ex-oficiais da agência defenderam o uso de métodos “extra-legais”, como espionagem e monitoramento ilegal, em nome da guerra ao terror.

NSA e espionagem: um caso antigo
Vale lembrar que, nos últimos anos, Edward Snowden (foto acima) foi o responsável por revelar um grande esquema de espionagem perpetrado pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Por meio dele, o governo do país norte-americano mantinha os ouvidos bem perto de diversos governos espalhados pelo mundo todo. Tais revelações transformaram Snowden em uma espécie de “inimigo público número 1” do governo dos EUA, e o analista está asilado na Rússia desde 2013.
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