Elas mostram, com clareza, um
representante da Central Única dos Trabalhadores, a CUT, sendo
pisoteado, no Rio de Janeiro, na tarde de ontem, antes do ato em defesa
do pré-sal e da manutenção do modelo de partilha do pré-sal.
As imagens escolhidas pelos três
principais jornais do País, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e O
Globo mostram agressões cometidas por pessoas que vestem camisas
vermelhas.
Eis a capa da Folha e sua legenda:
BRUTALIDADE - Em ato da CUT e do PT em defesa da Petrobras perto da
Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, petista agride homem que
pedia o impeachment de Dilma.
Agora, a capa do Estado de S. Paulo e
sua legenda: Pancadaria no Rio - Em ato de petroleiros no Rio, que teve
agressões entre manifestantes, o ex-presidente Lula disse que Dilma
Rousseff 'não pode ficar dando trela' sobre as investigações na
Petrobras e 'tem de levantar a cabeça'.
Por fim, a capa do Globo, com sua
legenda: Intolerância - Homens com camisa do PT partem para a briga com
manifestantes que pedem a saída de Dilma em frente à ABI, no Rio, onde
aliados do governo fizeram ato.
No mínimo, uma cobertura isenta,
mostraria agressões dos dois lados, até porque as imagens publicadas nos
jornais poderiam ser uma reação a provocações e agressões anteriores,
como a captada por Fernando Frazão.
No entanto, já faz tempo que as
famílias midiáticas brasileiras deixaram de buscar o equilíbrio e a
isenção. No fundo, no fundo, o que eles querem é promover mais violência
e mais intolerância num processo continuado de criminalização do PT e
de negação da política. É como se houvesse uma espécie de
'reinaldização' dos veículos de comunicação, que, a cada dia, se deixam
pautar pelo radicalismo.
Nesta quarta-feira, com seu estilo histérico, Reinaldo Azevedo escreveu que 'milicianos petistas partem pra porrada' (confira
aqui). Além disso, chamou o ex-presidente Lula de 'celerado' e afirmou que, para ele, "chegou a hora de rachar algumas cabeças".
Também hoje, o senador Ronaldo
Caiado (DEM/GO), que se cala sobre as estripulias de Agripino Maia,
denunciado por receber uma propina de R$ 1,1 milhão, classificou Lula
como "bandido" e o acusou de incitar a violência. Confira abaixo:
Eis o que disse Lula. "O mais
importante legado que minha mãe deixou foi o direito de eu andar de
cabeça erguida e ninguém vai fazer eu baixar a cabeça neste país.
Honestidade não é mérito, é obrigação. Eu quero paz e democracia, mas se
eles querem guerra, eu sei lutar também".
A manipulação escancarada promovida
pelos meios de comunicação visa rachar o País, alimentar mais violência
no próximo dia 15 de março e criar as condições para um neofasciscmo no
País.
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