16/12/2017
À defesa de Lula Tacla Durán desmente Moro: “Lava Jato tem meu endereço na Espanha”; é incompreensível esse temor, diz Pimenta; veja vídeo”
Do Viomundo - 15 de dezembro de 2017 às 23h18
Tacla Durán diz que justificativa de Moro para impedi-lo de prestar depoimento é falsa: “Lava Jato tem meu endereço na Espanha”, afirma
por Paulo Pimenta, via gabinete do deputado
No despacho, do dia 28 de novembro, Moro alegou que a oitiva seria inviabilizada em razão de não haver a indicação do endereço da residência de Tacla Duran, na Espanha, e que ouvir testemunha no exterior é “sempre custosa e demorada”.
Entretanto, em depoimento prestado aos advogados de Lula, no dia 12 de dezembro, na presença de um escrivão, Tacla Durán afirmou que o endereço em que vive em Madrid consta nos documentos dos processos em que Sérgio Moro e os procuradores têm a disposição.
Como prova, o ex-advogado da Odebrecht conta que a Lava Jato, em cooperação com a justiça da Espanha, chegou a marcar um depoimento para ouvi-lo em Madrid.
“Isso [os argumentos de Moro] chega a ser estarrecedor. No dia 4 de dezembro, a Procuradoria do Paraná encaminhou um pedido para a justiça espanhola para que eu fosse ouvido, no qual os procuradores do Brasil se comprometiam a vir a Madrid para tomar meu depoimento. Eu fui à audiência, mas os procuradores não apareceram”, relata Tacla Durán.
Líder do PT na Câmara, o deputado federal Paulo Pimenta (RS) diz não ser compreensível o temor de Sérgio Moro em ouvir Tacla Durán.
De acordo com o parlamentar, o Poder Judiciário não pode servir para o acobertamento de crimes, nem ser utilizado como um instrumento privado para oferecer proteção a parentes ou a quem quer que seja.
“É um caso inédito no Brasil. É a primeira vez que um juiz tem medo de ouvir o que uma testemunha tem a dizer para esclarecer e colaborar com o processo. Crescem as evidências de que Sérgio Moro está usando sua autoridade para proteger alguém”, desconfia Pimenta.
Pimenta diz que é “evidente” que os procuradores de Curitiba pediram a Sérgio Moro para ouvir Tacla Duran antes de saber o que o ex-advogado da Odebrecht tinha a dizer.
“Quando vieram à tona as denúncias sobre o pedido de propina feito por um compadre de Sérgio Moro a Tacla Durán, eles mudaram de estratégia”, observa o deputado.
A partir daí, prossegue Pimenta, Sérgio Moro e a Lava Jato passaram a rejeitar qualquer pedido que envolva o nome do ex-advogado da Odebrecht como testemunha.
“Agora, Moro e os procuradores não têm mais interesse no depoimento de Tacla Durán. Mas isso não pode ser assim. Os procuradores não podem escolher o que querem ouvir. Quando eles deixam de investigar algo, quando se omitem, podem até cometer um crime, o de prevaricação”, aponta Pimenta.
Em agosto desse ano, Tacla Durán acusou o compadre do juiz Sérgio Moro de oferecer “facilidades” aos delatores da Lava Jato junto ao MPF e ao Poder Judiciário, por meio do pagamento de propina de R$ 5 milhões. Recentemente, em depoimento à CPI da JBS, Tacla Duran reafirmou todas as acusações que podem colocar o juiz Sérgio Moro no centro de um dos maiores escândalos do Poder Judiciário brasileiro.
Nesta sexta-feira (15), os advogados de defesa de Lula fizeram um novo pedido ao juiz Sérgio Moro para que Rodrigo Tacla Duran seja ouvido como testemunha na Lava Jato.
Paulo Pimenta é deputado federal (RS) e líder do PT na Câmara.
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