sexta-feira, 25 de março de 2011

Contraponto 5032 - "O veneno que o PIG quer injetar em lulistas contra Dilma"

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25/03/2011


O veneno que o PIG quer injetar em lulistas contra Dilma

Do Amigos do Presidente Lula - por Zé Augusto - quinta-feira, 24 de março de 2011

O PIG (Partido da Imprensa Golpista) quer envenenar os brasileiros que aprovaram o governo Lula, espalhando boatos de que a presidenta Dilma seria uma "traíra". Para isso mente, deturpa, inventa "fontes ocultas" para publicar coisas ao contrário do que Dilma disse em seus discursos e entrevistas.

Uma pérola é dizer que alguém (uma fonte em off) disse que Dilma "não teria gostado de Lula não ir bater palmas para Obama", e que FHC estaria sendo prestigiado por ter ido bater palmas para o presidente dos EUA.

Ora, se Dilma e Lula achassem que a presença dele seria importante e produtiva para o Brasil, quem organizou o cerimonial foi o Itamaraty, e a presidenta poderia mandar colocar Lula onde quisesse, inclusive ao lado dela e de Obama, e mandar FHC sentar em uma mesa junto a demo-tucanos, ou ao embaixador dos EUA.

Fica claro que, tanto Lula quando Dilma, não queriam simplesmente se deixarem ser usados para dar escada para Obama na América Latina, num momento em que é o estadunidense quem está precisando oferecer vantagens concretas para nosso continente, e é ele quem está correndo atrás do Brasil.

Coube a Dilma, como chefe de estado, fazer o discurso impecável e dizer com diplomacia, aquilo que Lula teria a dizer. E se Lula fosse e ficasse calado, ficaria naquela história de quem cala concorda, e Lula não concorda com muitas das políticas de Obama. Para ir, teria que manifestar as divergências como líder político que é, o que seria inadequado diplomaticamente para aquele lugar, e Lula sabe disso de seus tempos de presidente, quando recebeu George W. Bush, e não caberia oferecer um almoço colocando na mesma mesa gente para manifestar divergências políticas que não fossem conversas oficiais.

FHC veio a calhar: é o cortesão ideal para bater palmas e "fazer sala" para um presidente dos EUA. Jamais seria capaz de manifestar uma divergência.

O governo Dilma também mostrou que a política externa continua a mesma, quando votou pela abstenção na ONU, junto com Rússia, China, Índia e Alemanha, no bombardeio da Líbia, contrariando os EUA. Foi às vésperas da vista de Obama, o que gerou muitas críticas da imprensa dos EUA pelo presidente deles prestigiarem um país que votou contrariando os interesses estadunidenses.

Por fim, o Itamaraty emitiu nota condenando os bombardeios da Líbia. A mesma coisa que Lula disse na Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, no mesmo dia.

Uma Presidenta é obrigada a mudar o tom da política com países que não respeitam as mulheres como iguais, senão não será ouvida nestes países

Agora o PIG diz que Dilma mudou a postura em relação ao Irã. Será? A resposta é: pouco. Apenas o necessário ao momento, e nada tem a ver com concessões aos EUA.

No governo Lula, o Brasil se absteve, recusando a votar contra SANÇÕES na ASSEMBLÉIA GERAL da ONU. O Itamaraty votaria contra apedrejamentos, mas em um texto honesto, sem exploração política, sem segundas intenções.

Agora votou a favor do envio de um relator especial ao país para observar a situação dos Direitos Humanos, proposta pela Suécia no órgão apropriado: no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, e não na Assembléia Geral. A proposta diz respeito apenas em fazer um relatório sobre a situação de direitos humanos, sem qualquer sanção. São coisas bem diferentes.

As circunstâncias de uma Presidenta (mulher) negociar com regimes de países onde os direitos humanos de igualdade das mulheres não é respeitado, é diferente das circunstâncias de um Presidente (homem) negociar, e isso muda a forma de conduzir as conversas.

A relação que os iranianos tinham com Lula não é mais a mesma que tem com Dilma, não só por ser um novo governo, mas também por ser mulher. Isso não é por mudança de posição brasileira, e sim pela natureza da cultura iraniana.

Até para se fazer respeitar como interlocutora e mediadora, Dilma tem que ter uma postura imediata mais agressiva com os direitos das mulheres. É curioso como o PIG ignora uma coisa óbvia como essa, em suas análises rastaqueras.

Agora jogue o PIG no lixo, e veja que o chanceler Antonio Patriota sugere que os EUA se aproximem da posição brasileira em relação ao Irã, e não o Brasil se alinhar aos EUA, como mente o PIG:

"No Irã, as sanções não contribuíram [para avançar nas garantias de uso pacífico do programa nuclear] enquanto a iniciativa levada pelo Brasil e pela Turquia teria produzido [resultados pacifistas]. Foi uma oportunidade perdida. Mas continuaremos a debater a questão do Irã, mantendo o contato com essa variedade [de opiniões]".

Continue jogando o PIG no lixo, com esse trecho da entrevista do ex-chanceler Celso Amorim à BBC Brasil (grifos nossos):
BBC Brasil - A imprensa procura ressaltar as diferenças entre os governos de Dilma e Lula. Há uma continuidade na política externa do governo Dilma, ou ela está tomando rumos próprios?

Amorim - É bom que tome rumos próprios. Cada pessoa é uma pessoa, cada momento é um momento. O momento é da Dilma. Há continuidade nas linhas básicas, mas cada situação é uma situação. À medida que o Brasil se torna maior, ele não vai ter menos problemas, vai ter mais problemas. Os momentos variam, a sensibilidade pode variar em relação à maneira de fazer determinada coisa, e cada um fará a seu modo, isso é natural.

Mas acho que em grande parte o desejo da imprensa de fazer uma separação é porque ela nunca aceitou o Lula. A verdade é essa. Nunca aceitou nossas atitudes independentes. Quando fomos à Síria a primeira vez, fui perguntado: “Mas vocês perguntaram a Washington se podia?” É achar que o Brasil tem que ser pequeno, caudatário.

Nessa questão de direitos humanos, é perfeitamente respeitável a opinião da presidenta, até pela sensibilidade pessoal que ela tem para isso. Eu nunca fui torturado, mas devo dizer que o presidente Lula foi preso e eu perdi meu lugar na Embrafilme porque autorizei um filme que tratava de tortura durante o governo militar.

Mas quando você lê a mídia brasileira, pegam isso para dizer que o Brasil não tem que se meter com o Irã, não tem que se meter com o Oriente Médio. Eles querem o Brasil pequenininho. No máximo cuidando um pouco aqui na região, sempre com uma postura agressiva em relação aos fracos e submissa em relação aos fortes.

Não é isso que queremos, e eu acho que a presidenta Dilma também não quer.

A íntegra do voto do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU:
Sr. Presidente,

- O Brasil acredita que todos os países, sem exceção, têm desafios a superar na área de direitos humanos.
- A Presidenta Dilma Rousseff deixou claro, em seu discurso de posse, que acompanhará com atenção os avanços na situação de direitos humanos em todos os lugares, a começar pelo Brasil.
- Consideramos que o sistema das Nações Unidas de direitos humanos, a despeito de suas imperfeições, oferece oportunidades para a promoção de melhorias nos Estados Membros das Nações Unidas.
- O Brasil formulou convite permanente para todos os mecanismos de direitos humanos. Hoje, não há visitas pendentes de Relatores Especiais ao meu país.

IRÃ NO SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS
Sr. Presidente,
- Na extinta Comissão, em mais de uma oportunidade o Brasil votou a favor do mandato sobre a situação dos direitos humanos no Irã.
- Em 2001, entretanto, o Brasil se absteve diante de resolução cujo objetivo era renovar o mandato sobre o Irã, em função do compromisso assumido na época pelo governo iraniano de aumentar sua cooperação com o sistema.
- Após emitir convite permanente para visitas de Relatores Especiais temáticos, o Irã recebeu seis desses Relatores.

DESDOBRAMENTOS RECENTES
- Desde o final de 2005, entretanto, e a despeito solicitações dos Relatores Especiais temáticos, nenhuma visita foi realizada ao país.

MOTIVAÇÃO PARA A RESOLUÇÃO
- Ainda que o Brasil reconheça a prontidão das autoridades iranianas em receber visita da Alta Comissária, consideramos que a presente resolução é reflexo de uma avaliação compartilhada de que a situação dos direitos humanos no Irã merece a atenção do Conselho. Essa resolução também deve ser vista como a expressão de um entendimento comum de que é importante, necessário e imperativo que todos os Estados Membros das Nações Unidas colaborem com os Relatores Especiais e com outros mecanismos do Conselho de Direitos Humanos.
- O Brasil estimula o Irã a demonstrar seu compromisso e renovar sua cooperação com o Conselho de Direitos Humanos, inclusive com o novo mandato para relator especial que acaba de ser estabelecido. É motivo de especial preocupação para nós a não-observância de moratória sobre a pena de morte, não apenas no Irã, mas em todos os países que ainda praticam a execução de pessoas como forma de punição.

COERÊNCIA NO SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS
Sr. Presidente,
- O Brasil estimula outros países a cooperarem com todos os mecanismos decorrentes de resoluções e decisões adotadas pelo Conselho.
- O Brasil espera que os principais patrocinadores desta iniciativa apliquem os mesmos padrões a outros casos de não-cooperação com o Sistema de Direitos Humanos das Nações Unidas.
- O Brasil também espera que o presente mandato possa contribuir para o avanço da situação de direitos humanos no Irã e que, ao mesmo tempo, abra caminho para ações coerentes e consistentes quando nos encontrarmos frente a outras situações.

O VOTO BRASILEIRO
- Por todas as razões acima expostas, o Brasil vota a favor do projeto de resolução L.25.
Leia também:
- Estadão e Folha tentam usar Dilma para apedrejar Lula
- Americana que foi solta no Irã agradece ajuda do Brasil em sua libertação
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